A recente enxurrada de rumores que davam conta do interesse do PSG pela contratação de JJ, teve vários ângulos de debate para o universo leonino. Como nascem estes rumores? A saída seria positiva? Quem ficaria mais feliz com este desenlace? Quem poderia substituir o técnico português? Estas foram as principais e são de facto questões interessantes.
Confesso que sempre achei JJ um óptimo treinador, quase tão bom como é péssimo a escolher as ideias para vocalizar nas CI ou nas flashes. O ego atrapalha-se na paixão que tem pelo jogo e pelo que faz e tropeçam ambos, caindo precisamente em cima de quem está à espera que mostre mais afinidade pela autoestima dos adeptos leoninos.
Não tenho por certo que tudo obedeça a um registo arquitectado para se auto-promover, mas nem eu, nem ninguém, consegue deixar de ver a soberba que se apossa do homem quando está lá em cima, que só é igualável pela confusa armada de sacudidelas de capote que invade as suas declarações se está lá mais em baixo. Sempre foi assim na verdade e deve ter sido fruto de grande contrição finalmente admitir que também errou esta época. Pode ser um sinal, pode ser apenas uma nuance na narrativa, pode até ser absolutamente nada.
Não será preciso nenhum mestrado para tirar de letra de que JJ não é um bom comunicador e que mais vezes do que seria ideal, cria problemas à sua própria imagem, à sua própria valorização como agente altamente especializado neste desporto absurdamente poliédrico, que depende muito das ligações, carisma e persuasão que consegue criar entre um vasto grupo de pessoas que organiza, treina e lidera.
Aliás, creio mesmo que se o nível de argumentação e estrutura de mensagem acompanhasse o que sabe daquilo que se passa num relvado, estaríamos longe de o poder ter como treinador, pois teria um nível senão acima de Mourinho ou Leonardo, pelo menos semelhante.
Mas voltando às perguntas interessantes, comecemos pela origem dos rumores. As novelas das saídas de JJ são um “must” do inicio de cada Verão. Normalmente o cenário aponta para o Porto, mas amiúde acaba por se espalhar um pouco por toda a Europa. Onde quer que exista uma vaga por ocupar, onde quer que Jorge Mendes tenha espalhado o seu charme. Este não é pois um ano de excepção, mas desconfio que possa ser um dos mais desinteressantes, pois o cliente do costume (Porto) não parece sequer com energia para fazer o baile do costume, alimentando a dança com declarações dúbias. Os erros de casting recentes e a pouca margem na escolha do próximo treinador, retiraram sal a este “prato do dia”. Sobraram ainda assim as estações e os apeadeiros de Mendes. Mónaco, Atl.Madrid, Zenit, são alguns dos emblemas que normalmente figuram do mapa “Para onde vai o Jorge” e apesar de poderem existir algumas das célebres listas de compras (a que os jornalistas têm sempre acesso) onde o nome de JJ conste, a verdade é que depois da confirmação de Simeone mais um ano nos colchoneros, nas colmeias de Mendes só sobrou o Mónaco.
No fim de uma época de sonho, Leonardo Jardim tornou-se numa espécie de príncipe desportivo do Principado. E todos sabemos que o Leo é gajo de gostar de passeio e pouco amigo de estadias longas. Será perfeitamente normal querer capitalizar o sucesso e o reconhecimento (além do título fez um figurão na Taça e na Champions) dando já um salto que muitos e bons clubes europeus gostariam de acolher. Perante este cenário, a sopa só melhoraria com os rumores que Emery estaria de saída do PSG. Se uma slot já daria para colocar Jesus a caminho, duas slots colocam-no já em viagem. Desenhando um pentágono e colocando Mendes, Leo, JJ, PSG e Monaco nos vértices poderíamos passar vários minutos a traçar ligações e…todas pareceriam legítimas. Mas como nem tudo é o que parece, e parece que nem Antero Henriques o é ainda, faltou gás para aquecer a panela até ao fim e os ingredientes ficaram curtos na cozedura. Nem Emery caiu do alto dos seus 200%, nem Jardim subiu ao trono da primeira linha de clubes. Ponto final, não parágrafo.
Segunda e terceira pergunta: a saída de JJ seria positiva? Quem ficaria mais feliz? Bom…vou tentar ser curto e…grosso. Uma fatia interessante dos jogadores do Sporting, ao saber da saída de JJ, acamparia vários dias no Santuário de Fátima. Apesar disso poder parecer um resultado positivo, não é. Tal como nunca é um sinal de muita maturidade celebrar a falta de um professor, ou desejar que uma consulta médica seja adiada. A vida não é só feita de coisas “redondas”, confortáveis e amigáveis. Muito do que mais nos faz evoluir e ascender a patamares superiores é duro, complexo e desconfortável e demasiadas vezes nos apercebemos que os jogadores tendem a valorizar as selfies, as praias ou as casas de divertimento noturno vários pontos acima do que a entrega aos treinos ou o empenho em dar a quem lhes paga tudo o que sabem, a toda a hora. A saída de JJ alisaria a “cama” de alguns faquirizados no Sporting, mas o que ganharíamos realmente com isso?
Quem não parece mesmo apostada para espetar facas no treinador é a Direcção. BdC já disse e tem repetido que JJ continua válido no projecto. Não rejeitando erros na preparação da última época e porventura crente na melhoria que será produzida evitando a repetição dos mesmos, o Presidente confia na capacidade do atual treinador e em todo o trabalho que pode ser feito à volta do mesmo para arriscar em mais um tiro na barraca. Dito, mais ou menos, pelo próprio…ou sai prémio, ou…sai prémio.
O único grupo que não tenho duvida alguma ansiar sem reservas pela confirmação das capas de jornais são os adeptos dos nossos rivais. Atravesso de tempos a tempos a “trincheira” e converso com o inimigo. Dizem o contrário do que pensam, num jogo vendas (que também faço) e é lhes tão deliciosa a ideia do abandono do nosso treinador, que lhes escorre baba pelos cantos da boca enquanto nos elogiam as possíveis entradas de outras soluções (que curiosamente não desejariam nem pintados no seu emblema). Isto é sempre um dado interessante a considerar.
Muitos adeptos do nosso clube fariam também algum tipo de pagamento de promessa ao ver Jesus a caminho da Portela. Especialmente se a cadeira deixada vazia ficasse ocupada por 16 milhões de euros. É muito dinheiro e também eu fico agarrado “à balança” a pesar os prós e os contras, mas porque também sou gajo de tentar ver para além dos arco-íris, esbarro na quarta e última pergunta: se não é JJ, quem será?
O primeiro dado que podemos lançar no devaneio é a verba. Acima de tudo, um clube tem o treinador que pode pagar e a verdade é que o que o Sporting investe na capacidade e experiência de JJ garantiria o acesso quase todos os treinadores elegíveis. Apenas um lote de super-nomes rejeitaria o atual vencimento do nosso técnico por estar abaixo do que considera ideal. Na segunda rodada do dado, lançamos a posição do Sporting no estatuto do futebol europeu e o prestígio da Liga Portuguesa. Aqui os resultados podem não ser tão satisfatórios. O nome do Sporting diz pouco a nível competitivo e na Europa das grandes montras estamos lá bem atrás, escondidos por detrás de sucessivas épocas de eliminações prematuras e de escassos acessos à Liga dos Campeões. Aliando este facto à periférica importância da nossa competição interna, o que sobra é uma noção relativamente feliz de termos uma grande tradição de Formação e uma massa adepta fiel e numerosa. O que resulta numa dificuldade crónica em atrair treinadores estrangeiros dentro do “prazo de validade” ou com carreiras em ascensão.
E digo estrangeiros porque me salta à vista que no mercado tuga as soluções não são nada óbvias e todas acarretam um risco tremendo. Pedro Martins, Daniel Ramos, Sérgio Conceição, Paulo Fonseca, Paulo Sousa, Vitor Pereira, Luis Castro, Nuno Manta, Lito Vidigal, são todos treinadores que precisariam de um enorme esforço para não tremer a mão na assinatura. Todos parecem ter ainda algum caminho a percorrer e um estatuto que ainda não os recomenda como seguros. Paulo Fonseca e Vitor Pereira já têm passado de responsabilidade ao comando de um grande, mas ambos revelaram dificuldade extrema em lidar com climas tensos e de enorme responsabilidade, e sendo certo que Vitor Pereira sabe o que é vencer a Liga Portuguesa, não deixa de ser evidente que amealhou tanto prestígio com isso como tem feito Rui Vitória nos encarnados, ou seja, pouco. Injusto? Talvez. Mas não acontece por acaso.
Com estas reflexões todas, sei que chego ao final no mesmo sítio onde comecei. Tal como as notícias dos convites de Antero a JJ, rodamos, rodamos e permanecemos no mesmo sítio. Há quem lhe chame silly season, mas de “tonta” não tem nada. É nesta altura que se decidem muitos títulos e nem sempre estes estão à mostra nos outros títulos que abrem capas ou noticiários. A permanência de JJ no Sporting é um dado relevante, mas não será só isso que decidirá a nossa futura época, não havendo pessoas insubstituíveis há pelo menos “coisas” que o são e essas terão mesmo de ser bem alinhadas se quisermos atingir o sucesso. Começou bem com a introdução do vídeo-árbitro, esperemos que seja um bom prenúncio.
*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca
31 Maio, 2017 at 14:16
Off-Topic
Este domingo vou ao Jamor ver a final do Futebol Feminino. Vai ser a minha primeira ida ao Estádio Nacional e precisava de algumas informações.
Sou adepto não-sócio e por isso vou ter que levantar os bilhetes no próprio dia. Acham que vai ser complicado, vou ter que ir muito cedo, ou tal como no jogo em Ramalde vão haver muitos lugares disponíveis próximo da hora do jogo?
Quanto à ida ao Estádio Nacional, a estação CP mais próxima é a Cruz Quebrada. É tranquilo ir da estação a pé até ao Estádio? No Google Maps diz que são 20 minutos, e parece-me que o caminho é relativamente plano.
31 Maio, 2017 at 14:23
É a subir mas faz-se bem!
31 Maio, 2017 at 14:29
E quanto aos bilhetes?
31 Maio, 2017 at 14:36
Penso que haverá bilhetes sem problema.
31 Maio, 2017 at 14:35
2 anos de praticamente só insucessos com o Jesus – o tal que diziam que ganhava de colinho e limpinho, limpinho no outro lado da 2ª Circular! – parece não serem suficientes para que os crentes no Mestre da Táctica percebam que há ali muita qualidade no treino mas também muita burrice e casmurrice a escolher jogadores, a apostar nos jogadores certos para o 11, e um ego infinito, com burrice e casmurrice à mistura, cada vez que abre a boca…
Os princípios do Jesus – jogadores sul-americanos, jogadores “experientes” e os seus jogadores fetiche! – não têm nada a ver com o ADN do Sporting. O Jesus nunca foi, ao longo da carreira, um treinador de projecto. Sempre foi um treinador para agora. E o Sporting não ganhará enquanto não abraçar um projecto com cabeça, tronco e membros, sustentado na sua formação e em 1 ou 2 reforços cirúrgicos por época!
Já tivemos um treinador perfeito para abraçar um projecto destes.
31 Maio, 2017 at 14:37
Miguel,
Leonardo Jardim?
31 Maio, 2017 at 15:00
O Mirko Jozić – pena já ter 77 anos.
31 Maio, 2017 at 15:43
Na realidade tivemos vários.
O Mirko Jozic gostava bastante. Praticávamos um futebol fantástico e só o sistema do apito dourado nos tirou o titulo nesse ano. E era um gajo com olho para os jogadores. Tive muita pena que não ficasse para o 2º ano. Percebia-se muito bem que todos os jogadores sabiam perfeitamente o que estavam em campo a fazer!
O Mirko Jozic era perfeito para uma cena destas!
O Jardim podia ser mas não me parece ser um treinador que fique muito tempo.
Referia-me ao Marco, que sei que muita gente não gosta, mas que é o tipo de treinador capaz de pegar num projecto assim. Para mim foi grande erro mandar o gajo embora, e pior ainda para irem buscar o Jesus, que eu acho um cretino e um gajo mal formado, que pensa muito mais nele que em tudo o resto. Bom no treino e na parte técnica, fraco ou mau em tudo o resto!
Mas haverá muito mais treinadores que caibam num projecto assim. O Paulo Fonseca, por exemplo. Haverá com certeza estrangeiros capazes também.
Daqui a uns anos o Tiago Fernandes poderá ser esse treinador. É um gajo inteligente, sportinguista, que gosta da formação… Falta-lhe um pouco de experiência porque ainda é novo!
31 Maio, 2017 at 15:56
Caro Miguel,
Não sei porque se continua a falar de “projecto” para o futebol profissional do SCP.
Normalmente por “projecto” entende-se o planeamento, desenvolvimento e execução de uma estratégia gradual e sustentada.
A contratação de Jorge Jesus pelo SCP significou uma aposta CLARA no “win-now”. Aposta esta consolidada no tipo de contratações efectuadas para a equipe A nestes dois anos.
Não estou a fazer qualquer crítica. Só a constatar o que me parece ser o óbvio.
SL
31 Maio, 2017 at 16:48
De acordo, houve um projecto que em 2 anos nos transformou de outsiders em candidatos ao título, mas chegando a esse patamar, passou a ser GANHAR, mas mantendo os traços do projecto inicial:
– Esforço, dedicação e devoção.
– Fazer mais com menos. (Gestão equilibrada)
– Aposta na formação (mesmo com JJ continuamos a ser quem mais aposta em Portugal e entre os 4 das maiores ligas da Europa)
– Contratações externas de jogadores “feitos” para posições deficitárias (Agora já conseguimos captar jogadores por 10M, antes estávamos sujeitos às pechinchas).
– Contratações externas de jogadores promissores, se forem boas oportunidades de negócio.
– Todos têm de fazer mais e melhor (Máxima exigência).
31 Maio, 2017 at 17:41
Nogueira82,
Uma conjunto de frases feitas que pouco têm a ver com o que realmente acontece.
Jogar 57 minutos em 6 meses – que foi o que o Geraldes jogou depois de vir do empréstimo – não é apostar na formação. É ter lá um jogador a fazer número.
Vê quanto jogou o Palhinha, quanto jogou o Matheus, quanto jogou o Podence… E nem vamos falar de que jogaram só porque os gajos que o Jesus gosta não podiam DE TODO jogar!
Tu chamas a isto “aposta”, eu chamo a isto um “faz de conta que é aposta”! Aposta é ir buscar o Ruben Semedo e pô-lo a jogar os jogos todos! Aposta era teres ido buscar o Palhinha, o Podence e o Geraldes, teres apostado no Podence para o lugar do pino Alan Ruiz, teres dado minutos ao Palhinha e ao Geraldes sempre que possível, teres aproveitado a lesão do Adrien para lançar o Geraldes, teres optado pelo Matheus em vez do lento Bryan Ruiz em muitos jogos.
Tirando o primeiro ano do BdC, nos outros 3 gastaste 16M€, 20M€ e 30M€… podias ter trazido 1 jogador de 10M€ todos os anos, desde que não escolhesses um gajo como o Alan Ruiz que custou quase isso e estiveste 1 ano a ensiná-lo a jogar futebol – com resultados muito duvidosos! Muito do insucesso, para além da falta de um projecto, está na maneira idiota como se tem gasto o pouco dinheiro que existe. É assim agora – mais de 30M€ gastos esta época para trazeres 2 jogadores uteis: o Dost e o GR suplente que nem te custou nada! – como foi assim anos a fio com outras direcções. 24 jogadores vieram para a equipa A nestes 2 anos do Jesus – um plantel inteiro! – e no fim do campeonato ouves o teu treinador desculpar-se de uma derrota dizendo que teve de meter jogadores que nem 2ª e 3ª escolha eram dele…
Ou as pessoas acordam ou nunca vamos sair disto.
31 Maio, 2017 at 18:40
Miguel, isso que dizes é de craque, quer dizer pegas em 10M, compras um jogador e é craque! Bas Dost é a excepção que confirma a regra, estou farto de ver, felizmente poucos no Sporting (porque não há dinheiro), clubes a comprar jogadores de 10M ou mais e a serem flops.
A estratégia de comprar vários de custo menor julgo que é menos arriscada e por isso é a correcta para clubes com pouco dinheiro, se comprares uma dúzia e acertarem um de certeza que esse acerto paga todos os que errastes incluindo salários.
1 Junho, 2017 at 15:03
Eu também disse que podes comprar um desse valor, ou quase, e ser uma merda, não disse?
Depende de quem escolhes, como é óbvio…
Mas ir buscar o Dost tem pouco risco – porque é um gajo com um passado que fala por ele e que mostra que vale esse dinheiro. Já ir buscar o Alan Ruiz, que custou 80% do Dost, tem muito mais risco. Primeiro porque metade dos jogadores que vêm da America do Sul não vingam na Europa, compres por 1M€, 10M€ ou 20M€. Já fizeram até muitos artigos a demonstrar estas estatísticas. Logo, à partida, tens um risco de 50%. Depois o gajo não tem um passado que mostre que vale 8M€.
O que fizeste no caso do Dost foi ir buscar um jogador cujo trajecto te diz que vale os 10M€, ou até mais. No caso do Alan, foste buscar um jogador cujo trajecto te dizia que não valia isso mas que se achava que tinha potencial para valer isso e até mais…
O risco de uma aquisição é pequeno. O risco da outra é muito grande. Diria que tinhas um risco de 75% – 50% de ser sul-americano e mais 25% de não ter um passado que demonstrasse valer o dinheiro que custava.
Não nadando em dinheiro, uma aposta num jogador como o Alan é muito arriscada. Num jogador como o Dost é quase segura.
Apostar em gajos de 1M€ também é uma solução, como disseste. Arriscas-te é a não melhorar a equipa indo buscar 10 gajos de 1M€, ou 3 de 3M€, como o podes fazer se souberes escolher bem um gajo de 8M€ ou 10M€.
Basta ver os gajos que já se foram buscar por valores até 1,5M€ e ver quantos bons jogadores tiraste daí…
9 no ano do Jardim… (Slimani)
7 no ano do Marco… ()
6 no 1º ano do Jesus… (Bruno César, Bryan Ruiz, ambos esticados porque são mais jogadores úteis do que façam realmente a diferença e dentro deste panorama até podes colocar o Montero no ano do Jardim)
5 no 2º ano do Jesus… (Beto que veio em fim de contrato)
Bons mesmo, tens o Slimani em 26 jogadores, mais o Beto que foi em fim de contrato…
Destes jogadores todos, em muitos não vais conseguir reaver o que pagaste pelos passes, pelo prémio de assinatura, pelas comissões e pelos ordenados. Nuns quantos conseguirás isso e noutros, poucos, isso e mais qualquer coisa.
Era, a meu ver, uma politica que entendi correcta no ano do Jardim – talvez por isso foi onde se foram buscar mais assim – mas que hoje eu já discordo.
Gajos de 1/1,5/2M€ vais buscar putos de 18/19 anos para a equipa B para os moldar e crescerem para poderem entrar na equipa A 3 ou 4 anos depois.
31 Maio, 2017 at 17:27
Livramento,
Não discordo disso e é exactamente essa postura que eu critico. O “para o ano é que é”, em 40 anos quantos nos campeonatos nos deu? Tantos como o Vergonhoso nestes 4 últimos anos?
O Ajax tem esse projecto desde há muito tempo.
De 1970 para cá – 47 anos! – foram campeões 20 vezes (42% das vezes!), ganharam a Taça 14 vezes (29%), ganharam 8 vezes a Supertaça, ganharam 4 CL, 1 Taça das Taças, 1 Taça UEFA, 3 Supertaças Europeias 2 2 Taças Intercontinentais.
Alguns anos tiveram equipas pouco competitivas, é verdade, mas quando se aposta quase exclusivamente na formação ou em jogadores de 19, 20, 21 ou 22 anos a coisa pia mais fino e é mais difícil!
Cá nem é preciso sermos fundamentalistas como o Ajax mas, na minha opinião, é fundamental ter um projecto e seguir esse projecto até dar frutos. E, estou convicto, dará em 3 ou 4 anos no máximo e depois disso estaremos sempre em condições de nos bater pelos títulos internos – todos! – e fazer boas prestações na Europa – é bom perceber que o “para o ano é que é” nos colocou abaixo do Braga em termos de ranking da UEFA e nos fez acumular um passivo gigantesco!
O BdC, com todo o excelente trabalho em termos de reestruturação do clube que fez nos 2 primeiros anos tinha todas as condições para ter aí iniciado um projecto deste tipo – que nunca acontecerá quando se contratam 10 jogadores para o plantel principal – e hoje, 4 anos decorridos, estaríamos no patamar de lutar taco-a-taco com os nossos rivais e de fazer brilharetes na Europa. Assim estamos na estaca 0 em mais um inicio de “para o ano é que é”!
E eu continuo convicto, como estava há 2 anos – e disse-o ao BdC – que não vamos ganhar campeonato nenhum com o Jesus. Por isso será mais um ano de frustração para todos nós adeptos, com muito dinheiro gasto, muito palavreado, muita acusação mas continuando a faltar o que, para mim, é fundamental: um projecto e um treinador de projecto!
Com o “para o ano é que é” o máximo que podemos aspirar é o que aconteceu nestes ultimos 47 anos (desde 70!): 6 campeonatos (12%), 10 TP (21%) e 8 Supertaças! Um titulo aqui… outro muito ali… e assim por diante!
31 Maio, 2017 at 19:02
O “para o ano é que é” , na minha opinião, tirando o período de Paulo Bento, em que efectivamente se apostou na prata da casa, passava pela mudança anual de treinador e com todo o que isso implica. Por isso parece-me exagerado paragrafo final, pois contrariamente ao que referes dos últimos 47 anos, algo diferente aconteceu esta época, manteve-se a aposta no trabalho de um treinador que já deu provas de competência. A única duvida que tenho e essa só os próprios podem esclarecer é se o treinador tinha vontade em continuar ou se só continua por estar amarrado ao contrato.
1 Junho, 2017 at 15:25
Manteres um treinador de uma época para a outra não é um projecto.
É simplesmente “manter o treinador”.
E se mantens o treinador e vais buscar 12 novos jogadores, epá, não é projecto de certeza absoluta. E menos projecto é se depois desse treinador ter 24 novos jogadores em 2 anos – 1 plantel INTEIRO! – ele justifica uma derrota dizendo que teve de jogar com jogadores que nem 2ª ou 3ª escolha são para ele…
Caro Malcolm, manteve-se o treinador, pelos vistos 3 anos, mas não há projecto nenhum.
Se tens um projecto, hoje estás a preparar um jogador para estar pronto a entrar na equipa daqui a 1 ano ou 2. Já aqui disse e volto a repetir: se tivesses um projecto, quando o Jesus chegou tinhas começado a preparar o Geraldes e o Gauld para fazerem o papel do Adrien pois são jogadores que têm todas as características e qualidade para poderem ser trabalhados nesse sentido – é ver o que era o Adrien aos 20/21/22 anos! Na 1ª época do Jesus, cada um deles tinha rodado 5 meses fora para lhes dar andamento na 1ª Liga e tinha estado a trabalhar com o plantel os outros 5 meses para perceber o que o Jesus pedia a esse jogador. Sempre que possível, jogariam uns minutos. No 2º ano fariam o mesmo – 5 meses emprestado cada um e 5 meses no plantel, com a ideia de jogarem mais do que tinham jogado no ano anterior. Aqui e ali podiam jogar de inicio e deixar o Adrien descansar. Como o Adriem até se lesionou 2 vezes este ano, tinham tido oportunidade de jogar com continuidade durante o tempo da lesão.
Agora poderias vender o Adrien e tinhas 2 jogadores no plantel, jovens, prontos a fazer o lugar dele.
Devias ter feito o mesmo com o Iuri.
Devias ter feito o mesmo com o Matheus – grande erro não ter sido emprestado ao Braga o ano passado.
Devias ter feito o mesmo com o Palhinha.
O único em que a coisa foi mais ou menos pensada foi o Podence. Mesmo assim foste gastar 8M€ num gajo para o lugar dele para vir para cá aprender a jogar futebol, que o que ele jogava era à bola, o que é um bocadinho diferente. E mesmo depois de um ano a tapar a evolução do Podence, o resultado que tens com esse gajo é muito duvidoso… Melhorou, claro, mas não sei se chega. Duvido!
1 Junho, 2017 at 15:46
Miguel, agora todas depois do sucedido todas as teorias são validas. Mas é questão é:
Na segunda época, perdes 3 titulares e estás na eminencia de perder mais dois até ao ultimo momento do mercado, já em plena competição. Na minha teoria isto justifica quase todas as contratações, não justifica o falhanço da maior parte, mas se também vires na perspectiva das contratações que tinham uma boa perspectiva de jogar e se virão impedidas de o fazer (com regularidade) pelas vendas entretanto abortadas, a perspectiva será pelo menos atenuada.
A questão não é tapar o lugar, a questão é de preparação para o lugar. Só um mero exemplo, o Wilson Eduardo, fazia grandes temporadas nos empréstimos e sou do tempo de o ver a ser assobiado para não dizer humilhado pelos adeptos, talvez os mesmos adeptos que agora exigem o Podence, deve ser para não perder o habito do assobio.
Podia responder quase jogador a jogador, daquilo que é mais ou menos publico, e de certeza que detectas incoerências no que dizes. Por exemplo, Geraldes julgo que só a meio da época anterior começou a destacar-se na B, Iuri talvez tenha desperdiçado as oportunidades que lhe foram dadas na pré-epoca, não terá sido opção de Matheus ficar no plantel mesmo sabendo que poderia ter poucas oportunidades ….
2 Junho, 2017 at 1:00
Não concordo contigo.
A base do meu comentário é haver ou não haver um projecto.
Para mim não há e é esse o grande erro que tem sido cometido época após época.
Quando fazer um projecto tens um plano a 2 ou 3 épocas de distância. Tens os putos nas equipas de formação, nomeadamente nos juniores e na B que são as que podem dar directamente para a equipa principal, e planeias a sua subida à equipa principal a 2 ou 3 épocas de distância, sabendo o que tens de fazer para lhe dar as valências que vão precisar.
Trabalhas os jovens jogadores com tempo, por etapas, passo a passo. Primeiro internamente nesses patamares – juniores e B – depois pondo-os a rodar, depois na própria equipa principal.
Todos os anos terás 2, 3, 4 ou 5 jogadores com potencial para fazerem estes 3 anos de… chamemos-lhe progresso.
Defines os jogadores que vão fazer este percurso, muito baseado no seu talento e capacidades naturais e individuais, mas também tendo em conta as necessidades que se prevêem para equipa principal.
E fazes esse processo.
Depois, ao fim dos 3 ou 4 anos logo se vê se funcionou como se previa, se ficou aquém ou se foram superadas as expectativas.
E vais metendo 1 ou 2, pelo menos, jogadores no plantel principal todos os anos.
O que se tem feito é tudo em cima do joelho. Sem plano, sem projecto.
Passam dos juniores à B, estão 2 ou 3 anos na B, são emprestados na 1ª Liga e depois… seja o que Deus quiser!
O que se tem visto com os jovens da formação é muito fruto do talento e da capacidade deles, e das condições de treino que o Sporting tem. Isso acontece em todo o lado. No Paços Ferreira, no Boavista, no Chaves, no Porto, em qualquer clube que tenha uma estrutura profissional e formação mas não tenha um projecto sustentado, com cabeça, tronco e membros.
Se tivesses esse projecto, o rendimento dos miúdos seria diferente porque seriam trabalhados especificamente para objectivos concretos. Assim fica um pouco ao que eles conseguem quase sozinhos, fazendo o que uns treinadores querem num ano e o que outros treinadores querem noutro ano…
Além disso, a parte mental é muito importante num jovem. Precisam de acompanhamento constante, de motivação, de perceberem que estão a fazer um caminho, com cabeça, tronco e membros, pensado por uma estrutura que tem um projecto e pensa no desenvolvimento deles para entrarem na equipa principal, para que se sintam aparados e motivados. É um túnel onde entram e que sabem que um dia verão a luz lá ao fundo e chegarão à equipa principal. De outra maneira, como é agora, fica quase tudo nos ombros deles: ou têm um bom desempenho na época ou terão poucas hipóteses… Mas são miúdos e muitas vezes estarão meio perdidos, porque lhes pedem coisas que não são as que estão acostumados, porque não vêem a evolução que gostariam… Fazem asneiras próprias da idade! Estão muito entregues a eles próprios. Óbvio que de uma outra maneira o desenvolvimento não só seria maior como seria feito no sentido que se quer.
A diferença entre ter um projecto, sustentado, e fazer planos ano a ano, é enorme… É o que eu acho!
31 Maio, 2017 at 16:11
quem ?
o marco que não queria apostar nos jovens ?
amigo , deixa lá isso, não existe treinador de projectos, ou ganha em 3 anos ou é despedido.
31 Maio, 2017 at 17:08
“O Mirko Jozic gostava bastante. Praticávamos um futebol fantástico e só o sistema do apito dourado nos tirou o titulo nesse ano.”
“Miguel
31 Maio, 2017 at 14:41
O que vale o record de pontos?
O Jardim fez menos pontos mas ficou em 2º…
E o record de pontos é do Vergonhoso!
Tu preferes ficar em 1º com 65 pontos ou em 2º com 86 pontos? Vê lá os pontos, ok?
Há cenas que não dá para entender…”
No tempo do Jozic havia desculpa – o Apito Dourado. No tempo de Jesus este é o culpado.
Ó Miguel, manca-te.
31 Maio, 2017 at 17:44
Isto tem a ver com o quê?
Qual foi a parte que não percebeste?
31 Maio, 2017 at 16:12
Aliás a intenção objectiva de um projecto existiu na fase L Jardim e M Silva (e sinceramente até acho abusivo estender tanto)
31 Maio, 2017 at 17:09
Moral da história: JJ no PSG era e continua a ser… tanga. Cheguei a ter duvidas mas essa foi sempre a minha leitura.
31 Maio, 2017 at 17:33
Na minha opinião, JJ é capaz de ser o melhor treinador do Mundo quando é preciso implementar um modelo de jogo novo e ser competitivo, vindo de uma má época. O choque de metodologias é tal que acaba por originar uma rápida mudança de hábitos por parte dos jogadores.
O problema é quando o efeito desse choque acaba, normalmente no final da primeira época. Se ganhas nesse primeiro ano, os jogadores interiorizam que toda a metodologia produz resultados e “aturam” a parte que não gostam (comunicação, relação pessoal, ego). Se não ganhas (e no futebol não há vitórias morais), tudo desaba. Por melhor que seja a metodologia (e para mim é TOP!), a predisposição e tolerância para aturar certas coisas é menor. É isto que está a acontecer no Sporting. É notório, pelo menos para mim, que a certa altura da época, os jogadores “cagaram” para o treinador e começaram a jogar pelos seus objectivos pessoais que, em última instância, são sair do Sporting e fazer um contrato melhor.
Aqui a questão vai para além da qualidade intrínseca do treinador (que é muita). Tem a ver com duas coisas: primeiro, é possível reabilitar o plantel actual com JJ? A meu ver, não. Segundo, é possível formar um novo grupo de trabalho com a mesma dinâmica de trabalho do primeiro ano de JJ, mantendo peças chave como Coates, Bas e 1/2 campeões europeus com JJ a liderar? Para mim, sim. Mas é um risco. E sendo um risco, continuo a achar que a sua saída é a melhor solução. Basta um desaire ou uma distância da liderança superior a 4/5 pontos e todos (neste caso, a base vinda do ano anterior) deixam de acreditar.
Como quero o melhor para o Sporting, e o clube já decidiu que JJ é para ficar…então temos de despachar os jogadores que já esgotaram os seus ciclos (William, Adrien, se calhar até o Rui) e formar uma nova base, mais jovem, que terá outra predisposição e vontade de trabalhar com JJ. Isto, sem falar do acerto necessário nas compras e vendas.
31 Maio, 2017 at 17:50
Basicamente eu acho que muito do problema também está no que dizes.
Não acredito é que seja o JJ o gajo ideal para formar uma nova base, mais jovem, para atacar a nova época.
Manter o JJ é um risco gigantesco porque ou começas logo a ganhar e mantens-te a ganhar até ao fim, ou vais hipotecar a época toda logo no inicio, mal tenhas 2 ou 3 derrotas – campeonato e Europa!
Hipotecando a época logo no inicio é um ano perdido.
Resumindo, ou és campeão e é uma época de sucesso, ou é uma época miserável e um ano perdido. Não haverá meio termo!
31 Maio, 2017 at 17:44
Brave…. comé ke é?
JJ aonde?
voces são uns comedore sd egelados iguaizinhos aos lmpas?
decifra lá esta? 🙂
31 Maio, 2017 at 18:11
Já tive um comedore e um 2048k.
Era o rei do Match Day 2 e do Chuckie Egg.
Ps: no offense. Estava só a brincar com o teu dicionário português-tadês.
31 Maio, 2017 at 18:15
48k ganha a esses todos
31 Maio, 2017 at 18:28
Sim… Era esse. Mas na versão Tadeu é 2048k.
31 Maio, 2017 at 18:22
VAT forte oh ROC