Muitos já falaram sobre o espírito do rugby, do sacrifício necessário para o jogo, da dedicação à equipa, do respeito ao jogo e aos adversários. Mas vou dar uma achega que acho que às vezes escapa… e é fundamental. A Família.

A família, pai mãe irmãos… namorados ou namoradas… avós tios etc. A mãe que lava e amacia o equipamento dias a fio, lavando lama e terra e suor e sangue, amaciando a mesma com fragâncias, e lágrimas e Amor. Que de coração nas mãos vê os seus meninos e meninas a sair de casa contentes por irem jogar com os amigos, e só respiram quando os vêem entrar em casa sujos e sorridentes.

Os pais que escolhem os melhores pitons, para que os seus bebés tenham a melhor aderência em campo, conforme à sua posição na equipa. Que fazem aquele esforço para as ombreiras melhores, pois nada como o seu bebé estar confortável enquanto placa e constroi sonhos de ensaios, fintas de passe, e lama e abraços feitos. Que tiram ao trabalho aqueles minutos para que cheguem a tempo, e que levam os outros companheiros aos treinos e jogos.

Os irmãos, que ajudam de fora e empurram com todas as células do seu sangue, o sangue igual ao seu que em campo tenta o ensaio, ou a placagem a evitar o ensaio contrário. Que à noite por vezes confortam e dão ânimo aos irmãos e não os deixam desanimar. Os tios que vão partilhando fotos e angustias, que recortam notícias, que sofrem às vezes de longe mais que quem está lá ao lado. E os avós, pais duas vezes. Para quem o falar dos netos treme a voz. O ir ver os netos jogar, e sentir o arrepio de um ensaio, de uma placagem, ou de um lábio cortado que mancha de Sangue e Honra aquele equipamento. Que acarinha os netos a os apaparica mais, pois eles merecem sempre. E naqueles dias merecem ainda mais.

Estou a falar de casos, alguns na primeira pessoa, outros de generalidades, mas quase em todos os clubes é esta também a família que potencia e acarinha e faz o rugby. Com os nossos valores no Sporting, com famílias como estas, com os pais dos outros atletas, família a largada que sofre com todos os atletas por igual, como se de filhos seus se tratasse, e com adeptos como todos nós… só vamos poder ser Melhores.

 

*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio