Li o texto que o Presidente da FPF, Fernando Gomes, publicou hoje nos 3 diários desportivos e tenho o seguinte a dizer: É sintomático que o mais alto dirigente desportivo em Portugal recorra a palavras de pai ausente para fingir que se preocupa com o cenário de guerra sem quartel que se vive no futebol português.

Esta coleção de chavões é tão útil e eficiente como tentar tirar manchas de sangue com guardanapos de papel. Passámos o momento dos discursos apaziguadores há 40 anos e todos os que se interessam pelo fenómeno sabem que isto só se resolve com penas de prisão e descidas de divisão (e mesmo assim…).

O que eu esperava que o Exmo. Sr. Dr. Fernando Gomes escrevesse era uma promessa de perseguir, acusar e julgar todos os bandalhos e chico-espertos que têm arruinado há décadas o tal “ambiente saudável” com que tanto aparenta preocupar-se. Esperava…mas sentado, pois que cada vez tenho mais certezas que o dinheiro que bate à porta do nosso futebol, venha de onde vier, é sempre bem-vindo e costuma calar todas as bocas, tenham ou não sms’s nas mãos dos Pedros Guerras desta vida.

Meu caro Nandinho, pedir aos clubes portugueses (e seus adeptos) que acabem com os discursos de ódio é como chamar de burros e palermas a todos nós. O problema não são os discursos, mas os actos e há milhares deles que deviam ver a luz dos tribunais cíveis e desportivos, muito antes de nos preocuparmos com os discursos.

Há um tempo para o diálogo e concertação e há um tempo para correr às armas para defender o que é a verdade e o que é nosso por direito. O Sr. Fernando Gomes sabe muito bem (oh se não sabe…) em que tempo estamos agora e causa-me especial revolta que decida intervir na opinião pública com uma publicação destas, que sabe mais do que ninguém, servir os interesses de quem espera que comamos todos os gelados com a testa e ignorar as provas cabais de que o futebol português está podre e a poucos passos do descrédito final.

A impunidade é total. A falta de valores é total. A corrupção ativa e passiva é total. Tudo o que devia ser equidistante e imparcial não o é….e perante isto tudo, o Presidente da FPF vem nos falar da sua preocupação com a “falta de diálogo construtivo”? Está a brincar com isto tudo Sr. Fernando Gomes?! Ganhe mas é um “par” e faça o que tem de ser feito: irradiações, cadeia, julgamentos, limpeza, caça ao que corrompe e caça ao que se deixa corromper…isto são as palavras e as promessas sobre as quais deve discursar. Tudo o resto são cantigas, canções de embalar, festinhas nas feridas.

texto escrito por Leão Zero Seis