Incomoda-me qualquer injustiça. Incomoda-me especialmente que em vez de seguirmos a nossa consciência, que nos sublinha o erro, dê-mos um passo atrás, preferindo a segurança da nossa própria zona de conforto. Sai-nos da boca um “ah, mas ele põe-se a jeito”. Assim nivelamos o desequilíbrio e nos isentamos de tomar partido. É como se fizéssemos contas e o saldo fosse sempre tão inconclusivo que nos dá salvo conduto para ficarmos exactamente na mesma.
O Sporting é o clube do “pôr-se a jeito”. As equipas, os treinadores, os dirigentes, todos menos alguns adeptos. Esses raramente se colocam a jeito. Colocam-se apenas do lado de quem nunca se coloca ao lado de ninguém, a favor ou contra muitas das injustiças que o Sporting tem sido alvo ao longo do seu tempo de vida. O árbitro erra mas a equipa “pôs-se a jeito”. A equipa erra, o treinador “pôs-se a jeito”. A disciplina ou a justiça falham, mas foram os dirigentes que se “puseram a jeito”. Há sempre uma justificação qualquer para nos culparmos a nós próprios, como se fosse impossível distribuir culpas e responsabilidades, como se fosse um karma que temos de carregar, sabe-se lá porque razão.
Encarar o nosso clube como especial e único é uma coisa. Viver essa ligação com profundo desamor próprio é outra. Pode até parecer que estou a culpar os adeptos com este retrato, mas não estou. Estou a culpar-me a mim primeiro e a todos depois. Eu também me “pus a jeito”. Sou igual aos que “culpo” e faço muitas das coisas que lhes acuso. A solidariedade que vejo por vezes inexistente no universo leonino não é um defeito que possa ser carregado apenas por uns contra outros. É de todos, é promovida por todos e convém não esquecer que a realidade não é só feita do momento presente. O que temos hoje é apenas a soma de tudo o que lhe antecedeu. Ninguém tem currículos imaculados e quanto mais cedo cada um entender que dividir o clube não o isenta de responsabilidades, mais cedo nascerá um Sporting preparado para suportar o sonho que vivemos há décadas.
O Sporting tem de mudar. Temos de juntos conseguir sair de uma carapaça de karmas, culpas, fantasmas, sebastianismos, para dar espaço ao que aspiramos nas ideias e ambições. O velho Sporting tem um peso descomunal, esmaga tudo e todos debaixo de uma herança de falhanços, de ausências, de erros próprios e de terceiros, afunila talento pelas vias mais rápidas, com paragem obrigatória no nosso esquecimento. Quem nunca entendeu o ponto de esquizofrenia que atravessa adeptos, dirigentes e as equipas, nunca entendeu verdadeiramente o nosso clube. A desgraça está ao virar da esquina, a tragédia é sempre inevitável, o presente é um estado de permanente “porseajeitismo”. A alegria, o prazer, a confiança e o bem-estar são estados de alma que não são permitidos ou promovidos dentro do clube e quem achar que isto é um exagero, pois que escute com atenção 10 minutos de conversa entre dois leões.
Pela minha parte, estou seguro que não é o sucesso que irá mudar algo. Isso é o que nos temos repetido à exaustão e também é a forma mais fácil de cada um se colocar à margem da mudança de mentalidade que estou a tentar expor. O Sporting não pode hipotecar o seu futuro na esperança de anos a vulso, em que está ligeiramente melhor e os seus rivais ligeiramente pior. Isso não é conquistar algo que seja património enraizado de qualquer coisa que possa ser repetível, é apenas uma circunstância e eu, como vocês, não queremos ser um clube que ganha circunstancialmente. Eu quero ser melhor, transversalmente, que os meus rivais. Não peço hegemonias, estruturas infalíveis, Reis Midas ou qualquer outro tipo de genialidades sobre-humanas. Esses “estados” são bons para consumo e partilha de propaganda, circos de palhaços e feras que adormecem as massas à sombra de coisas intangíveis.
Não!
O que quero é um clube que em cada parâmetro de avaliação da sua organização é mais eficiente, mais inovador, mais positivo e agregador de sinergias que os seus rivais. O que quero é um universo de atletas, treinadores, dirigentes e adeptos focados no que se faz e como se faz e não na espuma das palavras e troca de culpas. O Sporting tem de ser uma unidade de trabalho e não uma desunião de argumentos, valorizando o acto sustentado em saber e não consumindo os dias com o que “parece” ou o que se diz. “Gerir de dentro para fora” é uma regra que costuma trazer bom-senso e fazê-lo preocupado, acima de tudo, com o que se passa lá dentro é um bom começo. Pode corrigir-se algo na estrutura para solidificar a sua gestão? Temos os melhores profissionais para nos aproximar do sucesso? Se não, quem são? Como os trazemos para dentro do clube? Se não temos capacidade financeira para investir em melhores Recursos Humanos, o que é preciso para lá chegar? O que temos de mudar para fazer esta revolução de competência “de dentro para fora”?
As grandes empresas, têm grandes profissionais. Pagam-lhes principescamente porque são bons. Porque isso não é um “gasto”, mas sim um “investimento” que traz mesmo retorno. As grandes instituições não são feitas de gente que concorda e segue pacata e sossegada, mesmo quando observa zonas de acção que podem ser melhoradas. São grandes e influentes, lideram o mercado e a opinião porque têm quadros que querem mais do que passar os dias a olhar para o que fizeram de bom, querem mais, querem melhor, querem tirar proveito e justificar o investimento que é feito sobre eles. Muita gente sonha com um Sporting mágico, que agrega (por artes que não consigo denominar) conjuntos de acasos que de repente nos trazem glória. Eu sonho com uma verdadeira máquina de boa gestão, de gente eternamente insatisfeita, gente que se questiona todos os dias o que está a fazer dentro do Sporting e se pode fazer mais ou melhor. Gente que procura e segue as melhores práticas, e se estas não satisfazem a necessidade, inventam outras. Gente que encarne e que promova a ideia de que estar no Sporting é um previlégio e não uma sina, que estar no Sporting é uma oportunidade para fazer história, muitas vezes estando contra tudo o que foi e é feito no clube, estando contra o inconstância e fervor dos adeptos, estando contra as leis não escritas, mas sabidas, do futebol português.
Chamem-me lírico, ingénuo, utópico, mas este era o Sporting v2.0 que imagino estar ao alcance de Bruno de Carvalho e restante Conselho Directivo. Chamem-me tudo o que quiserem, mas para ser coerente com tudo o que escrevi, também tenho de ser capaz de acreditar que o que vejo e reflicto é semelhante aos desejos de outros sportinguistas e que todos os que detêm algum poder e operacionalidade observam isto que escrevi e irão de alguma forma fazê-lo, insisto, de “dentro para fora”. Que todos nos saibamos “pôr a jeito” para conseguirmos interpretar os nossos papéis e de uma vez por todas, vivermos em conjunto à sombra da felicidade resultante de trabalho, vivermos à custa do mérito da nossa ideia mais positiva de Sporting. Esta é a minha “tolerância zero”. A minha “exigência”. O meu “compromisso”. Quero o fim do divisionismo, o fim dos pedigrees, o fim dos seguidismos e da profunda carência de solidariedade. Daí não nasce nada que já não conheçamos, que não saibamos que nos vai levar ao local do costume e a eternos ciclos de jejuns.
Eu quero um Sporting v2.0. Um que dê ao meu filho mais alegrias e a oportunidade para ver no seu clube exemplos para a sua vida. Exemplos de Esforço, exemplos de Dedicação, exemplos de Devoção e muitos exemplos de Glória. Sabe Deus e cada um de nós que não foi isso que os nossos pais nos deixaram (gostamos de dizer que sim, mas não é verdade), mas cabe também a cada um de nós fazer diferente e ajudar para que se instalem novas mentalidades, novos comportamentos, novos estímulos…para que deixe de existir a profunda divisão entre quem “está dentro do clube” ou “fora”, pondo um fim absoluto ao profundo desperdício de força e talento de olhar um clube pelo que é não pelo que pode vir a ser.
*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca
12 Outubro, 2017 at 7:41
Bom dia para a Familia da Tasca…
Bem…desta vez o Leão de Plástico, deixou-me sem saber o que dizer…
Li tudo de principio ao fim e só consigo dizer…: “Estou a jeito” para ser Campeão…!
Sporting Sempre…!
SL
12 Outubro, 2017 at 16:01
Estou sem palavras! Viva o GRANDE SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!
Os meus 61 já não aguentam tanta emoção! Desculpem-me, mas já chorei! VIVA O GRANDE sSPORTING!<<<
12 Outubro, 2017 at 8:00
Uma componente disto é sem dúvida os ordenados pagos dentro do clube. A informação recente de que se pagava 1000€ brutos a empregados com 10 anos de casa em áreas chave: marketing, produto, parcerias, etc – é só ridículo. Não podemos ter os melhores assim.
12 Outubro, 2017 at 9:37
Bem, antes de comentarmos seria bom estarmos informados sobre o que se passa.
Primeiro falaram de um Departamento criado para a mulher do BdC e agora sabemos que o Departamento já existia. Depois era o ordenado que tinha aumentado enormemente.
Será justo que uma pessoa com 10 anos de casa ganhe menos do que uma com 2 anos? Claro que sim. Se a pessoa com 2 anos tirou um curso superior, tem mais experiência, tem alguma mais valia que o justique. Pode parecer injusto, mas pessoas sem curso superior ganham menos no longo prazo. O nivel de salários do país é baixo, e como tal um ordenado de 1000€ brutos pode perfeitamente ser justificado, até porque muitos Managers em certas empresas declaram o ordenado minimo mas levam o resto do ordenado (e que resto) com facturas…. É o país que temos.
12 Outubro, 2017 at 8:23
Muita gente se vai por a jeito ao ler este post.
12 Outubro, 2017 at 9:35
sua excelência acaba de pôr-se a jeito para receber a medalha do tipo que destila sarcasmo e nada discute e volta a aproveitar para dizer que há sportinguistas melhores do que os outros e que sua excelência, pois claro, é um dos bons. Mais daqui a pouco quando isto pegar fogo sua excelência aqui virá dizer que os outros estragaram um post. Bardamerda para quem não percebeu este texto!
12 Outubro, 2017 at 10:26
+1906
12 Outubro, 2017 at 11:02
Agora também já és Robin dos Bosques?
12 Outubro, 2017 at 11:07
Dennis Moore, Dennis Moore, Dennis Moore
Dennis Moore, Dennis Moore
Riding through the land
Dennis Moore, Dennis Moore
Without a merry band
He steals from the poor
And gives to the rich
Stupid bitch
12 Outubro, 2017 at 16:18
Se puderes, e desculpa o tratamento tão próximo, explica-me, o que queres dizer com o teu comentário, como se eu fosse, que certamente não sou, alguém do segundo ano de escolaridade, aquele onde os nossos doutos comentadores como, por exemplo, a Lurdes Rodrigues, terão agora descoberto a pólvora, ou seja, que os alunos é onde chumbam mais! Faz-me o favor ou já não durmo nos próximos meses! Vá lá!…
12 Outubro, 2017 at 8:33
O Sporting é eneagrama tipo 4, não há nada a fazer.
Mas as vitórias acalmam
12 Outubro, 2017 at 8:35
Eu posso deixar, neste espírito que nos tem que preencher a Alma, no fazer bem, sempre, mais e melhor, estar constantemente insatisfeito, a minha pitada.
Quando fomos Campeões de futebol em 2000 (bem sei que para muitos só o futebol interessa, mas é mentira…), fui buscar a minha ainda noiva ao trabalho, e enquanto esperava, fui vendo com uns nervos do caraças o jogo no Salgueiros.
Quando depois íamos para casa dos pais dela, os carros buzinavam, paravam o autocarro, bandeiras e assobios na estrada, em todo o lado.
A minha noiva perguntava-me sempre:
– Mas tu não estás contente, não foi bom seres campeão?
E eu só lhe respondia, sim estou… mas já passou… quero mais para o ano, quero todos os anos.
Nessa mesma noite, expliquei-lhe…
– Eu não te quero assim, de 18 em 18 dias, de 18 em 18 semanas, de 18 em 18 meses, ou de 18 em 18 anos.
Eu quero isto todos os dias, todas as semanas, todos os meses, todos os anos…
Por fim, compreendeu.
É assim o Amor.
Parabéns, muito boa prosa.
12 Outubro, 2017 at 9:35
bonito
12 Outubro, 2017 at 9:39
O Sporting dá-me felicidade, não só quando é campeão, mas nas vitórias, todos os dias, de todas as modalidades, ou até mesmo quando cantamos o hino. quando entregamos as receitas a uma equipa da terceira divisão, ou quando formamos uma equipa de goallball.
ás vezes trata-me mal, mas rapidamente o esqueço. diz que é amor
12 Outubro, 2017 at 10:05
Bonito.
12 Outubro, 2017 at 10:09
O goalball, e as pessoas que o compõem…
Roubaram o meu coração.
Adoro-os. São enormes. E merecem tanto o carinho dos nossos adeptos.
12 Outubro, 2017 at 11:00
Não entregamos receitas aos adversários do dia, isso fazem as papoilas.
Se o fizessemos estaria contra porque isso é simplesmente uma tentativa de suborno, ponto. Nós entregamos aos bombeiros locais. A diferença entre uma coisa e outra é estratósférica e uma demonstração cabal do que nos distancia da corja do estádio do pus.
12 Outubro, 2017 at 11:21
sim, claro, aos bombeiros, era o que queria dizer. Isto de estar a trabalhar e a escrever em fóruns de opinião dá nisto.
entregar as receitas aos bombeiros é estratósfericamente melhor que entregar ao clube oleiros que deixava no ar um cheirosinho a corrupção e isso é mais para os outros…
12 Outubro, 2017 at 9:47
+1
12 Outubro, 2017 at 10:42
Bravo !
12 Outubro, 2017 at 8:44
É essa exigência interna, que tem também de vir de fora para dentro, para que não exista adormecimento numa estrutura que se quer eficiente.
Quanto à vivência do sportinguismo estou cada vez mais de acordo com o que disse o leão Pedro Guerra e que está transcrito num dos posts anteriores:
“Cada vez mais estou focado em viver a paixão pelo Sporting sem me desgastar com tricas e polémicas.”
12 Outubro, 2017 at 8:50
É pegar neste post e no do Sá, e mandar para todos os outros sportinguistaa com voz na comunicação social.
Ontem foi a racionalidade da militância sportinguista. Hoje é a espiritualidade.
Parabéns.
12 Outubro, 2017 at 9:19
Esta é para os batedores de palminhas e para os quais está sempre tudo bem e quem critica o que quer que seja é “mau Sportinguista”:
“As grandes instituições não são feitas de gente que concorda e segue pacata e sossegada, mesmo quando observa zonas de acção que podem ser melhoradas. “
12 Outubro, 2017 at 9:37
este texto é para todos, meu caro. Não importa se batem mais ou menos palminhas, importa perceberem o que está escrito
12 Outubro, 2017 at 9:55
Isto
12 Outubro, 2017 at 10:27
De acordo.
12 Outubro, 2017 at 16:35
Mas, meu caro “arqueiro”, continuo sem entender a sua prosa primeira! Eu, por acaso, até que chumbei na terceira classe, ainda a Lurdes Rodrigues andava de rabichinhos de lado na cabeça! Esclareça-me, porque eu, de facto não percebo!
12 Outubro, 2017 at 9:19
Mas que bela posta… concordo a 100%.
Bela forma de começar o dia.
“O Sporting tem de mudar. Temos de juntos conseguir sair de uma carapaça de karmas, culpas, fantasmas, sebastianismos, para dar espaço ao que aspiramos nas ideias e ambições.”
JUNTOS é mesmo a palavra certa.
12 Outubro, 2017 at 9:38
permita-me acrescentar “juntos e sabendo respeitar as opiniões dos outros”
12 Outubro, 2017 at 10:09
Completamente de acordo.
12 Outubro, 2017 at 10:23
Opiniões sensatas… de preferência
12 Outubro, 2017 at 9:20
Que texto fantástico!!!!!
Grande prosa LdP…1906% de acordo.
Já agora, o Escondidinho também fez um belíssimo comentário 🙂
12 Outubro, 2017 at 10:39
🙂
Ando inspirado 🙂
12 Outubro, 2017 at 9:30
Muito bom. Tenho este espírito. Juntos podemos fazer o Sporting bem melhor. Nem tudo está mal, nem tudo está bem. Com espírito crítico, racionalidade e seriedade chegaremos lá. Cada um fazendo a sua parte, à sua maneira.
Unanimidade nunca haverá, mas também esse não é nem nunca foi o objectivo absoluto. O objectivo supremo é mesmo tornar o Sporting ainda maior, liderando a regeneração que urge fazer no desporto nacional (sim, não é só no futebol).
12 Outubro, 2017 at 9:31
Eu sonho com uma verdadeira máquina de boa gestão, de gente eternamente insatisfeita, gente que se questiona todos os dias o que está a fazer dentro do Sporting e se pode fazer mais ou melhor.
Cada um lê o que quer.
Parece-me quebo LdP também não crê no Homem Providencial.
12 Outubro, 2017 at 9:32
um belo texto a convidar à meditação e ponderação, coisas nem sempre simples. Muitos parabéns ao escriba!
12 Outubro, 2017 at 9:45
A bem da verdade, a justica é um conceito meramente artificial criado pelo ser humano, para conseguir lidar com certas situacões. A justica não existe de forma natural.
Vamos analisar uma situacão. Um Leão vai comer uma gazela. Coitada da gazela, não merece isso. Ok, a gazela tem direito à vida. Mas agora vai o Leão morrer porque não pode comer. De que lado fica a justica? O Leão mata ou morre. A gazela foge ou morre.
No final há sempre uma morte e não existe justica, apenas necessidade.
Vivemos tempos em que a lei do mais forte impera no nosso futebol. Vamos deixar-nos de apelar à justica e vamos nós fazer a justica. Quem está com o Sporting é bem-vindo. Quem está contra tem de sofrer… e por sofrer não me refiro a uma revolucão falsa como o 25 de Abril, mas sim a uma verdadeira revolucão com sangue. Sem sangue não existe mudanca real, apenas cosmética. Mudam os nomes mas a merda continua a mesma de sempre.
Custa? Sim custa. Mas se não mudarmos algo, não podemos esperar obter um resultado diferente. Vivemos há anos há espera da Justica, e já vimos que ela não vem. E tu, vais continuar à espera?
12 Outubro, 2017 at 9:45
Estou como o outro… todos lêem o mesmo… mas interpretar… cada um faz por si. Boa Posta.
S.L.
12 Outubro, 2017 at 10:00
Bom dia.
Aprecio muito os seus textos, Leão de Plástico. Mas este deixa-me uma sensação de alguma perplexidade. Como aquela que desde há muitos anos me invade quando vejo um filme denso e que a minha sensibilidade (ou será que impreparação?) não me permite lobrigar.
Quando há meses me permiti escrever aqui um texto, em que defendi (e continuo a defender tenazmente) a opinião de que a única componente em que somos realmente diferentes dos adeptos dos outros clubes, é na RESILIÊNCIA, afirmei que não era o nosso tipo de sangue que era diferente e nos distinguia dos demais.
O okenite já aqui hoje refere o Eneagrama 4 (Romantismo – tive que ir ao Google…), o Mário Schmeichel diz (algo desatento…) que “há muita gente que se vai pôr a jeito”, o Escondidinho, “enfermando” do tal Romantismo, fala em Amor.
Fundamentado na já referida sensibilidade (ou será que impreparação?), só me ocorre um “diagnostico”
para nos “pormos a jeito”: falta de títulos no Futebol Profissional.
Para isso contribuirá muito do que aponta, mas PRINCIPALMENTE o pântano em que mergulhou o futebol português e a recusa em nele mergulhar (muito orgulho no Sporting por tal!), e que o Sá ontem muito bem referiu no seu texto. A resiliência é lixada…
A união é muito necessária mas não é fácil de conseguir perante as longas travessias a que somos FORÇADOS a atravessar. Um grande dilema, sem dúvida.
Destaco, sabendo que alguns nao gostam, “As grandes instituições não são feitas de gente que concorda e segue pacata e sossegada, mesmo quando observa zonas de acção que podem ser melhoradas.”
Apesar das minhas limitações na interpretação profunda do seu texto, o meu agradecimento aqui fica.
Saudações Leoninas
12 Outubro, 2017 at 10:02
Belo texto.
Este texto e o do Sá são muito bons. Para ler e reler, a interpretação que cada um faz deles tem de ser só e apenas o que está là escrito.
Obrigado
12 Outubro, 2017 at 10:16
Je suis a jeito!!!!!!
Sporting sempre!!!!!!!!
12 Outubro, 2017 at 10:33
Com esforço, dedicação, devoção + atitude, compromisso e militância, teríamos sempre a glória, mas como estamos em Portugal e isto é o Sporting com tudo o que a sua história recente implica, e como o Sporting é cada vez mais apetecível não acredito em unanimismos ou 100% a remar para o mesmo lado. Apenas os títulos trarão alguma bonança.
https://postimg.org/image/1mgxzu5skb/
12 Outubro, 2017 at 10:39
Confesso que li à pressa e pode ter-me escapado
( prometo depois ler com atenção. 🙂 )
“O árbitro erra mas a equipa “pôs-se a jeito”. A equipa erra, o treinador “pôs-se a jeito”. A disciplina ou a justiça falham, mas foram os dirigentes que se “puseram a jeito”.”
Não falta aqui ” a equipa errou porque os adeptos se puseram a jeito”?
12 Outubro, 2017 at 13:29
Não digas disparates
12 Outubro, 2017 at 10:54
Grande, grande texto.
Infelizmente, nesta caixa de comentários já se percebe: há mesmo quem se recusa a engolir um tupperware assim.
E como não gosto de meias palavras, tenho de dizer: Nuno o Crente em Jesus e Maria…. comentários absolutamente dispensáveis.
Mas vamos lá chegar, Leão de Plástico, a um Sporting mais postivo: honestidade, fair-play, solidariedade, paixão, competência, inovação. Vamos lá chegar.
12 Outubro, 2017 at 11:01
Nuno o Crente em Jesus e Maria a treinar (vá, comentar) a parte, já!
12 Outubro, 2017 at 11:09
E há quem o tenha engolido sem sequer saber o que está a comer.
12 Outubro, 2017 at 10:59
Quem não entende como se ganha em Portugal… então é porque não entende nada do que se passa com o SPORTING…!!!
O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, e bem, não entra em jogos sujos… e como tal não ganha… It’s that simple…!!! Claro como água…
Circustancialmente, por que sim, ou simplesmente porque alguém adormece, ou até mesmo, (esta é a minha visão – é sempre preciso um ‘patinho feio’) porque estrategicamente, é bom que lá muito de vez em quanto ganhemos qualquer coisa…. Lá vamos ganhando… qualquer coisa… de vez em quando!!!
E falamos não só de futebol, mas de quase todas as modalidades ao nível sénior…
(um aparte – importante…, importante neste país, para além de todas as vitórias que os outros conseguem, até ao berlinde, no que respeita ao Sporting só há duas coisas… O Campeonato Nacional, vulgo Liga, de Seniores Masculinos em Futebol de 11 e a Uefa Futsal Cup)
…Pusemo-nos a jeito, desde logo, acabando com elas… mas o que temos de lutar, de fazer e acontecer para que consigamos ganhar qualquer coisa é grandioso…, é brutal… Aqui não temos NADA oferecido, NADA nos é dado e TUDO nos sai do corpo com SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS… “CONTRA TUDO E CONTRA TODOS” e normalmente…, quando acontece…., é ‘à rasquinha’ e quando vejo doutos ‘leoninos’ opinadores da praça a justificarem ‘tudo e um par do botas’ com incompetências, falhanços e auto-culpabilizações primárias só os imagino a fazer ‘bicos’ ao inimigo…
Irrita-me, ainda mais e sobretudo, olhar para o panorama dos comentários dos menos proeminentes e verificar que andamos 9 meses a dizer mal de tudo o que gira à volta dos meandros obscuros do futebol (e de outras modalidades porém a mesma realidade) para no fim tudo se resumir ao “porseajeitismo”… No mínimo, sejamos coerentes…!!!
BdC, em minha opinião, está a conseguir dar alguma luz a este ‘novo’ SPORTING… Ganhou muita coisa…. MUITA COISA MESMO… mas não ganhou nada, que anime a maior parte do universo leonino, i.e., não ganhou nada no futebol profissional, mas espero sinceramente que as pessoas percebam de facto PORQUE É QUE NÃO SE GANHOU NADA NO FUTEBOL PROFISSIONAL… e espero, muito sinceramente, e não querendo arranjar insubstituíveis, que não os há (ainda que uns sejam mais que outros), que o próprio BdC o perceba e continue na sua linha de acção, simplesmente… continuando…!!! A alma que devolveu ao SPORTING, mesmo ‘não ganhando nada’… tem de continuar… porque essa alma, mais que as vitórias circunstanciais, é que mantêm o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL vivo… e no mapa…
Ver, ouvir e sentir o estádio a cantar “o Mundo sabe que” é algo inolvidável e que demonstra a força e a grandeza do nosso clube… na imagem da máxima que nos une (Esforço, Dedicação e Devoção…), e nos tempos que correm é a nossa grande demonstração de poder e GLÓRIA…
(nota: Irrita-me e não consigo entender porque é que uma grande e significativa quantidade de povo não ergue o C#$/%&€ do cachecol… Ao fazerem-no estão a potenciar a demonstração de força… É muito mais que estética estéril e sem significado……)
… que não a percamos é tudo quanto EXIJO aos sportinguistas…
Mais que um post scriptum um desejo… Será que agora, com o Processo Marquês ‘fechado’, haverá tempo para o Ministério Público dedicar à CORRUPÇÃO a sério……???
SAUDAÇÕES LEONINAS
12 Outubro, 2017 at 10:59
Exactamente isto LdP.
Houve quem não perdesse a oportunidade para puxar a brasa à sua sardinha, no entanto cá estava o Robin dos Bosques, sem olhar a “lados”, para meter o pessoal na ordem.
Eu apenas reforço e discordo um pouco num ponto do texto. Títulos nacionais de futebol, pode sim ajudar a mudar esta mentalidade, não como uma questão de que se se ganha, está tudo bem, mas sim numa questão de se mudar mentalidades durante os tempos de bonança, durante os teus em que se respira saúde e positivismo, durante os tempos em que a verde e branca e o ser do Sporting é exibida com orgulho. Eu no meu caso, já a exibo com orgulho sempre, pois compreendo bem a grandeza do Sporting, já outros limitam-se a ser daqueles adeptos que vão aos jogos apenas nas vitorias e nos jogos grandes e limitam-se a participar optimamente na vida do Sporting através de criticas no Facebook.
SL
12 Outubro, 2017 at 11:22
durante os teus em que se respira saúde e positivismo = durante os TEMPOS em que se respira saúde
limitam-se a participar optimamente na vida do Sporting = limitam-se a participar OPINATIVAMENTE na vida do Sporting
12 Outubro, 2017 at 13:37
É verdade. Só há agora contestação no benfica porque se vê que não jogam um caralho. Mas até agora nunca ninguém contestou nada de jeito a esses corruptos de merda.
Também porque lhes “partiriam a cara”, aos contestatários!
12 Outubro, 2017 at 11:01
Excelente texto. Para mim, um dos melhores que o Leão de Plástico já partilhou connosco.
Precisamos de mais. Mais militancia, especialmente de Sportinguistas com visibilidade e responsabilidades, mais vontade de melhorar – por vezes ouvir um não ou não concordo, é o melhor – mais meritocracia, mais acerto, mais consistencia.
Por outro lado, também precisamos de menos desculpas, menos sacudir a água do capote.
12 Outubro, 2017 at 11:07
Eu gosto, muito, deste post.
Eu gosto, muito, da ideia de mudança aqui defendida.
Quando votei no Bruno votei na mudança.
Há pormenores que me desagradam, mas, no global, continuo a ver um rumo de mudança. E acredito que esse rumo é feito de opiniões divergentes e de vozes que se fazem ouvir, mesmo que, mais tarde, seja para assumir que se equivocaram, sem que isso signifique serem mais ou menos Sportinguistas, quererem mais ou menos um clube constantemente e consistentemente vencedor.
Para mim, desde sempre e para sempre, o Sporting é isto, a Tasca é isto: pessoas, umas mais diferentes do que as outras, umas mais irritantes do que outras, umas mais apaixonadas do que outras, mas todas do Sporting, muitas delas abraçando-se no estádio, no pavilhão, nas ruas, sem saber que até conversam diariamente, neste ou em qualquer outro blogue.
12 Outubro, 2017 at 11:17
O Sporting tem fascistas, comunistas, socialistas, social democratas, centristas, bloquistas, anarquistas, cristãos, muçulmanos, judeus, budistas, ateus, portugueses, estrangeiros, heterossexuais, homossexuais, tauromáquicos, anti-touradas, carnívoros, vegetarianos, homens, mulheres, novos, velhos, croquetes, brunistas, anti-brunistas, fundamentalistas, ressabiados, traidores, dedicados, socios, adeptos e desligados… A ÚNICA coisa que nos une é o Sporting e é em torno do Clube, da sua Direcção, dos Atletas e Treinadores que deve existir essa união, isto se quisermos alcançar os TÍTULOS e a GLÓRIA.
12 Outubro, 2017 at 11:20
Muito bom texto. Guardo para mim a interpretação que faço.
12 Outubro, 2017 at 12:30
Egoísta.
12 Outubro, 2017 at 12:12
Grande texto LdP
12 Outubro, 2017 at 13:30
que belíssimo petisco para o almoço! Isto era tema para ser debatido numas jornadas leoninas!
12 Outubro, 2017 at 14:00
Genial, LdP.
12 Outubro, 2017 at 15:20
Belo texto e belos contributos ao contrário daqueles deprecáveis sobre a mulher do Presidente do clube. Eu, que já nem de futebol gosto, dado o meu cansaço com as roubalheiras, voto Amor ao Sporting, desde o Rugby dos miúdos passando pelo Goalball até ao Ténis de Mesa. Bom. bom seria que todos nós nos guiássemos pela lei moral interior. O resto é vanitas. SL
12 Outubro, 2017 at 19:12
Faltam-nos a Glória e provar a uns demasiados viscondes que o Sporting não é deles.
Como no nosso contexto é mais dificil “O Título” do que ver um croquete a perder-se de amores por uma gaja reles … ele será a pedra de toque para o aglutinar de uma renovada mentalidade.
SL