williamcarvalhoJá não há volta a dar. Sir William, o tal que joga futebol enquanto aproveita o seu cachimbo, está de regresso aos seus bons velhos tempos e foi preciso um enorme jogo na seleção para que todo o país se voltasse a lembrar dele.

Não pretendo que me interpretem erradamente, o facto de William ser, na minha opinião, o melhor médio defensivo que já vi com a camisola do Sporting e em Portugal, não faz com que não seja testemunha do seu mais fraco rendimento, principalmente na última temporada.

O William pesadão, mais lento e menos incisivo, deu lugar aquela âncora que nos apaixonou há quatro anos e que abanou o país do futebol com uma qualidade surpreendente e de classe mundial. Esse jogador está completamente de regresso, com passes de sonho, sem medo de segurar a bola, com um equilíbrio emocional incrível e até com uma das suas novas vertentes (completamente inventada por Jorge Jesus) que é ser o primeiro médio no momento de pressão, deixando para trás os companheiros que jogam à sua frente.

Passes curtos, longos, pé direito e pé esquerdo, William é um médio completo, moderno e que um dia ainda vai agradecer a pés juntos o facto de ter sido abortada a sua transferência para o West Ham. A nós resta-nos aproveitar o que ainda poderemos usufruir dele. Nunca pensámos que seria tanto. Se há coisa que as suas últimas temporadas (estragadas por lesões chatas e excesso de minutos) provaram, é que precisava de crescer e não existe melhor sítio para o fazer do que a sua casa.

Não tenho qualquer dúvida que a William falta muita imprensa. Não tenho dúvidas que jogando com outras cores seria apelidado como um fenómeno galáctico que apenas ocorre de 100 em 100 anos, que provavelmente já estaria vendido para um dos grandes da Europa e que nos nossos cofres estariam pelo menos 40 milhões de euros. E é chocante perceber que jogadores como Ivan Cavaleiro ou André Almeida mereceram mais capas de desportivos do que um dos rostos da mudança do futebol português e da nossa Selecção Nacional.

Terá sempre de trabalhar mais, jogar mais e melhor, com o dobro da dedicação e da entrega. Espero que este tenha sido o ano que finalmente compreendeu isso.

Fiquem com dois minutos de William Carvalho:
Um aqui
E outro aqui

 

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa