Marcos Acuña, em tempos uma das estrelas do campeonato argentino, representa igualmente uma das maiores contratações do Sporting Clube de Portugal e um dos destaques positivos deste arranque de temporada. Conhecido pela sua versatilidade, combatividade e acerto na hora de fazer o passe, Acuña adapta-se agora a uma nova realidade, com uma muito maior sobrecarga de jogos, com muito menos espaços e com o triplo da exigência.

Capaz de actuar a terceiro médio ou extremo esquerdo, Marcos recebeu o maior prémio da sua carreira ao ser chamado à sua seleção nacional onde tem sido peça essencial, principalmente desde a chegada de Sampaoli aos comandos da azul-celeste. A frente de ataque está recheada de nomes como Icardi, Dybala, Di Maria, Messi ou Aguero, o sistema utilizado não prevê a entrada de extremos “puros” e como tal, Acuña foi deslocado para a ala esquerda.

Numa primeira fase, numa táctica absolutamente louca implementada por Sampaoli, o nosso número nove era responsável por todo o corredor. A dificuldade dos argentinos em interpretar aquele modelo fez com que a equipa regressasse ao 4x4x2 habitual ou ao 4x3x3 por vezes. Marcos Acuña tornou-se no lateral esquerdo da equipa, relegando para fora outro homem que passou pelo nosso clube, Marcos Rojo.

Os resultados não foram brilhantes para a seleção. Todos conhecemos a dificuldade que a Argentina sentiu em apurar-se para o Mundial da Rússia, mesmo tendo em conta todo o arsenal que tem disponível e o claro favoritismo perante a grande maioria das equipas. Mas o importante é que Marcos Acuña ganhou rotinas e cumpriu de forma exemplar uma posição que não é a sua, mas para a qual apresenta todas as características.

A velocidade, a raça, o grande cruzamento e a capacidade de subir e descer a ala dezenas de vezes numa partida apenas, fazem dele uma alternativa séria a Fábio Coentrão, permitindo a tão pedida entrada de Podence ou Iuri no onze inicial em algumas partidas. Esta solução, aliás, já foi testada frente ao Chaves, quando durante alguns minutos Acuña foi defesa mesmo após a entrada de Bruno César.

Naturalmente, este será um recurso a ser utilizado caso seja necessário gerir Coentrão (não tem sido sempre?) e tendo em conta a pouca simpatia que Jonathan tem vindo a recolher junto da massa associativa e do próprio treinador. Acuña está habituado a jogar ali e tudo o que perderíamos em segurança defensiva quando comparado ao internacional português, ganharíamos em capacidade de incorporação no ataque.

Sou da opinião que Jonathan tem de cumprir frente a equipas de baixo da tabela no campeonato português e recordo que quase todos os jogos que disputou foram na Champions League ou frente ao FC Porto. Mas caso não seja encontrada uma forma de equilibrar emocionalmente o rapaz, Acuña é o nome que se segue e, na minha opinião, uma alternativa bastante válida. Caso JJ não o queira perder junto a Bas Dost e Gelson Martins, Abdu Conté continua o seu crescimento na equipa B e aguarda pela tão desejada chamada.  

 

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa