Paupérrimo jogo do Sporting, principalmente na primeira parte, frente a uma das mais competentes equipas deste campeonato. Entre o rotundo falhanço táctico e o estouro físico de alguns jogadores, surgiram as individualidades, Patrício e Dost, a garantir uma vitória importantíssima

chupaaaaaaaaaaaaa

 

Não foi por falta de aviso, mas cedo se percebeu que ia ser uma noite complicada. Já se sabia que o Rio Ave é das equipas que melhor sabe o que fazer à bola e que não costuma encolher-se no seu meio-campo e quando, antes dos 2 minutos, se viu o primeiro remate à baliza de Rui Patrício qualquer leão torceu o nariz.

Com o passar dos minutos, com a turma leonina incapaz de criar uma jogada de perigo (ou uma jogada, se preferirem, recorrendo várias vezes ao pontapé sem nexo para a frente), com o Rio Ave a passar facilmente a zona de pressão alta e a colocar bolas em Rúben Ribeiro e João Novais e a deixar William no dilema de não conseguir marcar dois jogadores ao mesmo tempo (sim, William falhou muitos passes, tantos e tantos por querer complicar, mas atente-se no que o homem fez, quase sempre em inferioridade numérica). Bruno Fernandes, completamente esgotado, foi uma sombra de si próprio e inexistente na ocupação de espaços, e dessa ausência de meio-campo, até porque Acuña estava transpirado mas desinspirado, resultaram 45 minutos onde o Sporting podia dar-se por feliz por não estar a perder e tinha em Rui Patrício o herói que segurava o nulo com defesas seguras e com uma defesa do outro mundo, à passagem dos 31′.

I need a hero, I’m holding out for a hero ‘til the end of the night…

Pelo meio, Matthieu tinha saído com lesão muscular e Piccini acabaria o jogo em semelhante estado, depois de dar o estouro já no final de uma segunda parte que começou com Jorge Jesus a voltar ao desenho táctico mais utilizado esta época: Battaglia rendeu Podence e Bruno Fernandes adiantou-se para perto de Bas Dost. A dupla funcionou logo a abrir a etapa complementar: arrancada do 8 e cruzamento rasteiro para a chegada atrasada do 28. Mas se pensava que era o grito de revolta… um minuto volvido e Patrício voltava a voar para uma enorme defesa, a remate de Barreto.

O Sporting não tinha fio de jogo, não tinha ideias e tinha jogadores esgotados fisicamente. Olhava-se para a partida e via-se uma repetição da miséria mostrada em Moreira de Cónegos, com a agravante dessa partida ter sido na jornada 7 (e nós sabemos o quão complicada é a nossa relação com esse número). O Rio Ave rematava muito, mas quase sempre mal, o Sporting, na primeira vez que visou a baliza, marcou, mas o golo viria a ser anulado a Bruno Fernandes por fora de jogo. O VAR funcionava, e bem, depois de uma enormidade de tempo a dormitar onde se deixaram passar em claro duas entradas para vermelho do defesa esquerdo vila condense, Yuri.

Após mais um calafrio causado por Rúben Ribeiro, Patrício voltaria a ser herói com uma monumental defesa a remate de Nuno Santos. A bola veio para dentro, ali a um metro ou dois da baliza, e com toda a defesa a dormir Guedes conseguiu atirar por cima aquele que parecia um golo feito. E se o avançado do Rio Ave já iria ter pesadelos, o que dizer quando, na jogada seguinte, viu Battaglia arrancar por ali fora e tirar um cruzamento com conta peso e medida para a cabeça do outro herói da noite, Bas Dost.

Racing on the thunder and rising with the heat,  It’s gonna take a superman to sweep me off my feet

Aquele que viria a ser o único remate à baliza do Sporting em toda a partida era o suficiente para decidi-la. Não que sem antes Rui Patrício voltasse a dizer presente, no quinto remate enquadrado do adversário (em 24 tentativas, contra 6 do Sporting), e segurasse três pontos importantíssimos. Daqueles que, no final, podem fazer toda a diferença.