Continuando a garimpar ouro no nossos rugby, dou esta semana a conhecer um outro nosso Capitão, uma outra realidade, mas o mesmo compromisso, paixão e entrega. Deliciem-se.

Olá. Como te chamas?
Olá. O meu nome é Filipe Santos.

Jogas em que escalão?
Jogo no escalão Sub 18.

E já jogaste em outros clubes, além do SPORTING? Quais?
Sim, já. Já tive a honra de representar a ADS ( Associação Desportiva do Samouco) que hoje sofreu uma transformação, existindo agora o GDA ( Grupo Desportivo Alcochetense) um clube que tal como o SCP está focado unicamente nos escalões jovens, no que toca ao rugby masculino.

És Capitão de equipa e já o ano passado eras. Quais as caracteristicas que achas um Capitão de rugby deve ter?
Acho que um capitão deve tentar liderar pelo exemplo, tanto dentro de campo como fora de campo. É importante encontrar um equilíbrio entre ser sério e assertivo mas também compreensivo de forma a não perder o apoio e respeito por parte dos teus colegas. Grande parte de ser capitão é cumprires o teu papel como jogador e parte integrante da tua equipa. A outra parte acho que consiste simplesmente em orientar os teus colegas de equipa e tentares motivá-los e ajudá-los  tanto quanto possível de forma a que todos os jogadores consigam atingir o seu máximo potencial.

Sendo um desporto de contacto, liderar a equipa em campo deve ser o mais difícil. Numa altura em que noutros desportos se coloca muita pressão nos árbitros e nas arbitragens, como é a relação com os senhores do apito em campo?
A relação com os árbitros é baseada em mútuo respeito. Não existe contestação da decisão do árbitro por parte de ninguém, sendo que os únicos jogadores autorizados a dialogar com o mesmo são os capitães de cada equipa, apenas para ajudar o árbitro a que o jogo se desenvolva da melhor forma possível.

Estando num clube mediático como o SPORTING, qual sentes ser o acolhimento do rugby pelos adeptos? 
Sendo o futebol o “desporto rei” em Portugal seria expectável que a nossa modalidade não atraísse tanto a Onda Verde. Existe um acompanhamento por parte de alguns adeptos, mais através das redes sociais, nomeadamente o Facebook. Acho que à medida que os resultados positivos e o desempenho das equipas se tornar mais regular, como consequência, também o apoio por parte dos Sportinguistas aumentará.

O que o rugby te inspira nas acções diárias? Consegues ver nessas acções aspectos que o rugby te ajuda?
O rugby é um desporto que promove a humildade. Li há pouco tempo que é através do rugby que se aprende “a trabalhar para saber o que custa a ganhar 1 metro em silêncio, e o fácil que é perder 10 por não saber estar calado”. O rugby transmite também um espírito de equipa como nenhum desporto. A defender temos de ser compactos e unidos como irmãos. Se um falha uma placagem, cabe ao colega do lado remediar o erro. As falhas dos nossos colegas são também as nossas falhas. Esse espírito sempre presente fornece-nos a capacidade de trabalhar em equipa, com facilidade, no dia dia. Ensina-nos principalmente a nunca desistir e a ser ambiciosos. Sempre que és placado levantas-te e voltas ao jogo, sem nunca virar a cara à luta.

Que podes dizer a quem ainda tem receio de trazer crianças para o rugby?
Posso dizer que é um receio injustificado. Sim, o rugby é um desporto de contacto, não violento, mas bastante leal por sinal. O índice de lesões é tão alto/baixo como a próxima  modalidade. Sim, os seus praticantes exibem um leque de nódoas negras e arranhões mas os valores que interiorizam e o carácter que desenvolvem, sem contar com o fantástico desporto em si, sem dúvida que compensam todas as mazelas.

Quase a terminar, o que preferes? Sidestep na linha e ensaio ou um bom handoff, seguido de offload?
Prefiro sidestep na linha e ensaio.

Obrigado pelas tuas palavras. Desejo o melhor desportivamente a ti e às tuas/nossas equipas.

 

*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio