Fechou esta semana a primeira fase de competição do escalão de Juvenis e o Sporting concluiu esta sua prestação na série com uma vitória incontestável, mas falhou o objectivo da qualificação no primeiro lugar.
Os sub-17 venceram o Sintrense (que ocupava o terceiro posto da tabela) por 3-0 com um hat trick de João Domingues. O avançado de 16 anos chegou há duas temporadas vindo do rival Benfica, com o impressionante registo de 36 golos marcados em 40 partidas disputadas. O ano passado, por não jogar o campeonato nacional, não tivemos a oportunidade de o ver muitas vezes em acção, mas é mais uma excelente peça ofensiva de uma equipa que cada vez apresenta melhores soluções. Capaz de actuar na ala direita ou como referência ofensiva, continuaremos a acompanhar a sua evolução na Zona Sul. O Sporting dominou as incidências da partida por completo e o resultado apenas pecou por escasso. Tomás, guarda-redes do Sintrense, foi o protagonista da tarde ao travar tudo o que podia e mais alguma coisa. A sua equipa, ainda assim, não resistiu ao fluxo ofensivo dos jovens leões.
Para a série da zona sul classificaram-se Sporting, Sacavenense, União de Leiria, Sintrense, Benfica, Belenenses, Real SC e Estoril-Praia. Uma competição bem mais complicada, que exigirá da nossa equipa o máximo de concentração em cada partida de forma disputar, como esperado, o apuramento de campeão. Paços de Ferreira e FC Porto foram os líderes das suas séries a norte.
Os Iniciados também terminaram em beleza a primeira fase de competição, vencendo o GS Loures por 5-0 e garantindo o primeiro lugar da série E com 31 pontos. Os pequenos leões marcaram 36 golos em 11 jogos, sofreram apenas dois e registaram apenas um empate. O segredo esteve na vitória frente ao rival Benfica, que nos garantiu a liderança desde essa altura, mas nada de ilusões em relação a este primeiro momento. O Benfica continua forte e será sempre o nosso principal obstáculo na conquista do título.
Em relação ao jogo, Lucas Dias (médio ofensivo/extremo) bisou, Miguel Menino (médio ofensivo), André Gonçalves (avançado) e Rodrigo Marques (avançado) fecharam a contagem de uma tarde calma e tranquila, que serviu para continuar a evoluir nos processos.
Já os Juniores continuam a sua maldita intermitência e empataram no Restelo, numa tarde sem golos que colocou frente a frente os dois primeiros classificados do passado campeonato.
Tiago Fernandes poupou alguns jogadores como Djaló, Elves e Thierry, mas fez alinhar um onze competitivo com o objectivo da vitória. Babacar e Bernardo Sousa tiveram mais uma chance na equipa titular mas Diogo Brás continua a jogar apenas a partir do banco, apesar de estar aparentemente bem fisicamente. Uma situação algo estranha tendo em conta que se trata de uma das maiores promessas do clube e que já o ano passado alinhou pelo escalão de sub-19, estando na teoria mais bem preparado que alguns dos seus colegas. Daniel Bragança foi expulso aos 87’, ele que também tem estado um pouco aquém do talento que sabemos que tem, o que complicou ainda mais a nossa capacidade de pressão em busca de outro resultado.
Com este empate o Benfica tem agora os mesmos pontos que nós e o Sporting passa de um ano em que apenas regista um empate nesta fase para outro em que já contabiliza dois empates e uma derrota em apenas nove jogos, mesmo tendo vencido no Seixal. Atirar a toalha ao chão parece-me absurdo, ainda mais tendo em conta o talento que sabemos ter à disposição nesta geração que tantas vezes já esmiuçámos e que garantiu o bicampeonato de juvenis e o campeonato de juniores, tendo até começado este percurso como campeões de iniciados. Uma das melhores gerações que Alcochete já produziu, mas que parece continuar a sentir dificuldades em impor o seu jogo no modelo de Tiago Fernandes.
Esperar que tudo se resolva no apuramento de campeão é uma ideia igualmente louca e que faria da revalidação do título uma espécie de milagre não planeado. É tempo de perceber quais os erros cometidos, qual o compromisso assumido e qual a responsabilidade quando se joga em qualquer escalão de formação de Alcochete. Que acredito que todos compreendam melhor que ninguém.
*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)
7 Novembro, 2017 at 14:09
Ainda aqui há duas semanas falei do Lucas Dias. Grande talento. Parece que veio de uma academia Sporting no Canadá. O algodão não engana!
7 Novembro, 2017 at 15:00
A formação tem 2 componentes importantes. A própria formação e a competição em si.
Se em termos da própria formação temos de exigir rigor máximo e que se obtenha sempre o máximo possível na formação dos jogadores, já em termos competitivos não é expectável que se ganhe todos os anos, ainda que se possa exigir que os jogadores e a equipa sejam sempre competitivos.
Penso que a formação tem estado bem. Se há alguma coisa que se poderá pedir para melhorar será sempre o scounting porque isso nunca será perfeito. Haverá sempre um ou outro jogador que nos escapará… Eu gostava de ver jovens talentos estrangeiros a fazer um percurso nas nossas equipas e um dia serem grandes jogadores da equipa principal, exactamente em paralelo com os portugueses.
Ainda em termos da formação acho importante passar uma mensagem de fairplay aos nossos jogadores – e acho que isso se faz – mas ao mesmo tempo fazer com que saibam que jogam num clube que é perseguido constantemente e que só sendo muito superiores aos outros poderemos atingir o sucesso.
Talvez estivesse na hora de mudar o lema para “muito mais esforço, muito mais dedicação, muito mais devoção e glória”! 🙂
7 Novembro, 2017 at 15:56
Sobre a competição, interessa-me verdadeiramente é nas fases finais. Quero sempre ganhar, um jogador que ganhe títulas nas camadas jovens carrega consigo esse testemunho e leva-o enquanto representar o clube.
Mas mais importante que ganhar, é preparar os atletas para serem uma opção no futuro. Para chegarem à equipa principal.
Uns chegam, outros emprestam-se, outros desaparecem.
Existe tb a componente financeira. Vender bem é importante, mas o ideal é “apenas” vender depois de ganharem cá.
Espero que o Sporting nunca deixe de apostar na formação e que invista o mais possível no scouting, seja em Portugal, seja lá fora.
7 Novembro, 2017 at 16:05
Tenho dificuldades em encarar o futebol de formação enquanto competição. Outros valores devem ser mais importantes. Mesmo sabendo que boa parte deles vai, ou quer, fazer carreira profissional.
Ganhar é importante, nem que seja para eles (porque convenhamos, a grande maioria tem o seu apogeu futebolístico nestas idades), mas mais importante é a formação humana. E no final do trajecto, o resultado que importa na perspectiva do clube é quantos foram mais-valias desportivas e/ou financeiras.
7 Novembro, 2017 at 16:36
Entendo que se tenha de gerir as vedetas como o Biogo Braz e outros… nesta fase o mais importante é rodas aqueles em quem recaem ainda algumas dúvidas.
No final acredito que vamos ser campeões!
7 Novembro, 2017 at 16:38
É a tal crise na formação que o nosso clube está a passar…
7 Novembro, 2017 at 16:51
Não percebi essa do “atirar a toalha ao chão”, nem se quer se deveria de falar nisso.