Jogo entretido, a cheirar a Taça, com belíssimas exibições de Podence e de Rui Patrício e um Famalicão a vender cara a derrota, obrigando Jorge Jesus a ir buscar Bruno Fernandes ao banco para desbloquear um jogo onde nem faltou um artista de apito na boca

brunoedost

 

A noite era fria, mas era de festa. E os famalicenses não se fizeram rogados: cerca de um milhar de adeptos bem organizados, envergando as cores de um clube que sonha regressar ao escalão maior do futebol e que, não só pela falange de apoio que fez deslocar está de parabéns. A equipa minhota quis jogar o mais possível o jogo pelo jogo, deu a conhecer um avançado muito interessante chamado Rui Costa e só saiu de Alvalade em branco porque Rui Patrício vai limpando as lágrimas a todos os que acham que o adeus de Buffon é o fim do mundo.

Não se admirarão, por isso, se vos disser que foi o Famalicão a entrar melhor e a deixar o Sporting sem ideias. Aliás, não estavam decorridos 2 minutos de jogo quando o tal Rui Costa de que vos falei disparou à baliza para a primeira grande defesa do Rui Patrício. E este duelo particular entre homónimos voltaria a ter momento alto no fecho do jogo, quando o Patrício voltou a abafar o Costa, desta vez defendendo um penalti inventado por uma equipa de arbitragem de artistas, liderada por um rapazinho chamado Hélder Malheiro, que imagine-se, foi um dos envolvidos na investigação da Judiciária sobre resultados combinados (mais precisamente no jogo entre o Freamunde e o Penafiel).

Mas isto são tudo coincidências, tal como terá sido mais uma lesão muscular, agora de Jonathan, e o facto dessa lesão ter obrigado Jorge Jesus a repensar a táctica inicial. Coentrão estava a ser testado como médio esquerdo, na vaga do lesionado Acuña, mas com a saída do azarado Silva depressa recuou para a canhota da defesa, Bruno César encostou à linha e Podence veio para junto de Bas Dost para que Gelson ocupasse a extrema direita. E acabou-se o descanso do Famalicão, que acabaria por chegar ao intervalo sem saber muito bem como aguentava o nulo no marcador. Primeiro Gelson, numa bela combinação com Podence, depois a bomba de Bruno César ao poste, mais uma desperdiçada por Podence e uma cabeçada de Dost totalmente desenquadrada.

E se o Sporting acabava a primeira parte a carregar, não se fez rogado em começar a segunda da mesma forma, sempre com Podence como o dínamo da agitação. O Famalicão respondia por Vítor Lima e Jorge Jesus percebia que o Petrovic vai ter que nascer pelo menos vinte vezes para ser superior ao que formamos na Academia. O sérvio dava lugar a Bruno Fernandes e o Sporting ganhava qualidade e alguém capaz de causar desequilíbrios na zona central do terreno. O golo demorou cerca de 5 minutos, com o 8 a bater um canto para Coates ir ao segundo andar cabecear para o golo. João Faria quis fazer o mesmo na outra baliza, mas ouviu um “Ruuuuuuiiiiiiii” e o que escutou em seguida foi uma bomba do Bruno à trave e um cruzamento do mesmo para a cabeçada mortífera de Bas Dost. Walk around with a smile upon my face, In my mind, you have taken up permanent space

O Famalicão caia de pé, numa noite suficiente para transformá-los em Jermaine Jackson: não conseguiram ser estrelas maiores, mas obrigaram o Sporting a dizer Let’s Get Serious antes de rumar aos oitavos de final da Taça de Portugal.