Quem só se depare com as temáticas do futebol vendo as “gordas” nas bancas ou nos microsegundos que demora um salto de zapping, pensará por certo que o no futebol português estará a germinar uma intenção preocupação ambiental. É que termos como “ambiente” ou “clima” nunca foram tão populares nas conversas de bola. Para desilusão destas pessoas, não só não existe qualquer relação com o estado de saúde do planeta, como na verdade não existe qualquer preocupação, ponto.
O “ambiente” ou o “clima” do futebol português é somente um arquétipo de good governance que fica bonito a passar nas bocas e rodapés de quem governa e comenta o nosso desporto-rei. Não serve para mais nada. O ambiente é o que sempre foi e ninguém quer mudar ou melhorar o que quer que seja. Mau como sempre foi, presta abrigo a muita incompetência e boçalidade. Confesso que ao imaginar um futebol tuga muito mais transparente, eficiente e pacífico, não consigo colocar 90% dos agentes actuais no mesmo retrato. São incompatíveis.
Começando pelos formatos mediátcos que acompanham a atualidade desportiva, passando pelos dirigentes federativos, os juízes das instâncias de justiça desportiva, SAD’s ou Clubes, a mais pura das verdades é que o futebol português tem o clima…que merece. Tem o ambiente que toda esta maralha consegue construir. E sendo maus…o ambiente só pode ser mau. Acho pois um paradoxo imenso, ouvir gentinha a falar do “clima” do futebol quando está há 10, 20 ou 30 anos a viver dele, a fazer tudo o que pode para sobreviver dentro dele, tantas e tantas vezes através de expedientes que só podem mesmo ser categorizados como…”maus para o ambiente”.
A hipocrisia sempre foi coisa que me tira do sério e não vos passa pela cabeça o nojo que me dá ver gente que sempre se alinhou (e continua) às maiores bandidagens que gravitam à volta do desporto…vestir túnicas brancas imaculadas e invadir a praça pública para carpir as dores de um futebol puro e harmonioso, apontando o dedo a quem convém apontar. Convém sobretudo tomar nota dos hipócritas profissionais, aqueles que às Segundas, Quartas e Sextas andam em almoçaradas a combinar cartilhas, negócios paralelos e golpadas e às Terças, Quintas e Sábados se mascaram de honestos preocupados com a pureza desportiva.
Querem melhorar o ambiente do futebol em Portugal? Então tomem nota:
1/ A PJ, IPDJ, FPF e LIga têm de incriminar, julgar e condenar todos os que lesam o futebol não cumprindo as leis da constituição ou as regras das competições nacionais;
2/ A arbitragem tem de ser autónoma. Tem de ser revista toda a estrutura de carreira dos árbitros e por fim à influência dos clubes, das associações ou de qualquer outra organização (formal ou informal);
3/ Os direitos de tv têm de ser centralizados pela Liga e nenhum clube fará a transmissão de qualquer jogo de forma directa;
4/ O VAR terá de ser expandido como estrutura física e tecnológica. O Goal Line ou Hawkeye fazem falta. A contagem de tempo útil de jogo também.
5/ Todos os clubes devem ser auditados regularmente e de forma séria (acabando com a tanga dos relatórios financeiros à Liga…veja-se o caso do V.Setúbal…estamos em Novembro)
6/ Os clubes têm de ter limitações de inscrições de jogadores profissionais e limitações de contratações de extra-comunitários.
7/ A regra do limite de empréstimos é uma farsa. “Vender” jogadores mantendo a totalidade dos direitos desvirtua a regra actual. Impõe-se nova regulamentação.
8/ Obrigatoriedade de entrega de declarações de património por parte de todos os agentes desportivos antes do início da época (árbitros, juízes, orgãos das SADs, cargos executivos da FPF ou Liga, etc)
9/ Limite de mandatos na Liga ou FPF adequados aos cargos e à legislação
10/ Obrigação (!) de todas as claques em legalizar-se. Aplicando de uma vez por todas os castigos previstos por lei aos que continuarem a apoiar institucionalmente claques…ilegais.
11/ Reforço da capacidade de investigação e fiscalização das entidades que realizam os controlos anti-dopping.
12/ Revisão da fiscalidade dos clubes e atletas. Ambas estão a fazer-nos perder imenso terreno negocial numa europa a vários ritmos e capacidades recrutadoras.
13/ Fim tácito e taxativo dos TPO’s. Os empresários continuam a investir em jogadores e a amealhar os lucros, tantas vezes distorcendo os equilíbrios entre clubes e nas competições;
14/ Inspecção real e sem receios às off-shores que operam no nosso futebol, desviando dinheiro à tributação, servindo de sacos-azuis para a verdadeira marginalidade no nosso futebol;
15/ Cessação dos direitos de transmissão para os canais que promovam programas que alimentam e promovem as cartilhas e outras campanhas destrutivas, não trazendo qualquer esclarecimento ou enriquecimento desportivo.
16/ Criação de metas objectivas que vinculem as direcções da FPF e Liga quanto aos seus mandatos.
17/ Os castigos para as declarações dos agentes desportivos só farão sentido depois de todos os pontos anteriores (ou grande parte) implementados e aí sim concordo com multas pesadas (jogos à porta fechada, perda de pontos, etc)
Querem mudar o clima? Querem melhorar o ambiente? Então parem de validar ou criticar a bocas deste e daquele e ajudem a promover mudanças. Ah…pois. Isso não é assim tão interessante. “Ninguém conseguiria fazer aprovar estas ou outras regras”…pois que conveniente. E assim iremos continuar entre os desejos de um futebol português moderno e estimulante e a profunda incapacidade de dar um passo para o ter. Chama-se o “Paraíso ao Virar da Esquina” e é um complexo que só a inépcia de todos nós, os adeptos e consumidores, toleramos que exista e sirva de carreira a tanto “esperto”.
*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca
30 Novembro, 2017 at 7:49
Excelentes pontos.
Não mudam porque não querem mudar.
O interessante é que as sirenes para a “mudanca” apenas soam quando o Sporting está na mó de cima. Quando estamos em baixo ninguém fala em mudar…. porque será?
O sorteio dos arbitros foi um bom exemplo, durante três epocas serviu, sem grandes polémicas e curiosamente fomos campeões 2 vezes, e o Boavista uma vez. Acabou-se com isso, vai-se lá saber porquê. Agora dizem que não pode haver sorteio porque os melhores arbitros têm de ser nomeados para os jogos mais dificeis para garantir a “qualidade”…. ora, o clima de polémica não tem diminiuido, muito pelo contrário, pelo que dificilmente podemos considerar que os melhores andam a ser nomeados, caso contrário não haveria tanta polémica em todas as jornadas.
E porque querem tanto mudar, se as provas de corrupcão estão à vista de todos? Não deveria o G15 pedir Antes para se investigar tudo de uma vez para acabar com as polémicas em vez de pedir para se manterem todos em silêncio? Querem acabar com o clima mas ao mesmo tempo não pedem para se criar transparência. É como aquele tipo que limpa o chão varrendo para debaixo do tapete, desde que esteja escondido está tudo “limpo”.
Uma coisa temos de garantir. Se as coisas não mudarem o Sporting tem de deixar de jogar em Portugal. Nâo vamos andar a investir ano após ano para continuarmos na Liga Mickey Mouse a fingir que não sabemos que os resultados são falsos.
30 Novembro, 2017 at 14:11
Eu também sou de opinião que o Sporting devia considerar – e estudar – a hipótese de passar para o campeonato espanhol… Isto, podendo ser feito em boas condições, dava-nos um impulso grande e tirava-nos deste pântano que é o futebol português.
30 Novembro, 2017 at 14:13
O campeonato espanhol? ! Trocar merda por trampa…é o campeonato tuga aumentado…em tudo…
30 Novembro, 2017 at 20:28
Não vejo hipótese de outro campeonato.
A ir jogar fora, só mesmo esse, ainda que se saiba que as dificuldades serão enormes. Se é para não ganhar campeonatos, nitidamente prefiro ir não ganhá-los para lá porque teremos outras coisas boas a tirar da situação!
30 Novembro, 2017 at 7:57
Tudo culpa da camada do ozono.
30 Novembro, 2017 at 8:00
Bom dia…
Com “os mesmos”…
Nem muda o ambiente nem o clima…
O “cheiro” continuará insuportável… porque “a merda” é a mesma…
SL
30 Novembro, 2017 at 8:36
Post que merece leitura atenta e reflexão. E que, infelizmente (aspas), é escrito por um anónimo e vai cair no esquecimento, quando deveria ser escrito no FB pessoal de um qualquer presidente ou director de comunicação.
A verdade é que alguns pontos relevantes foram apresentados ha uns anos, e nem falados foram. Excepto, e para ridicularizar, os referentes a árbitros. Pelos cromos que se exaltam, porque só se fala de arbitragem. Acho que se desistiu cedo de mais desta postura construtiva.
Adiante…
É difícil mudar o futebol porque os personagens são os mesmos que minam a nossa sociedade corrupta. Os mesmos juízes, os mesmos políticos, os mesmos advogados, os mesmos financiadores.
30 Novembro, 2017 at 9:23
Bom dia.
Concordo plenamente, Nuno.
Começando pelo que diz sobre o texto, a necessitar de análise demorada e muita reflexão.
O seu primeiro parágrafo é credor também de muita atenção…
Infelizmente (sem aspas) o seu último parágrafo anula todo e qualquer propósito de necessária reflexão por parte dos agentes envolvidos…
Aproveito para responder aqui ao Super10 sobre o comentário abaixo, porque há um forte e óbvio elo: não desejo que “tomemos conta desta merda toda!”…
SL
30 Novembro, 2017 at 8:48
Pepa, outro torrejano.
Preparem-se: nós vamos tomar conta desta merda toda!
30 Novembro, 2017 at 9:05
Grande post, mas como já se disse atrás com os mesmos personagens corruptos será difícil mudar. A justiça não actuou em devido tempo (Apito Dourado) e agora no caso dos e-mails não me admirava nada que todo este reboliço servisse para ficar tudo na mesma. Com estes criminosos à solta no futebol português e massas adeptas acéfalas que ratificam estes comportamentos será difícil alguma vez mudarem as coisas. O que estes rivais querem é ganhar, nem que seja valendo tudo e um par de botas, é cultural, está entranhado, está no sangue deles.
A intervenção do governo era para ontem, mas o “primeiro-ministro” gosta disto. Tanto o primeiro-ministro como o “primeiro-ministro” para ser claro, bem-vindos a Portugal…
30 Novembro, 2017 at 9:13
Quando o líder da FPF é apanhado em escutas e é-lhe permitido candidatar-se, está tudo dito. Sempre disse, FG está cá apenas para equilibrar a balança de títulos do carnide em relacão a fruteiros como paga pelo apoio na sua ascensão.
Para limpar há-de vir outro. Ou não.
30 Novembro, 2017 at 14:15
Concordo!
Nunca será com o FG à frente da FPF que haverá a limpeza necessária…
30 Novembro, 2017 at 9:13
Pedro Proença deixou no actual programa eleitoral a intenção da criação de uma Liga Ibérica, pode ser por aí a solução para o futebol português a exemplo do que sucede na Premier League onde clubes da Federação do País de Gales jogam no campeonato inglês. Se os espanhóis entrassem por aqui dentro o orelhas e o pinto não faziam farinha, pois com o peso institucional de um Real Madrid e de um Barcelona numa liga esta palhaçada acabaria.
30 Novembro, 2017 at 10:16
Sim, o Sporting teria sempre grandes arbitragens em Barcelona e Madrid. Isentas. Aliás, a arbitragem em Castela é de topo.
30 Novembro, 2017 at 10:22
Ao menos não é corrupta como esta cá.
30 Novembro, 2017 at 11:39
Porque pensas que seria Espanha a entrar cá…. o objectivo é os clubes tugas irem a Espanha, e jogarem com os “grandes”.
E estás a esquecer as vergonhas que temos visto ultimamente? O empurrão do Ronaldo foi fruto de um lance em que apenas o arbitro viu o que quer que ele pensa que viu. Ele passou-se, mas levou 5 jogos de castigo por algo que nem sequer existiu.
Durante anos o Real era o clube do Regime, mas por lá era bem mais assumido. Houve um jogo Madrid-Barcelona em que os jogadores do barca tentaram sair ao intervalo porque estavam a ser muito roubados, e teve de vir a policia ameacar, que se alguem fosse embora ia parar à pildra.
Se queres arbitragens isentas olha para o recente jogo do Sporting com Real… aquele livre do CR7 foi muito bem inventado. A nosso favor nunca marcariam nada.
30 Novembro, 2017 at 9:22
Confesso, não li tudo porque o post é extenso e o trabalho está à espera, mas comparo o futebol português ao planeta Terra. Sabemos que o ambiente se está a degradar e as causas da degradação, mas o petróleo/Benfica fala mais alto. E assim vamos andando, até acabar com o futebol/planeta. Não duvidem: se isto se mantiver assim, vamos ter um inédito hexacampeão, heptacampeão, tribilionepta campeão, e o pessoal vai deixar de ligar à bola. Acho que até os benfiquistas vão acabar por se fartar de “não terem luta”.
30 Novembro, 2017 at 11:46
A serio ana? Acreditas mesmo nisso?
Tens de pesquisar e informar-te melhor. O clima da Terra sempre mudou e o petroleo nada tem a ver com mudancas nos ultimos…. 30 anos. Sim, o homem habita na Terra há milhares de anos, e agora de repente veio um al gore com a ideia de que o clima está a mudar, desde há 15 ou 20 anos (entretanto já passaram mais uns quantos) e o pessoal vai na cantiga, mas existem muitas fontes de informacão que não têm como objectivo vender unidades de carbono e outras merdas para uns lucrarem à grande.
Não precisas ir muito longe, apenas os pontos que este Senhor levanta seriam suficientes para muita coisa:
https://www.youtube.com/watch?v=SXxHfb66ZgM
30 Novembro, 2017 at 12:41
Trump?! És tu?!
30 Novembro, 2017 at 15:31
😀 😀 😀
30 Novembro, 2017 at 16:14
O ambiente é demasiado importante para ser tratado por ambientalistas. Hoje, todos os que falam sobre o assunto ora estão na lista de pagamentos de impérios poluentes ora na lista de pagamentos de ONG ambientalistas e bolsas e bolsinhas.
Aquilo que se nos vende como verdades dos cientistas-heróis são apenas fenómenos “muito complicados” (e que por isso precisam de muito financiamento para mais estudos) mas que não afrontam os grupos económicos que lideram. No limite, obrigam apenas à mudança tecnológica, a cargo desses grupos (mas contrariados, coitadinhos), a um preço exorbitante e, claro está, assessorada por ambientalistas.
Exemplos? Gasóleo não polui menos que gasolina, mas fez-se e pagou-se a mudança. Eléctricos não poluem menos que combustão, só poluem num sítio diferente onde se gera a energia, mas faremos a mudança. E há mais e melhores exemplos.
Será possível andarmos todos a guerrear contra o buraco do ozono (que por acaso até se está a fechar), contra o aquecimento global (que afinal não é aquecimento, é… olha são alterações climáticas), contra as alterações climáticas que causam cheias mais intensas (quando recordamos a pior cheia de sempre, há… 50 anos) e ignorar o que verdadeiramente interessa, que é a eficiência, a moderação, a não contaminação e a incorporação da reposição das condições iniciais no custo de tudo o que consumimos (mesmo que isso nos obrigue a consumir um quinto do actual)?
Preocupamo-nos com o descongelamento do permafrost, quando, lá debaixo, há florestas antigas (sim, já foi verdinho), mas estamos porreiros com condenar cada vez mais africanos e asiáticos a viver em pirâmides de lixo – o nosso lixo – porque lhes damos quotas para fazerem tanta merda como nós fizemos no passado?
Desculpem escrever isto aqui, mas há assuntos que me tiram do sério. E isto é demasiado grave.
30 Novembro, 2017 at 9:33
Muito bom post, que deve ser partilhado.
Não é “oficial”, mas podia ser, à imagem de tantas propostas (umas aceites, outras não) que com esta direção o Sporting foi apresentando.
30 Novembro, 2017 at 9:42
Bom texto. Podia ser partilhado por um Saraiva, ou pelo menos aproveitado
30 Novembro, 2017 at 10:15
O texto é excelente e toca em pontos essenciais, mas não acho que deva ser o Sporting a apresentar um conjunto de soluções deste género, porque se o fizesse, ninguém levava a sério só por virem de onde vêm, além do mais já muito o Sporting batalhou pelo futebol português, a responsabilidade não pode ser só nossa.
Não falo de porko e carnide, porque com esses não se pode contar, mas os auto denominados G15 (que nem sabia que existiam) que podiam apresentar alguma coisa de útil, em vez disso, preferem fazer reuniões da treta para dizer mal dos “três grandes”. Que se deixem de merdas, de fazer vénias aos dois corruptos e apresentavam propostas deste género por exemplo, para todos os efeitos eles até acabam por ser dos mais prejudicados com o agravar deste sistema, porque as receitas são cada vez mais baixas e com isso vão perder muito mais competitividade.
30 Novembro, 2017 at 11:49
Olha que as coisas funcionam:
O Sporting apresenta as ideias
Todos criticam e dizem que é uma porcaria
Alguem apresenta as mesmas ideias com outro nome
Todos concordam que é boa ideia e que agora vamos mudar esta merda toda.
Temos os exemplos dos fundos de jogadores, do VAR, dos direitos televisivos, etc… O Sporting tem sempre as ideias aprovadas (menos os direitos televisivos que passaram ao lado do carnide, mas isso até era uma promessa de alguem da FPF ou da Liga).
30 Novembro, 2017 at 12:29
Não funcionam como deviam, a questão dos fundos e do próprio VAR, felizmente foram assuntos que ganharam extrema relevância no panorama do futebol europeu, especialmente os fundos que foi um problema denunciado em vários países. O VAR foi uma batalha ganha no momento, mas a guerra pela sua credibilização continua bem acesa, não é só em Portugal, o próprio presidente da Uefa é contra esta tecnologia, só por aqui podes concluir que VAR na Champions é mentira.
A centralização dos direitos televisivos que o Pedro Proença prometeu, que iria beneficiar especialmente os clubes de menor dimensão, foi completamente atropelada pelo carnide, quantas vozes de revolta ouviste dos “enses”? Nem uma, aliás foram todos a correr para a ETAR do Colombo para assinar um contrato com a MEO que o carnide fez o especial favor de negociar para eles.
E a luta que tivemos para que voltasse o sorteio dos árbitros, discutido e aprovado na Liga pela maioria dos clubes profissionais (com exceção de 2) e que a FPF impediu que fosse em frente?? É mesmo gozar com quem ainda tenta melhorar alguma coisa.
30 Novembro, 2017 at 12:01
Concordo com muito do que aqui é dito.
Para mim há 2 alterações fundamentais – e outras acessórias, algumas das quias aqui descritas – para transformar o futebol português.
Uma é mudar a maneira como o campeonato se disputa.
Defendo 12 equipas, num campeonato a 2 voltas (22 jornadas) que depois seria dividido em 2 grupos de 6 (mais 10 jornadas) onde as 6 primeiras lutariam pelo titulo de campeão e pelo acesso às provas europeias e onde a 6 ultimas lutariam pela manutenção – desceriam 2 ou 3 (eu defendo 3 mas aceito que sejam só duas).
Isto permitiria concentrar todo o dinheiro e todos os bons jogadores em menos clubes, o que permitiria melhores planteis para todos os clube e daí um campeonato mais disputado.
A outra, fundamental, é fazerem 3 ou 4 épocas só com árbitros estrangeiros.
O grande problema, há muito tempo, é a falta de confiança nas arbitragens. Toda a gente sabe o que foram 30 anos de domínio do Porto e toda a gente sabe o que é agora o domínio do Benfica. Muito desse domínio passa pelo controle das arbitragens – dos árbitros e de tudo o que lhes diz respeito. A única maneira de acabar com isto é afastar TODOS os árbitros actuais. Iriam arbitrar noutros lados e viriam árbitros estrangeiros durante o tempo necessário para se fazer a limpeza e uma mudança de mentalidade.
Depois há muita coisa que é falada no post que também precisa de entrar em acção.
a) Centralização dos direitos de TV
b) Ser a Liga a realizar os jogos televisionados – que depois podem passar em qualquer canal
c) Limite de inscrição de jogadores por clube, nas Ligas profissionais
d) Limitar os empréstimos a jogadores que venham da formação – por exemplo com 3 ou mais anos no clube durante as camadas jovens.
Só estas 6 medidas transformariam o futebol português radicalmente.
Depois há outras que podem ser implementadas e mais abrangentes, como uma diferente regulamentação do empresários, uma limpeza geral na FPF e na Liga, passando pelas selecções também. A podridão é tão grande que o podre está praticamente em todo o lado.
Estas 6 medidas podiam ser facilmente tomadas se houvesse interesse nisso. Mas não há. E a culpa é de todos os clubes. Não é só dos 3 grandes. Os outros, que são a maioria, é que permitem que tudo se mantenha igual, de ano para ano, sendo inclusive os mais prejudicados porque vivem das migalhas de Porto e Benfica – e uma ou outra do Sporting também. Mas são eles que fomentam, que aceitam, viver desta maneira…
30 Novembro, 2017 at 12:04
Não está explicito que o campeonato, nos moldes que defendo, teria um total de 32 jornadas. Os pontos das primeiras 22 seriam considerados e seria sempre a somar…
Não seria um campeão decidido em 10 jornadas mas em 32.
30 Novembro, 2017 at 14:26
Miguel,
Sempre fui e continuo a ser contra um campeonato nos moldes do escocês, ou se preferires, com 12 equipas. Não vejo onde é que isso iria aumentar o interesse do mesmo ou a competitividade. Basta olhar para o escocês.
O que será essencial para aumentar a competitividade do nosso campeonato passa pelo seguinte, na minha perspectiva:
– centralização dos direitos televisivos e distribuição equitativa dos mesmos pelos diferentes clubes (como no PLeague);
– prémio consoante o lugar obtido no campeonato (quanto mais alto, mais dinheiro – como na PL);
– fim dos empréstimos entre clubes da mesma divisão;
– acabar com a merda das cedências mas mantendo os direitos;
– investimento na formação;
– preços acessíveis
Só diminuindo as distâncias entre os grandes e os restantes clubes, poderemos ter um campeonato mais equilibrado e competitivo. A minha pergunta é: estarão os “outros” interessados nisto? É que não parece atendendo aos acontecimentos recentes.
30 Novembro, 2017 at 16:02
A realidade escocesa é muito diferente da realidade portuguesa, logo os campeonatos seriam muito diferentes.
O campeonato escocês vive a um nível inferior ao Championship porque está inserido numa realidade onde o que conta é o campeonato inglês e o que conta a seguir é a 2ª divisão inglesa. Só depois se liga ao campeonato escocês…
Ora, é óbvio que neste contexto o campeonato escocês é o que é… uma merda sem grande interesse.
O contexto português é diferente.
Cá o mais importante é o campeonato. Não outros campeonatos. Sejam quais forem, vêm sempre muito depois da importância que é dada, pelos adeptos, ao nosso.
Ao reduzir o nº de clubes, vais concentrar tudo o que é positivo e que existe hoje em 18 clubes, em 12 clubes, dando um maior potencial a esses clubes. Concentras os bons jogadores que há em 18 clubes, em somente 12, aumentando a valias dos planteis. Concentras o dinheiro que é investido no futebol, e dividido por 18 clubes, em somente 12 clubes, o que vai aumentar o dinheiro que os pequenos recebem. Não acredito que os grandes sejam beneficiados em qualquer destes pontos pois já estão muito acima dos outros e vivem uma realidade que nada tem a ver.
Estes 2 factores vão contribuir para que as 9 equipas que vão competir com os 3 grandes se tornem mais fortes, tornando o campeonato bem mais competitivo. Tornando o campeonato mais competitivo – maior dificuldade aos grandes de ganharem quase sempre fazendo-os perder mais pontos – vai atrair mais espectadores, vai aumentar os adeptos de outros clubes, vai tornar os jogadores melhores, vai atrair mais investimento e vai atrair interesse de outros países em ver os nossos jogos – passas a poder exportar os jogos da Liga, coisa que agora, excepto meia dúzia de jogos, ninguém tem interesse. Isto vai trazer mais dinheiro, que hoje não existe, e tornar as equipas, todas, melhores.
O facto de teres o campeonato dividido em 2 fases – uma onde jogam todos contra todos e outra onde divides os 12 em 2 grupos de 6 – torna a fase final das épocas bem mais emotiva, além de que duplicas os confrontos entre os grandes.
O que eu vejo deste modelo, uma vez implementado e a funcionar bem – que levará de 2 a 3 épocas – é que na 2ª fase do campeonato, onde jogam 6, todos contra todos, qualquer jogo será de resultado imprevisível porque este modelo permitirá aproximar bastante os 3 clubes fora dos grandes à realidade dos grandes, mesmo que estes também beneficiem com este modelo e se tornem melhores (e com mais dinheiro).
Tudo o que se analisa está inserido num contexto.
As coisas não são obrigatoriamente iguais, sempre que um campeonato tem 12 clubes, do mesmo modo que não são iguais se tem 18 clubes ou 20 clubes. Há que perceber os contextos em que se inserem. O campeonato português não seria melhor por aumentarmos para 20 clubes, como tem a Inglaterra. Porquê? Porque o contexto de um lado e do outro lado é completamente diferente. Ora, acontece o mesmo com as 12 equipas.
É preciso perceber os contextos em que as coisas acontecem…
Nós somos um pequeno país. Não temos gente nem dinheiro para ter 18 clubes (ou 16 sequer). O mesmo acontece com outros países como a Bélgica ou a Holanda – a pouca competitividade das suas equipas no panorama europeu actual tem muito a ver com a pouca competitividade dos campeonatos, tal como acontece com Portugal.
O futebol mudou nos últimos 15/20 anos. O dinheiro tornou-se mais importante e com isso a competitividade das equipas mais fortes aumentou, obrigando a que as outras equipas aumentem também essa competitividade, ou então ficam para trás e aumenta-se o fosso entre os mais fortes e os outros.
A maneira como eu vejo para combater isso é esta. Não vejo outra. Mas se tu vês, podes dar a tua ideia aqui… Isto é um assunto bastante interessante porque, do modo como eu vejo a coisa, a futuro é muito negro se mantivermos o panorama actual.
SL
30 Novembro, 2017 at 16:07
Reduzir para 9 equipas a lutarem contra os 3 grandes ainda facilita mais a vida ao fcp e slb. Menos dinheiro gasto em malas 😛
30 Novembro, 2017 at 16:26
Não porque os clubes, neste contexto, deixariam de estar na dependência das nádegas.
Estamos a falar de 9 clubes com a capacidade de um Braga/Guimarães actual. Clubes com orçamentos a rondar os 20M€, que seriam 1/4 dos orçamentos dos grandes. E provavelmente um Braga ou um Guimarães, neste contexto, teria um orçamento superior a isso porque já partem muito à frente do resto.
Não era preciso cá malas porque lutas por objectivos que já te vão dar dinheiro – ficar em 4º não é igual a ficar em 5º, mesmo indo ambos à Europa.
As malas só existem, e têm peso, porque tens clubes com orçamentos de 2,5M€ na 1ª Liga a lutar contra outros que têm de 60/70/80 M€…
30 Novembro, 2017 at 16:33
Eu sei, tava no gozo.
Mas sinceramente, nao acredito nisso. Acho que ja tiveram oportunidades de largar as saias dos grandes, mas escolhem sempre não o fazer.
Agora razões para nao o fazerem? Desde menos responsabilidades a os presidentes continuarem a ganhar por fora, ha N motivos
30 Novembro, 2017 at 16:45
Quando tens orçamentos de 2,5M€, de 3M€, de 4M€, a coisa é bastante complicada e é muito difícil não estar dependente dos empréstimos dos grandes.
Especialmente quando tens grandes que contratam tudo o que é jogador, limitando imensamente as opções desses clubes que depois quase são obrigados a irem pedir os jogadores emprestados.
Daí ser necessário leis que limitem o nº de jogadores sobre contrato com um determinado clube. Isto obrigava a que os grandes escolhessem bem os jogadores que tinham sobre contrato, deixando o resto para outros clubes, que assim não ficariam dependentes dos empréstimos.
O que me parece é que é relativamente fácil perceber o que está errado e o que, portanto, precisa de ser mudado.
É preciso é alguém que pegue nisso e consiga juntar os clubes de modo a haver uma maioria que apoie essa mudança. E eu gostava que esse alguém estivesse no Sporting… É preciso fazer este trabalho de bastidores, junto dos outros clubes, e ir agregando os clubes à volta destas alterações, que no fundo só os vão ajudar a serem melhores.
30 Novembro, 2017 at 16:48
Enquanto houver pessoal a ganhar por fora vai ser dificil.
Um exemplo, um clube pequeno tem dificuldade em contratar jogadores, mas vês sempre N contratações estrangeiras, com tanto jogador em PT em divisões inferiores. Mas preferem sempre ir comprar un gajo ao Paraná do que a Faro, por exemplo. Será que é nais barato? Ou será que dá mais dinheiro a alguém?
30 Novembro, 2017 at 20:31
Isso nunca vais poder controlar.
Em termos de contratações o Sporting não é exemplo para ninguém…
30 Novembro, 2017 at 16:12
Miguel,
“A realidade escocesa é muito diferente da realidade portuguesa, logo os campeonatos seriam muito diferentes.”
Porque é que seriam? Na Escócia haviam 2 clubes a lutar pelo título, cá 3 (segundo o JJ, dois); o jogo mais interessante é o Old Firm; cá tens o derby e os clássicos.
A banalização destes jogos iria tirar o seu interesse. Lembro-me de uma época em que jogámos com o fcp 5 vezes. BOOOOOOOOOOOOORIIIIIIIIIIIIINNNNNGGGGGGGGGGGG!!! 😉
Quanto à Holanda, não concordo. A competitividade do campeonato é superior, no mínimo idêntica, à nossa e tivemos o Ajax na final da LE o ano passado. Não acho que a competitividade das suas equipas esteja ligada ao nível do campeonato mas sim ao fosso cada vez maior entre as equipas inglesas, espanholas principalmente e que a LC só vem “patrocinar”.
Faz algum sentido a disparidade de valores entre a LC e a LE? Queres melhor exemplo de filhos e enteados?
Quanto a dar a minha ideia, já dei. Tens a certeza que leste o meu comentário todo? 😉
30 Novembro, 2017 at 16:37
É muito diferente pelo que te expliquei…
Não pelo que dizes.
Tu achas “boring” ir à Luz 2 vezes… Eu não! Penso que os patrocinadores também não acharão.
Eu acho “boring” jogar 2 vezes com o Tondela… Acho eu e acham os patrocinadores!
Nas outras modalidades, com os “play offs” tens vários jogos entre as mesmas equipas. É “boring”? Não me parece pois os estádios estão cheios…
(mas tu admito que haja quem prefira andar com gajas feias, médias e giras, em vez de sempre com gajas giras para não ser “boring” – são opções! 🙂 )
Como disse, concordo que as tuas medidas também são necessárias – daí ter lido o que escreveste! Concordo com o que falas em relação à UEFA, que acho uma aberração. Mas os clubes ingleses ganham mais da Liga inglesa do que da UEFA. E porquê? Porque é um campeonato mais competitivo – que neste momento estão a trabalhar para que deixe de ser.
Tu chamas competitividade ao que acontece no campeonato holandês? Ok, o problema está em que temos conceitos de competitividade diferentes… Acontece-me o mesmo com o JJ. Ele também acha que o nosso campeonato é muito competitivo e muito difícil e eu não partilho da mesma ideia. 😉
30 Novembro, 2017 at 16:39
Se reduzires o número de clubes “pequenos” deixa de haver campeão.
Toda a gente sabe que o campeonato se ganha nos jogos com os pequenos 😀
30 Novembro, 2017 at 16:40
Esta foi dedicada ao Brave
30 Novembro, 2017 at 16:45
🙂
30 Novembro, 2017 at 17:08
Sim, depende do que consideras competitivo. Eu acho que haver vários campeões em diferentes anos
Época passada: (https://www.resultados.com/futebol/holanda/eredivisie-2016-2017/classificacao/)
1. Feyenoord 82
2. Ajax 81
3. PSV 76
Classificação actual: (https://www.mismarcadores.com/futbol/holanda/eredivisie/)
1. PSV 36
2. Ajax 28
3. AZ Alkmaar 28
4. Zwolle 25
5. Utrecht 23
6. Vitesse 22
7. Feyenoord 22
Tens o campeão em título em sétimo e uma diferença de 8 pontos entre o primeiro e o segundo sendo que essa diferença é de 6 entre o segundo e o sétimo.
Parece-me mais competitivo que o Português assim como me parece que para os adeptos holandeses, acaba por ser mais interessante que ver um campeonato disputado sistematicamente a 2. E isso também acontece no campeonato deles.
Agora nos últimos 4 anos tiveste 3 campeões diferentes. Nós tivemos 1.
Tu achas que a competitividade ia aumentar com 12 equipas. Isso aconteceu no campeonato europeu disputado nos mesmos moldes? Não.
Eu acho entediante jogar 5 vezes com o fcp para 3 competições diferentes, sem dúvida. Para mim são jogos especiais e esta frequência vai, apenas e só, banalizar o acontecimento. Não digo que têm que concordar comigo mas honestamente, prefiro jogar 2,3 xs por ano do que todos os anos 5, 6 xs.
Tu achas o slb e o fcp, gajas giras? Mau gosto fdx! 😛
30 Novembro, 2017 at 17:09
Concordo com isto
30 Novembro, 2017 at 17:56
(não são giras mas são boas… :p gira mesmo é o Sporting 🙂 )
Um campeonato competitivo, para mim, é quando, por exemplo, o factor casa normalmente define o vencedor. Ou seja, sais de casa e arriscas-te a perder o jogo. E em casa tens de suar para vencer.
A Liga inglesa ganhou grande parte da fama que tem hoje com este conceito. Em qualquer jogo, praticamente, podia haver 3 resultados possíveis.
A liga holandesa é mais competitiva que a nossa? É capaz disso. mas será competitiva? Não me parece. Não é, segundo o meu conceito de competitivo.
Tu hoje pensas assim, o que até compreendo. Mas ao fim de 2 ou 3 anos a receberes 2 vezes Porto, Benfica, Braga, etc, já estavas habituado e já achavas normal.
Este meu modelo também visava melhorar substancialmente as nossas equipas na Europa – e estou absolutamente convencido que o faria.
É um assunto que discuto com alguma frequência e estou cada vez mais convencido que este seria o caminho correcto – ainda que não o único que melhoraria o futebol nacional.
Acredito que as equipas grandes poderiam facturar, sem vendas de jogadores, entre 50% e 75% acima do que facturam hoje em dia, o que lhes permitira ter melhores planteis e não serem obrigados a vender pérola nenhuma – ainda que dificilmente conseguissem resistir a isso!
Equipas como o Braga ou Guimarães facilmente mais que dobrariam a receita que fazem actualmente sem venda de jogadores. Os outros então nem se fala…
Só o facto de termos a Liga a ser transmitida noutros países ia aumentar bastante – provavelmente para o dobro – o que se recebe em direitos de TV e de patrocínio da camisola. Mas muito tem de ser feito, internamente, para isto ser possível.
1 Dezembro, 2017 at 13:12
Miguel,
Isto sim é discutir respeitando o outro e apresentando um ponto de vista diferente.
30 Novembro, 2017 at 13:31
22 comentários…
Yep.
– colocar nº máximo de jogadores sob contrato
– limitar nº de jogadores emprestados por cada clube
– acabar com passes partilhados
Alterar o formato da Taça da Liga: a eliminar (1 ou 2 mãos) e com quadro pré-determinado, tipo ténis: campeão I Liga vs Último da II Liga (neste caso, o último a subir), 2º I Liga vs Penultimo II Liga, …
30 Novembro, 2017 at 13:41
Há 1 único motivo para se falar tanto do mau ambiente como se fosse diferente de há 10 ou 20 anos.
Os lampiões estão a ser severamente atacados, especialmente pelo porco. Como as provas estão aí e eles não se conseguem defender delas a opção é fazer barulho de forma a que tudo caia dentro do ruído e depois seja abafado pelo “ambiente insustentável”.
Para mim isto hoje não é melhor que há 10 ou 30 anos. Só mudaram algumas personagens que motivam esse mau ambiente. Desviou-se a responsabilidade pelo ataque dos presidentes (quem não se lembra das palavras antigas do orelhas ou do PdC) para os diretores de comunicação e no caso dos lampiões para os cartilheiros…
Engraçado que quem iniciou a nova era do ruído e guerra por todos menos pelo presidente foram os lampiões…os que hoje mais gritam pelo ambiente insustentável. Tenho uma novidade para vocês. O que vos está a acontecer (ataque dos e-mails) sofremos nós há anos a fio e as sem provas, só com retórica de guerrilha…
30 Novembro, 2017 at 14:19
A “comunicação”, em vez de atoardas no FB, publicava uns vídeos.
Legenda: futebol português, quando havia paz.
Depois punham a final do very-light, as bolas de golfe, o pratas a fugir, o LFV a invadir a SIC, o jornalista a levar nos cornos nas Antas, a dentadura do Proença depois da ida ao Colombo.
Ao som de it’s a perfect day.
30 Novembro, 2017 at 14:27
Exactamente!
Eu não percebo nada de comunicação mas sempre achei que quem consegue fazê-lo com ironia é mil vezes mais eficaz…
O problema é encontrar quem o faça bem feito. Mas seria muito mais eficaz que comunicados gigantes a disparar para todo o lado…
30 Novembro, 2017 at 14:29
Cuidado com a ironia. É que no caso do PdC é a “fina ironia do Presidente”; qualquer outro leva com um rótulo muito menos agradável.
30 Novembro, 2017 at 13:43
Quanto às medidas propostas…para mim, com estes agentes do futebol nunca nada vai mudar. O Futebol português precisava de uma total reestruturação em todas as suas vertentes rumo à maior transparência possível. Mas o que 98% de quem gravita à volta do futebol português quer é maior opacidade…
30 Novembro, 2017 at 14:28
Aproveitando parte do que escrevi em resposta ao Miguel:
O que será essencial para aumentar a competitividade do nosso campeonato passa pelo seguinte, na minha perspectiva:
– centralização dos direitos televisivos e distribuição equitativa dos mesmos pelos diferentes clubes (como no PLeague);
– prémio consoante o lugar obtido no campeonato (quanto mais alto, mais dinheiro – como na PL);
– fim dos empréstimos entre clubes da mesma divisão;
– acabar com a merda das cedências mas mantendo os direitos;
– investimento na formação;
– preços acessíveis
Só diminuindo as distâncias entre os grandes e os restantes clubes, poderemos ter um campeonato mais equilibrado e competitivo. A minha pergunta é: estarão os “outros” interessados nisto? É que não parece atendendo aos acontecimentos recentes.
E claro, promover a verdade desportiva. Todos devem partir do mesmo ponto. Só num campeonato de merda, gerido por pessoas de merda, é que temos um Clube a transmitir os próprios jogos com tudo o que daí possa advir.
Portugal, sempre a inovar na estrumeira que é o futebol PT.
30 Novembro, 2017 at 16:18
Eu concordo que isto tudo é preciso também, mas inserido no modelo que defendo e não no actual.
Não temos população para ter 18 clubes.
Um dos problemas é teres clubes que não têm mais de 4 ou 5 mil adeptos e que não colocam no estádio mais de 2 ou 3 mil pessoas.
Clubes assim não têm condições para estar em ligas profissionais. Ou crescem em termos de associados e adeptos, ou têm de ir para outro nível de campeonato.
Ao reduzires os clubes, obrigas a que a selecção natural se faça e sejam os clubes melhores – em termos de infraestruturas, adeptos e assistências – a chegarem-se à frente e a participar.
Nunca terás um campeonato completamente competitivo enquanto um grande meter sempre mais gente nos campos dos adversários.
O Guimarães é o que é, mesmo com más gestões pelo caminho, porque tem uma massa adepta fantástica e que domina o seu estádio.
O Braga cresceu o que cresceu nos últimos anos porque melhorou a massa adepta brutalmente nos últimos 10 anos.
E é isto que os outros clubes têm de fazer. Mas nunca teremos gente suficiente para ter 18 ou 16 clubes iguais ou maiores que o Guimarães. Não temos país, nem dinheiro, para isso. Por isso a solução é diminuir drasticamente o nº de clubes.
Podíamos ter 14 clubes na 1ª Liga. Mas isso inviabiliza o modelo que eu defendo porque dava jogos a mais (26 na 1ª fase, mais 12 na 2ª fase, o que dariam 38 jornadas). Penso que as 32, que falei acima, é o cenário perfeito porque dá o espaço necessário para o resto.
30 Novembro, 2017 at 16:29
Miguel,
Não acredito que a redução de clubes na I divisão aumente o número de adeptos dos clubes que lá fiquem.
Para isso acontecer, tinhas que ter um maior sentimento de pertença, de te identificares com o clube da tua terra. Repara no caso inglês: Londres tem 2437 clubes e tens os adeptos do Arsenal, Tottenham mas também do Crystal Palace e Fulham.
Não importa a divisão onde se encontram, os adeptos são fiéis. E isso acontece, porque se identificam com o clube, porque é o clube do bairro/zona deles, etc.
Em Portugal isso não acontece. Tens os 3 grandes que canibalizam/atraem adeptos de todo o lado e depois tens pequenos bastiões de “resistência” como Guimarães ou Setúbal. Braga não considero porque são uns lampiões de merda.
Até que esta identificação aconteça, muito tempo passará. A maneira “mais” rápida passará por melhores condições financeiras. E para isso acontecer, a entidade reguladora tem que ser mais rígida. Não é a primeira vez que o Vitória apresenta as condições necessárias para competir na I e depois de poucos meses, está aflito para pagar salários.
30 Novembro, 2017 at 17:14
Os adeptos dos outros clubes não aumentam porque se decreta. Nem porque se decreta que passam a ser 12 em vez de 18… É óbvio! pensei que percebias isso…
Os adeptos aumentam porque os clubes ganham e porque se passam a identificar com os clubes. Foi esse trabalho, feito no Braga nos ultimos 10 anos, que ajudou a que o Braga seja o que é hoje – muito acima do que era há 15/10 anos.
É um caminho feito em paralelo pelos jogadores em campo e pelos jogadores fora do campo. Em campo com as vitórias. Fora do campo, indo às escolas e às comunidades, estando junto das pessoas, e fazendo com que as pessoas se identifiquem com eles e com o clube.
Este trabalho feito no Braga prova isso mesmo. É possível.
Ora, era isso que todos teriam de fazer. E seria mais fácil com o meu modelo de campeonato, porque, na minha opinião, isso traria melhorias substanciais aos clubes para venceram – especialmente os 3 grandes – e com isso fazer com que as pessoas se identificassem com os clubes locais.
Se perdes sempre com os 3 grandes, por mais simpatia que tenhas pelo clube local, que normalmente há sempre, és adepto de um desses que chega lá e ganha sempre.
Portanto, isto é uma coisa que se constrói e não acontece porque sim – nem eu disse que era!
Depois dos adeptos serem fiéis, sim, não importa em que divisão estejam. Mas antes, importa. Os garotos são adeptos dos grandes clubes, dos grandes craques. É isso que os chama. A não ser que sejam “ensinados” a ser do clube do pai/mãe. Ou do clube onde joga o irmão.
O Sporting foi o maior quando tinha os melhores jogadores e ganhava os campeonatos com mais facilidade que os outros. As pessoas escolhiam ser do Sporting.
Depois passaram a escolher ser do Benfica, muito por causa do Eusébio, e de outros grandes jogadores que tiveram, que os ajudavam a ganhar.
Depois muitos passaram a ser do Porto, quando era sempre o Porto a ganhar. De repente, coisa que antes não vias, passaste a ter portistas em todo o lado. Porque os miúdos gostam de quem ganha.
Até aconteceu isto um pouco com o Boavista. Se tem ganho 3 ou 4 campeonatos em 10 anos, hoje havia muito mais gente do Boavista. Mas como caiu para divisões inferiores, esse fenómeno acabou.
Braga era um mar de benfiquistas sempre que lá iam. Hoje não é assim. Continuam a haver muitos, como é óbvio – todos os que já eram antes – mas “nasceram” muitos bracarenses entretanto, com o trabalho feito pela direcção. Hoje, quando lá vão, já não jogam em casa como jogavam há 15/20 anos. E há muita gente lá que os odeia, como odeiam portistas ou sportinguistas. Hoje, em Braga é normal ser-se adepto do Braga. Como há muito tempo, em Guimarães é normal ser-se do Vitória.
Mas isto requer trabalho.
Também tens o contrário.
Nos anos 70/80, em Setúbal era-se do Vitória. Quando jogavam, o estádio estava quase sempre bem composto. Hoje é uma vergonha, com 3/4 mil pessoas a assistir, quando não são menos. Porque o trabalho foi mal feito e se perdeu a identidade do clube que batia o pé aos grandes.
Batendo o pé aos grandes – tens ultimamente também o exemplo do Rio Ave, que cresce de ano para ano – é mais fácil ganhar a simpatia dos locais. Se perdes sempre, o pessoal simpatiza mas não é adepto.
Por isso tudo, e pelo que expliquei, defendo o modelo que que disse. É, para mim, junto com outras medidas que também referiste, o que o mais indicado para um país com o nosso tamanho e contexto.
1 Dezembro, 2017 at 13:15
O primeiro parágrafo é escusado, não achas? Eu acho.
30 Novembro, 2017 at 22:23
J, em Inglaterra por exemplo há maior identificacao com o clube local e também mais dinheiro para ir ao futebol.
Há distribuição de receitas por isso mais qualidade, segurança e conforto nos estádios.
O futebol nem na segunda divisão é algo de especial, mas as pessoas vão ver jogos de clubes de 3a divisão e metem-se 10mil pessoas num estádio.
Mas porque principalmente não existe o eucalipto das casas do Arsenal, Liverpool e Man U em cada vilareca.Como existe em Portugal.
A imprensa é menos polarizada, os debates são sobre futebol por futebolistas.
Para mim é essa a principal diferença
1 Dezembro, 2017 at 12:45
Pois, o contexto é muito diferente!
1 Dezembro, 2017 at 13:16
Aqui está algo que gostava de ver cá: futebol falado por futebolistas.
30 Novembro, 2017 at 16:32
PS: No que toca a redução, aceitaria uma redução para 16 equipas. 12 parece-me manifestamente pouco.
Outra das medidas seria deixar de haver tantas condicionantes. Porque é que se impede os 3 grandes de se defrontarem nas primeiras jornadas? Melhorem o quadro competitivo da Taça da Liga que é ridículo e feito para um dos grandes ganhar.
Para mim o problema é que não se quer aumentar o nível de competitividade mas sim aumentar o número de situações em que os grandes se defrontam. Por isso é que depois quando acontece uma final de taça onde eles não estejam, se fale automaticamente de crise ou algo parecido em vez de se elogiar a capacidade e o mérito das outras equipas.
30 Novembro, 2017 at 16:47
Só me dás razão…
30 Novembro, 2017 at 17:00
Não percebo onde é que te dou razão quando digo que o que se pretende é aumentar o número de confrontos entre os grandes ao invés de aumentar a competitividade do campeonato.
1 Dezembro, 2017 at 12:49
Quer-se aumentar o número de vezes que os grandes se defrontam porque são esses jogos que trazem gente aos estádios e focam a atenção dos patrocinadores.
Daí o meu modelo estar mais perto de trazer dinheiro do que o modelo que tu defendes. Pelas razões todas que já expus. Mas também defendo, como disse, as mudanças que tu defendes.
30 Novembro, 2017 at 14:31
PS: Espero que nunca passemos para o campeonato espanhol. Além dos motivos higiénicos óbvios, a arbitragem lá é ainda pior que cá. Roubo por roubo, prefiro o nacional. Afinal de contas, o que é Nacional é bom.
30 Novembro, 2017 at 17:10
Isto sim, é que é um sonso de último nível:
“O treinador do Benfica comentou a saída de Júlio César, guarda-redes brasileiro que esta semana rescindiu, de forma amigável, contrato com o clube da Luz.
«Achamos que foi a melhor solução. A conversa que tivemos fica entre nós, foi uma decisão que o jogador apresentou», começou por dizer em conferência de imprensa.
«Foi um guarda-redes de enorme qualidade que passou pelo clube, um profissional de excelência. Vai estar connosco durante este ano. Saiu agora, mas o cacifo dele vai lá estar (no balneário) até ao final da época, faço questão. Estou convencido de que vai comemorar títulos connosco», rematou Rui Vitória.”
Wow. O cacifo fica até ao final da época. ABRAM ALAS PARA O GENTLEMAN!!! Fode-te sonso do caralho, fode-te!!
30 Novembro, 2017 at 17:58
Se fosse inglês a Rainha já lhe tinha dado o titulo de Sir Sonso!
30 Novembro, 2017 at 19:06
Fucking brilliant, utópico mas brilhante e o ponto 8 nem os gestores da CGD quanto mais agentes desportivos…
30 Novembro, 2017 at 22:02
Excelente post.
Em relação a:
2- árbitros devem ser sorteados.
6- sim, limite de extracomunitários mas aplicado a nível europeu
11- e investigação da independência da entidade antidopagem. Alguém acredita que, se o benfica mete lampiões em todo o lado…?
12- é pura e simplesmente uma questão de competitividade por isso fiscalidade devia ser igual em toda a Europa.
Acrescento: teste de idoneidade de agentes e dirigentes do futebol (criminosos e banca-rotos fora) e já agora mandem um grupo de dirigentes para países de 1o mundo fazer uns estágios e ver se apreendem alguma coisa (e tambem partilhar know-how português).
6 Dezembro, 2017 at 3:44
concordo com quase tudo, alguns pontos nao sao os mais relevantes mas outros sao e muito.
outra coisa que continuara sempre a irritar-me e a falta de transparencia em todos os processos que involvem o futebol.
Esse e outro motivo que acho que faz toda a gente confiar ainda menos no meio.