O romance de Dostoievski conta a história dum jovem que se achava brilhante e superior, que decide matar uma velha ranhosa para lhe ficar com o dinheiro, o que no seu entendimento era um sacrifício justo para salvar um homem com uma missão na vida.
Este crime acaba por dar-lhe cabo da consciência e o castigo da prisão é finalmente uma libertação.
Enfim análises literárias à parte, trata-se de afirmar que toda a acção tem consequências. Neste caso com moral e justiça e tudo como deve ser.
Puxa à frente para 2017 em Portugal, e temos outro menino bonito, que também se acha superior e que portanto entende que merece privilégios e precedência. Só que esse menino não é um jovem estudante com ambições, mas um clube mimado que ganhou hábitos de fidalgo. Esse clube, dentro da sua lógica de quero posso e mando, também pratica crimes, e tal como Raskolnikov, não os considera crime por ser para o bem da nação e dos iluminados. E aqui acabam as similitudes com o livro.
Este clube não tem nem terá pesos na consciência (nem consciência aliás…), não haverá condenação nem haverá castigo.
Somos todos Sportinguistas, Leões para muitos, e sabemos que neste romance a culpa morre solteira e que ficaremos mais uma vez com as mãos a abanar enquanto as papoilas e suas vozes fiéis encontrarão mais uma forma de re-escrever a História. Não esperamos nada de quem tem responsabilidades políticas, judiciais e muito menos desportivas, pois fica patente que essas pessoas, independentemente do cargo e obrigações que tenham, são primeiro benfiquistas, depois benfiquistas e só depois respondem às suas atribuições profissionais.
Resumindo, estão antes de mais ao serviço do clube e de forma militante. Mas será? Será que não podemos encontrar pelo menos uma forma de contrariar esta impunidade? Já que somos órfãos dos mecanismos da lei e da justiça, não teremos em nós próprios a resposta, a retribuição, pacífica mas não passiva, que nos consolará pelo menos a dignidade e os impedirá de se rirem com os dentes todos como o cão que engoliu o bife e culpa o gato? Como o Brad Pitt fazia nos Inglorious Basterds ao marcar na testa com uma faca os seus inimigos para que não pudessem nunca fingir que não foram o que foram?
Resta-nos algo: a palavra. Mas não se trata de repetir a história em detalhe à exaustão ou tentar convencer quem não quer ser convencido.
Proponho algo distinto. Proponho aos Sportinguistas de todo o mundo a seguinte sentença para esse clube: que passemos agora e para sempre a chamá-lo em toda e qualquer circunstância por uma alcunha que o resuma e a qual nunca mais possam limpar da sua testa, nem com os gelados que lá aplicam frequentemente: A GRANDE MENTIRA!
É isso mesmo, agora não se chama mais aquilo, mas simplesmente, A GRANDE MENTIRA. “A Grande Mentira empatou a 1 golo”, “A Grande Mentira joga no sábado”, “A Grande Mentira contratou mais um ponta de lança”, “O Pedro Guerra diz que não é funcionário d’A Grande Mentira”, “O Rui Costa é d’A Grande Mentira desde pequenino”, “A Grande Mentira falsificou a sua data de fundação”, “A Grande Mentira construiu a sua hegemonia com base no rapto dum jogador que vinha para o Sporting”, “A Grande Mentira atribui-se títulos duma competição experimental por retroactividade”, “A Grande Mentira controla os destinos do desporto nacional nos bastidores”, etc, etc, etc, etc, etc, sempre, sempre, sempre.
Como dizem os italianos :”Per non dimenticare!”. Alinham?
ESTE POST É DA AUTORIA DE… Sinhô Silas
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
20 Dezembro, 2017 at 21:13
2-2?!? Ui… o q passou se???
20 Dezembro, 2017 at 21:27
Tênis de mesa
3-1
Segundo lugar no grupo.
20 Dezembro, 2017 at 21:31
Uma excelente fase de grupos!
20 Dezembro, 2017 at 21:37
GOLOOOOOOOO!
1-0!
Doumbia