Exibição categórica do Sporting, com uma segunda parte que afundou completamente a barcaça que o Marítimo atracou em Alvalade. Bas Dost fez mais um hat-trick, Bruno Fernandes fez mais uma enorme exibição e Coentrão completou o trio de jogadores em destaque num jogo que leva o Sporting a terminar invicto a primeira volta

bailinho

O futebol é mesmo assim e é isto que apaixona milhões de adeptos por todo o mundo: se na passada quarta-feira inúmero adeptos leoninos torceram o nariz à segunda parte da sua equipa, ontem à noite o Sporting arrancou uma segunda parte fantástica e partiu para uma goleada totalmente merecida, frente a um Marítimo com uma postura péssima em que chegou a defender com duas linhas baixas num incrível 6-4.

Curiosamente, até foram os insulares a ter a primeira grande oportunidade de golo. O Sporting tinha a bola, procurava furar a muralha defensiva, mas não acelerava o suficiente. Gelson lançava Bas Dost na direita e o holandês, mesmo com quase 42 mil a gritarem “chuta!”, tentava devolver ao 77 para desespero dos adeptos. Depois, na sequência de um livre de Edgar Costa na direita, Diney aparece sem marcação na cara de Patrício e com tudo para marcar cabeceia por cima. Era um aviso ao Sporting: o Marítimo ia estar enfiado lá atrás, à espera de um lance fortuito para chegar ao golo.

O primeiro a levar a sério esse aviso foi Coates: grande abertura para a desmarcação de Gelson e o extremo a devolver a gentileza a Bas Dost com um cruzamento perfeito que o holandês emendou com classe! Estava feito o 1-0 e pese a enorme posse de bola não mais ela voltaria a entrar na baliza até ao final do primeiro tempo.

O segundo, esse, começou animado. William, à entrada da pequena área, ganha de cabeça na sequência de um canto e atira por cima da barra. Na resposta, o Marítimo entra pela primeira vez na área de bola corrida e obriga Patrício a defesa atenta. Seria esse o único remate à baliza feito pelos insulares, que logo a seguir sofreram o segundo golo: Bryan Ruiz, que seria um dos jogadores a poder ser substituído, carimbou o seu regresso à titularidade em jogos do campeonato com um golo, respondendo a brilhante assistência de Bruno Fernandes.

A partir deste momento, o médio abriria o livro e empurraria o Sporting para uma segunda parte avassaladora, abrilhantada com belíssimas jogadas como aquela que haveria de render o terceiro golo. Grande arrancada de Coentrão, bola em Bruno Fernandes e o 8 a servir Bas Dost que só teve que encostar. Nesta altura já Coates tinha ameaçado marcar de cabeça, já Acuña estava no lugar de Bryan Ruiz e tinha feito um cabrito humilhante a um adversário; já Battaglia estava no lugar de Podence e abria a boca de espanto ao ver William irritar-se e virar completamente um maritimista; já Iuri tinha entrado para dar descanso a Gelson Martins e aproveitava a oportunidade para fazer parte do carrossel que parecia girar ao ritmo de um intemporal «Deixa passar esta linda brincadeira, Qu’a gente vamos bailar, Pr’á gentinha da madeira».

E que baile foi, sempre sob a batuta de Bruno Fernandes, que bem tentava, também ele, marcar um golo. Toma lá uma bomba, Charles defende para a frente e Bas Dost não desperdiça o hat-trick, agora de cabeça. Depois, Iuri, arrancando por ali fora e assumindo a jogada até ao fim que haveria de ser defendida. E novamente Bruno Fernandes, em mais uma bomba que o redes defende para a frente e que Acuña aproveita para carimbar o 5-0.

Mão cheia no placard, mão cheia no futebol jogado, oito mãos cheias de pontos e mais três dedos, numa primeira volta sem derrotas que pede uma segunda tão boa ou igual pois este será, sem dúvida, um campeonato novamente disputado até às últimas jornadas.