«[…] Uma equipa com esta mentalidade ganhadora vai fazer com que tenhamos a melhor reacção. Estes números são desajustados com o que foi o jogo. Só ao intervalo, contabilizámos cinco remates do Benfica, dos quais deu origem a dois golos em duas não oportunidades. Quando a eficácia não é a melhor… Quando não conseguimos concretizar as inúmeras oportunidades que tivemos, arriscamos a resultados destes. Deixa-nos tristes, mas estamos cientes do percurso que temos e do que ainda teremos para oferecer»

As palavras são de Nuno Dias, após a pesada derrota, na final da Taça da Liga de futsal, frente ao benfic@, por 5-2 e tocam, desde logo, num pormenor fundamental: a falta de eficácia.

Não é de hoje que questionamos a brutalidade de oportunidades que a nossa equipa tem que criar e desperdiçar até marcar e ganhar os jogos. Ainda recentemente, na recepção ao Braga, aquele 3-2 final não espelhava, nem de perto nem de longe, a diferença que tinha sido vista na quadra. E se esta “mira desviada” pouca mossa faz em jogos que terminam 6, 7 ou 8 a zero, tudo se complica quando o adversário vai à nossa baliza e não perdoa. Foi o que aconteceu nesse jogo com o Braga, foi o que voltou a acontecer neste jogo com o benfic@.

Esse será, quanto a mim, o primeiro pormenor a rectificar urgentemente. Claro que seria pior não criarmos oportunidades, mas… Entretanto, este caudal ofensivo leva-nos a uma outra questão: o sermos sempre nós a assumir o jogo contra o nosso principal adversário. Não há dérbi onde o benfic@ não jogue na expectativa, esperando por uma perda de bola disparatada, por um erro, por um contra ataque. Até que ponto faria sentido fazê-los provar do próprio veneno? Fazê-los sentir daquela zona de conforto que o Joel tanto adora?

E já que falamos em tácticas, está mais do que provado que temos dificuldade em jogar sem guarda redes. O 5-4 é muito bonito quando o trabalhas e nós… só o trabalhamos nos treinos, algo completamente diferente da competição. Há pelo menos duas épocas que me questiono do porquê de, em jogos que estão resolvidos e assim que nos apanhamos a ganhar por 3 ou 4 golos, não aproveitarmos para jogar com redes avançado? Não será essa uma óptima forma de ganhar rotinas?

Por último, a muito batida questão do guarda-redes. Eu tenho zero contra Marcão, mas, efectivamente, não é um Patrício, um Girão, um Asanin. E se esta questão podia ser relevada caso Marcão fosse português, o caso torna-se de análise obrigatória quando sabemos que o nosso guarda-redes ocupa uma vaga de estrangeiro.

Questões para serem “descascadas” sem dramas. Afinal, estamos a falar de uma secção, de um treinador e de uma equipa que estão mais do que habituados a ganhar. E que, juntos, terão que encontrar a melhor forma de transformar um jogo péssimo e uma derrota pesada em ensinamentos que nos tornem ainda mais fortes!