Com a eliminatória praticamente decidida, o Sporting rodou o plantel e deixou as despesas do jogo para a dupla de suspeitos do costume: Bruno&Bas. No final, nem soube aproveitar a classe do primeiro que conduziu a um novo 3-1, nem geriu da melhor forma o desgaste do segundo e viu-o sair agarrado à coxa e ainda viu voar alguns milhares de euros

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Com a vitória por 3-1 no Cazaquistão, Jorge Jesus fez, e bem, aquilo que se pedia: alterações e poupanças. Ristovsky ocupou a vaga de Piccini, André Pinto manteve-se, Mathieu, que segunda não poderá jogar, foi o parceiro do centro dando descanso a Coates, Coentrão que tinha vindo de castigo voltou a ganhar ritmo. Palhinha e Battaglia formaram a dupla do miolo, Ruben Ribeiro e Bryan Ruiz ocuparam as alas. Sobrava Rui na baliza e a dupla de suspeitos do costume, Bruno Fernandes e Bas Dost.

E o holandês trataria de marcar o golo mais rápido de sempre na Europa, no novo Alvalade, respondendo de cabeça a um cruzamento de Ruiz. Estavam decorridos 3 minutos, mas já antes disso o Astana tinha enviado uma bola ao poste e voltaria a fazê-lo aos 36′, por Tomasov. E se estão admirados por um salto de mais de 30 minutos no relógio, acreditem que se justifica, pois num onze pouco ou nada rotinado, sem a capacidade de construção de William e sem alguém capaz de acelerar a partida nas alas, o futebol do Sporting foi um longo bocejo, com o pessoal a só acordar quando um tal de Postnikov rematou de longe, apanhou três colegas, em fora de jogo, a fazerem cortina à frente de Rui Patrício e a bola acabou dentro da baliza.

No recomeço, já com Acuña no lugar de Ruben Ribeiro, o Sporting aumentou o ritmo e Bruno Fernandes tratou de animar a festa: golaço do número 8, numa bomba à Cristiano Ronaldo, com a bola a subir e a descer a pique em direcção ao fundo das redes. Depois, o mesmo Bruno foi por ali fora e encontrou em Bas Dost o parceiro perfeito para receber e tabelar, antes de desviar com classe à saída do guarda-redes. 3-1 e ponto final numa partida para onde William Carvalho já tinha sido chamado, rendendo Bryan Ruiz numa das mais estranhas substituições a que Alvalade já assistiu.

Depois viria Rafael Leão para o lugar de Palhinha, viria o segundo golo do Astana às três tabelas, viria o terceiro golo do Astana num pontapé de ressaca já com toda a gente a dormir (marcado aos 94′ quando o árbitro só deu 3´de desconto! gritos! gritos!), o Sporting perdia pontos no ranking, perdia euros que ganharia pela vitória e, pior, acabaria o jogo a ver Bas Dost agarrado à coxa com Jorge Jesus a fazer mea culpa: «Não tinha nada que fazer a substituição que fiz, tinha de tirar o Bas Dost e não o tirei. Sabia que ele era um jogador que estava e risco, ele e o Bruno Fernandes. Tinha que tirar um ou outro para meter o Rafael Leão e devia ter tirado o Bas Dost para o proteger, porque ele vem de uma paragem. Mas eu olho sempre o jogo para a frente e, mesmo com 3-1, achei que ele e o Rafael podiam fazer estragos, não só no jogo aéreo. Acabei por dar cabo dele». Esperemos que tenha sido mais o susto e que, depois de reavaliado, o holandês até nem esteja assim tão mal.