8 pontos de distância do líder. 3 pontos para o 2º lugar (de acesso às prés da Champions League). É isto. Com 11 partidas por jogar, não grande espaço para a ilusão de poder conquistar o título. Mais do que carpir mágoas e começar a “partir loiça” em cima de treinador, direcção e seja quem for que não partilhe de tendências suicidas, este é o tempo de olhar para o que resta de competições e para o que resta de esperança para nelas fazer o máximo possível.

Parece-me lógico pensar que a prioridade não muda da Liga para nenhuma outra competição. Pelo menos para já. Os 3 pontos que nos afastam do Benfica são recuperáveis e uma presença na Liga dos Campeões bem mais recompensadora financeiramente que qualquer outro objectivo do momento. Não perder pontos até ao derby é, obviamente, prioridade total. Se encararmos os jogos com a seriedade e empenho com que nos exibimos no Dragão, isso será mais que possível, será uma realidade.

Sobram duas provas. Porque ainda há vida para além da Liga. Muita. Numa altura em que o Porto andará mais do que 100% concentrado na conquista do título, torna-se para nós muito mais do que para eles, obrigatório vencer a meia-final da Taça de Portugal. Reverter o 0-1 da 1ª mão não será fácil, mas se surgir nestas horas uma profunda vontade de conquistar troféus independentemente das dificuldades, então a história desta temporada ficará escrita e narrará mais uma temporada à Sporting, ficando por cumprir o surgimento do tal clube que, mais do que se apresentar como candidato, atinge esse grau por mérito dentro de campo e não por estatuto da sua dimensão ou história.

Será das últimas oportunidades para o conjunto de JJ mostrar que não seremos notas de rodapé nos resumos da época que se irão fazer daqui por um par de meses. Se passarmos o verdadeiro teste, defrontaremos seguramente um outro adversário na Final do Jamor, mas sem dar nada por garantido, fica muito mais próximo a soma de mais um troféu, que somando à Taça da Liga, tem pelo menos a vantagem de dar um dia de festa a uma massa associativa que o merece.

bruno-coates-dost

Liga Europa. Aqui as ilusões são mais complicadas de ajustar à realidade da prova. O Viktoria Plzen não vai ser peaners e acreditem quando vos digo que quem for à espera de defrontar um Astana parte 2, desengane-se. Estes checos são durinhos, rápidos no contra-ataque e já com muita tarimba nas provas europeias. Fisicamente estarão a um nível capaz de fazer muita mossa na nossa “arte de jogar a passo” e devem estar pouco preocupados com esquemas mais ou menos italianos.
Temos porém óbvias responsabilidades em passar esta eliminatória, o pior é a fase seguinte, onde naturalmente iremos sempre “apanhar” um adversário com tantas ou mais ambições que as nossas. Seja como for, é essencial somar mais pontos para o nosso ranking, nem todos o anos teremos a sorte que tivemos esta época com os sorteios europeu ou com o escalonamento de cabeças de série.

No final da época faremos as contas e teremos mais clara a competência alcançada ou a extensão dos erros cometidos. Aí sim fará sentido reflectir sobre a mais valia do treinador, a lógica de construção de plantel, o acerto do scouting e sobretudo o que valerão todos estes factores perante árbitros e VAR’s que sucessivamente (e cirurgicamente) nos retiram confiança e esperança de só ter de defrontar a equipa de futebol contrária.

Relembro claramente, como se fosse hoje, qual o compromisso assumido por BdC para com os adeptos sportinguista e qual o significado da expressão “tolerância zero”, sobretudo quando aplicada ao insucesso crónico que já leva mais de 15 anos. Mas isso terá de esperar por Maio e até lá há muito trabalho a fazer por todos. Por todos.

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca