As sete maravilhas, Os sete pecados e os sete trabalhos de Jesus. As sete certezas e os sete erros dos discípulos.
No momento em que ao fim de três anos da entrada de Jorge Jesus no Sporting, nos preparamos para passar mais um ano sem sermos campeões e em que começa a haver alguma contestação ao treinador, que só não é maior porque de alguma forma ele está ancorado ao presidente, sendo que este, eleito e referendado por noventa por cento dos sócios estará imune a grandes movimentações. Gostaria de trazer para aqui a minha visão sobre este tema, sob a forma de sete maravilhas, erros e pecados tanto do treinador, Jesus, como dos discípulos, sócios.
JESUS
Maravilhas
1- Crescimento dos jogadores. Com a entrada de Jesus começou-se a ver no Sporting, um acrescentar no futebol de alguns jogadores, para níveis nunca antes alcançados, casos de Slimani, que usava tijolos em vez de chuteiras, de João Mário que ganhou intensidade, agora aparentemente perdida, de Adrien que tantas vezes foi criticado por não saber passar no momento correto e acabou campeão europeu a resolver um meio campo, de Gelson que passou de um extremo unidirecional, para um jogador de campo inteiro, um agitador que cada vez define melhor, de Rui Patrício que não sabia jogar com os pés e dava uma cólica intestinal ao estádio por cada vez que alguém lhe passava a bola, até se transformar num quase líbero em muitos jogos.
2- Valorização dos Jogadores. Nunca o Sporting tinha vendido tantos jogadores a tão elevado valor. É óbvio que existe agora uma direção que sabe negociar, que não vende jogadores para pagar a água e a eletricidade, mas sem ovos não se fazem omeletes, sem visibilidade não se vendem trutas, ainda por cima sem ajudas de comissionistas de
mendilhões.
3- Melhoria da equipa, taticamente e no modelo de Jogo. Desde a entrada de Jesus que o Sporting tem vindo a estabilizar o seu modelo de Jogo, com altos e baixos é certo, mas com cada vez melhor conhecimento por parte dos jogadores da forma de jogar estabelecendo um modelo que se for mantido a longo prazo pode transformar todas as
equipas do Sporting trazendo uma identificação e uma integração a quem entra, tal como acontece com outras grandes equipas europeias, tendo como exemplo máximo o Barcelona.
4- Aumento da Europeização do clube. Quem não se lembra do Sporting tremer cada vez que lhe surgia um tubarão europeu pela frente? Mesmo que no campeonato nacional pudéssemos estar a lutar pelo segundo lugar como no tempo de Paulo Bento, de cada vez que íamos á Europa, principalmente à Champions lá vinha a tremedeira e por vezes a cabazada. Desde a chegada do atual treinador que jogar olhos nos olhos com Real Madrid, Barcelona ou Juventus é condição normal, isso faz crescer a equipa e o clube. Esse sempre foi o lema desde a fundação. Grande entre os grandes da Europa.
5- Melhoria da equipa no contexto nacional. O Sporting durante muitos anos, nomeadamente desde a última vez que foi campeão, que verdadeiramente não lutava pelo primeiro lugar, retraindo-se claramente nos jogos contra os outros grandes, provavelmente os jogadores e treinadores assimilavam a subserviência assumida pelos dirigentes na época, onde se chegou ao ponto de presidentes do Sporting irem ver jogos dos adversários com cachecóis desses clubes.
6- Crença e apoio dos sócios e adeptos. Desde o tempo de Godinho Lopes onde atingimos os mínimos tanto em termos desportivos como em termos financeiros e de assistências, que com a entrada do presidente Bruno de Carvalho se tem vindo a verificar o aumento de assistências no estádio, atingindo as melhores medias com a entrada de Jorge Jesus.
7- Respeito dos adversários. Depois de anos e anos afastados do primeiro lugar e de alguns em que ficamos abaixo do terceiro, em que o Sporting era o grande que “fazia falta ser forte no campeonato “, mas que na prática não contava para nada e quando qualquer equipa que viesse jogar a Alvalade já se achava no direito de vir ganhar, com Jesus isso mudou. É um facto que se vê toda a gente contra o Sporting com mais motivação que têm para outros grandes, mas isso são contas de outros rosários, ou de outras malas. O respeito pelo Sporting é hoje uma realidade, que se deve
principalmente ao presidente e à sua direção, mas o facto de sermos hoje uma equipa sólida e bem estruturada deve-se ao treinador.
Pecados
Aquilo que são os principais erros e defeitos de Jesus.
1- Orgulho. Eu sou. Eu fiz. Eu previ. Eu sabia. São palavras utilizadas constantemente, mesmo quando os resultados não aconselhariam tal consideração.
2- Soberba. Um dos grandes problemas de Jesus é achar que está acima de tudo, mesmo por vezes do clube. Que as suas ideias são as mais válidas e que tudo e todos se têm de adaptar a elas. Isso cria-lhe alguns problemas como o de não conseguir adaptar o jogo aos jogadores que tem, o que o obriga a procurar sempre mais, na esperança de encontrar os ideais independentemente do custo.
3- Vaidade. Eu ganho, nos empatámos, eles perderam, é conhecida a sua incapacidade para não se achar o mais importante.
4- Cegueira. Incapacidade de ver aquilo que todos veem, quando se está mesmo a perceber que alguém não rende minimamente, caso Alan Ruiz, continua a apostar constantemente, no jogador ou a esperar pelos 60 minutos para fazer uma substituição que ao intervalo já seria tardia.
5- Menosprezo. Para Jesus todos aqueles que não lhe sirvam no momento ou que não tenham sido eleitos por si, são postos de lado, sem hipótese de revelação a não ser que não haja outra alternativa, ou se for necessário mostrar que tem razão, queimando-o num jogo.
6- Desconfiança. A sua falta de confiança naqueles que não fazem parte do “petit citcle” leva-o a andar até ao fim com os mesmos jogadores até ao ponto de rutura física e psicológica, só então recorre a outros ou procurando a entrada de novos elementos.
7- Teimosia. Quanto mais alguém pede para entrar mais vezes fica à porta. Mesmo quando se está mesmo à beira do precipício teima-se em dar um passo em frente. Quantas vezes se perderam pontos porque tem que jogar aquele jogador, mesmo fora do lugar e não se dá oportunidade a outro?
Trabalhos
Aquilo que Jesus ainda tem para fazer, ou que deve fazer se continuar no Sporting.
1- Melhorar o aproveitamento do plantel. Fixar de vez aqueles jogadores que servem para o plantel, obviamente na óptica do técnico e promover uma rotação do plantel de forma a não chegarmos aos momentos cruciais com a maioria completamente arrasada em termos físicos e psicológicos.
2- Promover a Academia e os jovens. Num clube formador como o Sporting, que para mais possui uma Academia de que se orgulha e que é considerada uma das melhores do mundo, deve ser condição obrigatória a promoção dos jovens daí provenientes. É claro que essa condição não se deve sobrepor à qualidade da equipa e ao seu rendimento tendo em vista os interesses desportivos do clube, mas deve levar à escolha muito seletiva das aquisições. Quanto melhor a equipa mais difícil será a entrada de um jovem isso nunca irá mudar, o que não deve acontecer é ser mais fácil
entrar no plantel para quem vem de fora em igualdade de qualidade.
3- Melhorar os índices motivacionais dos jogadores. O que é que pode fazer a diferença quando duas equipas equivalentes disputam um jogo? Quando os níveis físicos são similares, a motivação e o não cansaço psicológico podem fazer a diferença
4- Dar mais valor aos não titulares.
5- Melhorar as substituições
6- Falar menos e melhor
7- Ser campeão
DISCÍPULOS
Na relação que se cria num clube entre os que jogam e mandam e os que suportam e assistem, o papel dos adeptos tem relevo. Os aplausos, o apoio incondicional em casa e fora, são fatores de motivação, assim como os apupos e assobios ou a falta de publico, são motivo de desconforto e de desmotivação dos jogadores. Nesta relação biunívoca também existem certezas e erros. Tendo em conta a divisão que parece existir entre aqueles que querem a continuação de Jesus e aqueles que querem a sua crucificação, saída, sublinho aqui alguns dos pontos onde me parece que os sócios têm mais razão e aqueles onde me parece que estão a errar e sem lavar as minhas mãos, porque também tenho uma opção, cada qual valorizará mais o que quiser.
Certezas
1- Falhas nos momentos cruciais. É um Karma? Não se sabe, mas que é uma tendência é verdade, desde os otxenta e otxo de Madrid, aos jogos de mata mata do campeonato à dois anos com os lampiões em Alvalade ou mesmo este ano na Luz e nas Antas, a equipa retrai-se talvez por excesso de ansiedade que o treinador não sabe retirar da equipa.
2- Falta de capacidade de motivação. Talvez o maior defeito de Jesus, o excesso de autoridade, a obsessão pelo rigor tático, a falta de liberdade criativa dada aos jogadores com um constante chamar de atenção a partir do banco por vezes vexante, pode desmotivar mesmo os mais fortes psicologicamente.
3- Dificuldade em rodar o plantel. Equipas com grande rotina de jogo empolgantes, que em determinada altura parecem deixar de saber jogar, por cansaço físico e psicológico, até à rotura, então entram outros sem as mesmas rotinas, sem minutos de jogo e ansiosos por mostrar que têm valor mas mais sujeitos à falha e facilmente afectados por uma má prestação pessoal ou da equipa, este tem sido um dos grandes erros de Jesus.
4- Ego acima de tudo. As famosas conferencias de imprensa de JJ que todos os jornalistas e carvoeiros adoram. É só puxar-lhe pelo Ego que ele estende-se logo ao comprido, levando por vezes tudo à frente, jogadores que não conhecem o guião, que para eles é tudo chinês, que têm de nascer não sei quantas vezes.
5- Exigência continuada de novos jogadores. Este problema advém da incapacidade de adaptação de Jesus. Os jogadores que tenho têm de se adaptar ao meu sistema de jogo e nunca o contrário. Apesar de poder ser uma virtude, pois o obrigar um clube a ter sempre o mesmo modelo de jogo pode em caso de virtuosismo a levar à criação de grandes equipas, pode e será sempre no curto prazo uma dificuldade e irá fazer muitas vezes desperdiçar grandes jogadores, só porque não se enquadram no sistema de jogo.
6- Rebaixamento do clube. Vindo de uma realidade diferente daquela encontrada no Sporting, onde existia uma estrutura que sobressaia muito para lá de um clube de futebol e da verdade desportiva, onde era e é muito mais fácil ser campeão, poder jogar duro e até ter jogos maus sem que isso influa no rendimento final, bater na realidade é por vezes difícil e então comparar para pior a organização encontrada é muito fácil, principalmente quando ela não consegue encobrir os nossos erros.
7- Falta de oportunidades dadas a quem não está nas suas boas graças. Outra realidade sentida pelos adeptos. Quantos jogadores que todos achávamos que poderiam evoluir muito, definham por falta de oportunidades, enquanto outros aos quais não vemos grande futuro, e o tempo por vezes ajuíza bem, têm todas as oportunidades do mundo.
Erros
1- Erro de avaliação do treinador. Jorge Jesus é alguém que normalmente os jogadores gostam, sabem que os valoriza e por isso normalmente querem pertencer às suas equipas, ao contrário do que tenho visto comentar raramente tem perdido o balneário. Tem um feitio difícil? É verdade. É autoritário? Também! Mas todos reconhecem o seu valor e conhecimentos.
2- Instabilidade na equipa. O maior erro de quem defende a saída do treinador é esquecer que mudanças de técnico em jogadores que estão a trabalhar intensamente num modelo de Jogo, produz instabilidade que pode levar anos a recuperar, transformando uma mudança num vórtice de mudanças que apenas conduz para baixo.
3- Menosprezo do trabalho da equipa técnica. Outro erro, por vezes podemos achar que esta equipa técnica não entende o clube, não consegue desenvolver a equipa, quando apenas está a implantar um modelo e os modelos podem ou não dar resultado, mas demoram sempre a implantar, ainda mais quando são modelos complexos de grande rigor tático e de grande exigência física e psicológica, como são as equipas de Jesus.
4- Excesso de crença nos jovens. No mundo ideal a maior parte dos jovens provenientes da academia fariam parte do plantel e jogaríamos com onze Aurelios, mas para isso era necessário que só formássemos craques, mas todos sabemos que há poucas actividades mais competitivas que o futebol profissional. Quantos jovens começam todos os anos a praticar futebol? Quantos chegam a profissionais? E desses quantos terão capacidade para jogar no Sporting? Um, dois, três, por ano? Mais, para alguém entrar tem que alguém sair, quando há qualidade mais difícil é entrar, logo o aproveitamento pode melhorar, mas pouco.
5- Custo do treinador. Outro erro ao qual tenho assistido aqui na tasca é a crítica ao valor pago ao treinador. Independentemente de ser um valor bastante elevado, para o nosso campeonato, não temos a noção de quanto ganham os treinadores rivais e no mercado internacional não contrataríamos ninguém de qualidade por valores mais baixos atendendo também ao elevado nível de impostos existentes em Portugal. Um treinador que valoriza os jogadores e que pode trazer mais valias importantes não é forçosamente caro, um treinador que aporta conhecimento é uma mais valia para a estrutura presente e futura do clube, ao contrario de outros mais baratos, mas que aos quais o clube tem de ensinar muita coisa esses sim tornam-se caros. Foi recorrente no Sporting esse caso.
6- Falta de lançamento de jovens. Não têm sido poucos os jovens lançados por Jesus, não tantos como gostaríamos é verdade, por vezes têm sido dadas mais oportunidades a emprestados e a jogadores com pouca classe, também é verdade, mas continuamos a ser um clube com uma componente de formação muito grande.
7- O seguinte é sempre o melhor. Errado, nem sempre, por vezes quem depois de mim vier de mim fará maior, esse adagio tem muito de certo, pois temos sempre tendência a não valorizar o que temos e trocamos muitas vezes o certo pelo incerto, com os custos daí provenientes. A história do Sporting é rica nesse sentido.
Depois de analisados os prós e os contras, obviamente que cada um terá a sua opinião e ideias, mas uma coisa é certa, qualquer treinador ou jogador enquanto estiver no nosso clube, é o nosso treinador ou o nosso jogador e deve ser respeitado por isso, claro que mantendo o interesse e os valores do Sporting Clube de Portugal acima de tudo.
Será Deus? Será o diabo?
Será reconduzido ou crucificado?
Seremos discípulos, fariseus ou romanos?
Ou será apenas um bom treinador?
ESTE POST É DA AUTORIA DE… Leorodri
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
8 Março, 2018 at 15:37
a partir do momento em que vi escrito Thomas Tuchel, dei comigo a imaginar o gelson, o leão, o bruno… não será talvez um treinador incompatível financeiramente com o sporting e tem o gosto de apostar em jovens também (algo que sempre gostamos muito). a pergunta é apenas uma, será o campeonato português atrativo para ele? se a resposta for sim, confesso que assinaria por baixo de imediato e me veria muito feliz com a possibilidade de ver um futebol de ataque, criativo, de posse que já (infelizmente) já não se vê por alvalade. seria um upgrade. foste um malandro cherba.
8 Março, 2018 at 16:14
Depois de ler atentamente, não concordo com algumas coisas. Em vez de percorrer o texto para exemplificar, vou deixar aqui aquilo que penso. Sem milagres ou pecados porque isto é futebol, sempre sujeito a N condicionantes e circunstâncias e colocar a coisa nesses termos não creio que seja favorável à discussão.
Para mim, JJ cometeu erros em todas as vertentes das suas funções. E atenção, que JJ não pode ser avaliado só como treinador porque não é esse o cargo que ele ocupa. JJ é uma espécie de Manager (ou o equivalente para PT). Assim sendo:
1) Contratações
Os factos estão à vista de todos. A melhor época de JJ foi aquela em que contratou menos (em valor e/ou quantidade) e potenciou o que já havia. Mas nem quero entrar por aí. Prefiro ir ao perfil de jogador, que JJ tanto gosta de abordar. Estamos no 3º ano e ainda não temos 2º avançado. Teo, Alan e Montero não poderiam ser mais diferentes. Estão aqui quase 20M e nenhum serviu/serve. Num ano contratamos laterais ofensivos (Schelloto e Marvin) e no ano seguinte exactamente o contrário (Coentrão e Piccini). Nas alas andamos a alternar BC e Bryan para substituir Gelson e A.Cunha. Demasiadas incongruências para alguém que sempre defendeu um modelo de jogo e um modelo de jogador.
2) Evolução de jogadores
Não concordo que “os jogadores evoluiram com JJ”. Isso é muito vago. Quais jogadores? Todos? A maior parte? Metade? 1/3? Não podemos pegar nos exemplos de sucesso (Adrien, JM, Sli) para generalizar. A somar a estes acrescento Rúben Semedo e Gelson. E com boa vontade até ponho Bas, que para mim já era um jogador feito mas pode perfeitamente ser aqui incluido. Agora, é comparar com tudo o resto que lhe passou pelas mãos e chegamos à conclusão que é pouco, muito pouco. Sobretudo quando precisávamos de “ganhar” potenciais titulares em suplentes e são precisamente esses que não evoluiram.
3) Qualidade de jogo da equipa
Esta análise é mais complexa porque era impossível melhorar gradualmente depois de um primeiro ano perfeito. Manter a bitola era muito, muito complicado. Esperava uma descida natural, nunca o descalabro que foi. E esperava neste 3º ano aproximar-me da bitola do 1º ano que também não aconteceu. E não falo de pontos ou de classificações, falo de qualidade de jogo apenas, que é aquilo que o treinador controla. E, na minha opinião, temos o conjunto com melhor matéria prima para, no mínimo, igualar a qualidade de jogo daquele primeiro ano.
4) Gestão do plantel
Quando tens os jogadores titulares rebentados, jogas com 11+2 e os teus +2 são Bryan e BC, acho que não preciso dizer mais nada. Mas se precisasse, era só dizer que JJ foi o grande culpado de não termos o nosso artilheiro no jogo mais importante da época. E BF está à beira de ser o próximo a ir para a enfermaria numa altura decisiva. A questão Wendel é das coisas mais incompreensíveis que já vi, e isto vindo de um treinador que passava horas a ver a 2a divisão do campeonato brasileiro.
5) Aproveitamento/potenciação de recursos existentes
Academia, claro. Em 3 anos estamos a falar de uma média de 1 puto por ano (Semedo, Gelson, Podence). Rafa ainda não entra aqui porque tanto pode ser um Iuri como um Gelson. Porque uma coisa é ser aposta sim ou sim, como foi Gelson. Outra é aproveitar o mau rendimento de outro (Alan Ruiz) para integrar um jovem, como Podence. E outra é simplesmente dar poucas oportunidades (ou insuficientes a meu ver) ). Tudo isto são circunstâncias diferentes sendo que na primeira ganhas um craque porque há confiança ilimitada do treinador , na segunda cabe ao jogador aproveitar a sobra que a contratação que não rende deixou, e na terceira ninguém teria hipóteses. Isto a mim só me faz confusão quando quem ocupa o lugar deles é manifestamente pior em todas as vertentes do jogo, excepto, quiçá, em experiência.
6) Comunicação
Não me quero alongar neste ponto senão corro o risco de ser ofensivo. Tão ofensivo como JJ foi para mim e para nós todos com as declarações que faz sempre que não ganha tanto em relação aos adeptos como ao próprio clube. Para além disto vai repetindo clichés que não correspondem à verdade como “comigo já nos aproximamos dos rivais e lutamos pelo título”. Mentira, com ele lutámos uma vez pelo título. Este ano ainda não ganhámos a nenhum dos rivais + braga. Num campeonato em que o confronto directo é cada vez mais decisivo, não me parece que isto seja lutar pelo título.
Coisas positivas também há mas resume-se àquele primeiro ano. Na sua totalidade e em todas as vertentes que referi acima e mais algumas. E como os anos seguintes foram bem piores, não me parece justo relevar isso sobretudo quando BdC deu a maior prova de confiança que algum presidente pode dar quando se perde: renovar, aumentar o tempo de contrato e o salário. Posto isto, a conclusão que chego é que esta relação não é bidireccional. O Sporting deu e dá muito mais a JJ do que JJ ao Sporting. E isto nem me faria confusão se visse algum sinal em JJ de que pode corrigir aspectos da sua forma de gerir e liderar. Não vejo. Vejo-o cada vez mais intransigente e convicto que a sua fórmula é infalível, imutável e que toda a gente tem de se adaptar a ela. Na minha opinião estamos num ponto em que o projecto JJ esgotou. Reformulo, estamos num ponto em que para o projecto JJ parar de esgotar teremos de ver sinais dele para voltar a acreditar. Teremos de ver a qualidade de jogo melhorar, teremos de ver a tal consistência defensiva que ele apregoa (ser bom a defender não é sofrer poucos golos, é conceder poucas oportunidades), teremos de ver sangue novo no plantel, teremos de ver sinais de que todos os jogadores contam. Mas não é agora, esse tempo já passou. Agora é conquistar o que é possível conquistar jogando bem, mal ou assim-assim. Falo da próxima época se for entendimento da direcção continuar com ele.
9 Março, 2018 at 0:19
O melhor texto que já vi aqui escrito sobre o sr. Jorge Jesus, sem contar com os meus comentários.
Contando com os meus comentários continua a ser o melhor texto!
O Cherba devia pôr este texto em evidência porque o que aqui está merece ser realçado e até debatido.
Muito bom.
Parabéns!
9 Março, 2018 at 0:52
Subscrevo
8 Março, 2018 at 19:00
Sobre o JJ só digo que acho praticamente impossível o Sporting ter nas suas fileiras nas próximas épocas jogadores como Patrício, Coentrão, Mathieu, William, B. Fernandes, Gelson e Dost!!!!!!!! 7 em 11!!!
8 Março, 2018 at 20:28
Leorodri agora que li o texto todo com atenção , so mantenho o timing o menos ideal, mas de resto é um excelente texto e muito equilibrado. As minhas desculpas.
Mesmo que não gostasse nunca seria uma perda de tempo.
9 Março, 2018 at 1:03
Muito bom post!
Parabéns