Ver ontem em simultâneo o Sporting-Porto em hóquei e o Sporting-Cadima em futebol feminino, com os olhos mais voltados para Alcochete face à necessidade desta crónica, não foi tarefa nada fácil, tendo em conta o entusiasmante jogo ocorrido no Pavilhão João Rocha.

Diga-se que a opção que tomei não foi propriamente premiada com uma exibição convincente das nossas Leoas, apesar da goleada conseguida. Mas vamos ao jogo: O prof. Nuno Cristóvão optou por algumas alterações na formação inicial, num sistema inédito de três centrais, pelo que jogaram: Carolina Vilão; Mariana Azevedo, Bruna Costa e Carole Costa; Carlyn Baldwin; Tatiana Pinto, Sharon Wojcik; Ana Borges, Diana Silva, Ana Capeta e Ana Leite.

Fosse pelo dispositivo táctico usado, fosse por alguma sobranceria que não é normal nesta equipa, a verdade é que tivemos um começo pouco auspicioso, com muitos passes falhados, sobretudo na saída de bola. Foi até o Cadima que teve a primeira grande oportunidade de golo da partida quando, na marcação de um livre à saída do seu meio campo, uma sua jogadora, atirou em arco à barra da nossa baliza, perante alguma passividade da nossa guarda-redes estreante, Carolina Vilão. Isto ocorreu aos 10 minutos e a verdade é que a desinspiração continuou por alguns mais. Quem, como eu, assistiu ao jogo através do mycujoo, talvez possa estranhar esta minha apreciação, mas o facto é que o desacerto não terá sido fruto dos meus olhos… Deu inclusivamente para ver um Cadima algo atrevido, procurando chegar à nossa baliza através do jogo directo. E aqui notei alguma insegurança da nossa linha defensiva.

Apesar de algum domínio a partir daí, a verdade é que só aos 26 minutos o Sporting chegou à vantagem no marcador, através da Tatiana Pinto numa recarga algo enrolada já dentro da área adversária. Seis minutos volvidos foi a Carole Costa a facturar, após centro da direita da Tatiana Pinto, na marcação de um livre a castigar falta sobre a sempre irrequieta Diana Silva. Foi o quarto golo obtido pela nossa central na liga. Aos 33 minutos a Carolina Vilão, com um passe mal definido para uma sua colega, à entrada da área, proporcionou novo momento de perigo para a nossa baliza, que só a inépcia da jogadora do Cadima impediu de ter dado em golo. Aos 42 minutos foi a vez da Sharon Wojcik se estrear a marcar na competição, após boa iniciativa
da Ana Leite pelo flanco esquerdo, proporcionando à norte americana visar com êxito a baliza após um primeiro remate da Diana Silva ter sido repelido. Assim se chegou ao intervalo com o 3-0. Em mim, não desapareceu a sensação de uma exibição
algo distante do que esta equipa já nos habituou.

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Na segunda parte, com muitas interrupções na transmissão, deu para ver, aos 51 minutos, uma flagrante oportunidade desperdiçada pela Ana Capeta (muito lutadora mas desinspirada e algo trapalhona), a entrada da Fátima Pinto em substituição de uma sua colega que uma das quebras do mycujoo me impediu de ver. Isto aconteceu aos 58 minutos, precisamente um minuto antes da Diana Silva ter demonstrado, uma vez mais, a sua faceta altruista, procurando servir uma colega quando podia tentar o golo, embora de ângulo apertado.

Já que falei em altruismo, este aplica-se igualmente à capitã Ana Borges, talvez a nossa jogadora em maior destaque, ao ferecer de bandeja aos 65 e 71 minutos os quinto e sétimo golos do Sporting. O 4-0 tinha sido obtido pela Fátima Pinto (em nova interrupção da imagem) e o 6-0 pela Tatiana Pinto, de grande penalidade, e aos 69 minutos, por falta clara sobre a incansável Diana. Estranhei o facto de não ter sido esta a marcá-la, já que luta pelo título de melhor marcadora e a vantagem já ser folgada. Antes, aos 66, entrara a Carolina Venegas a substituir a Carlyn Baldwin, quanto a mim com um desempenho a roçar o fraco, embora generosa como é seu timbre. Por volta dos 72 minutos, mais uma interrupção e golo do Cadima a reduzir para 1-7, numa jogada que soube ser de desatenção da nossa defesa. A tranmissão caira uma vez mais…

Aos 77 minutos o momento do jogo: a juíza da partida que já se fizera notar com decisões mais que discutíveis no capítulo das faltas, transformou uma grande penalidade evidente cometida sobre a Diana Silva (quem havia de ser?) numa falta a favor do Cadima por falta (!) da nossa jogadora. A incredulidade e o protesto instalaram-se no campo e nas bancadas onde, sobretudo uma senhora, creio que familiar da Ana Capeta, se evidenciou nos mesmos. Nos protestos e no constante apoio à equipa.
O 8-1, obtido pela Diana Silva, obtendo assim o “hat-trick”, terá sido obtido nos instantes finais, já que, e para mim, a transmissão acabou uns minutos antes.

Das nossas jogadoras gostei também da Tatiana e da Carole. Difícil escolher a MVP entre a Diana e a Ana Borges. Talvez a Diana pelos três golos que marcou, pela grande penalidade nítida sobre si cometida, e por outra tão flagrante que deu o momento patético da partida. Realce para o facto da nossa jogadora ter chegado aos 20 golos, igualando a bracarense Laura
Luís, autora de dois golos nesta jornada. A Joana Viera, do “Fofó”, ficou em branco (como a sua equipa) mantendo os 17 golos com que acompanhava a Diana. Parecem-me ser, até porque a Vanessa Marques também se ficou pelos 14 que tinha, estas duas avançadas as que reunem condições para vencerem o troféu que distingue a melhor marcadora mas, com pena minha, considero que o Braga tem jogos mais favoráveis a goleadas que o Sporting.

O campeonato sofre agora uma interrupção e só recomeça a 22 de Abril, devido aos compromissos da selecção e também um Sporting-Futebol Benfica a contar para os quartos de final da Taça de Portugal, a disputar já no próximo domingo, dia 25.
Os outros jogos tiveram os seguintes resultados:
Braga, 6 – Valadares Gaia, 0
Futebol Benfica, 0 – Estoril, 0
Vilaverdense, 3 – Quintajense, 0
Albergaria, 2 – Boavista, 0
A-Dos-Francos, 3 – Ferreirense, 2

Destaques, dois: para o A-Dos-Francos, da Catarina Lopes, que ultrapassou o Cadima e vê mais hipóteses na permanência. Para as duas goleadas seguidas sofridas pelo Valadares Gaia, a contrariar a excelente exibição feita contra o Sporting, para a Taça e a distanciar-se ainda mais do quarto lugar ocupado pelo Vilaverdense.

As nossas juniores, em jogo disputado na sexta-feira à noite, em Alcochete, defrontaram e bateram o Quintajense pr 10-0. Os golos foram marcados pela Nicole Araújo (3), Inês Macedo (3), Vera Cid, Beatriz Conduto, Marta Ferreira e Andreia Jacinto.
Ainda com uma jornada por disputar, as nossas leoas já garantiram o 1.º lugar com 126 golos marcados e apenas 8 sofridos, fruto de 17 vitórias em outros tantos jogos.
As juvenis foram ao campo do Casa Pia e viram-se derrotadas por 0-2, estando agora (ainda na primeira volta) a 3 pontos do primeiro lugar, ocupada precisamente pelas casapianas. Terminou assim, o ciclo sem derrotas deste escalão, desde a sua criação no Clube. Sendo as duas equipas mais fortes da competição da prova da AFL, numa prova agora com seis participantes, é crível que o vencedor da prova se encontre na décima e última jornada, em que recebemos o Casa Pia.

Entretanto a nossa principal equipa feminina de futsal regressou às vitórias, com um 3-2 muito sofrido diante do Golpilheira. Ao intervalo o marcador acusava uma igualdade sem golos. A equipa visitante marcou aos 26 minutos, a Débora Queiroz apontou o golo do empate aos 28. No minuto seguinte o Golpilheira voltou à vantagem, tendo o Sporting voltado a repor a igualdade aos 34 minutos pela Jéssica Cordeiro, para um minuto depois e novamente por intermédio da Débora Queiroz, o resultado final se estabelecer.
A nossa equipa encontra-se agora em terceiro lugar, a 5 pontos do Novasemente e a 4 do rival que foi vencer o Vermoim por 3-0.

Finalmente (e com agrado o refiro!) o Parada FC defrontou no seu campo, o comandante da série B, o AJE Hernâni Gonçalves, vencendo por 6-5 (!) infligindo a segunda derrota ao seu adversário e permitindo que a AD Grijó, segundo, atingisse a pontuação do primeiro, sem contudo que tal resultado impedisse que o H. Gonçalves saísse vencedor da série. O FC Parada fixou-se definitivamente no terceiro posto.
Uma boa semana para todos!

* às segundas, o jmfs1947 assume a cozinha e oferece-nos um mais do que justo petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino