Muito se tem discutido, entre adeptos leoninos, a ausência vitórias assentes em bons jogos. E isso leva a outro conflito de ideias: o jogar bem e o jogar bonito, coisas completamente diferentes, tão diferentes como um bolo que está “muita bom!” e um bolo que “está lindo!”: a massa é a mesma, a diferença é que os olhos também comem o trabalho da cake designer.
Ora, nem a propósito, Sarina Wigman, treinadora da selecção holandesa de futebol e mais recente campeã europeia, dá uma entrevista muito interessante ao Expresso, onde aborda a questão do jogar bem, do jogar bonito e do cativar espectadores. Vale a pena dar uma olhadela antes de mandarem a vossa opinião da mesa onde estiverem sentados.
Agora a pergunta para um milhão de dólares: assumes a liderança da seleção seis meses antes do Europeu e pensas “vamos ganhar o Europeu”?
Não pensei isso, não. Já estava a trabalhar com a seleção há dois anos e meio, como adjunta, e quando comecei como principal não mudámos muitas coisas. Já estávamos a preparar o Europeu e só mudámos coisas pequenas. Primeiro, reunimo-nos, o staff, e falámos uns com os outros, para percebermos bem quem tinha quais tarefas e responsabilidades, para que ficasse tudo claro. Abrimos um pouco a comunicação. Já tínhamos um plano de trabalho para as semanas em que íamos estar juntas, nas datas FIFA, para desenvolvermos a forma como queríamos jogar, para melhorar a nossa comunicação em equipa. Tínhamos muitos cenários sobre os quais falámos e debatemos isso com a equipa. Claro que tínhamos um objetivo claro: queríamos mostrar aos holandeses o quão bem podíamos jogar. Acho que não foi um objetivo muito esperto, mas era o que queríamos, queríamos que o público ficasse connosco. E, claro, para isso é preciso ganhar jogos. Foi assim que abordámos o torneio: queríamos mostrar às pessoas que sabemos jogar bem e quando fazemos isso as probabilidades de ganharmos os jogos são maiores, porque jogamos bem.
Então, primeiro jogar bem, depois ganhar?
Não. O primeiro objetivo é ganhar, mas para ganhar temos de jogar bem. E para jogar bem, todas as jogadoras têm de saber bem que tarefas e responsabilidades têm, consoante as posições em que jogam no campo, para que possamos todas contar umas com as outras. Isso dá confiança à equipa e temos mais probabilidades de ter sucesso. Mas se só nos focamos no resultado, então não estamos a pensar no que temos de fazer no jogo, em todos os cenários que encontrarmos, e isso não funciona. Se olhássemos para a história do futebol feminino, as probabilidades de ganharmos o Euro eram minúsculas. Mas decidimos lutar por essas probabilidades. Se dás o teu melhor e te preparas bem, todos os dias, antes do torneio e no torneio, então podes ganhar. Mas também podes perder, porque também tens um adversário. O que nos interessava era que todas estivessem focadas no que tinham de fazer e logo se via o que acontecia, sabendo que podíamos estar sempre orgulhosas de nós próprias no final. Se calhar isto soa demasiado simples, mas foi assim que abordámos o Europeu.
Se, por alguma razão, as jogadoras não estivessem num bom dia e não fizessem mais de três passes seguidos, jogassem mal, mas no final ganhassem 1-0, ficarias contente?
Sim, claro que fico contente pelo resultado, mas sabendo sempre que as hipóteses de ganhar o jogo seguinte passam a ficar mais pequenas, porque não jogámos como nós queremos jogar. Depois disso, temos de avaliar o que fizemos, para corrigirmos e aumentarmos as probabilidades de ganharmos o próximo jogo. E depois falamos das tarefas que cada uma tem na equipa.
Vamos supor que esta semana jogarias com os EUA, as campeãs mundiais. Seria uma semana mais baseada no treino da organização defensiva?
Sim, em parte. Obviamente treinamos os vários momentos do jogo: organização defensiva, organização ofensiva e transições, e às vezes damos mais ênfase numas coisas do que noutras. Provavelmente com os EUA antecipamos que elas tenham um bocadinho mais bola do que nós e aí se calhar temos de preparar bem a nossa organização defensiva, mas também espero que nas transições ofensivas sejamos muito perigosas para elas. Depois podemos falar de outras coisas, ofensivamente, mas de forma mais geral, porque não podes querer falar de tudo de uma vez às jogadoras, se não é demasiada informação para elas, tens de selecionar bem. Mas claro que ao longo dos meses e dos anos repetes muitas coisas e elas absorvem isso.
Dizias que as equipas agora defendem mais atrás, resguardam-se quando jogam contra a Holanda. Procuras outras soluções para atacar?
É natural que elas o façam, também viram o Euro e analisaram o que se passou no torneio. Claro que tentam arranjar uma estratégia para jogar contra nós, seria uma loucura se não o fizessem. Para nós é um novo problema, menos espaço, para o qual temos de encontrar soluções. E, no final, se tudo correr, todas as equipas vão ficando cada vez melhores e o nível do futebol feminino evolui ainda mais. Isso é benéfico para todos.
Já há críticas à seleção?
Oh, claro que sim. Mas isso é bom, significa que nos veem, que interessamos. As críticas também fazem parte do sucesso. Se queremos estar no mais alto nível, temos de nos aguentar ao mais alto nível e trabalhar nisso diariamente.
Aqui em Portugal temos muitos programas sobre arbitragem mas poucos sobre futebol. Como é na Holanda?
Temos muitos programas sobre futebol. Claro que também se fala dos árbitros, fazem parte do jogo, é normal, mas fala-se muito de futebol, temos bons programas com análises táticas, normalmente com ex-jogadores que entretanto se tornaram treinadores.
Imagino que já tenham notado a ironia de ter o futebol holandês no masculino mal e o feminino muito bem.
Sim, é claro. Foi irónico porque na altura em que mais crescemos, a seleção masculina teve mais dificuldades. Não conseguiram a qualificação para o Mundial na Rússia, infelizmente. Obviamente queremos ter as duas seleções bem, mas as pessoas estão sempre a comparar ambas e não queremos que nos comparem. Queremos é ter ambas bem. Temos uma população tão pequena e somos conhecidos pelo nosso futebol, pelo nosso estilo de jogo, por isso seria perfeito termos ambas as seleções em grande. Se tudo correr bem, em breve poderemos dizer: “Sim, os holandeses estão muito orgulhosos dos jogadores e das jogadoras”.
Não sei se tens essa visão, mas fora da Holanda temos a ideia de que os holandeses defensivamente não são tão bons.
Falando da nossa equipa, da forma como defendemos no Euro e contra a Noruega e contra a Irlanda, já na qualificação para o Mundial, acho que estivemos bem defensivamente. Em geral, penso que talvez seja algo cultural: os holandeses são sempre muito aventureiros na forma como jogam…
Estão ao contrário. Hoje em dia parece que se pensa mais em como não deixar o adversário marcar do que em marcar.
Claro que se a tua organização defensiva não for boa, tens um problema, por isso precisas de ambos os lados: queres ganhar, mas também queres impedir que os outros marquem. Mas eu prefiro ganhar 4-2 do que ganhar 2-0.
Porquê?
É muito melhor para o público que vê o jogo. Claro que queremos ganhar e jogar bem, mas, especialmente no futebol feminino, ainda temos de conquistar os adeptos. Por isso não podemos simplesmente ficar em frente à área a defender. Acho que isso não é nada bom para o futebol feminino.
21 Março, 2018 at 8:23
Já vi em várias épocas do Sporting um futebol espetacular ( Toshack,Mirko Jozic, Peseiro, Queiroz, etc) mas das épocas em que me recordo que ganhámos algo foi com futebol pragmático e resultadista ( Inácio, Boloni, Paulo Bento) por isso cada vez que ouço alguém dizer que não estamos a jogar bem só me vem à cabeça os 3-6, o golo do Luisao ao Ricardo, o 0-1 de há duas épocas, ou seja, futebol bonito? Tá bem Tá! Ainda por cima nesta fase da época que o que interessa é ganhar nem que seja por meio a zero!
21 Março, 2018 at 8:30
Quem sabe, sabe. E a Sarina sabe.
A grande preocupação do futebol actual passa primeiro por não sofrer, não arriscar… é tudo demasiadamente estudado, controlado e pouco excitante. Parece contra-natura, pois o objectivo deve ser o golo.
Claro que tudo isto é importante, mas penso que não se deve amputar o talento.
Quanto a nós Sporting, e sem entrar em grandes considerações sobre a era JJ, prefiro a atitude do último jogo. Estaremos sempre mais próximos de ganhar do que de não perder. Como Sportinguista e consumidor de bola, gosto mais.
21 Março, 2018 at 8:41
Tinha deixado isto no post do Coentrão mas aqui faz mais sentido. Quem não leu, leia. Quem leu, peço desculpa pela repetição
“Em off, mas leiam que vale a pena
“Incrível o arquivo do Xavi.
Interviewer: “In recent years, Football has focused on the physical aspect, so much that it seems difficult to improve it. Only thing remaining to ameliorate is the Football IQ. ”
Xavi: “I totally agree with that. You have to improve game’s intelligence and focus on talent. It all depends on the coaches obviously. But today, in training sessions, there is 60% of physical training and 40% devoted to the technical part. In other words, 0% of the time is devoted to the reflection of the game, to its interpretation. You cannot enter a Football pitch with just motivation, like: ‘Vamos!’, ‘Come on!’ It helps, yes, but it’s not everything. The mind in the most important thing to work on for the future in Football. ”
Interviewer: “How is it possible to improve the work on the mental aspect of the game?”
Xavi: “Football is a sport in which you have to watch what is going on around you to find the best possible solution. If you do not relate to others, you do not know anything and you cannot do anything. There is the space-time thing to apprehend in this game. And if you are not aware of it and you’re not thinking about it, it’s complicated. What makes the difference today in football? It’s talent. And what is talent? It is the possibility of controlling what you do and what others do, because you play with your head and not only with your feet. I love Usain Bolt, he’s a great athlete. Physically, nobody comes close. Who runs faster than him? No one. But with all due respect to him, he will never make any difference on a Football pitch. ”
Interviewer: “Why?”
Xavi: “Because we can not supplant mental speed and game’s intelligence with physical abilities. It’s impossible. (He gets up and goes next to his friend Matias). If I pass the ball to you and Matias moves from one side to the other. There you have to look where he is before you go. It’s simple, right? To observe is to evaluate the situation in order to decide better. When you lift your head, you are in the reflection, you activate your neurons. On the other hand, if I give you the ball and I tell you: ‘Pass the ball and Matias sends it back to you!’, you do not think anymore. You are just in mechanization. ”
Interviewer: “Some training centers believe that repeating the same things leads to perfection..”
Xavi: “It’s heartbreaking. If the coach says: ‘Xavi, pass the ball to Matias, who passes it to Javier, Javier to Xavi, Xavi to Matias again, & so on for ten mins, what’s the point? What does it improve? Maybe the passes’ technique, OK, but when do we activate the brain? We are stuck on elementary mechanic physical principles. During training, some players are even asked to run ten meters for no useful reasons: ‘After the pass, you have to sprint!’ But where? Why? Running is good, doing it smartly is better.”
Interviewer: “Do players at least try to understand why some coaches try to make them do these things?”
Xavi: “l, personally, always had the will, I would even say the curiosity, to understand what is happening on the pitch. Why? How? Where?’ These are questions I would constantly ask myself and will continue to do when I become a coach. We do not all have the same thoughts. There are professional players who do not understand what is happening on the pitch. Simply because they weren’t trained to develop their talent, to think about what’s happening with them.”
Interviewer: “But Piaget said that intelligence is what we do when we do not know the situation we are in.. ”
Xavi: “l couldn’t agree more. Intelligence is the ability to react and adapt to a problem that has never been encountered. Knowing how to encounter situations that have never been confronted is pure intelligence. It is true in everyday’s life, but also in Football: ‘This is new, I do not know, but I will try to get out of it.’ Dani Alves’ match on his right side, between the opposing lines, at the Bernabéu, was spectacular. We always have the impression that he is everywhere. He is an incredible player. Incredible. But truthfully, he does not play with his feet. He does it with his brain. Same with Verratti. How does he play? With his neurons. He’s small, not fast, but he’s smart. He plays a lot like me. If he did not play with his head, he wouldn’t be able to play Football.”
Interviewer: “The first time you saw Iniesta at La Masia, did you tell everyone: ‘If this guy do not succeed, then he is an idiot..’”
Xavi: “Well, Andrés is a special case. He has an unusual talent, he could not fail, impossible. There was another Iniesta at Barga. I will always remember his name: Mario Rosas. If you saw how he played at 15, 16 or 17, you would say: ‘When this guy makes to the first team, the Camp Nou will hallucinate.’ He was a mixture of Laudrup and Messi, for real. He played with two feet, dribbled, was competitive. He had it all, but he got lost. It shocked me. Maybe he was not professional enough or didn’t have a strong mentality, we will never know. Adolescence is a crucial period in life, your personality isn’t yet fully built and it is vet)/ easy to make mistakes. You are full of doubts: ‘Will I be able to play for Barça?’ ‘Will I have the level for the first division?’ ‘Will I make it to the NT?’ You can fix these issues if you are mentally stable and have a supportive family. I’ve had the chance to always be protected by my family. That of Andrés has also been amazing with a bunch of values. But there are players who have chaotic’s ways of life, with complicated parents. When you don’t have a support or someone to refer to, it’s hard.”
Interviewer: “You are very confident. But before winning titles with Barca and Spain, you had plenty of doubts. How did you change from a player that nobody believed to a world’s reference?”
Xavi: “Putting doubts aside is part of a footballer’s duties. Today, I am a veteran, I am more mature but when I look back, I realize that I have always leamed a lot of things. In 2005, when I was recovering, some people said to me: ‘Sht, it scks for your injury!’ I often answered: ‘But no, what are you talking about?’ Without it, I would not have understood that I had to take better care of myself. Before that, I had never been to the gym in my life. I had no muscle tone, it was hard. My knee said to me: ‘Hey, a*shole, you’re going to the gym, because if we continue like that, we’re not going to play a lot of games.’ It’s been a lesson in life. Puyol, Valdés and I suffered at the beginning of our career. It was complicated with Barça. ”
Interviewer: “What do you mean when you say you suffered at the beginning of your Barcelona’s career?”
Xavi: “People used to tell me that I was the cancer of Barça, that I did not have the ability to play for this club. That with me, we would never win the Champions League. They said that Iniesta and I were incompatible. Visionaries.. Iniesta and Xavi together on the ground? It was a ‘Impossible’ until the arrival of Rijkaard and Luis Aragonés. It’s them who made us play together for the first time. They believed in us. And we made them proud. Fortunately we won titles. Without that, we’d have been killed. It’s the Football’s business. You should have in mind that once you become a professional, you will get exposed. What’s funny about Football is that everyone think they understand it. People who think they know football are many but all they do is criticize and criticize. That’s why it’s essential to have clear ideas.”
Interviewer: “Is it because of these clear idea that Maradona calls you: ‘Football Master’? ”
Xavi: “That’s brutal, right? Coming from Maradona, an idol. But I am not a Football genius. I am just a student of Cruyff’s school, and Cruyff summarized football in a sentence: ‘Football should be played with the mind.’ I have had to use my brain to play Football. I am not Mbappé. How does he play? He runs, pushes the ball, passes a player. I don’t have Mbappé’s legs, but I use my brain. I compensate like that. I came to Barca when I was 11 and from the first day, I was forced to understand evetything I did. We cannot play Football if we don’t understand everything that happens on the pitch. It goes deeper than just the contact between the foot and the ball. Each reflection, each question open new perspectives. Why are we asked to give space to each other? Or to open up the game? It’s logic. Imagine that I have the ball and I want to give it to a team-mate but an opponent is in the middle ofthe two of us and wants to take the ball. If there is enough space between my team-mate and l, the other can’t do anything. I think like: ‘If he comes to me, I pass the ball to my man.’ And, bam, the ball is already in the other direction. If we are in a confined space, we can easily lose the ball. That’s the accordion of Cruyff. When we don’t have the ball, what should we do? Defend highly and shortly. Why? To f*cking stifle the rival by closing spaces. The less space we give our opponents, the less chance they have to reach our goal. What’s Football? It’s space-time.”
Interviewer: “Concretely, what do you do to apprehend the game?”
Xavi: “What should I do when I have the ball? Search for free areas to save time for reflection. What should I do when I do not have it? Cut the opponent’s space not to allow him finding solutions. If done correctly, the opponent is confined to a space-time mistake. He has less space to move the ball, so less time to think. It’s a summary, but to put all this in motion, you have to heal a lot of details. For example, if I get the ball on the touchline, I have to be able to stand in a way that would give me the opportunity to look at what’s going on on the pitch. If I look in the stands’ direction or on the sideline, what is it for? It’s simple, but I still see players doing it. ‘But what are you doing, how can you give your back to the game?’ No, no, no. You have to have look properly at the pitch. If I get the ball and try to put myself in a position that would make me see the pitch, I see it all. I take the information on space and I save time to think. It makes sense, right? And yet some players put themselves in complicated situations, like the comer side, but why? You’ll have to tum around, you’re going to waste valuable time. Losing time in football is like losing gold. ”
Interviewer: “What is your biggest quality, according to you?”
Xavi: “Like everyone else, I surely have something innate. Technically, I’m not bad. But my greatest quality is mental speed. I love ‘Toros’. Everyone sees this as a simple warm-up exercise, it’s WRONG! It must not be something you do for fun, but didactic. It is great for the technique, for the speed of execution, for the vision of game. It allows you to work the passes on the second lines of play, to understand where the player is located, how to position yourself. In ‘Toro’, you cannot give your back to others, you have an overview of everything that happens. So, you work altruism too. If you anticipate that a team-mate will be in a complicated situation if you pass the ball to him, do not give it to him. Look somewhere else, towards the second line. Be clever with your teammates, do not put them in trouble. ”
Interviewer: “Nowadays, Football is full of statistics. ”
Xavi: “It makes me laugh to see all these GPS that they put on our bodies. Because when they look at the data, statisticians say to themselves: ‘On 100 passes, 80 were accurate. ‘ Oh really? And how do you know they were good? Do you know how they count them? For them, it’s valid from the moment the player controls the ball that I sent to him. This is a good pass for the GPS. So yes, the guy may have controlled the ball, but he has four opponents on the back. So no, that’s a bad pass. The good pass was elsewhere, to the one who was free of marking, the GPS doesnf detect that. If it was enough to get rid of the ball in any way by putting the other in difficulty, I do not see the interest of statistics. I have the responsibility not to lose the ball, but I also have the one that my team-mate does not lose it. The difference between big teams and mediocre teams lies in the quality of the network of passes. The problem is that statistics will never replace sensations. They let you believe that Modrié had a bad game against PSG. Sorry? Yes, he lost some balls, but he gained space, he relieved his teammates and hurt PSG. His contribution is uncountable. If you do not want to take responsibility for the loss of the ball, do it like Modric or Iniesta: keep the ball, gain space and look where is the free player. There is always someone free. Always. You know why? Because there is always the solution to give the ball to the goalkeeper. When the match begins, we are eleven against eleven, but when you have the ball, there are ten of you that want to take it, not eleven. There is always a free man. Those who say the opposite lie. Lately, people are hallucinating when they watch City. They are like: ‘Gosh, they play really well!’ But they play well because Guardiola spends his days finding ways to make everything work better for his players.”
Interviewer: “Some coaches also spend their days finding solutions for their players but by making them defend..”
Xavi: “The majority, yes. Whether in defense or in attack, everyone is looking for the free man, but not for the same reasons. Guardiola wants to find solutions so that his players go towards the goal. Others want to find ways to prevent the opponent to reach their goal. Simeone does that vety well, for example.”
Interviewer: “You are considered like the leader of offensive Football. For you, can defensive football be praised in the same way as attacking’s?”
Xavi: “Defending well can be an art, just like attacking. That’s right, and I respect it. My great sorrow is that defensive and physical aspect has taken over the attacking one, the technique and the talent. At this rate, we will all be bored watching football. ”
Interviewer: “But are you aware that some people get bored while watching Barça?”
Xavi: “It’s incredible! Which team is boring? Barça or the team playing against them? Sometimes I hear: ‘Barça is not dangerous enough.’ But how can you be when you have eleven players in front of the goal? It’s impossible. The team that plays on the back is not the team that tries to play, but refuses to. Isn’t it boring when you watch teams losing time or sending the ball to the stands to break the rhythm? In front of ultra-defensive teams, It happened for me to ask myself: ‘But how can I find spaces? There is not any.’ But, there are always some. You have to move the ball from one side to the other, move, move again, and there you go, there is space. I spent my life searching for it, finding ways. Where is there space? How to make it happen? I was tuming my head in all directions, I was nicknamed ‘The Exorcist’s daughter’. I do not tum my head to 360 degrees like her, but there are games where I have rotated mine more than 500 times.”
Interviewer: “According to a Norwegian researcher, you produce 0.8 information per second. Why do it so often?”
Xavi: “My brain works like a processor: it stores data, informations. Turning my head helps me do it. And that’s not only important, it’s fundamental to master space-time. I think: My team-mate is man-marked, so I tum my head to look for another solution. Behind me, an opponent says to himself: ‘I’m going to take the ball from him, he’s turning his back, he does not see me.’Except that I saw him. Just as I saw that the player who is marking my team-mate moving forward at the same time as his partner. Before they reach me, I passed the ball to the same team-mate who got free. I found spaces, solutions in a few seconds. What is Messi doing today? Why is he incomparable? Because he has everything. He does not make random passes. He does not get rid of the ball in silly ways. No, Messi attracts the defenders and then, pam, he passes to his free team-mate. And I think: ‘Holy sh*t, he dribbled four and created spaces for his partners. He is very strong.”‘
Interviewer: “Not everyone has the chance to have Messi in the same team.. ”
Xavi: “Everyone does not play for Barga either. Barcelona play a game very different from others, because we leam to think. When I went to the NT, those who played in other teams did not play the same way. They did not see football in the same way. It was the same when new players signed at Barca. The first time I saw Abidal, I was devastated..”
Interviewer: “Was he a disaster?”
Xavi: “No, not that much, but he was not on Barga’s level. Then he started to think about the game, to observe, to ask questions, to find answers. This ability to adapt quickly has allowed him to become the best defender in the world. At least in my eyes. He was incredible. Abidal illustrates this: with a little stimulation, reflection and patience, everyone is able to play smarter. ”
Interviewer: “Why don’t we stimulate more creativity if it’s so simple?”
Xavi: “Because we tend to believe that it is impossible. If I become a coach, and that’s my wish, I’d like my team to have the ball. When am I calm on a field? When my team has the ball. As a coach, it will be the same. What did Cruyff say? ‘There is only one ball.’ And he was right, if I have it, I do not even need to defend, it’s the others who have to run after it. If they steal it, I have to get it back quickly. I want to have 99% possession, 100% if possible. The ball is what stimulates players. In Football, in any case, there are two types of coaches: those who are afraid of having the ball because they do not know what to do with it. And those who are afraid of not having it because they do not know how to live without it. These are two different ways of thinking that require intelligence. But please, give me the ball. ”
Interviewer: “Is it that hard not to have it?”
Xavi: “Without the ball, I’m afraid of not enjoying the game. You have to play with Iniesta to know what pleasure means. You have to have exchanged passes with Messi to understand it. ‘Pam, pam, pam.’ And Leo, Iniesta came. Then Busquets was there too. We had six or seven passes in a row. We did not even do it to attack. But for pure pleasure. ”
Interviewer: “Messi and Iniesta continue to make ‘one-two’ while they are two meters away from each other. Except for pleasure, what is it for, concretely?”
Xavi: “To attract the opponent. I tell my team-mates: ‘Let’s go to the side, you and l. ‘ ‘Pam, pam, pam.’ Even if we are winning 2-0, we want to do it. ”
Interviewer: “So you, kind of, want to humiliate your opponents.”
Xavi: “No, not all. If we start making these small passes, it’s because there is space to do it. And if there is space, it means that the opposing team is waiting for us in the back. A player is naturally attracted to the ball, even if he plays in a team that likes possession or not. And he likes it even more if he is losing. To make a comeback, it will be necessary to recover it, so at some point, they will come to stop us. We cannot give them the ball. What do they see? Two players, men-marked, passing to each other on the sideline. While for example, when we are losing, what Messi looks for is a way to find space, attract players towards him to free his team-mates to be able to pass the ball to them. ”
Interviewer: “So there is something mechanical.”
Xavi: “Repeating the same things is only good if you understand why you do it. I spent my life receiving the ball from the back, turning around and looking at where opponents were. Then, my brain tells me: ‘Here, there are three, there. There are two. Well, I’m going to pass it on the other side.’ Sometimes I watch games on TV, and I say: ‘Well, they’re attacking badly.’ They often do it on the side where there is the more opponents. But why? You cannot attack well If you are outnumbered. When I played with Alves and Messi, we often attacked three against one, Ok. Three against two, Ok. Three against three. But it was the maximum. As soon as you are outnumbered, you have to switch the game where there is space and time.”
Interviewer: “When you watch games on television, despite the camera’s different angles, do you manage to distinguish these notions of space-time?”
Xavi: “When I watch a game, I do it deeply. If a friend talks to me during a match, I say: ‘Hush, I’m trying to understand! Watching a Football match is like watching a film. If you distract me, I do not understand anything about dialogues between players. Talk to me when there will be a stoppage of play. Do not be like my wife: ‘Xavi, I do not know this. . “‘ I do not answer my friend. I am so absorbed by what I see. Thinking is all I have in football. I’m not Messi: he dribbles four guys. I don’t. ”
Interviewer: “Maybe they never taught you how to do it. ”
Xavi: “It cannot be learned. When you are neither fast nor skillful like me, you compensate with your other qualities. During an oriented control, yes, I can erase a rival, but otherwise, have you already seen me doing leg crunches? Never. ”
Interview: “Why?”
Xavi: “I’m not comfortable with that. It’s not me. I am not good with that. I feel comfortable when it comes to creating digital superiority. Give me the ball and I will not lose it. Because I think. Because I’m watching. Because I’ve been training on this all my life. Because it’s written deep inside my neurons. ”
Interviewer: “Beyond what you’ve learned at La Masia and while watching games on TV , you’re also a fan of picking mushroom and baby-foot. Did these activities help you in any way?”
Xavi: “l have some things I always do, it’s like an obsession. When I entered this room, I analyzed how the chairs, the tables were placed. I always want to sit where I can see the whole room. It’s a reflex, I always do that. Because I like to control. I do not like surprises, for example, I want to know what will happen. I have an organizational capacity even on a daily basis. I know what I have to do hour by hour, without the need of a reminder. The agenda is in my brain. ”
Interviewer: “You seem to be pretty good at Tetris, right?”
Xavi: “Are you kidding me? I was a champion. Do you see the pieces falling so fast? Well, it was me. I did not play anything else on Game Boy. It is a game in which you cannot do anything: you have to fit the pieces in a certain direction, anticipate the ones that will fall. It is a puzzle game that awakens your cognitive abilities. Sometimes you cannot play Tetris, so you have a little free space, you have to know what to do with it, guess the piece that will come, choose the right moment to drag it to such and such a place. It’s space-time, like Football. Everyone who has played Tetris knows what I mean. You make a whole block leaving a space to fit the large piece so that it fits well. That’s thinking about the second action. And preparation for Tetris is the same in Football, it is essential. ”
Interviewer: “Do you also see bricks when you’re on the pitch or is it different?”
Xavi: “It’s different. I calculate the passing lines, the distances. I try to correct them too: ‘Why does my teammate come two meters from me? Stay 30 meters away!’ I’m the happiest person in the world on the pitch when I see that there are movements, because it increases the passing options. After taking the information, just before making my gesture, my brain sends me a kind of signal: ‘It’s now that you have to pass the ball.’ It happens to me when all the spatiotemporal factors are in place. And usually, it’s for decisive passes. ”
Interviewer: “Emery said that he wants his player to be smarter than him. How can you deal with a group of players who don’t see the game the way you do?”
Xavi: “l will try to teach them my idea of football. Make sure to stimulate talent. Obviously, I will not ignore the physical aspect, which is necessary, but I mean that I do not want my defender to just spend his time defending. No, no. I want him to play, to go forward. Ask Mascherano if he has not leamed to play football in Barcelona. He had to adapt. He was smart. Like Abidal and Umtiti. Umtiti is the best centre-back, isn’t he? Why? Because he’s doesn’t spend his time just defending. He plays, he thinks, he goes forward, he anticipates. In Lyon, he recovered the ball, then was happy to only give it to the midfielder, who was doing his job. At Barca, you have to participate more, it facilitates the work of the midfielder. When he goes forward, it gives him better option to pass the ball. It also gives him space and time to think. ”
Interviewer: “What about Dembélé?”
Xavi: “He will need some time. Barca is like a final exam for a footballer. It is like Dembélé is passing a Master degree right now because not everyone can play for this club. Why? Because you have to know things three times more than elsewhere. Barca play on barely thirty meters of play. Dembélé has a lot of talent, he is very fast, but here, he is not going to have the boulevards he had at Dortmund or Rennes. He had more space, so more time there.”
Interviewer: “What will he do then?”
Xavi: “He will have to leam to think faster, in a few thousandths of a second. This is where we will see if he has the mentality. He must say to himself: ‘l am a Barga player. ‘ You have to be mentally strong, to have convictions. There are average players who spent fifteen years at Barca, because they had a character. And there are some excellent players who did not do anything because they couldn’t handle pressure. At training, when you saw them, you would say to yourself: ‘They will break everything. It’s going to be legends.’ But no. As soon as they entered the pitch, their legs started shaking, they did not want the ball anymore. And you would wonder: ‘Holy f*ck, what’s happening to them?’”
Interviewer: “Is it the famous ‘scenic fear’ that Jorge Valdano talks about?”
Xavi: “That’s it. Mental strength is what stabilizes the performance. That’s what makes you stronger. When there is fire, Marcelo, Modrié or Sergio Ramos do not hide. On the contrary, it’s at this moment that they appear. What did Lucas Vazquéz do against PSG? He entered the pitch with the desire win. A missile. The guy even went to Kimpembe. And there you say to yourself: ‘What is he doing? He’s crazy or what?’ No, he’s just mentally strong.”
Interviewer: “You evolved in Barça, which has a very specific game philosophy. But you also played with a lot of foreign players. Are there various forms of game’s intelligence in your opinion?”
Xavi: “It has nothing to do with the nationality but rather with the character of each player. Obviously, a Brazilian does not have the same vision of life as a German. Generally, they are rather playful. They relativize the problems better. When you see Marcelo, Alves or Neymar, you have the impression that they play in the street, without pressure. ”
Interviewer: “Godin, who is Uruguayan and defender, says his responsibilities are so heavy that he never had fun on the pitch. Can you understand him?”
Xavi: “When you have a sense of responsibility, you suffer more. I have lived this early in my career. You want to do things right, to make people respect you. You want to be successful, so of course you do not enter the the pitch to joke. Still, he has to have fun at some point. It is impossible not to have fun. ”
Interviewer: “Do you think that Godin sends so many balls out to avoid a little bit the pressure he feels or does he actually enjoy that?”
Xavi: “Godin is an extraordinary defender. He does not do that because he enjoys it. But we do not play at the same position, so I don’t really know. But hey, I do not see where is the pleasure to do that anyway. Do it in the 93rd minute of play, to have control on the result, why not. But in the 60th or the 70th, what is the point? You still have time to find a solution, to take advantage! Clearing the ball is an intellectual defeat: ‘Can I really do anything else there?’ When you recover the ball and you lose it again, you give a new possession of ball to the opponent. Don’t do that. Find spaces, pass the ball to the goalkeeper, dribble, get a touch by shooting the ball on the player you have in front of you. Do something, anything, but do not throw it out! My sense of responsibility prevents me from doing it. ”
Interviewer: “What do you feel when you make a bad choice?”
Xavi: “l feel my heart coming out of my chest.””
21 Março, 2018 at 9:30
Muito bom.
Terei de ler outra vez mas está mesmo bom.
21 Março, 2018 at 9:38
Obrigado. Gostei muito de ler.
E retirei este raciocinio… aqui só para nós.
“What’s funny about Football is that everyone think they understand it. People who think they know football are many but all they do is criticize and criticize.”
21 Março, 2018 at 10:13
Fortunately we won titles. Without that, we’d have been killed. It’s the Football’s business. You should have in mind that once you become a professional, you will get exposed
21 Março, 2018 at 10:20
Xavi… és tu?? 🙂
21 Março, 2018 at 10:21
Coño
Maradona (de barriga)
21 Março, 2018 at 11:04
“Because we can not supplant mental speed and game’s intelligence with physical abilities. It’s impossible.”
21 Março, 2018 at 11:39
Schelotto and Marvin strongly disagree
21 Março, 2018 at 9:02
Bom dia…
Como há não sou novo…
Recordo-me de termos equipas a jogar muito bem…mas não ganhámos nada ( nem os jogos…)
Para ganhar não é suficiente jogar bem…
É também ” necessário”…que nos deixem ganhar…
E isso é que “tem sido o busilis…”
SL
21 Março, 2018 at 9:03
Jogar bem não é jogar bonito.
O Sporting raramente tem jogado bem este ano. Fazendo-o, fica mais perto de ganhar, até pela enorme diferença individual para muitos dos adversários.
21 Março, 2018 at 10:21
Cof cof…. atchim!!!
( deve ser dos pólens que já andam no ar )
21 Março, 2018 at 10:22
Aviar copos de três pela manhã faz mal, o Sargento devia saber.
21 Março, 2018 at 14:28
É sempre aviar! Não tem hora marcada pra acertar passos
21 Março, 2018 at 9:04
Penso que independentemente da tática os holandeses não estão bem no futebol masculino, porque não têm a matéria prima que já tivemos. Os melhores jogadores estavam nos melhores clubes mundiais e toda a gente os queria. Essa situação passa pelo crescimento dos maiores clubes holandeses e o despontar de novos valores, que é o que está acontecer em Portugal. A formação é a base do sucesso do futebol do país, Deus ilumine as pessoas que comandam o futebol juvenil do Sporting para terem boa matéria prima e com isso bons resultados, os nossos rivais estão muito fortes nesse processo e o Sporting tem arranjar soluções para garantir o seu futuro, pois é dali que vem as maiores mais valias para o clube. Gostamos muito do nosso clube ecléctico, mas são os futebolistas que são vendidos por milhões. O Sporting tem que ter uma aposta na formação muito forte.
21 Março, 2018 at 9:09
“Temos muitos programas sobre futebol. Claro que também se fala dos árbitros, fazem parte do jogo, é normal, mas fala-se muito de futebol, temos bons programas com análises táticas, normalmente com ex-jogadores que entretanto se tornaram treinadores.”
Aqui em Portugal é tudo ao contrario (avermelhado e @”
Neste momento da época não interessa-me jogar bonito, quero é ganhar jogos e títulos.
Estou farto de jogar bonito e não ganhar nada. Temos que mudar isso, e esta época é uma excelente oportunidade.
21 Março, 2018 at 9:10
Até podem vir a jogar bem, mas bonito, bonito… As meninas vão ter de comer muito feijão com arroz para ser apelativo aos meus olhos.
Falta bem mais que um Danoninho… E algum jeito.
21 Março, 2018 at 9:34
“para ganhar temos de jogar bem”
Não concordo com ela, mesmo admitindo que jogando bem estamos mais perto de ganhar.
Mas eu separo o jogar bem do bonito. Podemos jogar bem sem jogar bonito. E podemos jogar bonito, não valendo de nada no sentido prático.
Importante é ganhar, sem batotas. Jogando bem, preferencialmente. Se também der para nota artística, então é o sonho.
21 Março, 2018 at 9:40
O que conta são os golos que entram, o resto é musica.
21 Março, 2018 at 9:54
Como diz o outro, é metê-la lá dentro.
21 Março, 2018 at 10:14
Todo lá dentro
21 Março, 2018 at 10:26
A bater na gargantilha…
21 Março, 2018 at 13:44
Postiga?!?
21 Março, 2018 at 9:41
Atenção que jogar bem não é necessariamente jogar bonito….
21 Março, 2018 at 9:55
O Shikabala jogava bonito, tipo circo.
Já bem…
21 Março, 2018 at 10:17
O Piccini (que me calou bem calado!) por exemplo….em regra não joga bonito, mas joga bem
21 Março, 2018 at 10:31
O Dominguez jogava bonito. Infelizmente, depois de toda a arte, raramente sabia o que fazer à bola.
Ou aqueles que fazem grandes cavalgadas de 50 metros, levam tudo à frente, e acabam com um passe para ninguém.
Depois há o Xavi. Um tipo que era apelidado de “pouco tecnicista” porque não tinha drible.
Outro exemplo de quem joga “feio” é o Busquets. Coitado, limita-se a receber e passar, qualquer um faz isso. O facto dele ter sempre, mas sempre, uma linha de passe aberta para um colega é puro acaso, ou dos seus passes significarem progressão e procurarem as zonas onde as defesas estão descompensadas também.
Este tipo de posts não dão jeito porque o pessoal se punha a pensar demasiado sobre o futebol apresentado pelo Sporting, e sobre o que seria possível com os jogadores disponíveis, e assim como que…
Já agora, mérito de Jesus, é raro ver um jogador em campo perdido sem saber o que fazer (só me lembro do Alan, mas esse é mesmo por ronha). Todos os jogadores têm noção do espaço, e da função a cumprir. O que falta é adaptar o colectivo às necessidades de cada partida, e tirar partido de algumas características dos jogadores, como acontece (bem) com a capacidade de remate do Bruno Fernandes. O jogo pausado que o Sporting apresenta pode funcionar contra adversários fortes, que venham procurar a bola, mas dificilmente vale contra equipas que não se importem de passar 90 minutos acantonadas na sua área a ver os outros jogarem.
21 Março, 2018 at 11:06
Excelente Dr
21 Março, 2018 at 14:31
Já aprendeste alguma coisa hoje.
Fico feliz
21 Março, 2018 at 10:02
É empratar com arroz de tomate e não mexe mais, que as pescadinhas já estão prontas.
21 Março, 2018 at 10:09
Jogar bem não é jogar bonito? Claro que neste contexto é, deixem-se de merdas, quando se fala em “jogar bem”, está-se a falar em jogar bonito, e quando se diz que “jogar bem não é jogar bonito”, está-se a dizer que “jogar bem é ganhar”, ponto!
E jogar bem é de facto ganhar: competência, eficácia e sorte (que perde validade na análise ao jogo passada uma semana, por isso não interessam para nada as “vitórias morais”)!
Jogar bonito é agradável, mas só se acompanhado por resultados.
Por isso o que ela escreve é um chavão, daqueles bem conhecidos, e que servem para toda e qualquer circunstância na argumentação, ao sabor de quem a profere. Acho que é uma entrevista básica e monótona.
Se jogar bem fosse jogar bonito, nunca éramos campeões europeus a esta hora. Nem os gregos tinham sido. Entre dezenas de outros bons exemplos que se poderiam dar.
Gostei da parte em que ela refere a discussão inicial entre todos, com a “abertura da comunicação”. Tão desfasado da nossa realidade… 🙂
21 Março, 2018 at 13:11
Jogar bem não é ganhar!
Nós não temos jogado bem e temos ganho quase sempre.
São 2 coisas diferentes.
Lá estás tu a confundir a andorinha com a primavera!
A Holanda, no WEuro2017, jogou bem e ganhou. Aliou as 2 coisas.
Portugal, no Euro2016, não jogou bem, mas também não jogou mal, e ganhou.
Nós, Sporting, não jogámos bem, mas também não jogámos mal, na Taça da Liga. E ganhámos. Com alguma sorte, pois em 5 jogos só ganhaste 1. Tão cedo não volta a haver um vencedor na TL assim.
Aliás, como no Euro2016. Em todo o torneio, em 7 jogos, ganhaste 1 nos 90 minutos, empataste 6. Em 3 prolongamentos, ganhaste 2 e empataste 1, que ganhaste depois nos penaltis. Daqui a quanto tempo haverá outra equipa a fazer um percurso destes? E nem vou falar da sorte que tivemos com o golo da Islândia com a Áustria, nos descontos, que nos colocou do lado “fácil” das eliminatórias.
Jogar bem é uma coisa – a laranja mecânica jogava muito bem!
Ganhar é outra – a laranja mecânica não ganhou nada.
Mas acho que toda a gente concorda que jogando bem estamos sempre mais perto de ganhar, e é isso que ela quer dizer.
21 Março, 2018 at 13:24
A laranja mecânica foi campeã europeia…
21 Março, 2018 at 14:21
A laranja mecânica foi a Holanda dos anos 70…
Nem foi uma andorinha agora. Pareceu-me um pintassilgo…
21 Março, 2018 at 13:51
Já agora diz-me uma equipa que tenha jogado bem, sem ser bonito e que não tenha ganho… Para perceber como é que neste contexto isto se encaixa…
Tou com o Placebo. Neste contexto de “jogar bem não é jogar bonito” limita o jogar bem sem ser bonito ao ganhar…
21 Março, 2018 at 14:23
A Holanda dos anos 70 jogava bem e não ganhou nada. Só foi a 2 finais… Portanto, ganhou o suficiente em jogos para chegar a 2 finais mundiais. Mas títulos… zero.
21 Março, 2018 at 15:19
Não jogava bonito?!
21 Março, 2018 at 22:17
A Holanda de 74 e 78 jogava bem.
A Alemanha de 1974 jogava bem.
A Argentina de 78 jogava bem.
A Polónia de 74 jogava bem.
O Brasil de 82 jogava bonito. Não jogava bem. Era uma miséria a defender! Mas jogava bonito com a bola nos pés…
Está bom Tiago?
Está explicado o “sofisma” – hã? – ou precisas que te faça um desenho, TenhamOrgulho? Jogar bem não é jogar bonito! Ponto. Jogar bem é uma coisa. Jogar bonito é outra. Podes jogar bem e jogar bonito também (Holanda 74). Podes jogar bonito e não jogar bem (Brasil 82).
O que é “engrassade” no teu comentário é começares por dizer que o Placebo tem razão e depois demonstrares no próprio comentário que não tem. Eu tenho sofismas mas a tua incongruência bate tudo o que aparecer… 😉
21 Março, 2018 at 18:07
Lá vens tu novamente com os sofismas e jogos de palavras outra vez, o Placebo tem toda a razão e o maior exemplo é o mundial de 82…
Jogar bonito – Brasil 82 a equipa que mais prazer me deu ver jogar á bola, era uma maravilha ver aquele samba todo dentro do campo, Sócrates, Zico, Falcão, Luisinho (SCP) Éder, Toninho cerezo, junior…mas não jogavam suficientemente bem, para ultrapassar os pontos fracos, porque faltavam 2 elementos, um redes melhor que o Valdir Peres e qualquer avançado menos o Serginho…ou seja a organização e tática da equipa, não conseguiam ultrapassar os pontos fracos da mesma e isso é que define jogar bem ou jogar mal, neste caso a soma das partes era inferior ás parcelas individuais…mas jogaram bonito, muito bonito vê :
https://www.youtube.com/watch?v=8t-rSlj3vfg
ou lê :
http://www.literaturanaarquibancada.com/2013/10/brasil-o-time-que-perdeu-copa-e.html
Jogar bem – Itália 82, não só por terem ganho, mas porque tinham um modelo definido, servido por bons interpretes que cumpriam á risca a estratégia, uma organização defensiva impar, (gentili, scirea, tardelli) saidas rápidas para o ataque, (antognoni, bruno conti) avançado (paolo rossi) super eficaz, um super guarda redes Dino Zoff e a organização da equipa potenciava os seus pontos fortes, ou seja a definição de jogar bem; a soma das partes era superior ás parcelas individuais, lê:
https://www.imortaisdofutebol.com/2012/04/11/selecoes-imortais-italia-1982/
Como vês é um bocado como a tua argumentação os trocadilhos e jogos de palavras são estéticamente muito bonitos, mas não são suficientemente bons…
Ah e antes que perguntes jogar bem e bonito? O Brasil de Pelé por exemplo…
21 Março, 2018 at 15:10
O slb do JJ, quando ajoelhou no Dragão? Jogavam bem, não era particularmente bonito – do que me lembro – e não ganhou o campeonato.
21 Março, 2018 at 15:17
O SLB do JJ jogava bem bonito. Era o da nota artistica. Era aquele futebol avassalador para a frente. Deixou de jogar bonito nos 2 últimos anos…
21 Março, 2018 at 10:12
O discurso desta treinadora está ao nível do futebol feminino. Daqui a 20 anos está a falar como o Xavi!
21 Março, 2018 at 10:15
Gosto sempre muito de ouvir quem sabe mas esperava algo mais da entrevista porque pouco mais fez que arranhar a superfície.
Mais vale falar sobre a do Xavi que o Bruno sem pinga de vergonha (brinco) voltou aqui a colar.
Este Sporting joga bem e com nota artística quando os jogadores estão motivados e correm. De resto há uma abordagem geral bastante conservadora que acho ser gestão de esforço. Os próprio laterais têm subido pouco e há alguma falta de criatividade no meio campo quando jogamos com o Battaglia, que não é um jogador para iniciar o ataque.
Ultimamente tenho notado um pouco mais de apoio/mobilidade de quem estiver a fazer a posição 8 ou 10 aos alas, para criar as situações de superioridade a 3 que o Xavi fala. O Adrien fazia isto muito bem, no seu timing e posicionamento. Bruno Fernandes e Podence são ideiais para isto, porque têm muita inteligência
21 Março, 2018 at 11:07
Acho que o que o Xavi diz se situa melhor aqui
21 Março, 2018 at 10:49
Nao viu os jogos do campeao europeu de 2016 concerteza.
21 Março, 2018 at 11:24
Online é o futuro meus amigos. Ainda vamos ver dentro de 10 anos o Sporting a vender ficheiros com maquetas do estádio para o pessoal imprimir em casa.
Ou câmaras na lapela dos jogadores a streamar em tempo real
21 Março, 2018 at 11:25
*impressoras 3D claro
21 Março, 2018 at 11:25
Oh pá, isto era no post da loja verde
21 Março, 2018 at 11:49
«O primeiro objetivo é ganhar, mas para ganhar temos de jogar bem»
jogar bem para ganhar !!! pois claro que sim , em alguns locais/países acredito que ajude mas na portugalandia? o Figo e o Balakov (por exemplo) se lerem este titulo ficam com os abdominais logo tratados de tanto riso …
21 Março, 2018 at 12:51
Vi partes da entrevista e até pensei pedir para alguém a colocar aqui. Engraçado aparecer hoje… 🙂
Para mim o principal, e o que me fez pensar em colocar isto aqui, é isto:
“O primeiro objectivo é ganhar, mas para ganhar temos de jogar bem.”
Depois, outra ideia importante é:
“Sim, claro que fico contente pelo resultado [se ganhar não jogando bem], mas sabendo sempre que as hipóteses de ganhar o jogo seguinte passam a ficar mais pequenas, porque não jogámos como nós queremos jogar. ”
É basicamente isto, estas duas ideias de base, que eu tenho criticado no futebol que temos jogado este ano – e penso que a esmagadora maioria dos que me seguem nessas criticas também o fazem com o mesmo pensamento.
Depois, tem outra ideia interessante, com a qual concordo em absoluto:
“Mas isso [as criticas] é bom, significa que nos vêem, que interessamos. As críticas também fazem parte do sucesso.”
Claro que vai contra o que uma facção (minoritária) aqui da Tasca pensa. Mas pode ser que passem a entender melhor a coisa…
Esta entrevista é um excelente ponto de partida para muita discussão que tem havido aqui na Tasca.
SL
21 Março, 2018 at 13:56
Também diz que, no contexto específico do futebol feminino que conhece e conheceu, a componente física não é determinante.
Isso é de alguma forma contrário ao diagnóstico que muitos (eu incluído) fazemos à nossa equipa e à necessidade de a reforçar nesse aspecto.
21 Março, 2018 at 14:29
Não é determinante no sentido que não podes ter só uma equipa de cavalonas. penso que é aí que quer chegar. Há uns anos, bons anos, uma equipa de cavalonas impunha-se com facilidade – porque faltava tudo o resto a todas as equipas. Hoje não é assim. Há tudo o resto, numas mais, noutras menos. Só ir lá pelo físico já não é possível…
A nós falta o toque físico e o toque em altura. Temos uma equipa muito macia ao choque e um pouco baixa para competir com as melhores equipas – Braga e estrangeiras. Basta meter duas jogadoras altas e fortes e mudas completamente este paradigma. Não precisas de mais. Uma central e uma trinco. E está feito.
O resto é apostar na técnica e na velocidade, e no saber estar em campo.
21 Março, 2018 at 13:36
Que maneira espetacular de celebrar 5 anos de BdC!
Os títulos no futebol vão chegar contra tudo e todos!!!
SL
21 Março, 2018 at 14:58
Jogar bem com processos de qualidade é sempre estar mais perto de ganhar com regularidade. Guardiola não progride com todos, não ataca em posse com todos porque isso é jogar bonito! Fá-lo porque está convencido que é a maneira mais certa de jogar para vencer. Porque se tens a bola não precisas de defender porque se avanças juntos tens sempre linhas de passe e quando perdes a bola tens o adversário rodeado e sem linhas por onde sair. Porque manter a bola quando não há condições para atacar não te expõe a contra ataques e permite voltar a tentar criar essas condições. Enfim por sorte o melhor jogo para ganhar é também o mais bonito.
21 Março, 2018 at 15:07
Não se ganha sempre que se joga bonito nem quando se joga bem (ou melhor que a outra equipa) mas jogando bem estamos sempre mais perto da vitória. Basta ver o SCP esta época: quantos jogos temos ganho mesmo no fim? É por jogarmos bem ou é por acreditarmos até ao fim e graças à qualidade dos nossos jogadores?
21 Março, 2018 at 16:19
A importância de jogar bem ou não, dar espectáculo ou não, terá sempre a ver com o minuto 90 da última jornada. Aí poderá entrar a importância das vitórias.
Acabou o último jogo, vencemos o campeonato, jogámos feio, os jogos ganhos foram todos aos 98 minutos… Maravilha!
Acabou o último jogo, fizemos 86 pontos mas não vencemos o campeonato, jogámos p’ra caraças, mas os padres “abençoaram” outros. Tristes e inconformados mas de barriguinha cheia de bons momentos vividos ao longo do ano. E no fundo não foi para passarmos bons momentos que nos afeiçoámos ao Sporting?
Quando se ganham títulos, a nota artística não conta para nada. Uma boa nota artística é um mero apêndice. O que conta é a taça para o Museu.
Mas quando se vem de anos seguidos sem ganhar, começa a ter importância o divertimento proporcionado aos sócios e adeptos. Nos 42.000 infelizmente nem todos são indefectíveis que vão ao estádio estejamos em primeiros ou em sexto ou sétimo.
Se fizermos 1, 2, 3 épocas como a de há 2 anos, com grandes jogos, não ganhamos mas na época a seguir estamos lá os 42.000 novamente.
Agora se fizermos 1, 2, 3 campeonatos consecutivos sem títulos e com muitos jogos menos conseguidos, os 42.000 vão diminuir certamente.
Este ano considero que fizemos bons jogos menos vezes do que seria previsível, sendo que nesses “bons” jogos se incluem alguns resultados menos positivos – jogos da Champions.
Quando se aborda um jogo, jogar bem contra um Barça, um Real, uma Juve, não encerra a mesma obrigação de domínio da partida do que um jogo com qualquer equipa do nosso campeonato, onde haverá igualmente diferentes patamares de exigência.
Nestas últimas 2 épocas jogámos contra equipas” galácticas” e não conseguirmos vencer; no entanto foi unanime a satisfação pelos jogos que fizemos. Jogámos bem e não ganhámos mas a uma cabazada de diferença de Euros contrapusemos uns trocos de diferença nos resultados.
Relativamente ao campeonato, jogar bem é, com exepção de Porto, Benfica e até certo ponto o Braga (que os 3 grandes insistem todos os anos em reforçar), dominarmos completamente os jogos contra todas as equipas. Há à partida uma obrigatoriedade de ganharmos sem espinhas todos os jogos. E este ano têm surgido muitas espinhas.
Contra Porto e Benfica, há que tentar ser superiores. Este ano não tem nesse aspecto corrido muito bem, a isso somando o jogo com o Braga.
Mas lá está, em Maio é que se vai fazer o balanço. Se ganharmos, esquecem-se os jogos menos conseguidos. Se não ganharmos, muita gente se vai esquecer dos jogos bem conseguidos.
Isto é o futebol, a que no Sporting se junta, infelizmente, o gostar ou não (principalmente este) do Presidente, para debater resultados.