Terminando uma semana conturbada, o Sporting regressou às vitórias de forma natural. A superioridade frente ao Paços de Ferreira nunca esteve em causa e os três pontos são pequeno, mas tão necessário consolo para um momento tão conturbado

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Não é fácil escrever uma crónica sobre futebol jogado nas quatro linhas, quando se chega a Alvalade, mais despida do que o habitual, e tudo o que vai na cabeça e no coração dos adeptos são os dolorosos momentos que temos vivido desde sexta-feira à noite. Calculo que também não seja fácil jogar, não seja fácil treinar e não seja fácil presidir face a algo tão dispensável que ainda andamos todos a tentar perceber as consequências desta espécie de implosão.

Mas houve jogo, é verdade, com estreia de Wendel a titular, com o brasileiro a ter alguns pormenores interessantes e, talvez mais importante, a permitir a Battaglia ser um 6 que limpa tudo sem ter que preocupar-se com floreados e a Bruno Fernandes jogar solto nas costas de Bas Dost. A Gelson e Bryan Ruiz pedia-se que dessem o toque de magia e a verdade é que ambos estão na origem dos dois golos, um aos 20′, outro aos 65′, sempre com Bruno Fernandes metido ao barulho.

Primeiro, um cruzamento de Ruiz para a entrada de Bruno Fernandes, com este a tocar de cabeça para a cabeçada final de Bas Dost; depois, uma belíssima combinação entre Gelson e Bruno Fernandes, com o extremo a cruzar para o pontapé em jeito de Ruiz.

Antes, entre e depois dos golos, o Sporting nunca precisou forçar. Foi controlando o Paços, dando a Rui Patrício uma noite descansada, e acelerando quando era preciso. E mesmo neste ritmo de quem recupera de um forte abalo, o Sporting ainda viu ser-lhe anulado um golo que deixa muitas dúvidas (é apenas o braço de Dost que está adiantado) e viu um penalti sobre Palhinha não ser assinalado. Tudo normal no fundo, pelo menos dentro de um relvado onde se construiu uma vitória com sabor a Prozac.