Ivailo Iordanov foi um dos jogadores estrangeiros com mais jogos oficiais realizados pelo Sporting mas deixou uma marca no próprio futebol português, sobretudo pela forma como enfrentou o diagnóstico de esclerose múltipla em 1997 e, três anos depois, ainda ajudou os leões a quebrar um longo jejum de 18 anos sem ganhar o Campeonato. No passado domingo, o antigo adjunto do Baroe que agora é diretor desportivo da sua primeira equipa na 1.ª Divisão búlgara, o Lokomotiv Gorna Oryahovitsa faz 50 anos e o Observador reuniu os episódios mais marcante do búlgaro que ficará sempre como o “herói” que foi de grua colocar um cachecol verde e branco na estátua do Marquês de Pombal.
Jogar entre homens aos 15 antes de passar dois anos na tropa
Nascido em Samokov, Iordanov cedo revelou jeito para a bola no PFC Rolski Sportist. Tanto que, com apenas 15 anos, o avançado búlgaro (que então alinhava apenas na frente, como gostava) já estava a jogar entre homens, na 2.ª Divisão do país. Por lá andou antes de se mudar, em 1989, para o Lokomotiv Gorna Oryahovitsa, onde teve a primeira experiência no Campeonato principal que era dominado pelo CSKA Sófia. E só não foi antes por causa dos dois anos de tropa que teve de fazer, entre a Bulgária e a União Soviética. Principal referência? O internacional inglês Bryan Robson, que brilhou no Mundial de 1982 e nos anos 80 ao serviço do Manchester United.
Uma apresentação entre os saltos para recorde de Sergei Bubka
A pista de tartan de cor azul clara do antigo estádio José Alvalade foi um dos principais palcos das grandes provas de atletismo em Lisboa nos anos 80 e 90 e por lá passaram algumas das maiores figuras nacionais, casos de Carlos Lopes e Fernando Mamede, que chegou mesmo a bater lá um recorde da Europa em 1991 perante 15 mil pessoas que praticamente encheram a bancada central, e internacionais, como os velocistas Robson da Silva ou Ben Johnson. Em junho de 1991, Iordanov, de fatinho preto e gravata branca, foi apresentado como reforço dos leões a meio do meeting de Santo António onde Sergei Bubka tentava bater o recorde mundial do salto com vara.
As estreias a marcar, a história dos dérbis e o Mundial de 1994
Iordanov nunca foi um artista da bola como o compatriota Balakov nem um goleador com médias de quase um golo por jogo, mas a verdade é que aparecia nos momentos importantes. Como, por exemplo, na estreia com o Famalicão ou no primeiro jogo europeu, com o Dínamo de Bucareste, marcando em ambos. No segundo dérbi em Alvalade, em 1992, e depois de um fabuloso golo de Bala aos 12 segundos, fez o 2-0 de cabeça e acabou expulso por acumulação de amarelos, naquele que foi o único vermelho na carreira (e por não ter ouvido o apito antes de chutar à baliza). A temporada seguinte teve um misto de sentimentos, entre maio e julho de 1994: viu a Liga fugir no memorável dérbi do 6-3 com hat-trick de João Vieira Pinto na primeira parte, mas foi chamado ao Campeonato do Mundo em vez de Penev e esteve na grande carreira da Bulgária que ganhou à Grécia, à Argentina, ao México e à Alemanha antes de perder com a Itália nas meias-finais (2-1) e com a Suécia no jogo para o terceiro e quarto lugares (4-0).
O herói do Jamor, na despedida de Figo, Peixe e Balakov
A vitória na Taça de Portugal de 1995, frente ao Marítimo, acabou por ser um momento importante da passagem do búlgaro por Alvalade: o Sporting, que não ganhava qualquer título há uns anos, tinha uma equipa fortíssima mas que iria ficar sem Figo, Peixe e Balakov no final daqueles 90 minutos diante dos insulares. O avançado, uma das figuras mais queridas do grupo (tal como era na seleção, onde Stoitchkov, sempre pronto para fazer das suas, chegou a empurrá-lo no final de uma entrevista para a piscina vestido e de telemóvel na mão…), fez os dois golos do triunfo e, na primeira reação em direto para a RTP, apontou para as bancadas em lágrimas dizendo “Isto é para aquela malta que nos apoia”. “Não havia alternativa, a Taça tinha de ser nossa custasse o que custasse”, sublinhou.
O acidente de viação, a fratura na coluna e o regresso antes do tempo
Nesse Verão de 1995, a meio de julho, Iordanov teve o primeiro grande teste à sua fibra: no seguimento de um grave acidente de viação na Bulgária, o avançado sofreu uma fratura na coluna e temeu-se que tivesse a carreira em risco. Sem necessidade de intervenções cirúrgicas, acabou por viajar para Lisboa, iniciar um longo período de recuperação e voltar aos treinos três meses depois (antes do que tinha inicialmente traçado), ao ponto de ter realizado sete golos em 25 partidas nessa temporada (onde venceria a Supertaça frente ao FC Porto, em Paris). Em paralelo, e apesar de ter pensado que nunca mais tocaria no volante de um carro, seguiu a recomendação médica de fazer o contrário para perder o medo e também aí voltou à sua vida normal pouco tempo depois.
A esclerose múltipla, a aposta ganha e o exemplo que dava
Quando estava num estágio pela seleção búlgara, em 1997, Iordanov sentiu um dia a perna a falhar. Estava para ser titular nesse jogo com a Rússia, pediu ao técnico que desse lugar a outro porque não estava nas melhores condições. De regresso a Lisboa, os exames apontaram para um diagnóstico totalmente desconhecido: esclerose múltipla. O próprio médico do Sporting que lhe deu a notícia estava de lágrimas nos olhos com o que se passava e o jogador, para não haver qualquer confusão, marcou uma conferência de imprensa e assumiu o que se passava. Com Fernando Ferreira, o médico, apostou que estaria no Mundial de 1998 e não falhou, tendo nessa fase parado de tomar a medicação para que não influenciasse em demasia o rendimento. Em paralelo, o jogador, que entretanto já tinha experimentado quase todas as posições em campo menos a de guarda-redes, tornou-se um exemplo de superação e passou a ser visita frequente em vários hospitais para apoiar quem mais necessitava.
A subida na grua ao Marquês: uma imagem para a história
Depois de ter sido diagnosticado com esclerose múltipla, Iordanov continuou a fazer parte do plantel verde e branco e teve a sua grande alegria desportiva em maio de 2000, quando o Sporting de Augusto Inácio quebrou um jejum de 18 anos sem vencer o Campeonato. Houve festa pelas ruas do País toda a noite, mas foi na rotunda do Marquês de Pombal que aconteceu o momento mais simbólico da festa: o búlgaro, que fez 15 jogos e era também capitão de equipa, foi para dentro de uma grua e subiu até à estátua para lá deixar um cachecol verde e branco. “Não tenho vertigens mas mesmo que tivesse subiria sempre! Estava tão feliz naquele momento e chorei tanto que só depois tive consciência do que tinha feito”, admitiu mais tarde o internacional sobre uma noite que nunca esquecerá.
O final da carreira como capitão, o banco e o negócio de camiões
Na temporada seguinte, em 2000/01, Iordanov ainda realizou dois jogos, que acabariam por ser os últimos não só pelo Sporting mas também da carreira. Ao todo, fez 226 encontros oficiais e 71 golos pelos leões, ganhando um Campeonato, uma Taça de Portugal e uma Supertaça ao longo de uma década onde chegou a capitão do conjunto verde e branco após a saída de Oceano, o segundo estrangeiro em termos históricos depois de Vágner. Ainda passou pela equipa técnica do Sporting B, mas acabou por voltar à Bulgária e montar um negócio de camiões.
Um jogo de homenagem que lá se realizou, nove anos depois
Ao longo da carreira, Iordanov foi recebendo algumas propostas para sair de Alvalade, quase todas para ganhar mais. Recusou sempre. “Devo ser um homem à antiga porque nunca me movi por dinheiro. Ou melhor, entendo que o dinheiro não é tudo na vida. Não sou hipócrita nem daqueles que dizem que o dinheiro não é importante. Claro que é. Só que nunca andei atrás dele. Dei sempre o máximo, quer no Sporting quer na seleção e não o fiz pelo dinheiro”, contou em entrevista ao Observador. Também por isso, a única coisa que não abdicava era mesmo ter o seu jogo de despedida que, por uma razão ou outra, se foi arrastando sem data e meteu tribunais pelo meio. Nove anos depois, realizou-se mesmo, em Alvalade, com vários antigos companheiros. E a receita foi toda para instituições de caridade.
As lágrimas numa entrevista à Globo que causaram emoção
Uma entrevista à Globo no ano passado levou Iordanov às lágrimas e causou muita emoção a todos aqueles que foram seguindo o trajeto do búlgaro: 19 anos depois, o jornalista Marcelo Canelas, que tinha feito uma reportagem com o avançado no Mundial de 1998, deslocou-se a Sófia para rever o então adjunto da equipa do Baroe, que entretanto aceitou o convite para ser diretor desportivo da ex-equipa do Lokomotiv Gorna (“Tenho habilitações para ser treinador mas não é qualquer jogador que dá treinador. Para mim não servia e tenho de pensa na minha saúde, o stress é muito grande e tenho de evitá-lo”, comentou), e recordar não só essa altura mais complicada da vida mas também partilhar algumas mensagens de antigos companheiros de equipa como André Cruz, Leandro ou César Prates. A emocionante conversa teve grande repercussão em Portugal, comprovando a marca que o antigo jogador não só no Sporting mas também no próprio futebol nacional.
24 Abril, 2018 at 7:51
<3
24 Abril, 2018 at 8:02
Este senhor muito contribuiu para cimentar o meu sportinguismo!
24 Abril, 2018 at 8:21
Talvez a minha grande referência… porque pode se, no desporto, ter referências humanas e não só desportivas…
Obrigado por tudo “Mochilas”
24 Abril, 2018 at 8:28
Impossível não gostar. Grande Iordanov!
24 Abril, 2018 at 8:33
Enorme.
Superação.
24 Abril, 2018 at 8:34
Zero ídolos?
Percebo! Mas há excepções! Poucas mas há!
Iordanov é um grande exemplo de um ídolo que irá ficar para sempre. Pelo que fez dentro de campop mas sobretudo por tudo o resto!
Obrigado Mochilas!
PS- Em todas as pré-épocas, o primeiro jogo em Alvalade deveria ser contra uma equipa composta das “velhas glórias” do clube ainda em condições de jogar à bola. Iordanov podia ser o treinador dessa equipa, se não pudesse jogar! Isso seria muito fixe!
24 Abril, 2018 at 8:46
Idolo.
24 Abril, 2018 at 8:51
Bom dia.
Não gosto de ouvir falar em EM…
Grande Iordanov!
Parabéns pelo teu aniversário, que celebres muitos mais.
24 Abril, 2018 at 9:01
iordanov
um verdadeiro Leão.
24 Abril, 2018 at 9:19
Foi o meu primeiro título festejado como sportinguista (tinha 4 anos em 1982), uma alegria imensa. Já não me lembrava da monstruosidade desta exibição do nosso Iorda. Cum caraças parecia o diabo à solta.
24 Abril, 2018 at 14:00
Em 82 ainda não havia Iorda!
24 Abril, 2018 at 9:21
Grande Mochilas 🙂
24 Abril, 2018 at 9:48
Iorda devia fazer parte da estrutura do futebol jovem, como já esteve na equipa b.
SL
24 Abril, 2018 at 10:02
off
problema gravissimo que está acontecer actualmente no nosso Sporting, o presidente anda a enviar mensagens aos jogadores e jj anda preocupado com isso.
nova crise a vista lol
eleições já.
os filhos da puta dos lampiões andam todos cagados, sabem que a possibilidade de ficar em 3 é enorme.
24 Abril, 2018 at 10:29
Caga nisso. No próximo jogo o coates o patrício e todos os que estiverem em risco levam amarelo por qualquer coisa e assim as hipóteses dos coisos ficarem em 3 diminuem logo
24 Abril, 2018 at 13:58
Até chamam a isso de “paz podre”…. só me apetece rir.
Podres são os fdp que escrevem essas cenas.
Desde que os rapazes continuem a ganhar os jogos todos, estou-me a cagar para o que escrevem por ai 🙂 Pode ser podre, mas não é lampiânica.
24 Abril, 2018 at 10:06
Quando penso em jogadores do Sporting que deixaram marca como jogadores e pessoas no clube e que para mim criaram um legado (desportivo e/ou emocional) para as gerações seguintes, Iorda vem sempre no topo. Mas não é o único. André Cruz, Acosta e mais recentemente, Coates, Bas…tudo gajos que todos nós recordaremos daqui a 20 ou 30 anos.
Faço o comparativo com os portugueses e não vejo esta paixão. Tirando o Rui, que já foi elevado a lenda no clube sem sequer ter ganho um campeonato (let this sink in) são poucos os que estão nesta categoria. Claro que existirá sempre um Oceano, um Manuel Fernandes…mas a verdade é que tenho sempre de ir mais atrás para me lembrar de alguém. Com os estrangeiros é fácil ir à frente porque quando cá chegam, muitas vezes oriundos de clubes menores (em dimensão da massa adepta), apaixonam-se logo. Como não apaixonar? 3M de adeptos, Alvalade sempre cheio mesmo nos piores momentos, paixão sempre nos limites..para um estrangeiro o Sporting é tudo aquilo que sempre sonharam pois podem ser ídolos de muita, muita gente num país onde se come bem e faz sol quase o ano todo. É fácil criar uma ligação emocional com isto.
Já com os locais é exactamente o oposto. Ainda nem foram promovidos e já pensam noutros clubes, noutros contratos. Quando um Adrien tudo faz para ir para um clube que neste momento não lhe permite jogar em competições europeias, quando o William tudo fez para ir para um clube que neste momento está para descer, quando o João Mário tudo fez para ir para um Inter que nems equer à Champions vai…isto diz muito.
Sempre tive uma predilecção pelos estrangeiros que cá chegam, a começar pelos 2 búlgaros que são as minhas referências de miúdo, Balakov porque é o melhor jogador do Mundo de todos os tempos e Iorda pela determinação e capacidade superação (até à baliza foi). Gostava de ver isto nos locais e isto tem de ser fomentado desde miúdos. Neste momento, Rui Patrício é a única referência portuguesa do clube e isto é inaceitável num clube em que fazer crescer jovens dentro de casa e fazer deles referências sempre foi apanágio. Vejo esta paixão nos miúdos desde os infantis, o brilho nos olhos quando falam do Sporting…depois chegam a séniores e perdem esse brilho. E a culpa não é sempre deles.
24 Abril, 2018 at 10:18
A verdade é que os nossos têm os nossos adeptos por garantidos desde que chegam a sénior e mostram qualquer coisa…rapidamente deixam de se importar com conquistar o publico e se metem naquele pedestal.
E a culpa é muito nossa…é essa a mentalidade que muitas vezes cultivamos…
24 Abril, 2018 at 10:49
Não acho que a culpa seja nossa. Não creio que sejamos diferentes na forma como tratamos os portugueses e estrangeiros, a diferença está na forma como eles lidam com esse tratamento. Um estrangeiro, quiçá mais inocente e menos conhecedor do contexto desportivo português (quase 40 anos de corrupção, primeiro a azul e agora a vermelho) encara isso de forma positiva, pois para ele ganhar não é o mais importante. Jogar regularmente, sentir-se feliz, ser reconhecido pelos adeptos e entrar em todas as competições para vencer é suficiente. Um português, ao primeiro desaire, usa essa desculpa para sair pois para ele ganhar é o ínicio e o fim de tudo. Esta merda de cultura desportiva em Portugal cria dependência e obcessão de conquistas nos jogadores portugueses e isso até seria bom se eles usassem isso para se superarem (por isso é que CR7 é único) mas usam para sair e para abandonarem o clube trocando-o por projectos que desportivamente…os afastam de ganhar troféus, mas agora já não precisam de ganhar. Estar numa Premier League ou numa serie A mesmos em lutar por nada já passa a ser suficiente. Nem acho que tenha a ver exclusivamente com serem mercenários ou com os milhões que passam a ganhar. É uma questão cultural.
24 Abril, 2018 at 10:57
Eu acho que a culpa tambem é nossa. Quando brindamos tudo i que vem da academia com um coro de assobios e temos uma tolerancia quase infinita para estrangeiros.
Falas do Rui, basta ver os assobios que levou e comparar com o carinho que o Stojkovic tinha. Ou o vukcevic. Gajos que não provaram nada e eram sempre acarinhados. Ou mais recentemente Alan/Iuri
24 Abril, 2018 at 11:13
Epah não concordo nada…
Acho tão mais fácil assobiar um estrangeiro que um puto da academia…
O primeiro ano então é uma tolerância que não tem nada a ver…Um puto tem muito mais tempo e oportunidades para mostrar valor que o um que venha de fora. Aceitam muito melhor o erro de um puto que de um estrangeiro. O Alan Ruiz é um exemplo disso…os adeptos ao fim de 2 meses já diziam que era um flop e mais valia meter um puto. Ele teve foi mais oportunidades que o Iuri…mas isso quem as deu foi o treinador, não tem nada a ver com a tolerância dos adeptos…
O Stoikovic teve 1 erro…que para mim nem erro foi porque não acho que tenha sido atraso. Foi encostado e o que não faltava era adeptos a mandá-lo abaixo. O Rui só começou a ter pai ao seu 2 ano…
O problema dos nossos miúdos é sempre o 2 ano. No primeiro ano tudo apaixonado pelo seu talento e falhar acontece. Ao 2 ano é que lhes cai tudo em cima porque dizem que já não é o mesmo e que é vedeta e o crl…
24 Abril, 2018 at 11:20
Rafael Leão está no primeiro ano e já tem assobios.
Ronaldo só esteve um ano e teve assobios.
E tenho quase a certeza que o Rui, no seu primeiro ano, foi assobiado em Alvalade por… não ser suficientemente rápido a dar um chutão para a frente num pontapé de baliza.
24 Abril, 2018 at 11:28
Hadji…o Ronaldo?!?!!? Epah podia jurar que não. Eu não me lembro e acho que vi ao vivo todos os jogos dele em Alvalade! Quaresma, Nani, Veloso, William, Gelson…O Viana e o Ronaldo não chegaram ao 2…todos sofreram muito mais no 2 ano que no 1…
O R. Leão é verdade…mas isso teve mais a ver com o contexto do que com ele em si. Entrou num jogo apertado e numa altura apertada…o publico queria era garra e ele entrou mole. Não foi a ele em especifico. Aliás nesse jogo levou quase tudo assobios…até ao golo do Gelson…
24 Abril, 2018 at 14:09
Ai sim, sim!
Lembro-me de um bonito coro de assobios depois de um drible falhado.
(e nem estou a contar com os gajos que vão para lá gritar fução a toda a gente que arrisca no 1×1).
24 Abril, 2018 at 11:29
Tenho uma impressão totalmente diferente.
Desde Iuri com tiques, Matheus com a mania que é estrela, Geraldes que lê etc etc.
Acho que o estrangeiro tem sempre mais margem, nem que seja o “período de adaptação” fomo teve o Alan durante 6meses, 6meses esses que um dos putos nunca tem.
24 Abril, 2018 at 11:34
Acho que estás a pensar numa minoria e particularmente aqui na tasca (e até aqui são uma minoria)…e não tanto o sentimento mais generalizado que palpita no estádio e assim…
Acho que se for dar uma volta ao estádio, das 50 mil pessoas 90% me vai dizer que prefere o Matheus, o Geraldes ou o Iuri a ir buscar um argentino por 10 ou 11 milhões. Preferem o Domingos Duarte ao Marcelo ou A. Pinto, preferem o Matheus ao RR, o Geraldes ao Montero…
24 Abril, 2018 at 11:44
Eu nao digo que nao prefiram, digo que têm menos tolerância para o erro. A maioria prefere os putos, somos um clube formador, mas ao mesmo tempo que os preferem tambem os assobiam à mais pequena coisa. Cobramos mais aos da casa que aos de fora.
24 Abril, 2018 at 11:49
Pois…não concordamos…
Um gajo que seja contratado, ao primeiro jogo que não se mostre é logo “Isto é que custou 8M?! Não havia um puto capaz de fazer melhor?!”. Mais 2 ou 3 jogos assim e há assobios e dizer que foi uma péssima compra…
Já um miúdo vai jogando e demora muito mais a eu ouvir “não serve”…acho que o único que ouviu assobios tão cedo foi o Leão e foi uma situação muito especifica. De resto não me lembro de 1 que tenha sido assobia no primeiro ou segundo mês…
24 Abril, 2018 at 11:51
Isso é mais treinador. Ou melhor, é só treinador. Leonardo Jardim tinha Fito que até já era capitão e foi William até ao fim. São muito poucos os que “acreditam” firmemente num jogador da formação. E aqui, acreditar é chave pois dá-lhes margem para fazer as coisas com confiança e sem o medo de irem para a bancada se errarem. Usam os miúdos como arma de arremesso para branquear situações que nada têm a ver com a sua hipotética imaturidade. Foi isso que LJ fez com o Sir e JJ fez com Gelson. Esse tipo de crença é cada vez mais rara nos treinadores portugueses de topo.
24 Abril, 2018 at 13:17
Os adeptos que ao fim de 2 meses diziam que o Alan era um flop era eu e mais quem?
Ao fim de uma época ainda a esmagadora maioria achava o Alan a ultima Coca Cola do deserto. No início da 2ª época tinham mais tolerância para ele que para o Iuri na sua 1ª época na equipa.
Basta ler aqui a Tasca para perceber que o que dizes – sobre este assunto – não corresponde à verdade… 😉
Há tolerância para quem se gosta, venha da formação ou não.
24 Abril, 2018 at 11:02
A diferença é que um estrangeiro chega cá aos 24 ou 25 anos e apaixona-se pela paixão que há no clube e no apoio dos adeptos. Até se pode vir a habituar e a ter o mesmo caminho que os tugas mas isso acontece lá para os 29/30 anos…já é tarde para sair…
Um tuga que venha da academia…chega aos 22/23 anos e nem sequer dá valor a isso porque para ele isso é algo banal que ele conhece desde os Juniores. Tem um pico no ano de estreia nos Sénior mas rapidamente se torna normal. Já só quer algo novo porque tudo aqui é banal. Acho que não tem nada a ver com ganhar…o JM ou o Adrien não vão sair para ganhar. O William também não vai. Eles vão porque estão “fartos” do Sporting e do campeonato tuga e só querem experimentar algo novo (e mais dinheiro claro).
24 Abril, 2018 at 11:22
+ 1906 tiago
24 Abril, 2018 at 11:33
Eu não disse que eles saem para ganhar, é exactamente o contrário. Disse que eles enquanto cá estão, e porque este país chama-se Portugal, tudo é medido pela vitória ou derrota no final e que depois a decisão de sair em função de ganharem pouco é fácil. E como vão para países onde o sucesso é medido muito mais do que apenas pelo ganhar ou perder troféus, escolher um West Ham ou um Leicester é muito fácil.
24 Abril, 2018 at 13:24
Sim, muito é medido pelo ganhar…
Criticam o Patrício por nunca ter sido campeão. Dizem que o William é muita bom mas nunca foi campeão. O mesmo do Adrien. Do João Mário e de outros.
Claro que isso pesa, na cabeça de alguns. Se é para não ganhar, ao menos vou ganhar mais dinheiro para outro lado, nem que seja em Leicesters e West Hams desta vida!
O Moutinho quis ir para o Porto porque percebeu que nunca seria campeão no Sporting.
Não sermos campeões, pelo menos 1 ou 2 vezes em cada 5 anos, pesa muito no clube. Torna tudo mais difícil! E os rivais sabem disso!
24 Abril, 2018 at 11:35
eu não condeno um jogador que vem da formação que jogue 3 -4 anos na equipa A queira exprimentar outros campeonatos e ganhar mais dinheiro, condeno sim jogadores que assinam um novo contrato millionario e recebem prémio chorudo e na época seguinte façam pressões e birras para sairem.
24 Abril, 2018 at 11:42
Exactamente…
A mim é isso e o desprezo a que votam os adeptos ao fim de pouco tempo…
Qual foi o ultimo miúdo da academia que sentíamos ao fim do 2/3 ano na equipa principal que dava mesmo valor aos adeptos?! Pai o Patrício…e mesmo assim é um gajo reservado por isso…
24 Abril, 2018 at 12:08
essa parte tiago é a que mais doi, o desprezo pelo adeptos.
os jogadores da formação quando vão agradecer os adeptos parecem que vão fazer um frete, sem grande emoção, vejo os jogadores que estão cá a pouco tempo muito mais interventivos com os adeptos e os adeptos vivem de emoções com os seus idolos.
olhar para a época passada e ver um beto ou um scelotto junto dos adeptos independentmente do valor dos jogadores foi levar emoção as bancadas junto dos seus adeptos e temos falta deste tipo de jogadores com esta atitude que iorda tanto tinha.
24 Abril, 2018 at 13:07
Beto é da formação
24 Abril, 2018 at 14:12
sim beto é da formação mas fez praticamente a sua carreira fora de alvalade, circustancias diferentes.
24 Abril, 2018 at 11:20
dizes muitas verdades sá mas não acontece só cá, vejo um schalke ou dortmund e o objectivo dos jogadores que saem da formação é ir para o bayern. depois de 2-3 anos na equipa A.
não sei se isso é devido ao ter passado muitos anos com ligação ao clube, desde os iniciados e isso ter a sua parte de saturação.
para um estrangeiro que já passou por outros campeonatos tipo dost vir passar cá 3 anos e dar tudo faz dele um idolo ou um andré cruz que nem teve tanto tempo.
séra que esses jogadores se tivessem feito a formação no Sporting não iam querer exprimentar outros campeonatos ?
eu acho que sim.
o mercado hoje em dia também está bastante diferente do que no tempo do manel fernandes – oceano etc.
24 Abril, 2018 at 10:26
Tenho a ideia que o Iordanov nunca foi à baliza (acho que já tivemos esta conversa… lol)
24 Abril, 2018 at 10:34
É verdade…confundo sempre com o Oceano. Mas tinha ideia que o Iorda tb já tinha ido à baliza, creio que num jogo da Taça. Mas não tenho a certeza.
24 Abril, 2018 at 10:39
Também tenho ideia de ver o Iorda na baliza…quase a certeza.
24 Abril, 2018 at 10:47
Foi à baliza sim. Mas foi num jogo da seleção
24 Abril, 2018 at 10:49
Aqui já me faz mais sentido, no Sporting não tenho mesmo ideia…
24 Abril, 2018 at 13:08
Eu compreendo o João Mário ter querido ir para o Inter… ganhar 6 vezes mais! Duvido que alguma vez vá ganhar mais que isso noutro lado. É um jogador a quem falta intensidade e por isso nunca chegará ao patamar que poderia chegar. Cá a coisa passa um bocado despercebida mas numa das melhores ligas é algo que se nota…
Tenho dificuldade em compreender o Adrien ter querido ir para o Leicester ganhar cerca do dobro quando podia ficar no clube e ser um dos grandes ídolos de sempre do Sporting.
Também tenho dificuldade em perceber que o William espume da boca para sair para um clube de merda como o West Ham, só pelo dinheiro mas tendo em conta o que evoluiu nos últimos 4 anos – praticamente nada! – nunca poderá chegar onde quase toda a gente pensou que chegaria. Um profissional de futebol que leva para casa mais de 100 mil por mês não pode não saber fazer um remate à baliza… 🙂
O Rui está noutro patamar, penso eu – e espero não estar enganado. É um gajo com um pensamento muito próximo do que o Dost tem mostrado – “ganho muito bem, estou num clube onde todos me adoram, num país fantástico, com um clima fantástico, com comida fantástica, a lutar por títulos… vou querer sair porquê?” A não ser que alguém se chegue à frente com 30M€, ou mais, para levar o melhor GR do Euro2016, espero que não o vendam. É uma grande injustiça o Patrício nunca ter sido campeão em Portugal. Pelo menos 2 títulos já lhe gamaram… A única coisa que lhe critico é aceitar isto pacificamente…
24 Abril, 2018 at 14:09
Não tenho muita essa visão.
Há jogadores que querem o dinheiro acima de tudo, tens o caso do neymar que saiu e agora arrependeu-se, porque pensam que o dinheiro é que os faz felizes e no final descobrem que viver numa boa cidade, com boa comida, bom tempo, uma equipa de que gostam, é que é mais importante.
Em Portugal nós pagamos mais pelos estrangeiros, ou achas que os putos chegam a seniores e ganham logo um ordenado de campeão? Aquilo leva anos e anos, o Adrien estava a ganhar bem mas foi ganhar muito mais no UK, JM a mesma coisa, etc
Mas temos de ver que os empresários e sanguesugas similares ganham é com transferencias, logo vendem o sonho a qualquer preco, e não explicam que ganhar 1M ou 2M é a mesma coisa, porque a felicidade advém das outras pequenas coisas.
Não os critico porque eu trabalharia para quem me pagasse mais, desde que eu gostasse do projecto e condicões e etc, porque vemos sempre a relva mais verde do outro lado da cerca.
24 Abril, 2018 at 10:20
Fdx, não devia ter cortado cebolas enquanto revia aquela entrevista.
24 Abril, 2018 at 11:16
Grande Iorda…
24 Abril, 2018 at 11:32
Mais uns vídeos para mostrar ao meu puto. Näo é fácil fazê-lo entender que para haver um Dost, um Jardel, Liedson, etc, fazem falta algumas formiguinhas a trabalhar no duro, e, formigas como o Iordanov, iräo sempre existir muito poucas. Só podemos agradecer toda a dedicação e disponibilidade que deu ao Sporting. Obrigado Iorda.
24 Abril, 2018 at 11:53
Este sim era e é um ídolo! Já não há destes! Já conhecia a reportagem que está no final do post, mas emocionei-me novamente.
24 Abril, 2018 at 12:02
Grande , um dos Grandes que passou pelo Sporting
24 Abril, 2018 at 12:45
Ser humano genial. Um dos grandes do nosso Sporting.
24 Abril, 2018 at 13:10
Lembro-me dele dizer, à chegada, que marcava um golo em cada três oportunidades! 🙂
Um pessoa que merece todo o meu respeito e um jogador que recordarei sempre!
24 Abril, 2018 at 13:31
Enorme mochilas.
Superação Sporting.
São muito poucos os jogadores intocáveis no meu coração. O Iorda é um deles.
24 Abril, 2018 at 14:23
O Iordanov é um exemplo de resiliência, superação e adaptação às circunstâncias que a vida lhe foi proporcionando… E mantendo sempre o sorriso fácil, sem pose de vedeta e sendo aparentemente boa pessoa.
Um exemplo para todos em especial para os meninos da formação.
24 Abril, 2018 at 14:33
Boas Tardes, Caros Tasqueiros.
Ídolos no futebol?
1- Manuel Fernandes;
2- IORDANOV;
3- Schmeichel;
4- Sá Pinto.
Mais nada.
SL
24 Abril, 2018 at 14:52
Um dos daqueles que faz questionar a história dos Zero Ídolos.
O Iorda foi daqueles que sempre demonstrou um compromisso incrível connosco, os adeptos.
Tenho tantas saudades dele.
24 Abril, 2018 at 18:16
No dia da apresentação eu estava lá. Era um dia de atletismo e Sousa Cintra entrou com ele no relvado e fez a apresentação.Inicialmente teve uma vida difícil em Alvalade. Depois do sucesso que o compatriota Balacov tinha alcançado, ele e o Guenchev, outro búlgaro não puderam igualá-lo, frustrando as expectativas exageradas dos adeptos. Mas essas dificuldades iam revelar um carácter à prova de bala. E tornou-se um idolo, não pelo seu virtuosismo mas pela sua entrega e postura. A vida pregou-lhe algumas partidas mas tudo ultrapassou. Quando vejo críticas prematuras a jogadores acabados de chegar vem-me de imediato à memória os nomes de Yordanov e Beto Acosta por terem resistido a tudo e se transformarem em idolos.
25 Abril, 2018 at 11:45
GRANDE YORDA…… raça de leão. SL