A dois jogos do fim da época do nosso futebol profissional, temos Marítimo e Desportivo das Aves por defrontar. Pode escapar ao adepto mais distraído, mas estes são os dois pontos finais que podem fazer pender a balança no julgamento do aproveitamento da época.

Frente aos insulares jogamos o 2º lugar, muitos milhões e a hipótese de relegar um dos rivais para uma posição ainda mais desconfortável do que já é, manifestamente. Podemos chamar a este output, sucesso? Não. Mas será muito melhor do que o que teremos pela frente caso a última jornada não seja encarada como a mais importante até agora. Sucesso seria, evidentemente, o 1º lugar e não faltarão oportunidades, para depois do Jamor, reflectir sobre o que levou a que não tivéssemos esse resultado.

Entre malas e motivações a prego, não nos espera um jogo fácil no Funchal. Não o foi para o Porto, não o será para nós. Mas, como em tudo na vida, temos de fazer por ser o que somos e como grande clube, vencer o atual 7º classificado não pode ser nunca uma aspiração, mas um dever. Se não o conseguirmos e salvo intervenções “arbitró-divinas”, não o merecemos, ponto. Tenho porém total confiança que tanto a Direcção, como JJ, como os jogadores saberão encarar esta última jornada de forma empenhada e que, como grande equipa de um grande clube, não falharemos nos grandes momentos e que me perdoe o Carlos Pereira, mas que meta a mala, cheia de 6 milhões, no cu.

Seguir-se-á a Final da Taça de Portugal e o encontro com mais um representante da Associação dos Amigos de Carnide. Também aqui, não vencer será um facto absolutamente inesperado e apesar de o futebol ser um jogo onde tudo ou quase tudo pode acontecer, a verdade é que a relação de forças é tão díspar que a única forma de os nortenhos levarem a Taça para casa será mesmo se o Sporting for o seu maior inimigo, repetindo o aneurisma exibicional que assolou o espírito dos nossos jogadores, frente à Académica em 2012. Não o espero, tanto quanto não o temerei. A Taça é festa e farei a minha sem medo de fantasmas, mas com o respeito pelo adversário que, apesar de chegar ao Estádio Nacional transportado pelo único Autocarro Voucher que existe no mundo, é um competidor como todos os outros.

A foto final da época será portanto feita frente ao dois adversários de, vá lá, meio da tabela, com quem nesta Liga obtivemos 3 vitórias em 3 jogos (faltará o jogo da Madeira) e com um parcial de 10-0 em golos marcados e sofridos. Não tenho, nem quero ter, outra forma de ver os próximos dois jogos como uma prova final de mérito, profissionalismo e dever cumprido. E é fácil entender o que será o cenário alternativo a este. Basta olhar à folha de pagamentos dos nossos atletas e equipa técnica e pensar se é condizente com a não vitória sobre Marítimo e Desp.Aves, se é condizente com um relegar para a Liga Europa, um 3º lugar ou 4º ou uma derrota no Jamor frente a um adversário que se estreia numa final.

Não posso ser mais taxativo que isto, não quero sê-lo. Não quero saber de desculpas, do complicado que é vencer na Madeira, da responsabilidade de vencer a Taça frente a quem nada tem a perder. O Sporting tem a obrigação, expressa na qualidade do seu futebol e no estatuto dos seus jogadores/treinador, de vencer. É isso que irá acontecer e é isso que todos iremos ajudar a que aconteça. Começando por encher os Barreiros, acabando por fazer do Jamor ainda mais verde do que já é. Nada nem ninguém me fará esperar, inseguro, o aproximar destes dois últimos jogos. Não faz qualquer sentido temer o sucesso, temer as decisões, temer as oportunidades de provar que somos um grande clube, com uma grande equipa. A atitude tem de ser, vai ser, a de quem tem confiança no seu valor, tendo a certeza que o mesmo, aliado a um empenho e seriedade total, trará as vitórias.

Concordo, absolutamente, com a frase de Bruno de Carvalho após a conquista do título de Voleibol. “Quem não estiver no Sporting para ganhar, não está cá a fazer nada.”

Acrescento apenas uma outra imagem, com o mesmo sentido. “Quem estiver no Sporting para temer os momentos em que nos tornamos maiores, não nos tornará nunca tão grandes como a nossa ambição, mas sim tão pequenos como o nosso medo de falhar.”

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*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca