Nota prévia: este texto não é sobre o individuo A ou B. É exclusivamente sobre o Sporting e só pode ser lido nesse contexto. Tudo o resto são paralelos estabelecidos na conjectura do momento que vivemos.
Houve um dia em que a nossa preocupação foi o Sporting. Presentemente, acredito, que perdemos o rumo. Todos nós perdemos o sentido quando nos envolvemos nestas diatribes facciosas, na necessidade gritante de nos posicionarmos, no alimentar constante de conversas e discussões muitas vezes vazias e sem fundamento que são de tal forma repetidas que acabam por assumir contornos de verdade.
Como podemos estar bem quando:
– É mais importante cavar trincheiras e escolher um lado, sabendo que a consequência mais visível tem sido um efémero ou estas comigo ou contra mim;
– O mais importante é disparar em todas as direcções ao invés de todos contribuirmos para resolver os problemas de uma forma clara e inequívoca;
– Os atletas da modalidade A estão opostos aos atletas da modalidade B, tudo na praça pública, porque ganharam e também receberam uma mensagem do presidente;
– Ficamos todos contentes que o vizinho do lado se encontra enterrado em porcaria e isso é o único escape que, aparentemente, nos une (se o vizinho acabar amanhã não me emociona particularmente, mas se o Sporting acabar….);
– Os activos do clube possam sequer equacionar rescindir com o clube, independentemente das consequências futuras, e isso represente uma alegria para nós;
– Todos querem ganhar protagonismo à conta da situação, seja de uma forma ou de outra, colocando-se em bicos dos pés para serem visíveis mesmo que para tanto a última preocupação seja o Sporting;
-…
Mas isto não somos nós Sportinguistas. E sabem porque: porque acredito que todos, sem excepção, queremos o melhor para o Sporting por muito distantes que possamos estar nesta fase, sobretudo, no caminho a seguir. Mas tenho a firme convicção de que esse distanciamento é fruto de uma enorme paixão e, particularmente, pela necessidade premente de voltarmos ao rumo certo.
Por tudo isto, recordemos constantemente a única coisa fundamental e que realmente nos une, o SPORTING!
ESTE POST É DA AUTORIA DE… André Duarte
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
8 Junho, 2018 at 14:49
Sinceramente, tenho alguma dificuldade em acompanhar essa dinâmica das fações. Ser do Sporting é, para mim, um sentimento indivisível, que não acolhe “ses” ou “mas”. Talvez seja uma visão romântica e datada, mas é a minha.
Ouvi, pela primeira vez, bdc na campanha eleitora de 2011. O seu discurso destacou-se dos restantes e, para mim, deveria ter sido o vencedor. A prestação de gl apenas confirmou essa noção e bdc ascendeu à presidência, dois anos volvidos.
Os seus primeiros anos têm muitos aspetos positivos. O clube ganhou combatividade, ambição e os resultados acompanharam essa dinâmica. Mas, a partir de certo momento, bdc começou a evidenciar tiques de autoritarismo e encapacidade em liderar e gerar consensos (algo de absolutamente necessário quando se se pretender cavalgar a mudança no desporto em Portugal).
Essa vertigem acentuou-se e lançou o clube no caos.
Não me venham a falar dos rivais. bdc é o principal inimigo de si mesmo.
O principal detrator do excelente trabalho de bdc é o destrambelho emocional de bdc.
8 Junho, 2018 at 16:11
Não leves a mal a minha honestidade: acho que pela primeira vez estou maioritariamente de acordo contigo. Só discordo no primeiro parágrafo pois para mim é óbvio que há facções. Mas a pularidade, para mim, sempre foi uma riqueza e não um problema no que quer que seja nesta vida.
Quanto a BdC: de acordo! Mas a questão agora é: uma vez aqui chegados que fazer?
Ora, eu percebo que haja muita gente que apesar de grata a BdC queriam eleições para ontem. Só que eleições demoram no mínimo 1 mês. Esse timing seria horrível, qq que fosse o vencedor! Isto já foi debatido aqui, não vale a pena chover no molhado.
Lutar por uma demissão já não faz sentido nenhum, na perspectiva dos interesses do Sporting. Eu acho que o melhor seriam eleições só depois de concluída a reestruturação financeira, lá para novembro/dezembro. Esta pressão actual sobre o CD cheira-me apenas a oportunismo da parte de quem quer cavalgar a vaga dum certo “descontentamento popular” e chegar ao poder. Como a mim interessam apenas os interesses do Sporting acho esta pressa pouco recomendável, diria mesmo altamente inconveniente e perigosa! Há que arrumar a casa … preparar a próxima época; atacar o mercado com discernimento tendo em conta o caso Alcochete, a não ida à CL e o factode ser um ano de Mundial; e concluir a reestruturação financeira. Só depois admito discutir a governabilidade e estratêgia do clube a médio-longo prazo que é para isso que servem essencialmente eleições.
8 Junho, 2018 at 16:12
#pluralidade