“Eficácia italiana fez a diferença em mais um jogo de qualificação para o Mundial-2019. Segue-se a Roménia no caminho da armada lusa.” Foi este o “filme” (de péssima qualidade, acrescento) que o site da FPF viu no último sábado em Florença, no Estádio Artemio Francchi.

E prosseguem a certo ponto: “A Selecção Nacional A feminina perdeu, esta sexta-feira, com a congénere da Itália por 3-0, num jogo disputado em Florença e a contar para o Grupo 6 de qualificação para o Mundial-2019. Com este resultado, a formação portuguesa complicou mais as suas contas de apuramento, pois permanece no terceiro lugar, com quatro pontos, atrás da Bélgica, segunda classificada, com dez. Já a Itália conquistou em casa os pontos (21) de que necessitava para se qualificar directamente.” … “Para assegurar o segundo lugar, a Equipa das Quinas terá de vencer os próximos três encontros de qualificação e esperar que a Bélgica perca os três que ainda tem por disputar.”

“Duas partes distintas. As transalpinas iniciaram o jogo a todo o gás, surpreendendo a formação lusa de bola parada, numa altura em que ambas as equipas estavam a organizar-se. (…) Girelli colocou a Itália em vantagem aos quatro minutos. Aos treze, Salvai confirmou a eficácia da sua equipa com mais um golo no segundo remate à baliza. (Que descaramento, acrescento eu, face às constantes investidas da Itália!). Após o intervalo, Portugal entrou mais esclarecido e organizado, beneficiando das substituições operadas por Francisco Neto (Ah ah ah ah ah, e então a formação inicial, meus senhores?!) As portuguesas travaram e anteciparam melhor as investidas locais. E conseguiram surgir com perigo nos domínios da Itália: Dolores Silva ameaçou (?) e Tatiana Pinto também esteve perto do golo. (…) Nos instantes finais, numa jogada de insistência de Bonansea, a Itália voltou a marcar, fazendo depois a festa no relvado.
Depois deste encontro em Florença, a Equipa das Quinas viajará no domingo para Suceava, Roménia, para defrontar a selecção local.” (Terça-feira).

Face ao que li, não me foi difícil escolher o tema da crónica para esta semana… Vi todo o jogo, olhando de quando em vez para o PC, para me inteirar do decorrer do nosso jogo de futsal frente ao Modicus. E quem, como eu, fez esta opção, ou viu o jogo mais tarde, só pode mesmo rir-se do desplante que há, particularmente no primeiro parágrafo, ao escrever que “eficácia italiana fez a diferença”!

O meu “filme é este: Portugal entrou pessimamente no jogo e, é bom que se diga, com muitíssima responsabilidade de um treinador que tem uma indesmentível “boa imprensa” e que, em meu humilde mas convicto entender, está longe, mesmo muito longe, de merecer os méritos que lhe são atribuídos.

Francisco+Neto

Passo a enumerar aqueles que foram os principais erros do senhor Francisco Neto: começando pela convocatória, nada tendo contra a nossa Mariana Azevedo, que acho muito generosa, mas não entendo que tenha sido chamada. Por exemplo, as duas centrais do Estoril, a Filipa Patão (3 internacionalizações) e a Filipa Rodrigues (contratada agora pelo slb, lampiã assumida e com 1,75m) parecem-me algo superiores à nossa jogadora. Já sei, com o actual ambiente, lá virá outra vez o rótulo que já me foi colado, perante esta minha desfaçatez…

Incrível como a Joana Marchão não é chamada, ela que seria a única lateral esquerda de raíz a estar em Itália e na Roménia. Ela que (e todo o país viu) foi uma das melhores jogadores presentes no Jamor, na final da Taça de Portugal. A Joana que até teve uma muito promissora estreia frente à Moldávia, na nossa vitória caseira por 8-0… Desta feita, a sacrificada não foi a nossa Ana Borges, tantas vezes desviada pelo “cérebro” para a lateral esquerda (!). A Ana tinha mesmo que jogar a LD perante a postura táctica da nossa selecção… A “imolada” foi, desta vez, a Dolores Silva, um passador autêntico nos primeiros 15 minutos em Florença, colocada que foi num lugar que não é o seu (foi-o já algumas vezes pelo FN, nomeadamente no último europeu) e retirando ao nosso meio campo uma peça essencial, reconhecida que é a valia da jogadora bracarense, talvez a melhor na sua posição.

Outra decisão que não percebi foi a entrada no “onze” da já nossa Carolina Mendes (bem-vinda Leoa!), num jogo que pedia velocidade na frente para surpreender a forte defesa italiana. “Enalteça-se” também a generosidade dos comentadores da RTP, particularmente do senhor José Nunes, para com as bizarras opções do seleccionador, na linha da constante protecção de que tem sido beneficiário…

Foi realmente um péssimo início de jogo de Portugal, com os cantos a sucederem-se. Aos 4 minutos aconteceu o primeiro golo da Itália, num cabeceamento de Girelli dentro da pequena área, com responsabilidades para a nossa defesa, Patrícia Morais incluída. Nove minutos depois novo canto do mesmo lado esquerdo do ataque transalpino, com a Patrícia a sacudir fraco (por acossada, mesmo que legalmente, algo que as italianas sempre fizeram na marcação dos vários pontapés de canto conquistados face ao seu domínio) e, no aproveitamento do lance, Salvai a fazer o segundo golo, que me pareceu mesmo acontecer, pese embora o esforço da Dolores Silva para sacudir a bola das nossas redes. O que fez, julgo que já depois da bola ter ultrapassado a linha de baliza.

Tirando a Ana Borges, nenhuma das nossas jogadoras esteve, perto que fosse, do seu nível habitual, o que diz bem do descalabro que foi a nossa exibição na primeira parte, sem que uma só situação perigosa tivéssemos criado para a baliza italiana. Por duas vezes, lembro-me, foi ela, a Ana, que de cabeça, salvou lances perigosos na nossa área… A segunda parte trouxe-nos uma partida aparentemente mais equilibrada, creio que mais fruto da contenção e calculismo das nossas adversárias, que de grande melhoria da equipa portuguesa. Tatiana Pinto, com uma primeira parte bastante débil, melhorou substancialmente e atrevo-me a dizer que foi a nossa melhor unidade, bem como a Patrícia Morais que já na primeira parte se redimira parcialmente das falhas que repartiu com a sua defesa, evitando “à guarda-redes de hóquei”, por duas vezes, que o marcador se avolumasse, e também as duas laterais, confinadas somente à sua zona defensiva…

Mas, face ao panorama descrito, com alguma “benevolência” da equipa italiana, a nossa equipa melhorou, embora a única ocasião com relativo perigo tivesse acontecido após boa jogada da Cláudia Neto (uma sombra da bela jogadora que se conhece) com Tatiana Pinto a concluir de pé esquerdo para defesa fácil de Pipitone.

A tal “eficácia italiana” traduziu-se ainda, para além dos méritos da Patrícia, em duas bolas na trave da nossa baliza (uma delas na execução de um livre directo) e numa intervenção da Dolores a impedir o terceiro golo quase em cima da linha de golo… Golo que acabaria por surgir já nos descontos, após disparatada perda de bola da nossa Diana Silva, à saída da área portuguesa. Diana muito marcada e desamparada mas também em tarde/noite infeliz. Mas para “desculpar” minimamente o responsável pela composição da nossa equipa inicial, eu ajudo-o e teria optado pela Jessica Silva em detrimento da Carolina, mas enganar-me-ia redondamente tal a inoperância demonstrada pela jogadora do Levante. Que, por demais egoísta e sôfrega, foi uma desilusão e a colocar-me algumas dúvidas sobre o interesse que eu já manifestei aqui numa hipotética vinda para a nossa equipa… A não ser que a Jéssica tirasse um coelho da cartola antes do golo italiano, e nos adiantássemos no marcador, o que só posso atribuir a devaneio da minha parte… Sim, porque a equipa só podia abanar com as decisões de quem a comanda… Não estou, apesar de tudo, desiludido com as nossas jogadoras. Foram generosas, embora desinspiradas. A grande desilusão vai direitinha para o chamado “elo mais fraco” (para mim, na verdadeira acepção do termo), porque foi mesmo o maior responsável por esta descolorida exibição. No universo Leonino, pelo que pude constatar no Facebook, há quem peça já a sua destituição do cargo. Junto os meus dedos a esses contestatários!

Voltando-me para o Sporting, muita satisfação pela chegada da Carolina Mendes e pela renovação de uma das “netinhas” que elegi, a Joana (a outra é a Inês), e também da Rita Fontemanha e da Tatiana Pinto. As “adoptadas” significam para mim, o coração de uma verdadeira Leoa, sem menosprezo por outras jogadoras que são também Sportinguistas!

joana-marchao

tatiana

fontemanha

As nossas juniores sofreram a primeira derrota na sua deslocação à Madeira, frente ao Marítimo, sofrendo um inesperado 2-5! Valeu o 5-0 da semana passada, na primeira mão das meias-finais do nacional da categoria. Nesse jogo marcaram: Aos 8′ Inês Macedo, 33′ Mariana Rosa (gp), 48′ Beatriz Conduto, 49′ Nicole Araujo e 65′ Vera Cid. Irão defrontar agora a equipa da AJE Hernâni Gonçalves, vencedora do Viseu 2001 por 4-1 (fora) e 2-1 em casa (no último sábado) numa final igualmente a duas mãos. Informações vindas do Sporting Apoio dão conta de muitas falhas no ataque e que os três primeiros golos da equipa madeirense resultaram dos três primeiros remates… Vera Cid marcou para o Sporting quando o resultado acusava 0-3 e Inês Macedo quando este estava em 1-4, logo, antes do 2-5 final.

As juvenis, que foram a Seia vencer por 18-0 na primeira jornada da Taça Nacional da categoria, perderam em casa frente ao Viseu 2001 por 0-1, na segunda jornada da série C e creio que terão perdido a hipótese de seguirem em frente na prova (o regulamento, que consultei, não me tirou as dúvidas mas, sendo esta prova a uma volta, serão somente apuradas as 4 equipas que venceram os seus grupos, ou seja: Âncora-Praia na série A, Clube Albergaria, na B, Viseu 2001, na C e Casa Pia na D.) Ontem, a contar para a terceira ronda, defrontaram e venceram o Souselas por 6-3, terminando no segundo posto. Entretanto o jogo decisivo frente ao Casa Pia para apuramento do campeão distrital, adiado “sine die”, acabou por não se realizar, devido a “embrulhadas” nos regulamentos por parte da AFL… pelo que o título não foi atribuído.

Finalmente, para a Taça Nacional da categoria, as nossas juniores de futsal defrontaram o eterno rival, na última das seis jornadas que compunham a zona sul, partindo com uma desvantagem de 3 pontos, pela derrota averbada na ida ao terreno adversário por 2-3. Infelizmente a nossa equipa não conseguiu mais do que um empate a 3 golos…

* às segundas, o jmfs1947 assume a cozinha e oferece-nos um mais do que justo petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino