É estranho quase ter que fazer um esforço para me lembrar que hoje começa o Mundial. Mas começa. E, com ele, regressam todas as boa memórias, as mais antigas e sérias naquele México 86 onde chorei a ver o Damas sofrer golos de Marrocos e passei o resto do Verão a querer ser o Maradona.

E é isso que quero neste momento. Desfrutar de futebol, aproveitando que a minha filha já tem idade suficiente para fazermos juntos a caderneta do Mundial e assistirmos ao desfile de craques que vai acontecer nos relvados da Rússia. Vamos a isso!

Grupo A
Rússia, Arábia Saudita, Egitpo e Uruguai

Tem tudo para ser um dos grupos mais imprevisíveis da competição, com qualquer uma das equipas a poder seguir em frente. É, precisamente, um Rússia – Arábia Saudita que abre o Mundial, com os anfitriões a apostarem numa selecção renovada, onde despontam jogadores como Aleksandr Samedov, e os sauditas a comandados pelo técnico argentino Juan Antonio Pizzi, a depositarem todas as esperanças no médio Salem Al-Dawsari, do Villarreal, e no avançado goleador Mohammad Al-Sahlawi.

Mas todas as atenções estão viradas para Salah. O craque do Egipto e do Liverpool, para muitos o melhor jogador da época 2017/2018, faz com que a selecção africana seja uma das que desperta maior curiosidade. A ele se junta Mohamed Elneny, do Arsenal, o redes Essam El Hadary, que aos 45 anos pode tornar-se no mais velho jogador a actuar num Mundial e o conceituado técnico Héctor Cúper.

Curiosidades à parte, todas as apostas apontam para que o Uruguai seja um dos apurados no grupo A. Comandado por Óscar Tabárez, a selecção celeste conta com os avançados Edinson Cavani, do PSG, e Luis Suárez, do Barcelona, além de outras figuras como os defesas Sebastian Coates, do Sporting, e Diego Godín, do Atlético de Madrid, ou o médio Matías Vecino.

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Grupo B
Portugal, Espanha, Marrocos e Irão

Não haverá quem se oponha à ideia que Portugal e Espanha tornarão a conquista do primeiro lugar deste grupo num duelo ibérico.

A nossa selecção está, quanto a mim, melhor do que estava em 2016, quando se sagrou campeã da Europa. Se a defesa afinar, coisa que pareceu ser possível no amigável com a Bélgica, temos gente do meio-campo para a frente para proporcionar um carrossel liderado pelo incrível Cristiano Ronaldo (ainda não me sinto em condições de escrever muito mais, mas que fique bem claro que quero que a selecção ganhe tudo o que puder ganhar).
Já a Espanha, depois de despachar o Lotopegui, continuará a ser Espanha, uma das favoritas à vitória final. Qualificaram-se sem perder um único jogo, golearam a Costa Rica por 5 a 0 e a Argentina por 6 a 1 nos mais recentes jogos de preparação, e têm atrás do craquíssimo Iniesta gente como Sergio Ramos, Gerard Piqué, David Silva, Saúl Ñíguez ou Marco Asensio.

Comandado por Carlos Queiroz, o Irão não tem nada a perder e apresenta como figuras o avançado Alireza Jahanbakhsh, do Az Alkmaar, e os médios Masoud Shojaei, do AEK, e Ashkan Dejagah, do Nottingham Forest. Já Marrocos, deposita as fichas no defesa Mehdi Benatia, da Juventus, no lateral-direito Achraf Hakimi, do Real Madrid, e no médio Hakim Ziyech, do Ajax.

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Grupo C
França, Austrália, Peru e Dinamarca

O grupo da França e dos outros três, ou não estivéssemos a falar de uma selecção que conta com nomes como Mbappé, Antoine Griezmann, Ousmane Dembélé, Paul Pogba, Raphael Varane, Samuel Umtiti, Benjamin Mendy ou Hugo Lloris.

Na disputa da outra vaga:
– uma Dinamarca renovada (com Kasper Schmeichel a sonhar repetir os feitos do pai Peter, e com nomes como Christian Eriksen, do Tottenham, Nicolai Jorgensen, do Feyenoord, Yussuf Poulsen, do Red Bull Leipzig e Thomas Delaney, do Werder Bremen;
– um Peru com esperanças no avançado Paolo Guerrero, melhor marcador da história da selecção, secundado por Christian Cueva, do São Paulo, Paolo Hurtado, do Vitória de Guimarães e Jefferson Farfán, do Lokomotiv Moscovo;
– e os cangurus australianos do inesgotável Tim Cahill, de 38 anos, maior goleador da selecção, que será ajudado pelo avançado do Bochum, Robbie Kruse

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Grupo D
Argentina, Islândia, Croácia e Nigéria

Há quem lhe chame o grupo da morte e nós só podemos estar felizes por assistir a estes confrontos.

A Argentina, de Messi, Paulo Dybala, Sergio Agüero e Gonzalo Higuaín;
A Croácia, de Luka Modric, Ivan Rakitic, Mateo Kovacic, Ivan Perisic, Marcelo Brozovic, Nikola Kalinic e Mario Mandzukic;
A Nigéria, de Victor Moses, Obi Mikel, Kelechi Iheanacho, Onyinye Ndidi e Alex Iwobi;
A Islândia, sem craques, mas com aquele conjunto que se supera ao ritmo das palmas dos seus fantásticos adeptos

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Grupo E
Brasil, Suíça, Costa Rica e Sérvia

O Brasil é claramente favorito, com uma selecção renovada cujo símbolo maior é Neymar, mas que tem outros craques como Marcelo, Gabriel Jesus, Philippe Coutinho, Thiago Silva ou Miranda.

Depois, muito entretenimento, com uma Suíça que até pode ser uma das surpresas da prova (Xherdan Shaqiri, do Stoke City, Granit Xhaka, do Arsenal, Breel Embolo, do Schalke 04, Stephen Lichtsteiner, do Arsenal, Blerim Dzemaili, do Bologna ou Valon Behrami, da Udinese); com uma Costa Rica onde são figuras de prova Bryan Ruiz e o redes Keylor Navas; e com uma Sérvia à procura de fazer história e chegar pela primeira vez aos oitavos de final (apostando em nomes como Sergej Milinkovic, da Lazio, Adem Ljajic, do Torino, Aleksandar Mitrovic, do Fulham, Ivanovic, do Zenit, e Aleksandar Kolarov, da Roma.

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Grupo F
Alemanha, México, Suécia e Coreia do Sul

É a Alemanha e mais três ou talvez não, porque o México vem embalado por uma festa de despedida do cacete.

Piadas à parte, os germânicos são favoritos no grupo e a chegar, no mínimo, às meias finais. Comandada por Joachim Löw, que provocou polémica ao deixar de fora Leroy Sané, esta Alemanha é uma mescla dos campeões de 2014 com a nova geração do futebol alemão, capaz de fazer um apuramento onde marcou 43 golos e sofreu apenas 4. Thomas Müller, Manuel Neuer, Mats Hummels, Sami Khedira, Toni Kroos ou Mesut Özil são algumas das figuras, às quais se juntam Timo Werner ou Leon Goretzka.

Mesmo sem o monstro Zlatan Ibrahimovic, a Suécia apurou-se deixando pelo caminho Holanda e Itália. Marcus Berg é o homem golo; Emil Forsberg e Jimmy Durmaz os médios que põe isto a mexer.
O México, depois do escândalo com putas e vinho verde, contará com Chicharito, Herrera, Giovani e Jonathan dos Santos, Carlos Vela ou Guillermo Ochoa para limpar a face e tentar conduzir o país a um brilharete.
A Coreia do Sul surge como carne para canhão e tentará fazer uma surpresa através da arte de Son Heung-min, do Tottenham, Koo Ja-cheol, do Augsburg, e de Ki Sung-yeung, do Swansea.

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Grupo G
Bélgica, Panamá, Inglaterra e Tunísia

Tudo aponta para que belgas e ingleses passem sem grande dificuldade, mas nunca se sabe.

Os favoritos são a Bélgica, numa selecção cheia de talento ou não juntasse Eden Hazard, Thibaut Courtois, Kevin De Bruyne, Axel Witsel, Romelu Lukaku, Dries Mertens ou Michy Batshuayi, mas também é grande a expectativa para ver o que faz a Inglaterra, que tentará apagar a péssima imagem de há quatro anos, onde foi cuspida na fase de grupos.
O técnico Gareth Southgate resolveu apostar em jovens talentos e apenas em jogadores que actuam no futebol inglês, construindo uma equipa onde despontam o capitão Harry Kane, Dele Alli, Eric Dier, Raheem Sterling, Rashford ou Jamie Vardy.

Naquela que é a sua estreia em Mundiais, o Panamá tem como estrela maior o defesa Román Torres, do Seattle Sounders. O veterano goleador Blas Pérez, de 37 anos, bem como Luis Tejada ou Felipe Baloy também querem deixar a sua marca na Rússia.
Sobra a Tunísia, comandada pelo técnico Nabil Maâloul e com o avançado Wahbi Kazri, do Rennes, como cabeça de cartaz. Yohan Bem Alouane, Ben Youssef e Ellyes Skhiri são outros nomes a ter em conta.

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Grupo H
Polónia, Senegal, Colômbia e Japão

O chamado grupo entretido, uma espécie de buffet onde qualquer sabor pode surpreender-nos.

Os japoneses apostam em jogadores experientes, como o redes Eiji Kawashima, o médio Makoto Hasebe e o craque Keisuke Honda, aos quais se juntam nomes como Shinji Okazaki ou Shinji Kagawa.
O Senegal sonha repetir o feito de 2002, quando chegou aos quartos de final. Os “Leões de Teranga” têm um ataque forte, com Sadio Mané, do Liverpool, e Keita Baldé, do Monaco e uma defesa onde encontramos Salif Sané, do Hannover, e Kalidou Koulibaly, do Nápoles.

A Polónia regressa aos Mundiais e quer chegar aos oitavos. Liderada pelo goleador capitão Robert Lewandowski, conta, ainda, com belíssimos jogadores como Piotr Zielinski, Kamil Glik ou Wojciech Szczesny.
Já a Colômbia sonha chegar pelo menos onde chegou em 2014 (quartos de final). A selecção treinada pelo argentino José Pekerman, contará com a veia goleadora de Falcão, a fantasia de James, a força de Juan Cuadrado e a ratice de Carlos Bacca.

QUE COMECE A FESTA!!!

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