Falando de futebol feminino, recomendo a todos aqueles que gostam da modalidade, que vejam o programa “Porta 10-A”, emitido na última quinta-feira, dia 14, com o Prof. Nuno Cristovão. E que peço a todos os que conseguirem, que estejam presentes na nossa Academia, no sábado, a partir das 16h, para apoiar a equipa de juniores na 2ª mão da final do campeonato onde, depois da vitória por 1-2 no campo do Hernâni Gonçalves, podemos celebrar o bicampeonato.
Encerro hoje a minha participação nesta rubrica. Encerrei na passada sexta-feira a minha participação na Tasca. Conto, sinceramente, ser uma decisão irreversível. Aprendi muito neste espaço durante dois anos e meio e, ao despedir-me, deixo aqui uma passagem do meu único “Hojes escreves tu”:
“Antes do mais e talvez isto possa ser a pedra de toque para as reacções que venham aí, coloco esta questão que tantas e tantas vezes é aqui abordada: SOMOS DIFERENTES. Porquê e em quê? Não tenho a certeza da irrefutabilidade da minha opinião, mas decido arriscar: Os Sportinguistas terão um sangue diferente dos outros adeptos? Serão, todos eles, educados com padrões vários de excelência? Arrogar-se-ão o direito de ser uma casta superior?
Obviamente que não. E é aqui, perante as interrogações que coloquei a mim mesmo, que parti para uma conclusão: somos diferentes, porque aprendemos, durante anos e anos de desilusões a nível do Futebol, a tornarmo-nos resilientes, a transmitir esse estado aos nossos filhos e netos. O conformismo só entra nesta equação quando termina uma época mas logo, de imediato, há lugar a outra e, de novo a tenacidade e a esperança.
Acusamos os outros de serem arrogantes, vaidosos. Ganham, tornam-se assim. Como é habitual no Homem, o poder cega, corrompe. Como nos tornaríamos nós se estivéssemos do “outro lado”? Seríamos mais magnânimos com os que não vencem, mostraríamos a face hedionda dos que não sabem ganhar sem humilhar o vencido?
O que eu critico indignadamente é a ausência de escrúpulos quando é preciso ganhar a qualquer custo, a indigência demonstrada, o passar a mensagem aos prosélitos de que se é sério, honesto, impoluto. E entra o “comer gelados com a testa” hoje tão em voga, por parte dos tais prosélitos, a ausência de sentido crítico, o “assobiar para o lado”. E aqui eu penso que estamos a entrar na paranóia de não aceitar a opinião do “gajo que está sentado na mesa mais distante”, que entrou na Tasca com receio de que o acusem de não ser “um dos deles” só porque a fatiota é um pouco menos “rasca” que os habituais frequentadores, mais habituados ao arroto ostensivamente aumentado, ao passar mais acentuado das costas da mão pelos beiços.”
Hoje, INFELIZMENTE, orgulho-me deste texto.
Não me identifico, de forma alguma, com o que leio de uma maioria ruidosa e intolerante. Cingir-me à rubrica semanal seria fingir que nada acontece… Agradeço ao Cherba e a todos aqueles que, comigo, mostraram afinidade, condescendência e simpatia. Desejo a toda a gente que compõe a nossa secção de futebol feminino os maiores êxitos. Deram-me muitos motivos de satisfação, espero que continuem nesse trajecto. Desejo ao meu Clube do coração que saia muito depressa deste pesadelo.
Sporting Sempre! Até morrer!
* às segundas, o jmfs1947 assume a cozinha e oferece-nos um mais do que justo petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino
19 Junho, 2018 at 1:04
Um grande, grande agradecimento ao jmfs pelo seu magnifico trabalho durante esta época. Foi feito com devoção e sacrifício pessoal muitas vezes, o que é mais do que se poderia exigir a alguém que o fez apenas por amor ao clube e à modalidade.
É com tristeza que o vejo partir. Deixará um vazio, não apenas em todos os que o lemos com gosto – no meu caso muitas semanas foram aquelas em que só aqui vim à Segunda ao almoço – mas sobretudo no único espaço amplo de divulgação e discussão das nossas Leoas.
Todavia compreendo as suas razões. Creio que apenas cm estes repelões iremos entender o quão profundas são as fracturas que estão iminentes no nosso clube.
Tendo eu já sido agraciado com morteiros de todas as trincheiras entendo bem quem nelas não se revê. Sinto um fim de festa e dou por mim a pensar se será melhor abrupto ou progressivo.
Seja como for, até no que diz respeito às Leoas sinto que esse tempo também para elas chegou. A partir do próximo ano o futebol feminino será irremediavelmente poluído.
Muito obrigado e o maior abraço que, nestes dias de tristeza, sofrimento e raiva, consigo enviar.
19 Junho, 2018 at 8:21
Bom dia. Um dia decorrido sobre aquela que pretendo que seja a minha última intervenção neste espaço, cabe-me um último comentário, por absolutamente necessário.
Aprendi ao longo da minha existência que a Felicidade nada tem de perene.
Em meu entender, a partir de muitos momentos de introspecção ao longo dos anos concluí, há muito, ser fruto de um estado de espírito.
Como muitos outros sentimentos que nos invadem. Entre outros, predominou, entre todos aqueles que me levaram à decisão tomada, a Tristeza.
Deveras amenizada pelos comentários que tiveram a amabilidade de me dirigir. Todos nós gostamos que nos afaguem o ego, não nos iludamos…
Todos mereciam uma resposta individualizada. Não estou em condições de o fazer. Há cansaço…
O propósito de me calar, mantenho-o. Mas não posso, nem devo, silenciar a Gratidão.
Um abraço.