Mais do que andar a mostrar fotografias de familiares a encontrar-se em hotéis, órgãos de comunicação social como o Correio da Manhã deviam perceber que teria muito mais impacto uma manchete como o título deste post.

E numa altura em que se tenta deixar as toupeiras sossegadas numa qualquer toca encarnada, é bom recordar o seguinte: no gabinete de Paulo Gonçalves, assessor jurídico das águias, representante do benfic@ na Liga e braço direito de Vieira, cópias de despachos do juiz de instrução sobre os passos que seriam tomados a nível de investigação no denominado caso dos emails (que nasceu após uma denúncia anónima feita em junho de 2017), nas buscas e inquirições e nos suspeitos. Também é bom recordar que o clube começou a ter acesso ilegal aos processos desde o caso dos vouchers, em 2016, o primeiro que incidiu sobre os encarnados.

Também é bom recordar, que a investigação tem como ponto assente que o Benfic@ seria avisado por antecipação de todas as buscas que estavam a ser ponderadas ao clube pela Polícia Judiciária no âmbito dos últimos casos ligados de forma direta ou indireta aos encarnados, nomeadamente o caso dos vouchers, o caso dos emails e a operação Lex. Aliás, o Benfica não só sabia por antecipação de todas as buscas da PJ ao clube, como utilizava essa informação para dizer aos seus funcionários como atuar na presença dos inspectores. Em paralelo, e confirmando as informações que já tinham sido reveladas anteriormente, os responsáveis encarnados aproveitariam esse “passo à frente” para trabalharem reuniões preparatórias para essas mesmas buscas com a Vieira de Almeida, um dos principais escritórios de advogados que tem estado com o Benfica nestes casos.

Nas três primeiras buscas feitas ao estádio da Luz no último ano e meio a propósito dos casos supracitados, o Benfica teria sido avisado, algo que não terá acontecido nas últimas operações, quando 50 elementos da Polícia Judiciária, um juiz de instrução criminal e dois magistrados do Ministério Público realizaram 30 buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa para apreensão de relevantes elementos probatórios. O segredo passou também por não colocar nenhuma informação no Citius sobre as mesmas, evitando qualquer fuga. Já se sabia ainda que, nas buscas que foram levadas a cabo a propósito da operação Lex, a 30 de janeiro deste ano, estava uma outra equipa que operou de forma “camuflada” na Luz.

Entretanto, a coisa promete ficar ainda mais animada, nomeadamente para Lex Filipe Vieira, o tal que, entre outros indícios de corrupção, terá tido acesso às respostas tipo dos árbitros que tinham sido enviadas pela APAF através do assessor jurídico da SAD, Paulo Gonçalves, ainda antes de prestar depoimento no caso dos vouchers.

Várias pessoas espiadas pelas toupeiras do benfic@ deverão constituir-se assistentes do processo e-Toupeira. E uma delas, pelo menos, promete requerer a instrução do processo e, aí, pedir que o líder benfiquista, Luís Filipe Vieira, também seja levado a julgamento, com os quatro arguidos acusados pelo Ministério Público (MP). “Se a acusação diz que ele [Vieira] estava a par das ofertas aos funcionários dos tribunais, é claro que foi visado nessa investigação. Vou pedir que seja arguido. A SAD já é arguida e o seu presidente tem de sê-lo”, declarou ao JN o diretor desportivo do São Pedro da Cova, Vítor Silva, conhecido por Vítor “Catão”.

Catão foi mais longe e já utilizou as redes sociais para deixar uma mensagem ao líder encarnado.

catao