Este fim de semana, o regresso das nossas “meninas” às competições proporcionou-nos mais uma série de resultados vitoriosos que vale bem a pena analisar. Sigamos a cronologia do sucesso.
Sábado, dia 13, pelas 15h, a equipa de Sub 19 deu início à sua participação na série E do campeonato Nacional do Escalão com uma sempre difícil deslocação ao Estádio Francisco Lázaro , reduto do histórico Futebol Benfica, clube popularmente conhecido por “FóFó” e com enomes pergaminhos no que ao futebol feminino diz respeito. Não podia ter corrido melhor a estreia das jovens leoas. O resultado foi de Fófó 0- Sporting 3, com golos de Marta Ferreira, Margarida Caniço e Nicole Araújo. Como apontamento “curioso”, as idades das goleadoras de serviço:Marta e Nicole fizeram 16 anos há 2 meses e a Margarida só completará 16 anos em fevereiro de 2019. Ou seja, num escalão de sub 19, as goleadoras poderiam estar todas a alinhar nos sub 17 (e uma delas até nos sub15 se houvesse esse escalão etário nas competições femininas). Outra curiosidade, é a de que neste escalão, o futebol feminino é jogado apenas com nove jogadoras de cada lado.
No dia seguinte, voltava à competição a recém criada equipa de sub 23. Primeira explicação que se impõe: o plantel de sub 23 compete na 2ª Divisão Nacional Seniores absolutas. Segunda explicação que se impõe: as meninas que compõem o nosso plantel de sub 23, são as mesmas que compõem o plantel de sub 19. Esta última constatação implica duas condicionantes: primeiro que, tal como aconteceu este fim de semana, o mesmo plantel efectua 2 jogos de campeonato nacional (um de sub 19, que implica o uso de, no mínimo 9 das suas jogadoras) e outro de seniores absolutos que implica o uso de, no mínimo 11 das suas jogadoras); ora o plantel totaliza 2 Guarda-redes; 10 defesas; 7 média e 4 avançadas, num total de 23 jogadoras. O que nos leva à segunda condicionante: para não colocar jogadoras a repetir jogos com menos de 24 horas de diferença; a treinadora Mariana Cabral não pode usar todas a substitições disponíveis, pois, para isso necessitaria de um plantel de 26 jogadoras e sem lesões. Narrado o contexto, anotem só: domingo, 14 de Outubro, a Sporting SAD B (sub 23- com média de idades inferior a 19 anos) foi vencer fora o Torreense (equipa senior absoluta), por claros 7-0 (Vera Cid (12 min.); Beatriz Conduto (26m., 37m. e 72m); Inês Macedo (32m.), Inês Gonçalves (45m.) e Bruna Costa (68m)
Infelizmente, neste caso, não posso “presentear” os tasqueiros com mais dados sobre o jogo porque essa informação não estava disponibilizada no site oficial da FPF (que até demorou mais que o tasqueiro Serjão a colocar o resultado na sua página da competição); mais curioso é verificar como a FPF ordena a classificação da Série D. finda a 3ª jornada:
Ora, algué que me explique como é que a instituição organizadora da competição consegue colocar o Sintrense em 2º lugar com 6 pontos em 3 jogos e tendo uma diferença entre golos marcados e golos sofridos negativa em 3 golos (8-11), à frente do Sporting, que aparece em 3º com os mesmos 6 pontos mas menos um jogo e com uma diferença entre golos marcados e golos sofridos positiva em 20 golos (20-0)? Ninguém acha isto estranho? Porque nos dois últimos lugares o critério se altera e (apesar do Pego ter menos um jogo que os Vidreiros, mas até em factor inverso ao do Sporting) o que conta é o (mal) chamado goal average. Aliás, o critério para ordenar os 3 segundos lugares é um completo absurdo porque não se entende também por que fica o Damaiense atrás do Sintrense. Enfim, “mariquices” federativas.
O essencial a reter destes dois resultados é que se está claramente a fornecer um contexto altamente competitivo e exigente às nossas formandas. A chamada equipa B não foi feita “para dar minutos” às seniores A menos utilizadas; foi criada para dar um outro contexto de competição senior (jogando futebol de 11 e não de 9 e competindo com seniores “mais rodadas”) às nossas sub 19. Talvez percebendo isso (e o contexto de constituição e de competição dos plantéis de sub 17 e de “Infantis”) se consiga perceber meljor o porquê de o Sporting não construir o seu Plantel Senior A numa lógica de aquisição de muitas jogadoras estrangeiras.
Mas falemos então das Seniores A, porque foi delas o outro jogo do fim de semana. Recebendo no Aurélio Pereira as meninas do Estoril-Praia (equipa bem reforçada mas parecendo estar ainda a construir os seus processos e ideia de jogo, as leoas obtiveram uma boa vitória por 3-0. Não foi fácil vencer a resistência das Estorilistas muito contidas e remetidas ao seu espaço defensivo, bastante aguerridas na procura de fechar espaços, mas raramente criando situações ofensivas de algum perigo. Essa resistência sóo viria a ser quebrada perto dos 40 minutos, através de um golo de Carolina Mendes, uma das aquisições desta temporada. Para o segundo tempo, o Estoril apareceu um pouco mais solto e mais afoito a manobras ofensivas (mesmo que nunca causando verdadeiro perigo). Todavia, os espaços criados por esse “esticar de jogo” das estorilistas não estavam a ser bem aproveitadas pelas médias e pelas atacantes sportinguistas (onde se notou algum desgaste das seleccionadas Diana Silva e Solange Carvalhas).
O professor Nuno Cristóvão (como usual) leu muito bem a situação e substituíu Diana Silva pela jovem Neuza Besugo (19 anos , 2º ano de senior!) e os resultados foram imediatos: neuza mexeu mais com a nossa frente de ataque, proporcionou mais jogo interior a Solange, favorecendo também uma maior propensão ofensiva a Rita Fontemanha (a jogar na lateral esquerda). Foi numa dessas jogadas que surge o 2º golo: Solange flete para o interior e deixa a bola com Neuza que primeiro simula uma devolução a Solange, mas depois inflecte para o lado inverso e abre à subida de Rita Fontemanha que faz um belíssimo centro para Carolina Mendes bisar de cabeça. Minutos mais tarde, na sequência de um canto, Tatiana pinto faz um passe-abertura a rasgar toda a defesa estorilista para aparecer Tatiana Damjanovic a marcar um golo de belo efeito (o 3º na competição da defesa, também ela reforço desta temporada). Faltando menos de 10 minutos para terminar o encontro as leoas limitaram-se a gerir o jogo.
A reter deste encontro (e voltando às anteriores “polémicas”, sempre positivas, nesta rubrica) diria que, se calhar até continuamos a ser algo assertivos nas aquisições que fazemos. Afinal, os 3 golos pertenceram a 2 delas. E por falar em aquisições, a nota final para os primeiros minutos de competição da sueca Hoff Larsson, a aquisição de “última hora” para o nosso plantel: ainda não deu para ver muito, mas destaco a vontade (procurou sempre criar linhas de passe) e alguns bons pormenores a nível da visão de jogo e do passe. Ainda com espaço para se integrar melhor nos processos da equipa, parece-me ser mais uma atleta que pode vir a acrescentar algo no meio campo.
* às segundas, o Álvaro Antunes faz-se ao Atlântico e prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino
15 Outubro, 2018 at 16:05
Obrigado pela menção e sempre que for possível partilharmos informação útil a ambos, estou à disposição…
Já agora, parabéns pela crónica…
Abraço e SL
15 Outubro, 2018 at 16:26
Belo lanche.
SL
15 Outubro, 2018 at 16:28
uma pergunta, que são duas, na verdade.
Temos alguém de escalões inferiores ou da equipa B a treinar/jogar na equipa A? E a outra pergunta é, quem, destas equipas, é que vias como possível reforço da equipa A ou que pudesse entrar a curto prazo?
15 Outubro, 2018 at 16:41
A equipe A sempre contou com jogadoras com idade para estar nos escalões de Formação. Por exemplo, a Neuza besugo, que onte, “mexeu” com o nosso jogo das Seniores A, está aí integrada desde a época passa e apenas tem, agora, 19 anos. A Joana Marchão e a Ana Capeta, por exemplo, integraram a equipa A logo no primeiro ano do projecto, ainda com idades sub 19. Em “sentido inverso”, a Bruna Costa, agora com apenas 19 anos, é uma central que está nas seniores A desde a época passada, que se mantém no plantel, mas foi chamada ontem a “reforçar” a chamada Equipa B (que, como expliquei no post, mais não é que o plantel sub19 a competir Futebol de 11 contra equipas seniores).
Um abraço e saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 16:47
Obrigado!
15 Outubro, 2018 at 21:46
A Bruna está no plantel A desde a 1ª época, ode era até titular – lesionou-se no aquecimento da final da Taça, se a memória não me falha.
Muito boa jogadora.
15 Outubro, 2018 at 17:04
Já quanto à segunda pergunta, não arrisco uma resposta peremptória, uma vez que existem imensos factores (de ordem técnica, de ordem táctica, de ordem física, de ordem emocional, de necessidades com contexto específico quer nos requisitos da equipa principal quer nos objectivos de formação). A minha resposta mais assertiva é: a Mariana Cabral e o Prof. Nuno Cristóvão já estarão, DECERTO, a preparar as suas escolhas.
Mas, dando uma opinião, de fora e de apenas 2 observações (vivo na Ilha de Santa Maria e só quando me desloquei a Lisboa tive oportunidade de observar as sub17 de então, houve uma menina que me “encheu as medidas” (salvo seja): hoje é seleccionada sub 17, tem apenas 16 anos feitos em Junho (quando a vi, nas sub 17 tinha ainda 13 anos e marcou o 1º golo do jogo que nos deu a vitória no Distrital do Escalão – não há Nacional; marcou também na final da Taça de Portugal sub17, ainda com 13 anos). Também deposito grande esperança na Nicole Araújo, outra das seleccionadas sub 17 que garantiram o apuramento de Portugal para a Ronda de Elite do Europeu do Escalão, avançada de 16 anos feitos em Agosto. Ambas já fazem parte do plantel de sub19 e da Equipa B que compete na 2ª Divisão senior.
p.s.: no comentário anterior devia ter juntado aos nomes da Joana Marchão e da Ana Capeta o da Guarda-Redes Inês Pereira que, na mesma época 2016/17, se sagrou campeã Nacional e vencedora da Taça de Portugal em Seniores e em Juniores (sub19), levando para casa 4 medalhas!!
Um abraço e saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 17:41
Eu já sabia da Ines Pereira, não fazia ideia é que a Joana Marchão e a Ana Capeta fossem tão novas.
16 Outubro, 2018 at 16:48
errata: onde lê “hoje é seleccionada sub 17” deveria ler-se “hoje é seleccionada sub 19”; e esqueci-me de dizer o nome – Andreia Jacinto.
SL
15 Outubro, 2018 at 16:47
Boa prestação das nossas equipas…
E magnífico “relato “ do nosso amigo
Álvaro Antunes …bem haja…
SL
15 Outubro, 2018 at 17:07
Crónica de Pura Competência e Óbvio Sportinguismo, para condizer com a secção. Que os dedos nunca te doam e que possamos ir ao Jamor pela 3ª vez seguida. SL
15 Outubro, 2018 at 17:21
obrigado Antão. A ver vamos se vai ser possível encontramo-nos. Para já prometo aos tasqueiros que na minha primeira ida a Lisboa, combino encontro, seja no Estádio, no Pavilhão ou nas roulottes. Para o Cherba tenho reservado um cachecol do Núcleo.
Um abraço e saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 17:27
notícia de hoje:
A UEFA anunciou que vai disponibilizar mais fundos para desenvolver o futebol feminino. Nesta segunda-feira, o organismo detalhou que o aumento será a partir de 2020 e que será de 50 por cento relativamente aos valores distribuídos atualmente. Na prática, serão 150 mil euros anuais para cada Federação.
“O potencial do futebol feminino é ilimitado e foi com este pensamento que a UEFA deu o passo de aumentar a verba disponível para as federações nacionais, de modo a melhorar o jogo das mulheres em todo o continente”, explicou Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, citado pela “Lusa”.
15 Outubro, 2018 at 17:51
O problema está no controlo sobre destino dado a essas verbas nas diversas Federações. E também nas práticas “tendenciosas” de algumas Federações, na forma como se relacionam com os seus Clubes.
Os exemplos na Federação Portuguesa são mais que muitos e o favorecimento clubístico ao Benfica é transversal a todas as “Modalidades” (Futebol Masculino, Futebol Feminino, Futsal) e a todos os Escalões etários.
E manifesta-se a vários níveis, desde a escolha dos estádios para os jogos das selecções (e respectivos custos de “aluguer”), às decisões dos Conselhos Disciplinares, passando pelas alterações de Regulamentos à medida (Futsal), pelas escolhas de seleccionadores e os seleccionados(as) destes, pelo desrespeito à condição física de atletas seleccionados(as), etc. , etc.
É um fartar vilanagem!
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 18:25
É agora que as Capazes formam uma equipa federada.
15 Outubro, 2018 at 21:28
Um simples empate num jogo da Champions vale mais que esse apoio anual, logo esse apoio da UEFA é uma…
15 Outubro, 2018 at 21:50
Esse apoio, de que nada em dinheiro, é miserável… Não encontro outras palavras!
15 Outubro, 2018 at 17:38
150 mil para cada Federação…?
Ena pá…nisso “vai calhar-nos uma fortuna…”…
Aonda recebemos menos…do que o “jubas paga de multa…”…
Com tabto dinhero que a FIFA e a UEFA têm…bem ppodiam distribuir 1 ou 2 milhões por cada Federação…
SL
15 Outubro, 2018 at 18:04
Max 150 000 por ano a cada Federação Nacional europeia ainda é uma boa maquia para promover a Modalidade. Resta saber é como é feito controlo do usso dessa maquia por cada Federação.
Isto é: para podermos ter controlo EFECTIVO sobre o adequado destino desta “maquia”, teríamos de:
a) ter como saber o “X” que foi gasto pela FPF em 2019 na rubrica “Despesas com a Promoção do Futebol Feminino” (que teria de ser criada JÁ!) no Relatório e Contas – R&C – Anual da FPF;
b) garantir que no R&C de 2020 está inserida na mesma Rubrica a quantia “X€”de 2019 mais os 150 000€ “subvencionados” pela UEFA (“Y€” = “X€ + 150000e);
c) em qualquer R&C teriam de estar descriminados ao detalhe as acções de Promoção e respectivos custos que “justificariam” as quantias dispendidas (a “X” de 2019 e a “Y de 2020 e dos anos subsequentes em que a FPF continuasse a receber a “subvenção” da UEFA.
Por acaso alguém acha que isso já é feito ou sequer que o virá a ser?
Pois é! Transparência é para os Clubes! Alguns!
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 20:26
Sim amigo 150 mil “não é mau”…
Mas dividido pelos diversos clubes…o que calha a cada um…?
Pouco mais que nada…!
E sabendo-se como eles “nadam” em dinheiro (“para se corromperem” uns aos outros…)…
Bem podiam “abrir mais os cordões à bolsa…”
Abraço e SL
15 Outubro, 2018 at 22:55
Não é para dividir por Clubes, mas sim para promover a Modalidade no Desporto Escolar ou criar condições para a prática em zonas do interior, por exemplo.
No caso da nossa Federação, até podiam começar por criar um Escalão competitivo de Sub15 (que não existe, as meninas até essa idade se quiserem jogar futebol de competição têm de “integrar” equipas de rapazes ou competir com eles) e dar dimensão nacional à competição de sub 17 (por enquanto só se joga a nível distrital e apenas alguns distritos.
Estes são apenas alguns exemplos de por onde a Federação poderia (e, se calhar, deveria) começar. O problema está em que, se hoje não sabemos qual e como é aplicada a verba para esse efeito, como viremos a saber amanhã (ou no ano 2020, quando a FPF começar a “mamar” mais 150 000€/ano?
Saudações Leoninas
15 Outubro, 2018 at 19:04
Não se abre aí Post para poder dizer que não quero um forcado Lampeao a treinar o meu clube?
Ou um para dizer que este Presidente a fazer se de morto é pior que o outro presidente Lampeao a fazer se de chorão.
Ou outro para dizer que não gosto de ver o Sporting a fazer capas lamechas e condescendentes no jornal a Bola.
Ou para falar da percentagem de jogos perdidos nas modalidades em comparação ao ano passado.
Assim … só numa de exigência.
Porque 150.000 mil para a federação de futebol feminino… parecer-me milho para os pardais!
15 Outubro, 2018 at 19:11
Tadeu, a única lamechice até agora neste post foi o seu comentário.
Não acha que seria já altura de “enterrar machados de guerra” e focar-se no que mais interessa, que é o Sporting?
Caramba, eu também posso não ter gostado de muita coisa num passado menos ou mais recente, mas não passo a vida a ressabiar feito calimero nas redes sociais.
Evolua!
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 19:15
Já agora, … para que perceba um pouco melhor … não existe uma Federação de Futebol Feminino. Existe uma Federação Portuguesa que engloba o Futebol Masculino, o Futebol Feminino, o Futsal Masculino, o Futsal Feminino e o Futebol de Praia.
Talvez assim consiga perceber que também é importante saber o destino que a Federação irá dar a esses 150 000€/ano (ou dito de outra forma, se a Federação os usará para continuar a beneficiar escandalosamente um Clube).
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 19:27
Vejo que neste ponto estamos completamente de acordo,
Apesar de continuar a achar que 150.000 para a divulgação do Futebol feminino é muito pouco.
Se atendermos que o papel da federação tem um papel muito no apoio nos pequenos clubes e escolas fora de Lisboa.
15 Outubro, 2018 at 20:01
Os 150 000€ são anuais a partir de 2020 e enquanto a UEFA justificar manter essa subvenção e acrescem àquilo que já se gasta (ou assim deveria ser).
O problema é a total falta de transparência das contas da Federação, uma instituição com estatuto de utilidade pública e não publicita devidamente os seus R&C. Se procurar no site, por exemplo, não encontra nada; o máximo a que tem acesso são as Actas das Assembleias mas não aos documentos nelas analisados e votados. O mais extraordinário é o facto de nas Actas que discutem e votam o Relatório de Actividades e as Contas, quer a de 2016, quer a de 2018, não fazerem alguma referência ao Futebol Feminino, ao Futsal e ao Futebol de Praia. Não quer dizer que não constem nos respectivos Relatórios (que não dão a conhecer publicamente); apenas significa que não mereceram qualquer referência do Senhor Presidente Fernando Gomes.
SL
15 Outubro, 2018 at 19:25
Então Álvaro…
Apenas quero ouvir os seus desabafos e de outros.
Para medir o pulso à coisa.
Vejo que o Álvaro está pronto a dar o próximo passo é Voar.
Meu ainda estou muito arreigado às tradições da matilha e de pés assentes na savana.
15 Outubro, 2018 at 19:41
Apelidar de lamechas as observações do Tadeu só me fez lembrar os lampiões a gritar “joguem à bola” sobre os assobios dos Sportinguistas à famosa arbitragem do capela quendo roubou descaradamente 3 penalties.
Se a vossa evolução é amordaçar para evitar que se fale do belíssimo treinador lampião que têm, da prestação fabulosa do vosso presidente, ou do registo estrondoso que as modalidades estão a ter comparativamente ao ano anterior… pois estão no clube certo.
Como é que o Sporting se pode ter transformado nisto tão depressa?
É pena terem mentes tão evoluídas, se fossem mais básicos ainda poderiam ir procurar o quão normal é as equipas campeãs perderem as supertaças do ano seguinte. Depois ainda iriam ver a probabilidade de isso acontecer num conjunto alargado de modalidades ao mesmo tempo, sem que houvesse um notório desinvestimento ou outra hecatombe. Depois, concluiriam sobre o que é que teria que mudar numa organização para que isso acontecesse de um ano para o outro. Talvez por fim conseguissem começar a perceber o que se passa.
Mas assim, enterrem os vossos machados. Tenham é cuidado para não enterrar também a cabeça na areia, um dito pelo sitio acima, ou o próprio clube.
15 Outubro, 2018 at 20:10
“Como é que o Sporting se pode ter transformado nisto tão depressa?”
Aqui não estou de acordo, Hadji.
Este gene vem de longe. De muito, muito longe. Não foi nada rápida esta mudança.
Aliás, não houve mudança alguma porque, de facto, nunca existiu a transformação necessária.
Na generalidade o Sportinguista tolera muito mal a confrontação.
É aquele adepto que, quando confrontado pelo rabolho nojento, encolhe os ombros e faz um sorriso amarelo. Tudo pela pacificação social. Tudo pela salutar elevação… Tudo pela aparência da sociabilidade desportiva.
O que se passou é que durante 5 anos houve alguém que colocou o dedo na ferida e pediu compromisso e militância.
Pediu soldados para uma guerra que TODOS sabem que existe mas ninguém quer verdadeiramente combater. Porque o Sportinguista quer é descanso!
Claro que foi mal recebido. Seja porque por vezes exagerava ou porque a ingenuidade de alguns, a burrice de outros e a suprema desonestidade de outros não o permitiu.
Mas não foi rápido, Hadji. A ‘transformação’ foi só de fachada.
O combate estava perdido antes de ter começado.
Querem enterrar machados? Enterrem-nos na cabeça do rabolho ao vosso lado.
15 Outubro, 2018 at 20:15
Hadji
Eu não tenho nenhum treinador nem nenhum Presidente. O post é sobre Futebol Feminino. O que tem uma coisa a ver com outra? Estar a comentar o treinador de Futebol masculino ou o Presidente é o quê? Uma demonstração de leonismo? Não será antes leonite?
Ninguém pretende restringir o direito de opinião de ninguém. Aonde é que vislumbrou a “mordaça”? Não será esse seu comentário muito mais sectário?
Porra, se quer continuar a espalhar a Sua verdade como a única e autêntica leonina, faça-o. É um seu direito. Não queira é que todos os que o leiam comprem essa verdade. Não queira IMPOR a sua verdade a todos os outros. Repare que eu nem sei, nem quero saber o que pensa do Treinador do Futebol Masculino ou do Presidente do Clube. Pelo simples facto de que não é isso que se debate neste post. Querer trazer esses temas à baila EM TODOS OS POSTS é que será algo de muito restritivo e amordaçante. Não acha?
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 19:47
Por me focar no que mais interessa que é o meu/ nosso Sporting é que não posso deixar que ele se afunde à velocidade que alguns lhe querem imprimir.
Falo até que a voz me doa… como em tempo todos o faziam no início dos jogos, não sei se é desse tempo?
15 Outubro, 2018 at 20:24
“Falo até que a voz me doa… como em tempo todos o faziam no início dos jogos, não sei se é desse tempo?” (Tadeu dixit)
Não sei se a sua pergunta me é dirigida porque “perdi” a referência do comentário.
Em todo o caso, se for, apenas posso dizer-lhe que a minha memória mais antiga de ver Futebol ao vivo (e mais tarde também outros Desportos) vem de 1963, da Final da Taça de Portugal contra o Guimarães que nos deu acesso à Taça das Taças que viríamos a conquistar (Dessa campanha assisti aos 16-1 ao Apoel de Chipre e aos memoráveis 5-0 ao Manchester United de Bobby Charlton, Dennis Key, George Best, Nobby Stiles entre outros). Quanto ao até a voz doer acho muito bem que nunca lhe doa e que a use sempre que ache necessário. É só esse “achar necessário” que eu questiono: para quê usar “essa voz” neste post?
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 20:48
Bom… vejo que não é do tempo que a voz me doa.
Então estes comentários não eram de todo para si.
Continuação
15 Outubro, 2018 at 23:04
Tadeu, o que lhe posso dizer é que vivi um triste tempo em doía querer ter voz, se essa voz não fosse a voz do dono.
Por isso, sei dar valor ao direito à liberdade de expressão e ao pensamento crítico.
Nada contra isso! Pelo contrário!
Apenas acho que a melhor forma de valorizar esse direito e essa liberdade é usarmos com equilíbrio e a propósito o tempo e o modo como pensamos e como expressamos esse pensamento.
Um abraço e saudações leoninas
16 Outubro, 2018 at 9:49
E por isso, Álvaro, estar sempre a lembrar a quem participou neste golpe palaciano, que não gosto nem me revejo neste tipo de atitudes … ainda para mais, lesam toda uma nação Sportinguistas.
Nunca na minha vida vi este clube dividido desta maneira.
E quando me lembro da frase “ dividir para reinar”, gostaria de saber que força é essa que necessitou de nos dividir para tomar o nosso clube de Assalto?!
16 Outubro, 2018 at 12:57
Caro Tadeu, até concordo que houve um golpe palaciano, até identifico aqueles que acho que mais lesaram o Sporting com isso, mas não ilibo outras responsabilidades de quem não soube ser líder suficiente para desmontar esse golpe palaciano, antes tentando combate-lo com as mesmas armas. Condenou-se ao seu insucesso e isso também é indesculpável. Mas, como também já afirmei várias vezes em outros posts, nunca farei revisionismo histórico e , da mesma forma que lhe faço esta “condenação” nunca esquecerei o muito que deu ao Clube no seu momento mais difícil.
Dito isto, para mim, capítulo encerrado, que não fico a carpir mágoas do passado (não sou fadista). Apena procuro honrar, cumprir e tentar fazer cumprir o (muito) trabalho bem feito e que não deve ser “deitado às malvas”. Mas sem azedumes e sem revanches.
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 19:43
Belissima crónica, caro Álvaro Dias Antunes. Estamos em boas mãos, esta rubrica é das minhas favoritas na Tasca. Bem hajas e muito obrigado.
SL
15 Outubro, 2018 at 19:51
Atenção à equipa b, tem muita qualidade e a diferença para as lampiãs não é assim tão grande como veremos daqui a umas semanas. Vai ser um jogo deveras interessante
15 Outubro, 2018 at 22:19
Pavel, eu não alimento assim tantas expectativas relativamente ao confronto entre as nossa Equipa B (que na realidade é sub 19) com o team das meninas do Carnide.
É bom de ver que o toupeirame construiu uma equipa para disputar o a Liga principal. Tem um plantel de 20 jogadoras, das quais 7 (sete!) são brasileiras, 1 é cabo-verdiana e outra é espanhola; Contrataram para treinador o ex-treinador do Braga. A média de idades do plantel é de 24 anos.
Não é comparável ao nosso plantel B que tem 21 das 23 jogadoras com idade de sub19 de 1º ano (6) , sub17 (10) e sub 15 (4); apenas duas jogadoras são seniores (uma com 20 e outra com 21 anos): não temos estrangeiras. O objectivo prioritário não é ganhar. É dar competição senior e de futebol de 11 às nossas formandas que jogam oficialmente futebol de 9 nas sub19 e futebol de 7 nas sub 17 (e com 80m e 70m por jogo respectivamente). Assim chegarão muito melhor preparadas quando chamadas à equipa A.
Uma outra curiosidade e que se prende com o que falei em comentário anterior a respeito das benesses federativas ao Clube do Regime. A selecção de sub 19 que recentemente garantiu o apuramento para a Fase de Elite do Europeu do Escalão tinha 7 jogadoras do Carnide e 3 do Sporting quando o Sporting é bicampeão nacional e no último campeonato que ganhou, onde também já competiu o Carnide, a média de idades não chegava aos 17 anos à data da conquista. Não dá que pensar? Não estarão já a ver o destino de uma boa parte dos 150 000€ anuais que, a partir de 2020 a FPF vai receber da UEFA?
Saudações leoninas
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 21:29
“Engraçada”…
É realmente a classificação da Federação…
SL
15 Outubro, 2018 at 22:10
Não é engraçado, é mesmo uma filha da p*tice federativa.
15 Outubro, 2018 at 22:05
Bom texto, Alvaro!
Também uma boa resposta ao Tadeu!
Cherba, pensa se não será uma boa ideia passares a colocar 1 post por dia para as viúvas virem aqui chorar porque de outra maneira vamos levar com este choradinho o ano inteiro, em todos os posts!
Quiçá uma “Tasca solidária” para juntar uns euros valentes para comprar vibradores a essas viúvas todas, que pode ser que ajude a diminuir o choro!
SL
15 Outubro, 2018 at 22:24
Boas Miguel. É engraçado que tinha pensado em algo idêntico: haver um post semanal para as diversas facções (não acho que o mal seja só de uns) poder exorcisar os seus fantasmas. Algo como “O Estado da Nação” e, em cada semana, um dos “indefectívceis” “istas” ou “ettes” ou “ados” se encarregava do teor do post (alternado democraticamente as facções). Das duas uma ou o nível de debate nesse post baixava muito o nível ou talvez se desse o milagre de os eternos descontentes acalmarem “o pito”.
Saudações leoninas e um abraço
15 Outubro, 2018 at 22:36
Então?! Passámos 5 anos a levar com a Ala Suave, forte e feio, em tudo quanto era assunto, post e conversa acerca do clube e nunca foi preciso criar ‘salas’ especiais e era agora que o Cherba ia ceder à tentação dos guetos?
Nah… Deixem a malta escrever. Há muito para exorcizar e para muitos é a única razão que lhes resta para falar do Sporting.
Já nos tiraram o clube e agora ainda nos querem tirar o direito à indignação…
15 Outubro, 2018 at 23:11
Mais um! Mas quem é que lhe tira o direito à indignação? Eu não sou de certeza!
Apenas acho (mas é apenas a minha opinião) que se podia indignar um pouco mais “a propósito”.
Virem para um post sobre o Futebol Feminino descarregar a bílis da “indignação” com o Peseiro, o Varandas ou o Albuquerque, isso é que me causa alguma “espécie”.
Se o problema é de fígado, vão à consulta de “gastro”.
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 23:27
O que se vê agora, com as viúvas a virem, EM TODOS OS POSTS, fazer o “choradinho da cabala”, o choradinho do “golpe”, do “com o Bruno é que éramos bons”, com a conversa de “o Sporting acabou”… NUNCA se viu antes qualquer paralelo com isto!
Essa conversa é mais outra falácia!
É uma cena em que vocês se estão a tonar Mestres: falácias!
16 Outubro, 2018 at 9:51
O Miguel é particularmente peqyenininho para se vir meter em conversas de adultos.
Fique aí sentado, ouça e tente aprender alguma coisa.
16 Outubro, 2018 at 10:03
Fawácias, fawácias! 🙂
Isto vindo de quem vem é simplesmente delicioso.
SSL.
15 Outubro, 2018 at 22:31
Bom relato, Álvaro. Valeu!
Não tenho muito a acrescentar a este post, sou fã da qualidade de jogo das mais joves e acho que temos ali muito potencial para aproveitar.
É preciso saber contratar para colmatar aquilo que a formação não dá. Poder físico e altura. O resto temos.
15 Outubro, 2018 at 23:23
Isso!
Caramba, não sou só eu a ver isso… 🙂
3 ou4 jogadoras que nos tragam aquilo que cá não conseguimos arranjar! 😉
15 Outubro, 2018 at 23:23
Pois Braveheart, esse é um tópico bem interessante para o qualme custa formar opinião muito peremptória. O Miguel, por exemplo, defende acerrimamente a necessidade urgente de contratar 2 ou 3 estrangeiras altas e possantes para algumas posições chave (mais uma central, uma trinco defensiva e uma box-to-box na posição 8).
Eu fico um pouco na dúvida se isso será assim tão relevante. Até agora, não ficou demonstrado que assim seja. Ganhámos 5 de 6 títulos nacionais que disputámos e ainda não tivemos uma derrota caseira. Ganhámos 4 dos 6 jogos internacionais que fizemos e os 2 jogos que perdemos foi pela margem mínima sofrendo golo nos últimos 5 minutos, o que revela mais falta de experiência que de altura. Mas esta época poderá já revelar dados mais pertinentes sobre esta questão. Voltaremos a jogar, no mínimo mais duas vezes com o Braga e (quem sabe?) uma vez com o Carnide. ambos têm equipas mais altas que a nossa. Mas devo referir que o Braga, que é a equipa “portuguesa” mais alta, “apenas” tem 2 torres na ordem do tal metro e oitenta, que até são chamadas a jogo irregularmente, e não fazem lá grande coisa. Uma coisa é ser uma jogadora grande eoutra coisa é ser uma grande jogadora.
Saudações leoninas
15 Outubro, 2018 at 23:32
🙂
Para já só peço 2: uma central que permita libertar a Damjanovic para o meio campo e uma trinco. Só estas 2 já transportam a equipa para outro patamar! O patamar que nos permite dominar por cá – sim, temos ganho mas em termos de jogo a coisa tem sido equilibrada com o Braga – e abordar a fase de grupos da WCL com uma relativa certeza que passamos à fase a eliminar.
Depois, para subir ao patamar das 8 melhores equipas da Europa, precisas de 5 ou 6 estrangeiras assim e com técnica! O resto podem ser portuguesas…
😉
16 Outubro, 2018 at 1:01
Mas, Miguel a teres 5 ou 6 estrangeiras voltamos à velha questão de como valorizar a aposta na nossa formação? Julgo (e espero não estar errado) que a aposta que fazemos na potenciação exponencial de todas as qualidades das nossas jogadoras, pode vir a gerar a médio prazo, equipas altamente competitivas com base nessas jogadoras. Hoje tens a competir, em ambiente senior, 12 miúdas com 14, 15 e 16 anos. Isso vai dar-lhes uma “estaleca” que se reflectirá, sem sombra de dúvidas, daqui a 4 ou 5 anos.
E com uma vantagem competitiva muito grande relativamente aos principais rivais (Braga e Benfica); com o mesmo nível de investimento apostámos muitíssimo mais forte na Formação (e, tal como no Futebol Masculino, o nosso mercado tem de ir por aí) e nas condições de profissionalização e treino das Seniores A.
O Benfica, por exemplo gastou tuta e meia e mais um pouco em jogadoras estrangeiras e equipa técnica, mas treina e joga ora na Tapadinha, ora no Jamor ora no Seixal.
O que me assusta é que a Federação já vai dando colo a este desvario. A convocatória das sub 19 que se apuraram para a Ronda de Elite do Europeu do escalão é sintomática de até onde está a FPF disposta a ir para “dar alento” artificial ao projecto megalómano do Carnide. Foram 7 toupeiras convocadas e 3 jogadoras do Sporting. Até nem me chatearia assim tanto se não suspeitassse que isso venha a ser uma forma de, daqui a um ou dois anos, essas presenças representarem quotas de compensação financeira para a “Formação” rabolha. É um espanto que tendo nós ganho a competição nacional do respectivo escalão, com uma equipa cuja média de idades não chegava aos 17 anos na data da conquista do título, as respectivas representações na selecção tenha sido essa.
Pô! Então se as sub 19 vermelhas não conseguiram ganhar a nossas sub 17, como é que levam mais do dobro de representantes à selecção! É absolutamente escandalosa a forma como, também aqui já se está a criar artificialmente uma espécie de “melhor formação do Dubai e do universo”!
É com esse tipo de situações que nós nos devemos preocupar! Porque são elas que tendem a “desvirtuar” a natureza do nosso projecto, realmente assente na Formação e na Jogadora Portuguesa.
Outro exemplo é o da utilização CRIMINOSA da Ana Borges na selecção. Das últimas 6 convocatória voltou sempre com mazelas musculares; 3 delas, como agora, obrigando a paragem competitiva no Clube. Estamos a falar da MVP da Liga principal 2 anos consecutivos. Tudo porque o anormal do “professor” Neto a põe a jogar a defesa direito, com a obrigação de percorrer toda a ala em permanentes piscinas e forçando-a mesmo acima dos limites físicos.
Sem estas “ajudas” “federativas” o nível e o tipo de investimento feito quer por Braga quer por Benfica torna-se insustentável a curto/médio prazo.
Se o Sporting voltar a ser campeão este ano é o 3º ano de híper investimento do Braga na equipa A sem retorno. O Benfica está um ano com um investimento louco a competir na 2ª Divisão. Para o ano competem os 2 orçamentos e só 1, eventualmente, poderá ganhar.
Daqui a 2 anos, muito do investimento do Sporting na Formação estará a dar “retorno” na equipa A.
Claro que estou de acordo com a selecção (mais) criteriosa nas aquisições de estrangeiras, mas nunca excedendo o número de 3 ou 4. Afinal, a campeã e a vice-campeã europeias são equipas francesas, sem muitas estrangeiras e com um a média de alturas idêntica à nossa. Só que o tipo de aposta que nós estamos a fazer na Formação (elevando o patamar competitivo de cada escalão) já é feito em França por várias equipas há mais de 10 anos!
Um abraço Miguel e saudações leoninas
16 Outubro, 2018 at 12:12
Alvaro, não chegas às 8 melhores equipas da Europa só com portuguesas ou com 2 ou 3 estrangeiras.
Se gostas do futebol feminino e o segues, e eu vejo que sim, tens de concordar que para chegares a este nível precisas de mais do que te dão as jogadoras portuguesas. É só esse o ponto.
Eu não estou muito por dentro do que se tem passado nas selecções jovens femininas mas estranhei que sendo nós dominadores de TODOS os escalões, tenham ido tão poucas moças nossas. Estava à espera de termos por volta de 50% das convocadas.
Quanto aos investimentos, cada um investe o que acha bem dentro do que pode. Não é só o investimento que conta. Conta muito como e em quem investes. Se investes bem ou mal.
O Braga tem investido bem. Apesar de ter perdido quase sempre, nunca nos foi inferior – tirando os 2 jogos da Supertaça porque o andamento das duas equipas era muito diferente nessa altura!
Os títulos caíram para nós – felizmente! – mas podiam ter caído para elas. Foram sempre troféus super disputados e foi o detalhe a fazer a diferença – e felizmente o detalhe caiu para nós!
Este ano trocaram a Norton e a Dolores, que eram as duas que ganhavam mais dinheiro, por uma série de jogadoras estrangeiras de bom nível. Aumentaram o investimento mas nada de brutal.
Já o investimento do Benfic@, para jogar a 2ª Liga e a Taça de Portugal, é que me parece desproporcionado, mas eles lá saberão o que estão a fazer. Tem uma boa equipa e, se apanharem o Sporting ou o Braga na Taça vão ser duras de roer. Vão, com certeza, subir de divisão e já terão uma boa base para fazer uma equipa ainda melhor para o ano.
Quanto à nossa formação, posso estar enganado mas não vejo que as miúdas possam ajudar a equipa A antes de 4 ou 5 anos. Não vejo nada que daqui a 2 anos se esteja a ter retorno deste investimento, até porque o nível de exigência vai subindo de ano para ano. O que eu vejo é que muitas destas moças que estão hoje na formação vão reforçar outras equipas, como o Estoril, o Futebol Benfica, etc… Só as melhores poderão aspirar ao Sporting mas isso ainda vai demorar, naturalmente!
Não tenho duvida que estamos a fazer um bom trabalho na formação feminina – ao contrário do que acontece com a formação masculina – e que isso nos trará dividendos mas será também um plus para as outras equipas pois beneficiarão de uma parte substancial destas jovens. O nível do futebol feminino vai subir uns degraus com o que o Sporting tem feito – o que também aconteceu com o futebol masculino, o que torna ainda mais ridículo todo o beneficio ao Benfic@ e todo o prejuízo ao Sporting que a FPF fomenta descaradamente.
Voltando à altura…
A altura é um plus! Não define tudo. A equipa mais alta não ganha sempre! Mas num jogo equilibrado, se uma equipa tem jogadoras altas e a outra não, a equipa que tem jogadoras altas passa a ter essa vantagem e a equipa baixa passa a ter esse handicap.
Ora, nos jogos com o Braga, com o Kazygurt e com o Avaldsnes, isso foi sempre claro. Equipas equilibradas, em jogos equilibrados, onde a nossa dificuldade nos duelos corpo a corpo e nos duelos aéreos foi sempre notória.
Repara… Sempre nos 90 minutos…
No 1º ano, empataste 2 jogos com o Braga e ganhaste 1 com um golo de penalti no ultimo minuto.
No 2º ano, empataste 3 jogos e ganhaste 1.
No 3º ano, empataste 1 jogo.
Tens 2 vitórias, uma das quais caída do céu, em 8 jogos, o que demonstra bem o equilíbrio que existe.
Nestes 8 jogos foste algo superior, do meu ponto de vista, em 3 deles: os 2 da Supertaça e o da 3º jornada do campeonato do ano passado em Braga, porque tinhas a equipa numa fase de preparação muito mais adiantada do que o Braga – fruto da participação na WCL. Nos outros 5 jogos o equilíbrio foi dominante. Em todos os jogos sempre tivemos dificuldade no jogo aéreo e isso foi mais evidente ainda no jogo deste ano, fruto delas terem subido a média de altura – nós temos 3 jogadoras acima do 1,70m e elas têm 3 jogadoras abaixo do 1,70m! Têm jogadoras com mais 20cm que algumas das nossas.
Na WCL, os 2 jogos que perdes e que te afastam da passagem à fase a eliminar são 2 jogos com equipas com um poder físico e uma altura que nós não temos. Dos 5 golos sofridos nesses 2 jogos, 4 são lances de cabeça! E se com o Kazygurt o jogo até foi equilibrado grande parte do tempo, com o Avaldsnes dominámos grande parte da partida. E mesmo assim perdemos, exactamente porque não tivemos capacidade para contrariar o jogo aéreo das norueguesas.
As equipas francesas que falas têm jogadoras de alta qualidade. São todas da qualidade da Ana Borges para cima… Claro, a altura deixa de ter essa importância porque dominam completamente os jogos. O Lyon jogou com o Kazygurt o ano passado e deu-lhes 9… Com certeza percebes a diferença de nível para ter um resultado destes! E quando a diferença de nível é desta grandeza, não é o facto de teres jogadoras de 1,80m que vai fazer a diferença! Isso faz diferença quando o nível é similar…
😉
Abraço
16 Outubro, 2018 at 14:27
“As equipas francesas que falas têm jogadoras de alta qualidade. São todas da qualidade da Ana Borges para cima… Claro, a altura deixa de ter essa importância porque dominam completamente os jogos.” (Miguel dixit)
Mas é a isso mesmo que me estou a referir. O Lyon (e mais umas 4 ou 5 equipas francesas) têm essa qualidade porque iniciaram há 10 ou 12 anos o tipo de aposta na formação que o Sporting iniciou há 2. E essa aposta vai dar-nos vantagem competitiva nacional dentro de 2 ou 3 anos (pelo simples facto de, tal como no futebol masculino, sem aposta nos activos de formação, não ser possível sustentar projectos que ultrapassem um determinado nível de investimento como são os casos do Braga e do Benfica).
E dar-nos-á também vantagem competitiva internacional dentro de 4 ou 5 anos, por forma a colocar-nos no top 10 europeu com regularidade. Porque a aposta feita por parte de alguns clubes franceses não foi replicada nos clubes de outros países europeus.
E a verdade é que, exceptuando os países nórdicos (Dinamarca, Noruega, Suécia), onde o futebol feminino é desporto de “massas”, a inexistência de cultura da Modalidade nos outros países tem induzido os Clubes a fazerem investimentos mais imediatistas que formativos e a prazo. Os Clubes Nórdicos, que têm essa vantagem e cultura desportiva e onde (como nos EUA) o preconceito machista já foi ultrapassado há muito, apostam na formação mas nos mesmos moldes que sempre apostaram; exactamente porque a sua “vantagem” competitiva é física, não adoptam a aceleração de etapas nos diversos escalões competitivos. Poderiam tentar o processo “inverso” e tentar apostar num aprimoramento técnico durante os vários estadios da formação, mas issop seria um pouco contra “natura”. Também não optam por contratar estrangeiras tecnicistas para acrescentar recursos aos seus plantéis seniores, porque, por um lado isso não faz parte da sua cultura, por outro lado porque não existe também a cultura de total profissionalização das atletas ( maioria são semiprofissionais) e, finalmente, porque quer as estrangeiras que contratassem quer as nórdicas que com elas partilhassem equipa demorariam bastante tempo a sentir-se “peixes fora de água”.
Miguel eu vou dar-te exemplos de nossas meninas que poderão vir a ser de topo europeu e que estão a ser trabalhadas para isso há já 2 anos:
– desde logo, algumas que já lá estão como Ana Borges (28 anos), Diana Silva (23), ou a Patrícia Moraes (26);
– desde o início no plantel senior, mas atendo “saltado etapa” a Joana Marchão (21), Ana Capeta (20) e a Inês Pereira (20)
– recém subidas ao plantel sénior e em “continuidade formativa”, a Joana Martins (18) e a Neuza Besugo!(18)
– na equipa B e sub 19: as defesas Inês Gonçalves (17 anos) e Núria Monteiro (14 anos); as médias Marta Ferreira(16 anos), Andreia Jacinto (16 anos e vai ser uma das “pérolas2; e as avançadas Beatriz Conduto (18 anos), Nicole Araújo (16 anos, outra pérola, internacional sub 19 da equipa que acedeu à ronda de Elite do Europeu do escalão) e Margarida Caniço (15 anos que fomos buscar há um ano ao Ouriense, mais uma que “não engana”);
– as actuais sub 17 não vi ainda jogar, mas posso dizer-te que, num plantel de 15 jogadoras, 2 têm 15 anos, 3 têm 14 anos, 9 têm 13 anos e uma tem 12 anos; ou seja muito espaço e tempo para evoluírem em patamares competitivos que, para elas serão sempre de exigência máxima;
– finalmente, as nossas infantis: treinam no pólo EUL, têm idades entre os 9 e os 13 anos e competem contra equipas do distrital MASCULINO sub 14 da AFLisboa.
É disto que estou a falar Miguel. Este tem de continuar a ser o centro da aposta. Não nos devemos desviar do caminho.
Acho razoável um upgrade da equipa A, mas apenas substituindo 1 ou 2 das estrangeiras (4) já existente (diria, para curto prazo, que a Baldwin por uma central com boa altura e que também tivesse bons pés, passando a Nevena para 8 box-to-box e talvez passando a Sharon para trinco ou vice-versa).
Com tempo, pensar em ir compondo o quarteto estrangeiro com acrescento gradual de qualidade técnica e capacidade física. Mas ter mais que esse número de estrangeiras será sempre comprometer o Projecto da Formação, pois as meninas querem sempre sentir a valorização da jogadora portuguesa para acreditar na REAL possibilidade de vir a integrar o plantel principal.
Um abraço e saudações leoninas
16 Outubro, 2018 at 12:49
Esqueci de dizer que não vi o jogo com o Estoril.
Vi ontem à noite a 1ª parte e acho que estão a jogar pouco. Às vezes fico com a sensação que têm estado a piorar de ano para ano… 🙁
O Braga ganhou ao Futebol Benfica sem dificuldade, quando nós nos vimos aflitos para lhes ganhar e só o conseguimos com uma falha gritante da guarda redes delas, mesmo no final do jogo.
Não estou nada optimista para este ano, ainda que tenha 100% de confiança na total entrega e querer das jogadoras.
16 Outubro, 2018 at 9:14
Certo, Álvaro. Percebo a ideia desse lado.
Eu acho que para consumo interno tem chegado e mesmo vendo o Braga mais forte este ano o verdadeiro perigo vem dos lamps.
Nos jogos internacionais, claro que a experiência conta mas não tenho dúvidas que a questão física faria diferença.
Nada contra a magia das nossas meninas (mesmo pequenas), mas a equipa necessita desse equilíbrio. Se a formação não dá (é igual nos seniores, etc… ou deveria), vir lá de fora essa componente só traz vantagens.
E porque não vir essa mais valia física aliada à experiência. Não digo vir um “Ruesga” ou um “Marshall”, mas é preciso pensar bem como integrar as mais jovens (qualidade de sobra) numa equipa que se espera mais competitiva.
Como disse atrás, há equilíbrio com o Braga (e ainda bem para a modalidade), mas atenção ao investimento dos lamps.
16 Outubro, 2018 at 14:38
Leia mais acima a minha resposta ao Miguel que versa sobre o mesmo assunto.
Acho que se trata mais do modelo em que se apostou para formar equipas competitivas. O Braga e o Benfica fizeram apostas cujos investimentos implicariam vencer a curto prazo. Ora o Braga está há 2 anos sem resultados; o Benfica começa na 2ª Divisão.
Nós fizemos uma aposta que se centra na consolidação de projecto: aposta na criação de cenários altamente competitivos para os escalões de formação; construção de uma equipa sénior com base na jogadora portuguesa e com boa base de progressão; recomposição gradual desse plantel procurando acrescentar qualidade mas sem comprometer os dois princípios anteriores.
Num país com mercado limitadíssimo, as apostas de Braga e Benfica são suicidas.
O modelo em que o Sporting aposto vai depender também, e MUITO, do apoio que nós adeptos lhe dermos.
Quanto mais gente a assistir aos jogos dos diversos escalões, quantos mais jogos da equipa principal no José de Alvalade, maiores serão as possibilidades de angariação de receitas e sponsors, amior será o empenho das jogadores, maior será a credibilização do projecto, maiores serão as possibilidades de continuidade dos sucesso.
Saudações leoninas
16 Outubro, 2018 at 17:30
Bravehaert, esqueci-mede referir que concordo que, progressivamente, o Sporting vá acrescentando qualidade às estrangeiras que tem no plantel. Foi aliás o que fez este ano, que passou de 3 para 4 (dispensou a costa-riquenha Carolina Venegas para a entrada da sérvia Nevena Damjanovic e contratou, no fecho de mercado, a sueca Hoff Persson).
A continuar essa aposta, concordo com o Miguel em que os alvos deveriam ser uma central e uma trinco poderosas, mas acho que essas entradas deveriam corresponder a saídas de outras estrangeiras.
SL
16 Outubro, 2018 at 17:49
De acordo.
16 Outubro, 2018 at 8:59
Parabens Alvaro pelo excelente post sobre o futebol feminino, que tantas alegrias tem dado ao nosso clube.
O Sporting foi decisivo para a implantação e crescimento desta modalidade em Portugal, trazendo a visibilidade que lhe faltava e aumentando a competitividade que se começa a refletir nas seleções.
Quanto ao dinheiro da UEFA , vamos a ver a aplicação que a FPF lhe fará, agora que vai aumentar as instalações da cidade do futebol e com a entrada das toupeiras na competição.
É uma pena que alguns supostos spirtinguistas continuem a conspurcar o que de bom se faz aqui na Tasca, com a conversa da treta de “…….belíssimo treinador lampião que têm, da prestação fabulosa do vosso presidente…” dignas de lampiões ressabiados.
16 Outubro, 2018 at 13:01
https://www.desportivovaledohomem.pt/vitoria-sc-anunciou-aposta-no-futebol-feminino/
16 Outubro, 2018 at 17:36
Ora aí está aquilo que lhe dizia! Mais um a competir no “terreno” do Braga. Os “arsenalistas” terão imensas dificuldades em manter esse nível de investimentos no Futebol Masculino, no Futebol Feminino e no Futsal, particularmente se houver a concorrência geográfica (no recrutamento de Formação) do Guimarães e a concorrência de investimento do Benfica (e ainda está por saber que tipo de aposta fará o Guimarães).
Saudações leoninas