Acho que é oficial. Neste momento não existe nenhum sportinguista, de qualquer idade ou ponto do globo, que não esteja profundamente apaixonado por Carlos Ruesga.

Ruesga alia tudo aquilo que é o ideal no clube como o Sporting. A qualidade fora do normal, a presença em grande nos momentos decisivos, sempre que a nossa equipa bicampeão precisa da sua genialidade, a atenção a todos os detalhes da vida activa do clube, as constantes respostas e interacções com sportinguistas, a presença nos jogos de todas as modalidades, a gestão das suas redes sociais e até a sua genuína simpatia e humildade.

Aquilo que foi ontem aqui publicado é apenas mais um dos imensos exemplos com que Ruesga nos tem brindado ao longo destes fantásticos dois anos. Um homem nascido noutro país, que fala outra língua e que aprendeu a amar este clube, que certamente levará com ele para onde quer que vá no futuro. Carlos conseguiu aquilo que poucos conseguem neste país tão vidrado no relvado e nas quatro linhas do futebol: cativar e entusiasmar milhares de pessoas, trazê-las ao pavilhão e ser um ídolo de um clube centenário e vencedor. Como ele existem outros, claro que sim, como João Pinto (capitão da equipa de hóquei a quem um dia tive o prazer de agradecer pelas alegrias) ou João Matos (um leão que antes de entrar na quadra ainda vê os resultados das outras equipas). Todos eles exemplos dos maiores valores do Sporting, dentro e fora de campo.

Vem este elogio a Ruesga e seus pares a propósito de um tema que muito se tem discutido neste últimos meses, e que tivemos a oportunidade de discutir ontem no Sporting160. A importância de vencer e ser feliz num lugar é infinitamente proporcional à dedicação e alegria com que se representa um símbolo. Aquilo que o Andebol ou o Futsal conseguiram nestes últimos anos, terá um impacto humano nos seus atletas muito maior e muito mais importante do que todo e qualquer dinheiro que tenham na vida. E isso sente-se na forma como tratam os associados, na forma como escolhem fazer totalmente parte da vida do Sporting e na forma como seriam incapazes de nos trazer desgostos.

A alegria de vencer é absolutamente viciante. Por isso darão sempre tudo, morrerão em campo para dar mais um troféu às bancadas. Se não soubessem a sensação de o conseguir com as nossas cores, seriam sempre mais desligados, frios e estariam mais dispostos a abandonar o barco. Carlos Ruesga deu ao Sporting tempo, trabalho, dedicação, suor e lágrimas. Como recompensa foi feliz e colheu os frutos de todas as horas fora de casa, todos os dias longe da família, todos os treinos dolorosos e jogos complicados. Tudo aquilo que abdicou a favor da sua profissão regressou a si como realização pessoal.

Enquanto o futebol não tiver um projecto desportivo vencedor, capaz de oferecer títulos e memórias aos seus jogadores, casos como os que vivemos consecutivamente nos últimos 10 anos serão a nossa realidade sempre. Um jogador que tivesse passados os últimos 15 anos a jogar na equipa principal do Sporting não teria sido campeão uma única vez, teria tido mais de duas dezenas de treinadores e 6 presidentes e teria estado 7 anos (!!!!) sem vencer um único troféu oficial. É urgente que para além das condições técnicas, financeiras e desportivas, possamos oferecer projectos coerentes, vencedores e credíveis. Só assim podemos exigir mais Ruesgas no futebol, mais João Matos na nossa história e menos desilusões ano após ano.

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*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa