No dia 7 de Setembro, o Tribunal de Santa Maria da Feira condenou o Moreirense a 1 ano de suspensão nas competições profissionais, dando como provados 4 crimes de corrupção ativa por parte dos dirigentes do clube de Moreira de Cónegos. O que fez a FPF? Arquivou o processo, por prescrição. 5 anos depois de aberto o processo, o Conselho de Disciplina da FPF, deixa morrer o caso.
Se mais provas fossem precisas que no futebol português tudo é uma enorme fantochada, esta será só mais uma a juntar a um longo historial de incapacidades para administrar e proteger as competições. Não sei e acho que nenhum de vocês que está a ler este texto saberá também, o que raio andam tantos juízes a fazer nas várias comissões da Federação e da Liga, mas adivinho que algo muito próximo de coçar os tomates, ver jogos à borla e passar informação às Tânias Laranjos desta vida.
Ao contrário do que possa pensar a Direcção da FPF, o problema não foi resolvido. Bem pelo contrário, a Federação acabou de dar mais uns quantos sinais verdes a toda a corja de bandalhos que habita dentro da maioria dos clubes. Mesmo que a justiça cível puna, os emblemas safam-se, os processos apodrecem nas secretárias até ser seguro anunciar que estão podres. Ninguém na FPF, principalmente no Conselho de Justiça, se demite? Claro que não. A assunção de incapacidade em Portugal não acarreta qualquer prejuízo. As culpas desaparecem dos ombros, levadas pelo vento e empurradas pelo protector compadrio com o poder político.
Ao contrário do que se vai dizendo nas tv’s e escrevendo nos jornais, os problemas do futebol português são os mesmos que sempre foram. Nenhum foi resolvido. Mudam de paradeiro, fazendo ping-pong entre Liga e FPF e Associações Distritais, modernizam-se, mas nunca acabam. Desde que escrevo em blogs, 2011, que nenhum dos atrasos estruturais das nossas competições profissionais e de formação alguma vez foi encarado com vontade de ser ultrapassado. O Extreme Makeover que a Federação tem feito à sua cara e roupa pode servir para os paineleiros encherem a boca para gabar a mestria da gestão de Fernando Gomes, mas a maquilhagem e os casacos de peles escondem um corpo decrépito que vai definhando a cada Moreirense que se safa.
Aproximam-se tempos de grandes decisões no que diz respeito ao futebol. Se este vai ser o modelo de justiça adoptado para enfrentar as questões desportivas ligadas a corrupção, tráfico de influências e coação, então meus caros, caberá aos adeptos questionarem-se até que ponto estão a sustentar uma pirâmide real de marginais e a viver de emoções manobradas, distantes do que deve ser a lógica da palavra “competir entre iguais”. Cada um resolverá mudar ou permanecer crente de uma verdade cada vez menos palpável e cada vez mais, comprovadamente, inexistente. A arbitragem, a justiça, o dopping, os esquemas de financiamento, tudo grita na consciência, sobretudo dos adeptos leoninos, que o seu clube é, e continuará a ser, atropelado nos seus esforços por recuperar o estatuto de “candidato a títulos”.
Pela minha parte, há muito que antecipo a realidade que a maior parte dos dirigentes desportivos recusam ver. Num dia serão os adeptos do Sporting a deixar de “contribuir”, no dia seguinte serão os adeptos de outros a deixar de acreditar e financiar os seus emblemas. Lenta, mas seguramente, a Liga Portuguesa terá muito menos interesse que a Premier League ou a Liga Espanhola. Os miúdos portugueses vestirão de Barcelona e Manchester City nas futeboladas nas escolas, os ídolos serão os Guendouzis e os Vinicius. Lenta, mas seguramente a competição em Portugal passará a ser o retrato a sépia da tal hegemonia benfiquista, imperial como as marchas militares fascistas, mas numa escala muito fiel à das velhas glórias para consumo (apenas) interno dos clubes dos regimes pró-soviéticos.
O que hoje vai passando como clubite e nacional benfiquismo, lenta mas seguramente, será cada vez mais reconhecido como mais uma prova da nossa falência como país e comunidade. Uma nação não valente, mas cobarde e muito mais definhante do que imortal. Uma nação à espera de mais um 25 de Abril que ponha fim a uma classe política que rebola em orgias de estadismos corruptos, muito mais amiga de banqueiros e criminosos, do que do povo que a elege. Os “primos de Salazar” podem dizer-se democratas, mas desconhecem que aceitar o voto popular é só o primeiro passo de um político. O segundo e todos os outros que deve dar, obrigam a que tudo deva fazer para beneficiar o “bem público”, a todo o custo, doa a quem doer.
E não tenham a mínima duvida, todos os problemas do futebol português tem a mesma origem. A complacência do poder político com a épica teia de esquemas que corrói a verdade desportiva dentro dos relvados. Falem com qualquer pessoa que já tenha andado pelos corredores das FPFs, Ligas, clubes ou Associações. Falem com qualquer ex-árbitro, ex-jogador, ex-delegado, ex-dirigente. E escutem bem o rol de podres que cada um calou na sua memória. Juntem tudo e digam-me se, lenta mas seguramente, a decisão dos e-toupeiras e-mails, malas, vouchers não é a última fronteira que separa o futebol português da derrocada total.
*às quartas, o Zero Seis passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca
14 Novembro, 2018 at 23:56
O tio Ricci anda a tentar lixar isto tudo
https://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/sporting/noticias/interior/existem-campanhas-que-tem-tentado-boicotar-o-emprestimo-obrigacionista-10180448.html
15 Novembro, 2018 at 0:07
Muito bem respondido por Salgado Zenha. E até o local da entrevista foi bem escolhido… O mesmo canal que “trabalhou” no boicote! Fizeram figura de urso
14 Novembro, 2018 at 23:59
Como cientista tenho sempre um bom feeling quando vejo um camarada ser reconhecido.
Por outro lado não acho feliz a escolha por duas razões:
1/ apesar de ter reconhecido o erro num trabalho produzido foi completamente arrasado pela comunidade (e aí ficou a perceber que o contexto é mais importante que a data recolhida – isto falando das respostas da frequência cardíaca a uma corrida estacionária submáxima em jovens jogadores de futebol…);
2/ a visão obscurantista das novas unidades de performance baseadas em WR, e as subsquentes criticas (diria gozo até) produzidas a respeito sobre o Chelsea não auguram nada de bom.
Sinceramente, parece um tiro completamente ao lado (mas acredito que isso se irá perceber rapidamente).
PS: Um tipo destes, mas não este, poderia perfeitamente evitar a compra de um Gudelj, um Diaby ou um Sturaro, concordo – mas isso não existe no futebol português, que vive na mais completa obscuridade científica (ou vá, perto disso)
15 Novembro, 2018 at 0:19
Ora vamos lá conhecer melhor quem é o Juiz a quem foi “entregue” o caso de Alcochete …
– Em 18 Março 2004 >> Dr. Carlos Jorge Trincheiras Delca, juiz de direito, em regime de estágio, no Tribunal da Comarca de Setúbal – colocado como juiz auxiliar, até ao próximo movimento judicial ordinário, no mesmo Tribunal.
– Em 15 Janeiro 2011 >> Subscreveu uma carta aberta aos Deputados da Nação … http://www.asjp.pt/2011/01/15/carta-aberta-dos-juizes-aos-deputados-da-assembleia-da-republica/
– A 21 Outubro de 2014 >> Recebeu uma classificação do Conselho Superior da Magistratura de Bom com distinção, numa notação de um Contencioso
– Em 12 Julho 2016 >> Carlos Jorge Trincheiras Delca, Juiz de Direito, Colocação em TJ Comarca Lisboa, Lisboa – Instância Central, 1 Secção Execução, Vaga de Auxiliar – Colocação em TJ Comarca Lisboa, Barreiro – Instância Central, 3 Secção Instrução Criminal, Juiz 1
Portanto, nos 12 anos antes de ser colocado no Barreiro este Juiz andou por …Setúbal, Lisboa e arredores …
E isto, em apenas 5 minutos de pesquisas na net …
Será que ninguém, uma alminha que viva no mundo das IT’s não consegue descobrir a verdadeira face deste juiz “entrincheirado”???
Seria tão só e apenas, o desvendar de “mais uma peça do puzzle” …
15 Novembro, 2018 at 0:27
UI, Ui, Ui, ui, ui …
Ora então aqui vai, mais uma “peça processual” …
– Em 31 de Agosto de 2015 >> Carlos Jorge Trincheiras Delca, Juiz de Direito, Colocacao em Tribunal Judicial da Comarca Lisboa, Instancia Local Seixal, Seccao Criminal, Juiz 2 Destacamento em Tribunal Judicial da Comarca Lisboa, Instancia Central Lisboa, 1 Seccao Execucao, Vagas de auxiliar de 1 Seccao Execucao;
Então, a meio do Verão de 2015, este “peão de brega” foi colocado onde ???
Pois é, no SEIXAL … Ora vejam lá, que coincidência …
O que é que rima com Seixal???
Talvez TOUPEIRAL??? Pensem bem onde está o centro de estágio das toupeiras, e as aldrabices que houve no processo para as referidas toupeiras instalarem o que têm instalado naquela localização …
Meus amigos, NÃO HÁ COINCIDÊNCIAS … Não neste país de MAFIOSOS, CORRUPTOS, CHICO-ESPERTOS …
15 Novembro, 2018 at 0:38
Já este ‘jovem’, que deve ser familiar do douto Juiz, anda noutras andanças …
https://www.gloopla.com/PT/Set%C3%BAbal/555347984815565/Jo%C3%A3o-Delca—Re-max
E, para a rapaziada do facebook, ao procurar o facebook deste ‘familiar’ do dr juiz … Reparei que o João, e não o Carlos Jorge, ou seja, este da Remax diz que é do SCP … De que clube será o Carlos Jorge (o juiz)???
Investiguem, analisem, aprofundem e … apresentem esta gente à sociedade …
15 Novembro, 2018 at 0:40
A isto chama-se FIGHT & RESIST!!!
(só para os mais esquecidos)
15 Novembro, 2018 at 1:04
O circo está montado.
https://secretariadodonovan.blogspot.com/2018/11/o-circo-esta-montado.html
15 Novembro, 2018 at 1:04
O circo está montado.
https://secretariadodonovan.blogspot.com/2018/11/o-circo-esta-montado.html
15 Novembro, 2018 at 7:41
Não acredito que vá mudar o que se passa e é descrito pelo 06 e por outros intervenientes.
O do moreirense é de brandar aos céus.
15 Novembro, 2018 at 11:46
Por falar em circo….. quem não se recordava do macaco Baldé, o famoso empresário.
Ele está vivo:
https://desporto.sapo.pt/futebol/primeira-liga/artigos/empresario-acusa-bruno-de-carvalho-de-ordenar-rapto-de-bruma
Agora fica explicado o crime de sequestro que era imputado ao BdC. Era o bruma.
15 Novembro, 2018 at 11:53
Excelente posta. Muito triste, mas excelente….