O Sporting lançou o seu vídeo de Natal e fê-lo de forma surpreendente: pegando na invasão à Academia, trocou os hooligans por crianças e trocou um final de violência por um final de sorrisos.

E o facto de ser surpreendente é, quanto a mim, um ponto a favor desta ideia. Surpreender é, cada vez mais, uma tarefa complicada para quem comunica e, verdade seja dita, arriscar fazer este vídeo é arriscar fazer algo que, sabe-se, jamais será consensual.

Estamos a tocar num tema que não está resolvido. Estamos a tocar num dos momentos mais tristes da história leonina. Estamos a tocar numa ferida não sarada. E, por isso, entendo perfeitamente que se critique o vídeo, tal como entendo quem considere uma óptima ideia.

Eu, assumo, ainda estou meio dividido. Porque, ao ver o vídeo, fui conduzido a uma gaveta para onde atirei algo que ainda não soube onde e como arrumar.
Por outro lado, este vídeo obrigou-me a abrir a gaveta e reforçou a minha teoria de que o Sporting é muito maior do que quaisquer 50 bandalhos e do que qualquer meia dúzia de bandidos engravatados que tenham orquestrado o ataque.
Por outro lado, este vídeo reforçou a minha teoria de que é totalmente ilógico forçar a teoria dos zero ídolos. E quando a minha filha vê o vídeo na televisão e solta um “granda sorte! Eu também quero ir dar um abraço ao Bas Dost!”, ainda com mais certeza fico.

Limpar a gaveta ou virar a página depende, em tudo, de cada um de nós. Tal como gostar deste vídeo que, pelo menos, merece o elogio de convidar-nos a tentar fazê-lo.

Clica aqui para veres o vídeo, caso ainda não tenhas visto.
E, já agora, clica aqui para ouvires uma hora de Sporting pela voz de crianças. Não vais arrepender-te.