A Polícia Judiciária suspeita que o Benfica organizou um esquema que envolvia empréstimos de jogadores nunca utilizados e que serviam para pagar favores a vários clubes de dimensões menores, mas também da Primeira Liga.

Segundo o Correio da Manhã, a PJ recolheu também indícios fortes de que, em pelo menos três jogos, os “encarnados” pagaram ou ofereceram dinheiro para que clubes da Primeira Liga ganhassem ao FC Porto.

Foi mais de um ano de investigações da Polícia Judiciária do Porto que agora foram para Lisboa para integrar o megaprocesso que poderá fazer sentar o Benfica no banco dos réus. A Polícia Judiciária tinha já reunido inúmeros documentos e também há vários testemunhos que apontam para um plano criminoso que tinha o epicentro na Luz. A “passagem” do processo para Lisboa abre uma guerra no Ministério Público, mas não põe em causa a investigação.

Segundo o CM apurou, o Desportivo das Aves, o Chaves, o Setúbal e também o Paços de Ferreira estão a ser investigados.

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Aproveitamos para recordar os ilustres Leões e Leoas que por aqui se abrigam, os vários processos judiciais que envolvem os corruptos de Carnide.

Investigação no ‘Caso dos Emails’
Ministério Público acusou a SAD do Benfica e Paulo Gonçalves de vários crimes no âmbito do processo e-toupeira, incluindo corrupção, favorecimento pessoal, peculato e falsidade informática.
O caso teve origem em denúncias feitas por Francisco J. Marques. No dia 6 de julho de 2017, o diretor de comunicação do FC Porto denunciou no programa ‘Universo Porto da Bancada’, do Porto Canal, emails que terão sido trocados entre Adão Mendes, antigo árbitro da Associação de Futebol de Braga, e Pedro Guerra, na altura diretor de conteúdos da Benfica TV, salientando que os mesmos configuram um “esquema de corrupção [na arbitragem] para beneficiar o Benfica”.
Pedro Guerra admitiu por admitir a existência dos emails, no programa da TVI Prolongamento, mas disse que não se lembrava dos seus conteúdos.
Luís Filipe Vieira também comentou o caso na Assembleia-Geral do Clube “Em relação aos e-mails, desculpem falar à português, tanta m…n e zero. Não temos medo de ninguém. Nunca comprámos um filho da p… de um resultado”.

Caso e-Toupeira
Com origem no caso dos emails, o e-toupeira é outro dos casos que envolve diretamente Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, um técnico informático e um funcionário judicial.
Paulo Gonçalves é acusado de alegadamente acusado de ter aliciado três funcionários judiciais. Os três elementos foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção ativa e passiva.
Em causa está a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal”.
Paulo Gonçalves terá alegamente recebido informações sobre o processo ‘caso dos emails’ depois de acesso informático indevido a informações que se encontravam em segredo de justiça.

Operação Lex
Esta investigação do Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e da Policia Judiciária.
Num processo que envolve o juíz desembargador Rui Rangel e Luís Filipe Vieira estão em causa alegados crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagens, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências.
A conversa divulgada pela revista “Sábado” adianta uma conversa entre Rangel e Vieira, que que em troca de um intervenção num litígio fiscal de Vieira no valor de 1,6 milhões de euros, Rangel seria agraciado com um cargo na direção da escola e Universidade do convidado e seria convidado das deslocações do clube encarnado ao estrangeiro.
“Nunca ofereci qualquer cargo no clube a troco de qualquer situação da minha vida pessoal e profissional. Quando sair do Benfica vou mais pobre, não vou mais rico. Não vai aparecer ninguém que defenda mais o Benfica do que eu”, afirmou na altura Vieira. Neste caso foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, à casa do presidente Luís Filipe Vieira, às habitações dos dois juízes e a três escritórios de advogados.

Caso dos Vouchers
Foi o primeiro caso de alegada corrupção em que o Benfica se viu envolvido. Em outubro de 2015, Bruno de Carvalho, na altura presidente do Sporting, denunciou em direto numa entrevista a um programa da TVI24 ofertas feitas pelo clube da Luz aos árbitros (e também a delegados e observadores) que apitavam os jogos do clube em casa (Luz e Seixal), o famoso kit Eusébio, que consistia na oferta de uma camisola e quatro jantares no restaurante Museu da Cerveja. “Só em jantares, por ano, deve rondar 140 mil euros. Em prendas, deve rondar um quarto de milhão de euros”, acusou na altura Bruno de Carvalho. O clube da Luz confirmou as ofertas, mas defendeu que as refeições eram uma simples cortesia e que tinham um plafond limitado de 35 euros.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) enviou o caso para a Procuradoria-Geral da República e a Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga abriu um processo, ouvindo várias testemunhas (Bruno de Carvalho e Luís Filipe Vieira incluídos), decidindo arquivar o caso, que mais tarde teria o mesmo desfecho no Tribunal Arbitral de Desporto e no Conselho de Disciplina da FPF. O caso, contudo, prossegue na justiça civil – em 2016, a Unidade de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária fez buscas no Estádio da Luz e em janeiro, o DIAP decidiu juntar o caso dos vouchers e dos emails no mesmo processo.

Lavagem de dinheiro
Outra das investigações levada a cabo pelo Ministério Público relacionada-se com a alegada transferências de 1,9 milhões de euros do Benfica para uma consultora informática, por uma suposta prestação de serviços. O valor foi posteriormente levantamento e chamou a atenção das autoridades bancárias.
De acordo com notícia do Jornal de Notícias, este alegada de esquema pode incorrer no crime de fraude fiscal e de lavagem de dinheiro. Já foram feitas buscas no estádio da Luz por parte da Polícia de Judiciária.

Mala Ciao
Numa investigação que foi tornada pública no dia 25 de julho, o Correio da Manhã revelou buscas relacionadas com alegada corrupção desportiva, com o Benfica a ser alvo de suspeitas de ter subornado atletas de outros clubes para vencerem ao FC Porto. As contrapartidas seriam a promessa da compra efetiva dos respetivos passes dos jogadores. A PJ fez buscas nas instalações do V. Setúbal, Desportivo das Aves e P. Ferreira.
A procuradoria-Geral da Distrital do Porto confirmou que realizou 14 buscas domiciliárias e 10 não domiciliárias, quatro das quais em sociedades desportivas. Logo no próprio dia, Luís Filipe Vieira deslocou-se à sala de imprensa do clube para se defender. “Estas buscas resultam de mais uma denúncia anónima com origem do Porto e a ser investigada pelo DIAP do Porto. São factos falsos que investigam contratos do Benfica a jogadores. A mim não me incomoda nada que a PJ venha cá”, disse o líder benfiquista. O caso continua a ser investigado.