O futebol de formação sempre foi um dos pilares do clube de Alvalade e o futebol feminino não é exceção. O Sporting criou quatro equipas de formação em apenas três anos.
Chegar e vencer: este tem sido o mote do futebol de formação feminino do Sporting, desde que deu os primeiros passos na temporada 2016/2017. As ‘leoas’ foram campeãs no escalão de juniores na época de estreia e carimbaram o bicampeonato um ano depois. Esta temporada procuram fazer o mesmo, com a pequena diferença de terem o Benfica como colega de divisão.
À frente do projeto do futebol feminino do Sporting está Mariana Cabral. Licenciada em Ciências da Comunicação, a treinadora das equipas B e de juniores do Futebol Feminino do Sporting divide o tempo entre o trabalho na secção de desporto do jornal ‘Expresso’ e os treinos com as jovens ‘leoas’.
Antes de assumir a função de técnica, Mariana Cabral foi ela própria jogadora de futebol. Agora, com as chuteiras penduradas, Mariana procura dar o exemplo às mais novas e levar o futebol feminino em Portugal a voos mais altos.
“O meu papel é de coordenadora, roupeira, motorista, treinadora, psicóloga, amiga… são muitos papéis. Sou treinadora da equipa B e de juniores ao mesmo tempo, é a mesma equipa, treina junta, só as separamos ao fim-de-semana por convocatórias”, começa por explicar a ‘mister’, como é tratada pelas jogadoras.
“Depois sou ainda coordenadora da formação, o que quer dizer que vou tentando ajudar as outras equipas e os outros treinadores e guiando o processo, explicando-lhes para onde queremos ir e qual a metodologia de treino. Tem de haver alguém a “controlar” e a seguir o plano que nós queremos para a formação. Há muitos sítios para onde ir, é como no jornalismo, podes escrever de uma certa forma ou de uma outra forma, é preciso haver alguém que diga “nós queremos fazer as coisas assim”, é esse o meu papel”, acrescenta.
Durante muito tempo, o Sporting foi o pioneiro na formação de jovens jogadores e as maiores pérolas do futebol português masculino saíam das escolas dos ‘leões’, como Luís Figo, Simão Sabrosa, Cristiano Ronaldo e, mais recentemente, Gelson Martins e William de Carvalho.
No futebol feminino, o Sporting espera fazer o mesmo e levar o nome das suas jogadoras além fronteiras. No entanto, Mariana admite que ainda não se pode equiparar a formação feminina à masculina. “É uma área em que o Sporting tem apostado bastante, este é o terceiro ano de existência do futebol feminino do Sporting e logo desde o primeiro ano foram criadas as equipas de juniores e de juvenis”, explica.
“Já no segundo ano criámos uma equipa de infantis e neste terceiro ano criámos a equipa B, ou seja, já temos quatro equipas de formação. Sendo que a equipa B tem o pormenor de ser a mesma que a de juniores porque não tivemos tempo para separá-las, porque a decisão já foi tomada muito em cima do início da época. Só na próxima época é que isso será provavelmente feito. Mas, todos os anos tem sido dado mais um passo em frente e o que nos interessa é isso, é ir dando passos seguros à frente para as coisas irem evoluindo a seu tempo”.
Uma mudança há muito esperada
A evolução da aposta no futebol feminino expande-se ao país inteiro e acontece paralelamente a nível internacional. No currículo, Mariana conta com passagens pela União Micaelense, Odivelas, Futebol Benfica e 1º de Dezembro, e relembra que, na sua altura, as condições eram muito precárias. Mesmo assim, acredita que a sua “bagagem” ajuda no papel como treinadora de formação.
“Já tenho um conhecimento que vem de trás sobre o que é o futebol feminino, quem são as jogadoras, como é que são, como é que reage um balneário, como é que reage uma jogadora mesmo sendo de formação. Elas têm uma maneira de reagir e uma sensibilidade diferente em relação aos homens, também já treinei equipas de benjamins e iniciados masculinos e a sensibilidade é diferente, há coisas que são diferentes”, garante Mariana.
“Acho que a minha experiência ajuda bastante porque sei como eram as coisas antes, eu jogava numa equipa que supostamente era a melhor de Portugal e que ganhava e ia à Liga dos Campeões, mas nós não tínhamos condições quase nenhumas. As condições que nós temos hoje para as meninas que têm 11 e 12 anos, se calhar já são melhores que as condições que eu tinha como sénior. É uma diferença muito grande, mas também é uma bagagem boa que ajuda aqui a contextualizá-las também a elas”, refere.
Mas, apesar dos avanços na formação feminina, a visibilidade ainda é pouca para as jovens ‘leoas’. “Ter visibilidade é muito difícil. Só agora é que o futebol feminino sénior está a ter visibilidade porque o Sporting e o Braga entraram, depois entrou o Benfica também, e estes clubes grandes chamam mais atenção”, explica a treinadora, que, no entanto, ressalta o apoio da FPF.
“A própria Federação Portuguesa de Futebol tem trabalhado muito bem na comunicação do futebol feminino, porque divulga todos os golos da jornada, transmite os jogos da seleção (ou faz com que sejam transmitidos), assim como a Supertaça e a final da Taça. Esse tipo de visibilidade é muito importante porque no meu tempo estávamos no melhor clube, mas ninguém nos conhecia, nós não estávamos na televisão nem nos jornais, e é importante para as jogadoras, principalmente as mais novas, terem referências que possam ver nos meios de comunicação”.
“Ao nível da formação não há tanta visibilidade, mas é perfeitamente natural, porque se há esse desconhecimento no futebol sénior, é ainda maior no futebol de formação. Mas era bom que as pessoas começassem a olhar mais para o futebol de formação feminino porque há aqui jogadoras que garantidamente são das melhores da Europa. Elas têm qualidade e potencial efetivo, nós temos aqui jogadoras que eu tenho a certeza que no futuro vão ser muito importantes para o futebol feminino em Portugal”, garante Mariana, deixando o “aviso” de que as jogadoras do Sporting ainda vão dar que falar.
Apesar da entrada dos clubes ‘grandes’ no futebol feminino e de todo o investimento que tem sido feito para a evolução do futebol de formação, a verdade é que a competitividade ainda é muito baixa nestes escalões e a estrutura das provas não facilita a que este paradigma mude.
“Sim, e não é fácil contornar isso. Tem vindo a melhorar um pouco e desde o primeiro o ano que nós temos apresentado algumas propostas à federação para que haja uma reformulação de certos aspetos. No primeiro ano, por exemplo, nas finais de juniores nós disputamos dois jogos no mesmo dia, o que não faz sentido, mas mesmo assim conseguimos ganhar. Depois isso foi mudado e no segundo ano já não foi assim”, explica.
“Mas o campeonato continua a ser decidido com uma final, o que é uma coisa que não faz sentido. Uma competição contínua não deveria ser decidida com uma final. Além disso o campeonato tem quadros competitivos que ainda não são os ideais. Com todo o respeito pelas outras equipas, mas nós na primeira fase passámos muito tempo a jogar com equipas menos aptas, mas depois a segunda fase é muito curta, são pouquíssimos jogos, e nem sequer conseguimos jogar contra as equipas do Norte, que normalmente são um bocado mais aptas. A Federação faz uma separação entre o Sul e o Norte, então nós só jogamos com essas equipas na final”, esclarece a treinadora.
“Eu preferia ter menos jogos, mas mais difíceis e perder muito mais vezes, do que ter estes jogos todos que são mais fáceis, mas em que ganhamos todos. Não é tão bom porque elas precisam de dificuldades para evoluir, como é óbvio. Eu acho que a Federação já está a olhar para isso e espero que no futuro seja algo que seja corrigido”.
“Por enquanto, cabe-nos a nós arranjar estratégias para que as jogadoras evoluam noutros momentos. Por exemplo, ainda esta semana tivemos um jogo amigável contra os iniciados masculinos e é algo que costumamos fazer regularmente”, acrescenta.
As “raparigas do futebol”
Por fim e questionada se em Portugal se acredita na mulher como jogadora de futebol, Mariana Cabral não hesita na resposta: “Tenho a certeza que não se acredita”. E porquê? “Ainda há pouco publiquei no Twitter um vídeo de uma jogadora nossa que é a Joana Dantas, tem 15 anos. No fim-de-semana ela marcou um grande golo de fora da área que vai ao ângulo. E ela é irmã do Tiago Dantas, então eu escrevi a brincar “falam todos do Tiago Dantas, mas e a Joana Dantas?”. A maioria das pessoas deu os parabéns, mas há sempre comentário menos positivos, como por exemplo, “mas no futebol feminino as guarda-redes são todas baixas” ou “esse pontapé foi uma sorte” ou “o Tiago Dantas vai movimentar milhões e da Joana Dantas ninguém quer saber”. Isto tem tudo a ver com preconceito”, lamenta.
“Tanto as mulheres como os homens têm capacidade para fazer coisas fantásticas seja no futebol, no basquetebol, ou onde for. Mas, obviamente, não podemos esperar que uma mulher faça exatamente o mesmo que o Cristiano Ronaldo ou o Messi. Estamos a falar de capacidades físicas diferentes, que não se vêm apenas no futebol. Ainda é preconceito, mas as pessoas já começam a perceber, principalmente pela visibilidade dos jogos da seleção, que há qualidade, que há jogadoras boas, que há jogadas boas e equipas boas. A partir dessa visibilidade as coisas começam a tornar-se mais normais”, conclui Mariana, com esperança que eventualmente essa mudança chegue rápido.
As jogadoras partilham da mesma opinião que a ‘mister’. O caminho é longo, uma parte já foi feita, mas ainda há muito para andar até que o futebol feminino tenha a mesma popularidade que tem o futebol masculino.
Marta Ferreira tem 16 anos e é a médio do Sporting, nas equipas B e de juniores. Além disso, é ainda a segunda melhor marcadora da segunda divisão com 28 golos em dez jogos – à frente tem apenas a benfiquista Darlene Souza com 48 tentos.
O gosto pelo futebol esse chegou cedo. “Surgiu desde pequenina, num dia em que fui ver o treino de um amigo meu, e de repente chamaram todas as pessoas que estavam na bancada para irem para o campo e começarem a jogar. Eu fui, dei uns toques na bola e percebi que era aquilo que eu queria fazer para o resto da vida. Joguei sete ou oito anos com rapazes e há dois anos vim para o Sporting”, conta Marta.
Confrontada com o número de golos que já marcou esta temporada, no entanto, a jovem jogadora desvaloriza o recorde pessoal e prefere dar mérito à equipa.
“O meu objetivo nunca foi marcar golos, nunca fui uma jogadora que marcasse muitos golos, sempre gostei de fazer assistências, mas é óbvio que marcar me deixa muito feliz. Não é dos meus objetivos, o meu objetivo é meter a equipa em primeiro lugar, e estes números surgem pelo esforço da equipa nos treinos e nos jogos. Temos evoluído passo a passo e é assim que eu quero continuar”, garante.
No entanto, e apesar da humildade, a ‘menina marcadora’ tem objetivos bem assentes e promete fazer o que for preciso para os atingir. “O meu objetivo é jogar na equipa sénior e, se possível, jogar no estrangeiro que é muito bom e evoluímos muito. Além disso quero chegar à seleção A.”
Para lá chegar, Marta Ferreira conta com a formação das ‘leoas’. “A formação é muito importante e a do Sporting é uma das melhores do mundo. É uma formação de excelência e dão-nos todas as condições para evoluir e dão-nos todas as bases para quando formos para uma equipa sénior termos tudo o que precisamos para chegarmos e triunfarmos”, explica.
Mas, o futebol não é a única ocupação de Marta que como qualquer jovem de 16 anos ainda tem os estudos com que se preocupar. Conciliar os dois mundos é difícil? “Sim, é muito difícil”. Mas é possível? Sem dúvida”. E a goleadora do Sporting explica como.
“Estou no 11º ano em Economia e é muito difícil conciliar. Nós aqui temos três treinos por semana e eu aproveito as duas tardes livres que tenho para estudar e tento ainda aproveitar ao máximo o fim-de-semana para não perder a matéria. Além disso temos dois jogos ao fim-de-semana, mas depende das convocatórias porque às vezes os treinadores optam por não nos convocar para gerir o cansaço físico, ou então não somos convocadas para os dois jogos para conseguirmos conciliar o estudo com o desporto”, refere Marta Ferreira.
O mesmo acontece com Carolina Beckert, a defesa de 18 anos do Sporting, que assume ainda a responsabilidade de ser a capitã das equipas B e de juniores.
Tal como aconteceu com Marta, também Carolina admite que a ‘paixão pela bola’ apareceu bem cedo na sua vida. “Eu sempre gostei de praticar desporto. Comecei na escola com os rapazes, aos seis anos jogava nos intervalos e a partir dos dez anos comecei a jogar numa equipa mista, em que eu era a única rapariga”, diz, por entre risos.
E também ela, se vê a braços com a ‘ginástica’ de conciliar os treinos com a escola, neste caso a faculdade. “Os nossos treinadores têm sido bastante flexíveis em relação aos estudos. Temos dois jogos ao fim-de-semana, mas se precisarmos só nos convocam para um desses jogos. Eles querem que nós demos tudo no futebol, mas que não deixemos de parte a escola ou a faculdade. Eu sempre tentei conciliar, sempre tive boas notas e não é agora que estou no Sporting que vou deixar de ter”, fica o aviso.
Questionada sobre a importância do futebol de formação, Carolina Beckert assume que é uma ajuda enorme para as jovens jogadoras e que lhes permite ter uma experiência diferente daquela que as atuais melhores jogadoras do mundo não tiveram.
“O Sporting tem trabalhado muito bem para preparar as suas jogadoras para que no futuro estejamos melhor preparadas que as jogadoras que agora são internacionais, mas que na sua formação não tiveram equipas sub-17 e que passaram diretamente de jogar com rapazes para jogar em equipas seniores. Não tiveram as mesmas experiências que nós, não tiveram finais de campeonatos de sub-19, como nós já tivemos, e bicampeonatos, elas não tiveram nada disso. Nós já temos mais experiência no futebol feminino e penso que a adaptação será muito mais fácil do que foi para as jogadoras que não passaram pela formação feminina”, explica a defesa leonina.
Quanto ao preconceito de ver uma mulher num mundo de homens, Carolina admite que ouvia alguns comentários quando era mais nova.
“Nunca fui propriamente discriminada, mas ainda sinto um pouco de preconceito. Quando andava na escola conheciam-me pela “rapariga do futebol”. Dava-me outro estatuto, às vezes até era engraçado porque as pessoas conheciam-me assim. Quando nós, Sporting, jogamos com os rapazes em alguns jogos de treino, eles vêm com um ar muito superior a pensar que nós não conseguimos dar três passes seguidos, mas percebem logo que estavam enganados.”
Um palmarés de fazer inveja
Apesar de serem equipas relativamente recentes – a equipa de juniores foi criada há três anos, enquanto a equipa B está a fazer a primeira temporada -, as equipas das ‘leoas’ têm encantado os amantes do futebol feminino.
A equipa de juniores é bicampeã da sua série, e está, neste momento, em segundo lugar com 24 pontos, apenas superada pelo Benfica com 30 pontos e com mais um jogo. Em nove jogos, as raparigas do Sporting somam oito vitórias e apenas uma derrota – com o Benfica por 2-1. Além dos bons resultados, as juniores são ainda uma máquina de fazer golos com 62 marcados e apenas 4 sofridos.
As pequenas leoas conseguiram ainda atingir o recorde de maior número de golos marcados na sua divisão, ao baterem o Rio de Mouro por 26-0, na 9º jornada do campeonato nacional.
Na equipa B o ‘brilho’ mantém-se. Também aqui as leoas estão em segundo lugar, com 15 pontos, atrás do Benfica, com 21 pontos. Tal como acontece no escalão abaixo, a única derrota da equipa B do Sporting aconteceu frente ao Benfica – por 4-0. Aqui as leoas marcaram 61 golos e sofreram quatro.
Sempre a somar
No desporto em geral, o número de atletas federadas tem vindo a aumentar bastante nos últimos anos. A igualdade pode ainda estar longe, mas atualmente 30% dos atletas federados em Portugal são mulheres.
De acordo com os mais recentes dados do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) a que a Lusa teve acesso, a percentagem de atletas femininas federadas no país atingiu em 2017 os 30%, uma evolução face aos 26% que se registavam em 2014. Entre os 624.001 atletas registados nas federações desportivas, 185.280 eram do sexo feminino, evidenciando um ‘salto’ face às 141.629 mulheres federadas três anos antes.
Quanto à federação de futebol, que integra ainda o futsal, é a única federação a superar a fasquia dos cem mil atletas (167.986 homens), as mulheres federadas são já 8.363. Um incremento assinalável face às 6.007 do ano 2014, mas que revela ainda um peso muito relativo: 4,74% dos praticantes federados, apesar do crescimento da seleção feminina, que em 2017 se estreou num Europeu.
Já segundo os dados da Federação Portuguesa de Futebol, em apenas quatro anos, o número de atletas juniores de futebol passou de 1134 para 3701.
Recentemente, em entrevista à Lusa, o diretor do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) comentou esta evolução do número de mulheres no desporto.
“Estes números vão aumentar nos próximos anos e as coisas vão caminhar cada vez mais para uma paridade. Há dois fatores muito importantes para o crescimento: a independência da mulher – económica, social e cultural -, e a cultura de beleza e juventude permanente que o mundo tem hoje em dia, uma tendência muito clara e com uma indústria muito poderosa”, explicou.
Representar cerca de metade da população portuguesa nunca correspondeu a uma representação fiel das mulheres no desporto português. No entanto, o equilíbrio não se estabelece de um dia para o outro, advertiu Daniel Sá, apesar de frisar que “os clubes, agentes e organizadores de eventos olham para esse mercado com um potencial muito interessante” e com novas estratégias de comunicação.
“A questão da igualdade não se resolve apenas com a discussão pública do assunto, às vezes demora gerações. Do lado do consumo via espetadores, penso que tem acontecido exatamente o mesmo, ou seja, o interesse das mulheres é cada vez maior. Quer do ponto de vista da prática, quer do ponto de vista do consumo, são mercados muito importantes”, explicou.
E lá fora?
Em Portugal, o desporto feminino, incluindo o futebol, tem crescido a olhos vistos e são vários os países que assistiram a um ‘boom’, como, por exemplo, a vizinha Espanha. Aqui ao lado, o futebol deixou de ser um desporto de homens e passou a ser visto com outros olhos.
De bancadas vazias, as jogadoras passaram a ver as famílias, amigos e conhecidos a ir aos seus jogos como se de um programa familiar se tratasse. Tanto em assistência como nas transmissões televisivas os números crescem a olhos vistos.
Então, o que falta fazer para que este ambiente contagie o mundo? Uma atitude, e é isso mesmo que a FIFA quer fazer. Sarai Bareman, diretora de futebol feminino da FIFA estabeleceu no passado mês de outubro os primeiros objetivos “concretos” para desenvolver o futebol feminino: Um maior número de licenças, mais mulheres em cargos de gestão desportiva e aumento da receita comercial.
“A primeira estratégia global para o futebol feminino”, lançada pela FIFA, inclui “três objetivos principais: aumentar o número de jogadoras, melhorar o valor comercial e criar bases” sólidas, detalhou Bareman, responsável pelo projeto.
A entidade quer duplicar o número de jogadoras para alcançar a marca das 60 milhões de atletas no mundo até 2026, além de profissionalizar os clubes e os campeonatos femininos.
Isso passaria pelo “desenvolvimento de treinadoras e de árbitras”, disse Bareman. A estratégia desenhada consiste em integrar mais mulheres nas entidades que regem o futebol, especialmente nos comités executivos dos países membros da FIFA.
Artigo publicado no site Desporto Sapo
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15 Janeiro, 2019 at 1:37
Que a Mariana nunca se desvie das suas ideiais e da sua visão de jogo.
Quanto à fpf….é melhor nem falar.
O campeonato feminino deveria ser jogado como o campeonato de andebol: a duas fases, havendo mais jogos entre as principais equipas, pois a diferença das melhores para as restantes é gigante.
15 Janeiro, 2019 at 1:53
Eu defendo esse sistema para quase todas as modalidades, pela razão que apontas.
15 Janeiro, 2019 at 1:58
Boa reportagem.
Convém é perceber que o Benfic@ chegou este ano e está a trabalhar muito bem e a investir forte.
15 Janeiro, 2019 at 2:22
Como é que sabes que o clube dos corruptos de carnide está a “trabalhar muito bem”?!?
dasssssssssss
15 Janeiro, 2019 at 7:38
“Calcula”…
Os lampiões “trabalham sempre bem” (têm a escola toda)…
Abr e SL
15 Janeiro, 2019 at 11:01
Epá, cego, se chegaram este ano e já nos ganham, devem estar a trabalhar bem porque nós somos os maiores…
Só os burros não percebem que o tempo em que nós dominávamos a formação já lá vai há muitos anos. Hoje até Tondelas trabalham bem na formação…
15 Janeiro, 2019 at 8:26
Estas nossas meninas treinam ao lado dos nossos guerreiros do rugby…
Têm grande atitude 🙂
15 Janeiro, 2019 at 16:12
Escondidinho, espero que leias uma resposta a um teu (assertivo, como sempre comentário) no último poste sobre o rugby; junta-lhe alguns dos comentários aqui anteriores a este e percecberás mais facilmente ao que me referia.
No meio de elogios à Mariana e ao artigo (mais que merecidos e justos) lançam umas alfinetadas ao projecto e à formação. Dá para perceber? É que o artigo referencia a Formação do Sporting no Futebol Feminino, como um trabalho de excelência e que dará frutos ao nível Das “melhores da Europa” já a curto médio prazo. E isso é dito pela MARIANA CABRAL!!!
Entretanto os “iluminados” referem: “…. Convém é perceber que o Benfic@ chegou este ano e está a trabalhar muito bem e a investir forte.” (0 que não seria grave, pois investir na formação não deve ser exclusivo de um só clube) .. mas, mais tarde, rematam: ” … Só os burros não percebem que o tempo em que nós dominávamos a formação já lá vai há muitos anos. Hoje até Tondelas trabalham bem na formação… ”
Ora como a formação referida no artigo é do Futebol Feminino do SCP e a responsável fala em domínio e os números dão conquista dos 8 títulos até agora disputados pelos escalões competitivos de formação (sub17 e sub 19), diria que há “burros” que não percebem porque se afirma que já lá vai HÁ MUITOS ANOS o tempo em que dominávamos a Formação.
Acresce que o Sporting tem, como o Escondidinho muito bem lembrou, escalões de Formação “não competitivos”, meninas entre os 9 e os 12 anos, que treinam 3 vezes por semana no Pólo EUL, e têm agora também equipa B; ou seja, têm 4 equipas de Formação, numa Associação Distrital que não proporciona competição feminina abaixo das sub17.
O Benfica não tem sub 17 (tem uma equipa do escalão a competir como equipa B dos sub 19, que ,curiosamente, está no nosso Grupo E, mas quando calhou jogar connosco não alinharam com nenhuma das suas jogadoras mas sim com as da equipa A, inscritas no Grupo F); O Braga só tem sub 19 (e apenas este ano) numa Associação Distrital onde há competição de sub17, sub 15 e sub 13.
Mas, mesmo assim, não percebem (ou não querem perceber) as diferenças)
Uma abraço e SL
15 Janeiro, 2019 at 8:28
Nas juniores estamos atrás do Slb toupeiras ou do Fofó?
15 Janeiro, 2019 at 8:49
Bom dia.
“O meu papel é de coordenadora, roupeira, motorista, treinadora, psicóloga, amiga… são muitos papéis. Sou treinadora da equipa B e de juniores ao mesmo tempo, é a mesma equipa, treina junta, só as separamos ao fim-de-semana por convocatórias”.
Falta só pegar na A 🙂
Há muita qualidade nas nossas mais pequenas e é preciso que não nos desviemos dos nossos objetivos. Vencer tudo internamente e tentar subir uns degraus lá fora.
Para isso há que contratar aquilo que a formação não tem e já foi muito falado por aqui. O físico (altura e força).
O resto temos…
15 Janeiro, 2019 at 11:03
Estagnaste!
Não vais ganhar tudo cá – e vamos ver se ganhas alguma coisa, sequer! – e lá fora nem vais aparecer…
Época completamente ao lado, como eu previ aqui em Setembro!
15 Janeiro, 2019 at 11:13
Pareces uma viúva… sempre a chorar o mesmo… até parece que queres que o futebol feminino perca.
Ah esquece não é aqui essa lenga-lenga.
15 Janeiro, 2019 at 11:25
Que comentário estúpido…
15 Janeiro, 2019 at 11:27
Completamente… concordo em absoluto sempre que o leio.
15 Janeiro, 2019 at 15:48
Pumba!
15 Janeiro, 2019 at 9:57
Este é o caminho, grande trabalho da Mariana Cabral que espero que continue de verde e branco por muitos e bons anos! E que o possível “insucesso” da equipa A nesta época (sim, porque ganhar 2 em 3 campeonatos, sem falar das taças, não é insucesso em lado nenhum, apesar de mostrar que há coisas que podem e devem ser melhoradas) não nos faça desviar do caminho que temos feito até aqui, porque ir buscar um camião de jogadoras estrangeiras com provas dadas é fácil, alimenta o adepto sem cultura desportiva que se preocupa apenas e só com o resultado final. Mas o Sporting Clube de Portugal não é isso!
Relativamente ao que a FPF pode e deve melhorar, já se sabe que mais importante que o desenvolvimento do futebol feminino português e da jogador portuguesa, são os valores que vêm atrás…
Não querendo estar a falar dos nossos eternos rivas, porque já falamos demais na minha opinião, este é um exemplo que tem de ser dado quando se fala do desenvolvimento da modalidade. Veja-se a entrada do Benfica no escalão de séniores. Tinha tudo para dar um impulso à modalidade, a par do que aconteceu com Sporting e Braga, mas que impulso é que dá fazer uma equipa com 8 estrangeiras no 11 titular? Onde é que a jogadora portuguesa sai valorizada? E como é que a FPF permite isto?
À luz dos regulamentos o único critério a cumprir é integrar 10 jogadores formadas localmente na ficha de jogo (que tem 17). Não faria mais sentido, pelo menos numa fase tão precoce do desenvolvimento da modalidade, ter uma regra semelhante à da Liga Russa (6 jogadores em campo têm de ser eligíveis para jogar pela Selecção)? Penso que este deve ser um dos caminhos a seguir se, efectivamente, queremos que a modalidade dê um salto qualitatitvo a médio-longo prazo. A par com as alterações no formato das competições que a Mariana aponta.
PS: Na pesquisa que fiz para perceber como é que os regulamentos contemplavam que uma equipa jogasse com tantas estrangeiras, dei conta que o Benfica no último jogo contra o Almeirim apenas tinha 9 jogadoras formadas localmente na ficha de jogo. O que é uma clara infracção dos regulamentos, parece-me a mim (artigo 54).
Limitei-me a verificar o regulamento presente no site da FPF, a ficha de jogo presente nesse mesmo site, e o historial das jogadoras no zerozero.pt.
15 Janeiro, 2019 at 11:08
Com quantos portugueses e com quantos da formação entraste no sábado contra o Porto?
Pimenta no cu dos outros é refresco para ti, não é?
Cada clube faz a aposta que quiser fazer, dentro do que são as regras. Essa cena de “a nossa aposta é que é a boa” é uma estupidez…
15 Janeiro, 2019 at 11:28
O tópico deste post é o futebol feminino e é disso que eu me limitei a falar. Pegando no teu último parágrago, o Benfica tem toda a legitimidade para fazer a aposta que fez (e eu tenho toda a legitimidade para dar uma opinião sobre a mesma), não é isso que está em causa. A minha crítica não é ao Benfica mas sim à FPF que deve ter como principal objectivo o desenvolvimento da jogadora portuguesa de futebol!
Quanto ao futebol masculino, farei apenas um “pequeno” comentário porque acho que deve ser debatido noutro post, uma vez que desvia a atenção do que deve ser enaltecido neste. O que é que eu escrevi na minha intervenção que te leva a dizer que eu sou ou não crítico do número de portugueses e jogadores formados que o nosso plantel apresenta? Nada, porque eu simplesmente não falei disso, portanto nem sequer entendo essa conversa.
15 Janeiro, 2019 at 20:53
O que é desonesto é pôr palavras na boca dos outros! Quem é que afirmou “a nossa aposta é que é boa”?
Pela minha parte defendo a aposta feita no Projecto do Sporting (exactamente como a defendeu a Mariana Cabral na entrevista), o que não quer dizer que seja o único tipo de projecto possível. O que parece é que quem não defende as suas ideias é “burro” ou pratica a “estupidez” (os epítetos são seus).
Já me cansei de tentar justificar porque entendo que este caminho é o mais certo para o Sporting!
Independentemente de também entender que podem (e devem) ser feitos ajustes no plantel principal. Mas entendo que isso deve ser feito com calma e assertividade e não “em cima” de resultados menos positivos.
SL
16 Janeiro, 2019 at 17:21
Só para dar mais uma “achega” na questão da “infalibilidade” do investimento em americanas ou nórdicas mais atléticas e e na “assertividade” do investimento na formação LOCAL:
o Slavia de Praga está nos oitavos de final da Women Champions League tendo apenas uma estrangeira (canadiana de 1,65m) em todo o plantel; o Sparta de Praga , seu principal rival tem 7 americanas e 1 finlandesa e está Há 2 anos longe dos palcos europeus.
O investimento do Slavia na formação LOCAL nem sempre foi recompensado como está sendo agora, mas é uma aposta com quase 10 anos que o coloca no top 10 europeu (nos 2 anos anteriores chegou aos quartos de final.
SL
15 Janeiro, 2019 at 11:23
Quanto ao insucesso/sucesso…
Quando partes duma posição de vantagem – e tinhas a vantagem de ter ganho todas as competições em 2 anos mais ser um clube maior e mais poderoso que o Braga – e se vê, CLARAMENTE, que fazes apostas erradas e que te deixas superar pelo Braga, só se pode falar em INSUCESSO neste ano.
Em Dezembro, logo no início, tinhas o campeonato perdido – o que implica fazer mais de meia época a jogar para nada no campeonato!
Em Fevereiro podes perfeitamente estar fora da Taça de Portugal pois vais a Braga – o que, a acontecer, te fará jogar os 3,5 meses finais só para cumprir calendário.
Na 2ª Divisão a equipa B vai fazendo o espectável mas, como é evidente, atrás do Benfic@ que se continua a reforçar.
Nas Juniores vamos atrás do Benfic@, com quem perdemos.
Não considerar este panorama uma época de insucesso é obra.
Obviamente nem tudo está mal.
Ficar atrás do Benfic@ na 2ª Divisão é normal e até nas juniores tem de se considerar aceitável perder com o Benfic@ – o que não é aceitável é não perceber que o Benfic@ também trabalha bem!
Já nas seniores, o falhanço é total! E se eu, um simples curioso da modalidade, consegui ver isso em Setembro, só se pode considerar que houve muita incompetência em quem planeou a época!
Mas isto é só a minha opinião…
17 Janeiro, 2019 at 19:40
O benfas na segunda liga nao tendo formação
Contratou a selecao brasileira feminina, logico que percas, fazendo um balanco aos golos marcados.
Nao gosto de perder, mas dou valor a nassa escolas.
Se este projeto tivesse continuado a 20 anos atras, hoje tinhamos uma grande equipa e seleção de topo.
Lembro-me de ver o nosso clube, com uma avançada com alcunha de (irma do cadete).