De regresso à normalidade. Após algumas semanas de “descansos” natalício e de passagem de ano, o regreso de todas as nossas 5 equipas de Futebol Feminino à competição é feito aos soluços e às prestações. Porque é este o “quadro competitivo na nossa FPF. Um pouco à vez, umas jogam outras não. O problema maior é quando esses “arranjos” de calendário parecem ser feitos à medida de alguns. Mas vejamos quais as nossas meninas que competiram este fim de semana.
No Sabado, dia 19 de Janeiro tivemos os seguintes jogos e resultados:
Campeonato Distrital B da AFL – Futebol Masculino Infantis Sub13 – Futebol de 7: 11:00 – Estadio Universitario (Campo Nr.6) – Sporting CP 4 – 1 Colégio Marista B. Marcaram os golos a Lara António (2), a Cintia Martins e a a Laura Silva. As leozinhas entre rapazes, desceram um lugar ocupam agora o 7º lugar da tabela, entre 12 participantes.
Campeonato Nacional Feminino Juniores Sub19 – Futebol de nove – 15:00 –Campo Nr.6 da Academia Sporting – Sporting CP 7 – 0 Lisboa SC. Os golos foram assinalados por Joana Dantas (2 golos, 15 anos, meio-campo), Raquel Ferreira (2 golos, 16 anos, meio-campo), Matilde Raposo (1 golo, 18 anos, defesa), Margarida Caniço, (1 golo, 15 anos, ataque) e Nicole Araújo 16 anos ataque). De salientar que não foram chamadas a jogo as várias “juniores”, que jogariam pela equipa B, no dia seguinte.
No Domingo, dia 20 de Janeiro estabam calendarizados 2 jogos:
No Campeonato Distrital da AFL – Futebol Feminino Juvenis Sub17 – Futebol de sete: Não houve deslocação ao Cultural, pela “simples” razão de que este, à 11º jornada, não fez um único jogo. Estão calendarizadas 8 equipas em cada Grupo e apenas estão a jogar 6 em cada. 2 dessas 12 equipas são “B”! Surreal!
Campeonato Nacional Feminino Seniores II Divisão – Equipa B -Futebol de 11- 15h – CP Sporting CP “B” 0 – 10 SL Bemfica. Ficam as composições dos 11 iniciais respectivas idades e nacionalidades, para se ter a ideia do contexto competitivo:
Talvez com os contextos anteriores dê para perceber uma boa parte da entrevista da Mariana cabral ao Mais Futebol e para perceber quer o seu entusiasmo pelo modelo Formativo do Sporting, quer a sua velada decepção para com os modelos competivos de que dispomos quer na Federção quer na AFD de Lisboa. Da mesma forma que se não compreende o modelo competitivo e o modelo organizativo das competições seniores.
A FPF é quem organiza o Nacional de Juniores: nada a discordar quanto a isso. Não sendo do quadro profissional faz sentido ser a FPF a organizadora. Deveria era modificar por completo o quadro competitivo.
Após a 1ª Fase de 6 grupos continentais organizar uma 2ª Fase que agrupasse 2 Regiões (Norte com os 2 primeiros dos 3 primeiros grupos e Sul com os 2 primeiros dos 3 últimos grupos (excluídas as equipas B) e com o campeão Madeira. Na Fase Final, os 3 primeiros de cada Regional jogariam todos contra todos. A Taça de Portugal só fará sentido disputada com a participação de todas as equipas federadas em sistema de sucessivas eliminatórias (como as seniores).
Mas já não é a FPF que organiza abaixo do escalão sub19 (organiza a Taça de Portugal, num sistema absolutamente elitista); deixa isso para as Associações Distritais. Assim vemos que a da Madeira organiza um campeonato Regional e uma Taça Regional sub 19; a de Lisboa organiza o Distrital de sub 17; A de Braga organiza os distritais de sub17 , sub15 e sub 13 inteiramente femininos; a AF de Leiria organiza um Torneio de Jogos de treino entre 4 equipas; a AF Setúbal organiza uma taça para 6 equipas Seniores; a associação do Porto dá informação dispersa sobre formulários de inscrição para os campeonatos distritais de sub13, sub 15 e sub 17, mas parece que não os chegaram a realizar, por falta de inscritos, optando por captar , formar e convocar selecções distritais dos escalões, as outras 18 Associações não organizam um jogo que seja de futebol feminino. Como se vê a disparidade é total.
Não existe critério de uniformização competitiva ou sequer parece existir uma política federativa e associativa articulada para o fomento da Formação. Urge, estabelecer um Livro Branco da Formação e dos seus enquadramentos competitivos, locais, regionais e nacionais, devidamente articulados entre Associações e Federação e entre esta e o Desporto Escolar.
Depois temos os séniores e aí a porca ainda consegue torcer mais o rabo: Um campeonato de 1ª Divisão que se intitula de LIGA BPI (logo,supostamente profissional) mas que não é organizada pela Liga e sim pela FPF: tem 12 equipas mas não se sabe muito bem quais são profissionais e quais são amadoras; ao que se sabe, 1 equipa, a do Sporting, faz parte da Sporting SAD, razão porque tem de obedecer à regras de comunicação e de concorrência estabelecidas pela CMVM; mas parece que já não é assim para o Braga, o Estoril-Praia, o Boavista ou o Marítimo da Madeira, que também têm SADs, mas não inserem nelas as equipas femininas (pese embora a do Braga ser claramente profissionalizada, com 22 estrangeiras com contracto de trabalho em 3 anos e várias portuguesas em idêntica situação).
Até na 2ª Divisão o mesmo sucede: com uma equipa, o Benfica profissional a competir com equipas amadoras e uma semi-amadora, a do Sporting CP, maioritariamente de juniores amadoras mas também tendo no plantel 3 ou 4 jogadoras do plantel profissional, com idades sub 23.
Ora a bem da transparência e da lealdade de concorrência era salutar estabelecer urgentemente regras sobre integração em SAD (ou Squd) com a respectiva obrigatoriedade de resposta aos compromissos e solicitações junto da CMVM e da publicitação completa e auditada dos seus R&C, a ser obrigatória desde já à equipas de Clubes que possuam a SAD ou Squd no Futebol Masculino (isto é que militem nas Ligas Profissionais Masculinas) e com um prazo transitório de 5 anos para as outras equipas se organizarem desse modo. Enquanto o não fizerem, estarão provavelmente a dar uma aparência de crescimento da Modalidade (por causa de 3 ou 4 novos Grandes Clubes), mas alimentando, através da díspar grandeza dos mesmos a quebra de competitividade das competições.
São muitos ses, que a entrada breve e em força do SLB só vai ajudar a complicar (não por culpa deles, que estão a fazer opções a que os deixaram ter direito), mas muito por culpa de uma total desregulação das competições, dos enquadramentos jurídicos da concorrência financeira e desportiva, dos projectos públicos de formação, de uma política nacional e global de fomento da modalidades. É um “Deus dará” tanto mais assustador quando os Clubes (principalmente o Sporting e o Benfica) até investem fortemente no futuro da Modalidade, mas a FPF e, sobretudo, a esmagadora maioria das associações Distritais apenas assobiam para o lado, demonstrando uma falta de interesse só compaginável com a total falta de visão dos seus dirigentes.
Um abraço a todos e saudações leoninas
* às segundas, o Álvaro Antunes faz-se ao Atlântico e prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino
21 Janeiro, 2019 at 16:53
a propósito da pesada derrota por 10-0, da nossa equipa B frente à equipa principal do benfic@, deixo este texto da Mariana Vaz Pinto, que está ligada ao projecto (não sei o que faz, confesso)
«Sim, hoje perdemos 10-0 com o SLB. Mas não podemos comparar o que não é comparável. E não são desculpas, são apenas realidades diferentes, muito diferentes. O slb tem uma equipa fortíssima com internacionais brasileiras de excelência, que treinam todos os dias de manhã.
As “minhas meninas” de manhã.. vão para a escola. Sabem que se não tiverem boas notas não jogam. Há semanas que me ligam a pedir para avisar que vão chegar atrasadas ao treino porque têm uma visita de estudo. Há outras semanas que nem fazem os 3 treinos porque têm testes importantes e precisam de estudar.
Foram miúdas de 15/16/17/18/19 anos que jogaram hoje e deram tudo pelo Sporting CP. Foram estas mesmas miúdas que jogaram contra as Juniores do SLB.
Tenho um orgulho gigante em cada uma destas miúdas. E daqui a uns anos, vamos ouvir falar muito delas :)) »
21 Janeiro, 2019 at 16:53
tudo o que peço é que nunca se troque este foco no processo pela ânsia de ganhar a todo o custo
21 Janeiro, 2019 at 17:23
Nem mais Cherba. O paleio insistente das estrangeiras altas e atléticas é, no contexto do projecto global do Futebol Feminino do Sporting, contraproducente. Estrangeiras, sim; mas em número reduzido, e contratadas para aduzir qualidade ao projecto MAIS DO QUE para assegurar “vantagens” competitivas. Coloquei as maiúsculas para que se perceba que não excluo a hipótese da sua contratação e até que a mesma sirva para aumentar o nível competitivo da equipa sénior. Apenas realço a necessidade de equilibrar os activos estrangeiros com os activos Lusos e da Formação. Em primeiro lugar para respeitar o compromisso com que regressámos à Modalidade: fomentar o Futebol Feminino e desenvolver a jogadora portuguesa. Depois para respeitar a natureza do nosso projecto, em absoluta consonância com o ADN e os valores do Clube: dar primazia ao desenvolvimento das atletas por nós formadas e carregando a Nossa Cultura.
Um abraço e saudações leoninas
21 Janeiro, 2019 at 21:55
Concordo!
21 Janeiro, 2019 at 18:46
Um texto apenas necessário para apaziguar os ursos que gritam “vergonha, vergonha, exigência máxima, sem desculpas”
21 Janeiro, 2019 at 18:52
Eu achei este resultado uma vergonha… Uma vergonha para quem faz tudo para ganhar e se reforça com internacionais e a jogar com estudantes só consegue dar 10.
21 Janeiro, 2019 at 21:57
Bom texto.
21 Janeiro, 2019 at 22:52
Apesar da derrota por10 foi das derrotas que menos me chateou. Meninas contra mulheres internacionais realmente não é comparável.
21 Janeiro, 2019 at 16:56
Amigo Álvaro. Apesar da minha experiência no feminino ser no futsal. Existe uma coisa transversal ao desporto feminino. O economicismo. Num clube pequeno, por exemplo, se há 1000 para gastar o feminino só recebe quando o masculino já não precisa. Enquanto não mudar a mentalidade dos nossos dirigentes e treinadores muito dificilmente haverá um número de equipas suficientes para que existam quadros competitivos capazes nas camadas jovens.
21 Janeiro, 2019 at 17:10
importante testemunho. A propósito de futsal, também não correu bem o fim-de-semana às nossas Leoas…
21 Janeiro, 2019 at 17:35
Neste jogo, a única coisa que contava era o prestígio. Em teoria saímos na terceira posição da grelha para a fase final. Até haver uma mudança de geração vai ser muito difícil lutar de igual para igual com elas. Elas têm mais 10 anos de alto nível que nós e assim sendo é muito mais fácil ir buscar as melhores jogadoras do sul. Aquilo que vimos escrito sobre a nossa equipa B de futebol aplicar-se a 90% ou mais das jogadoras de Futsal do país. Tem de estudar ou trabalhar e só depois treinam. Só o amadorismo da modalidade faz com que Ana Azevedo, uma das melhores jogadoras do mundo faça toda uma carreira no Vermoim, o clube a porta de casa onde treina depois do trabalho. E como ela centenas. Com este amadorismo, temos o Santa Luzia ou o Vermoim como autênticas seleções do Minho. A Novasemente em Espinho, junta as melhores de Aveiro e Porto, o Golpilheira uma seleção de Leiria e etc. Tudo a jogar a um máximo de 50 km de casa para poderem trabalhar ou estudar. O Sporting tem duas opções. Ou aposta no estrangeiro e aí uma GR que garante pontos é primordial ou espera pela transição de gerações, mantendo as melhores, dando um sinal que conta com elas, pois as nossas Juniores e Juvenis batem-se de igual para igual e na maioria dos casos levando a melhor.
21 Janeiro, 2019 at 19:54
Não tenho visto muito os jogos da equipa feminina de futsal e do que vi ontem acho que temos uma das melhores equipas dos últimos anos e que, relativamente ao slb, há uma ligeira diferença que nos é desfavorável nas jogadoras de campo, diferença que é muito aumentada pela diferença entre as GR. A Ana Catarina é realmente uma grandissima GR e a Maria, pese embora ter vindo a crescer, ainda é um downgrade relativamente à Naty. Alguém me sabe dizer porque saiu a Naty?
21 Janeiro, 2019 at 22:36
Segundo se fala no meio, não houve acordo para renovar. Ao nível da Ana Catarina, só a Sara Wallace ou a Daniela que joga na Itália. Entre a Odete e a Grenha não vejo diferenças. A maior diferença está na rotação. Elas podem trocar as 4 de campo ao mesmo tempo sem se notar. Nos não podemos fazer isso.
21 Janeiro, 2019 at 18:03
Pois mas a verdade dos números é bem outra: todas as 22 Associações Distritais organizam competições de Futsal Feminino e muitas em todos os escalões desde benjamins (9 anos). Já no Futebol Feminino apenas 1 Associação (Braga) organiza competição desde os sub13 (futebol de sete), só 1 outra Associação organiza Campeonato de sub17 (Lisboa) e apenas 1 outra outra (Madeira) organiza um Regional de Sub19 e porque são excluídos da 1ª Fase do Nacional organizado pela FPF (!?).
Por isso, diria que a questão tem muito a ver com o Fomento; nem me venham com o argumento que é mais fácil constituir equipas de Futsal, porque as equipas de Futebol Feminino até sub 17 inclusive jogam futebol de 7; a questão dos campos também não é tão determinante assim pois todos os concelhos têm campos com condições e as autarquias (em conjunto com as Associações e a Federação e a LPFP) investirem em campos de Futebol de 7 não é tão difícil assim. Aliás, basta ver o exemplo da Associação de Futebol de Braga, que organiza e fomenta as competições e os Clubes aparecem: Sub17- 10 equipas (Juventude de Mouquim, Regadinhas Freiriz ADC, Pevidem SC, Aguia N. Tabuadelo, Ass. D. Esposende, Casa Povo Martim, Ribeirão1968 FC, Esc. Formação Fintas Mov. Juv. Póvoa, ACDR Pico Regalados); Sub15 – 6 equipas (Juventude de Mouquim, Regadinhas Freiriz ADC, Pevidem SC, Esc. Formação Fintas, Mov. Juv. Póvoa e Ancora-Praia FC); Sub13 – , Regadinhas Freiriz ADC, Aguia N. Tabuadelo, Esc. Formação Fintas, Ancora-Praia FC, ACDR Pico Regalados e Brito SC.
Ou seja, em concelhos do Distrito de Braga há Clubes e Agremiações que investem na formação de futebol feminino (mesmo não possuindo, muitas delas, equipas seniores!!).
O defeito terá de estar no dirigismo do Estado (Federação, Associações Distritais, Autarquias, Escolas).
Era isso que seria urgente discutir, num momento em que aparecem 3 Clubes a investir nas suas equipas seniores mais que todo o investimento feito em todo o resto do Pais em todos os escalões de Formação e competição, num momento em que a FPF recebe, durante os próximos 5 anos, 100 000€ EXTRA para o fomento do Futebol Feminino e num momento em que a expansão europeia e mundial da “Modalidade” tem tudo para ser exponencial (a FIFA celebrou um hiper contracto de sponsoring até 2025 com o VISA CARD).
Trata-se apenas de ter o mínimo de visão prospectiva e saber lançar as bases de um desenvolvimento sustentado.
Saudações leoninas
21 Janeiro, 2019 at 18:26
Há cerca de 20 anos a AFL teve um campeonato de futebol 7 sénior com 12 clubes. O motivo? Cada um recebia 100 contos e material. Gastavam os clubes o dinheiro com essas equipas femininas? Ou será que ia para o masculino?
21 Janeiro, 2019 at 19:37
Mas qual era o sentido de investir numa campeonato senior de futebol de 7 quando o futebol sénior se disputa a 11? É esse tipo de aberrações que constitui dinheiro lançado às urtigas.
O fomento tem de ser feito em projectos bem estruturados, pensados pela base e com sustentação a prazo. De aí o foco dever estar na Formação.
No Futebol Feminino Braga é um bom exemplo e um autêntico laboratório para se aprender com a experiência: como já referi, existem no distrito 12 ou 13 clubes e agremiações a competir nos 3 escalões distritais de Formação (Sub13, Sub15 e Sub17; os Sub19 têm Campeonato Nacional); o SC Braga no verão de 2016 aceita (tal como o Sporting, o Belenenses e o Estoril) o desafio/convite da Federação e inscreve uma equipa na então Liga Allianz, principal escalão sénior; investe apenas na equipa sénior com a contratação de 9 estrangeiras; esse investimento continua no ano seguinte, nos mesmos moldes e, nesta época de 2018/19, forma uma equipa sub19 e uma equipa B a competir na 2ª Divisão; para o ano, parece que o Guimarães também vai formar uma equipa, mas, tanto quanto sei, vai competir em todos os escalões (não formando apenas a equipa B, uma vez que inicia a competição sénior na 2ª Divisão (e a equipa B competiria no mesmo campeonato). Isso quer dizer que a base regional de recutamento do Braga será severamente afectada. O que deverá impelir o Clube a gastar ainda mais para alimentar a equipa sénior (com estrangeiras ou com nacionais, uma vez que dentro de portas tem a concorrência de Sporting, Guimarães e Benfica (para não falar no Estoril, no Fófó, no Marítimo, no Albergaria e no Valadares que, mesmo sem contar com os mesmos argumentos financeiros, têm uma forte base de formação e “ganham” na fixação Regional; dito de outra forma, para ir buscar a esses clubes terão de provavelmente apresentar propostas aliciantes).
Aqui deparamos com outra incongruência do “projecto federativo de fomento da modalidade”: estes clubes de média dimensão da Modalidade, que têm uma forte componente formativa na qual assentam os seus projectos competitivos, não têm muito como se defender de investidas do dinheiro: conseguem manter as jogadoras enquanto for na base de jogar no Clube em que cresceram e mais perto de cas a e da família ; quando existem outros Clubes na mesma competição mas com outras condições que as conseguem aliciar com a profissionalização e outras condições no futebol senior, deixam de ter qualquer arma. Porque não existe regulamentação que defenda os Clubes ditos amadores: uma vez que o são, não podem vincular as jogadoras a contractos e a cláusulas de rescisão; nem sequer existe regulamentação que compense os anos de formação. daí eu falar numa competição em que reina a desigualdade, a anarquia, a desregulação e a concorrência desleal.
E isso vai matar a galinha ainda antes de ela pôr ovos de ouro! Com a agravante de haver Clubes a dar às suas galinhas ração de super qualidade, tratamentos hormonais e galinheiro de luxo; só que a gripe acabará por atacar todas as aves (e peço desculpa se na analogia com aves acabo por também meter o Sporting).
O problema das “galinhas” são as avestruzes do dirigismo do Futebol nacional que, para agradar à galinhas que se acham águias, enterram a cabeça na areia e se recusam a enfrentar o óbvio: para elevar a competição a um patamar profissional há que regular e impor limites aos poderosos e proteger os direitos dos mais fracos. Caso contrário, vamos ver uma competição de resultados pré-anunciados sem hipóteses de ser vencida por 95% das equipas seniores nacionais; se o que pretendem é replicar o modelo nacional dos masculinos, então esqueçam, porque a competição e a Modalidade nunca ganharão interesse e só perderão adeptos. Se o que pretendem é apanhar o combóio da expansão internacional do Futebol Feminino, então têm que romper radicalmente com esse modelo, cuidar de uma equiibrada regulação da competição senior e de um arrojado e cooperativo projecto nacional de fomento da formação e do seu contexto competitivo (envolvendo, Federação, Associações, Clubes e desporto escolar).
Saudações leoninas
21 Janeiro, 2019 at 18:01
A goleada da equipa b não me custou nada, pois as miúdas estão a evoluir e uma até já foi à seleção A.
A fpf é uma merda ao permitir uma equipa estrangeira com atletas portuguesas no nosso campeonato.
O carnide vai dobrar o orçamento no próximo ano e pensa contratar duas atletas top 50.
Se não investirmos em duas ou três jogadoras estrangeiras de qualidade não vamos cheirar o título nos próximos anos!
Já vos disse que o carnide é merda e a FPF também?
21 Janeiro, 2019 at 18:18
Uma questão que ninguém levantou é a das NFL. Será que esta equipa cumpre o mínimo?
21 Janeiro, 2019 at 18:20
O benfic@ não comprir as regras? Nunca na vida isso acontecerá
21 Janeiro, 2019 at 18:32
slb=sempre legalmente federados…..
21 Janeiro, 2019 at 21:58
Bom comentário!
21 Janeiro, 2019 at 18:18
No futebol feminino deviam de fazer a mesma coisa que no futsal masculino com aredução de estrangeiros ou é só quando dá geito aos lampiões ?
21 Janeiro, 2019 at 18:23
No campeonato de Portugal masculino apenas são permitidos seis NFL e o futebol feminino equivale ao CP
21 Janeiro, 2019 at 18:43
Caro Sou Sporting mas 6 também é de mais para a evolução do futebol feminino em Portugal, é perciso ver que não se pode estar sempre a fazer substituições.
21 Janeiro, 2019 at 18:49
Concordo plenamente. O Futebol Feminino só iria evoluir se fosse aplicado como em Espanha o limite de extra comunitários, que são 3 por boletim. Assim os clubes contratariam apenas o essencial.
21 Janeiro, 2019 at 18:52
O Benfica é uma equipa de Primeira que está na Segunda por “frete”.
As regras indicam algo que obrigue ao uso de atletas amadoras?
Desníveis sempre haverá nestas competições, é a velha discussão se, a ser uma modalidade ” profissional”, deveriam deixar entrar amadores. E vice-versa.
Ha umas semanas o Sporting jogou na Liga de andebol contra um adversário em que alguns dos atletas não actuaram por razões laborais. Faz sentido?
21 Janeiro, 2019 at 19:01
Em teoria sim. O feminino não é uma competição profissional e como tal deveria reger-se pelos regulamentos amadores com limitações de NFL como o CP e o Futsal. Inclusive até à LPFP obriga a ter 10 FL nas fichas de jogo.
21 Janeiro, 2019 at 19:58
Caro Nuno, o problema não está no uso, mas tão somente no abuso de estrangeiras. Não tem qualquer comparação com o Futebol Masculino. Nesse até existem regras As Ligas Profissionais são isso mesmo: profissionais. E mesmo assim têm regras que parece não existirem ao Futebol Feminino. O SLB apresentou na Ficha de jogo 9 estrangeiras (todas titulares) e 8 nacionais (2 titulares).
E compete com entrada directa na 2ª Divisão por especial “favor” da FPF (tal como o Sporting e o Braga entraram na Liga principal por especial “favor” da FPF com o argumento do desenvolvimento da modalidade. E, logo no primeiro ano, o Braga inscreve 9 estrangeiras! O Benfica inscreveu 13 e contratou mais uma em janeiro!! Desenvolvimento da Modalidade ???
Mas o pior é nem é o número de estrangeiras. É o total descontrolo público sobre as contas das equipas. Ninguém percebe quem é o quê? O Braga é uma equipa profissional? Todas as suas jogadoras inscritas na equipa sénior têm contracto profissional? A equipa está sob a alçada da Brga SAD ou do SCBraga? O mesmo se deve questionar em relação ao Sporting, ao Benfica, ao Estoril, ao Marítimo e ao Boavista.
Como é que estas equipas se vão reforçar nos seus concorrentes? Oferecendo contractos profissionais às jogadoras que aliciam? E os clubes que as formaram e que com eles competem? Ficam desfalcados, após o investimento que fizeram e sem receber nada? Sendo clubes amadores, sem contractos de trabalho com as suas jogadoras como são ressarcidos? Existem mecanismos de compensação da formação? Existem mínimos para jogadoras formadas localmente? Existem plafonds de investimento ou de endividamento para os clubes profissionais? Têm contas auditadas e presentes à CMVM? Têm obrigação de comunicar todas as movimentações de activos e dirigentes?
Não acha que são muitas interrogações que mereciam respostas claras e transparentes?
SL
21 Janeiro, 2019 at 18:58
Um off que não é um off. Com as lesões da Fátima e da Sharon, era capaz de ser boa ideia subir a Navena no terreno e a Bruna começar a fazer dupla com a Carole. Ou ainda vamos chorar a perca de uma central que faz lateral esquerda de qualidade. Não se esqueçam qual é o clube do coração da miúda.
21 Janeiro, 2019 at 21:10
Quando referes a Bruna, é a Bruna Costa que tem jogado na B, certo?
Eu conheço a miúda, é de Faro e o meu filho ainda jogou 3 anos Fut 7 na mesma equipa, sendo ela um ano mais velha.
Sendo o meu filho um fanático pelo SCP desde cedo, e pelas brincadeiras, sei qual era a referencia clubista dela na altura.
É uma miúda excepcional, muito humilde e que merece tudo de bom
21 Janeiro, 2019 at 22:08
Exatamente. Tratem-na a altura ou ainda vão chorar muito.
21 Janeiro, 2019 at 22:24
Concordo,
Apesar da idade dela, achei estranho a mudança dela para a B, mas os treinadores é que sabem ou não.
21 Janeiro, 2019 at 20:00
A derrota da equipa B, que só faltou ser capa de jornais, foi mais uma etapa no crescimento das nossas meninas, frente a uma aberração que é esta equipa brasileira. Tivesse sido o Sporting a construir uma equipa desta forma e não faltariam os paladinos da justiça a debitar as suas sábias opiniões. Como são os DDT, pode vir todos os dias uma nova brasileira que no pasa nada.
21 Janeiro, 2019 at 20:16
a ganhar por muitos… continuam a jogar as brasileiras.
compraram um franchising.
e amanhã vão todas para a seleção nacional.
não há quem ponham termo a isto.
21 Janeiro, 2019 at 20:21
Ponto 1, por ser o que salta mais à vista do fim de semana: a derrota da equipa B com o Benfic@ por 10-0!
Perder com o Benfic@ custa sempre.
Ser goleado desta maneira é horrível!
No entanto há que perceber o contexto que está presente nesta competição e assim é perfeitamente lógico o resultado! Apesar da derrota, ainda por cima em casa, não deixa de ser meritório o desempenho da nossa equipa tendo em conta que outras equipas com jogadoras seniores perdem por muito mais…
Daqui só quero acrescentar mais um ponto, tendo em conta as criticas que se fazem ao modelo competitivo.
É ridículo deixarem que na 2ª Liga se possa jogar com 9 estrangeiras e 2 portuguesas. Devia ser exactamente ao contrário – permitir 2 estrangeiras!
Ponto 2: a nossa formação!
Vai muito bem, obrigado!
No entanto penso que podiam tentar trazer 3 ou 4 estrangeiras promissoras de idades entre os 16 e os 18/19, dentro daquilo que tenho falado e faz falta ao nosso futebol: altura e corpo!
Era bom colocá-las cedo a entrar no que é o futebol feminino mais técnico que jogamos! Penso que era algo em que deviam pensar.
Ponto 3: o que cada um investe!
Continuo a achar que este tema não é tema.
Cada um investe o que quer, ou pode, da maneira que achar melhor. Não interessa se é pela SAD ou se é pelo Clube.
Não percebo esta preocupação com o investimento do Braga e do Benfic@, quando não vi os outros clubes fazer o mesmo choradinho quando Braga e Sporting entraram com orçamentos incomparáveis com o que existia.
Ponto 4: passou ao lado do Álvaro que vamos disputar a próxima eliminatória da Taça de Portugal a Braga?
É que isso significa uma grande probabilidade de estarmos afastados de todos os títulos a meio de Fevereiro!
Ponto 5: consta que a sueca rescindiu o contrato com o Sporting!
Alguém consegue explicar que raio de contratação foi esta?
Quem é o responsável pela desgraça que tem sido a contratação de reforços para a equipa principal?
Ponto 6: futsal feminino!
A diferença de qualidade para o Benfic@ é enorme!
Custa-me a entender que esteja assim tanto dinheiro em causa para que não se possa equilibrar a coisa.
Ponto 7: o futuro da equipa A feminina.
O que se fez este ano com o plantel sénior é incompreensível e demonstra uma incompetência preocupante.
É preciso repensar o plantel e contratar boas estrangeiras em vez de estrangeiras iguais às portuguesas. Para o ano teremos o Braga – que terá a base deste ano, campeã – e o Benfic@, que parte já com uma base muito interessante a quem bastará 3 ou 4 bons reforços para ter uma excelente equipa! É bom que estejam já a trabalhar nisto… porque está visto o resultado que deu ficarmos a dormir à sombra dos louros do excelente trabalho feito no 1º ano!
21 Janeiro, 2019 at 21:42
Miguel, peço-lhe desculpa mas, como de costume é muito ponto para pouco conteúdo.
O único que realmente interessa é o que coloca como 3º, o tal que o Miguel acha que não é tema.
Vou ser claro, MAIS UMA VEZ! Não gosto que me colem (mesmo que enviesadamente) a pressupostos que não defendi nem a postulados que nunca usei: “… Não percebo esta preocupação com o investimento do Braga e do Benfic@, quando não vi os outros clubes fazer o mesmo choradinho quando Braga e Sporting entraram com orçamentos incomparáveis com o que existia.” Miguel dixit. O que eu disse sobre esta questão do controlo das contas “..O mesmo se deve questionar em relação ao Sporting, ao Benfica, ao Estoril, ao Marítimo e ao Boavista.” Se isto não é mais um exemplo de desonestidade intelectual, não sei o que será.
Mas deixemos a polémica (que não me afecta tanto quanto possa pensar) e vamos ao conteúdo desse ponto: ” … Cada um investe o que quer, ou pode, da maneira que achar melhor. Não interessa se é pela SAD ou se é pelo Clube.” (Miguel dixit).
Então não interessa? Mas a competição é profissional, é amadora, ou assim-assim? Não interessa definir isso? como garantir então uma concorrência leal (e não! não tem nada que ver com investir o que se pode ou não!)? O Valadares ou o Fófó andaram décadas a investir na Formação das suas atletas e vai um Sporting, um Braga ou um Benfica, buscá-las sem necessitar de ressarcir os respectivos clubes formadores. Porque como esses clubes são amadores não têm como “segurar” as jogadoras que formaram. Enquanto foi tudo amador, tudo se fazia na base da formação e da proximidade de residência: o atractivo para as jogadoras era “jogar à bola” e perto de casa (ou do local para onde iam estudar, essas eram as maiores “movimentações” do mercado). Compensava formar. Agora, vêem as miúdas com 8 anos de formação na casa ir para os “grandes” clubes profissionais de facto (que não de jure) sem receber um tusto. Braga , Sporting e Benfica oferecem condições de treino diário, apoio para o estudo e ainda lhes pagam para fazer o que sempre fizeram por prazer: “Jogar à bola”! Qual é o Fófó, o Albergaria, o Valadares ou o A-dos- francos que pode competir com isso? Isto agora, finalmente, é como no futebol dos homens que é parta isso a igualdade de direitos. UMA TRETA!!! No futebol dos homens as Ligas são Profissionais; os Clubes têm de constituir SADs ou SDUQs e são obrigados a apresentar contas auditadas, a cumprir com obrigações contratuais, a comunicar movimentações de activos, a cumprir internacionalmente com regras de fair-play financeiro, etc. No novo Futebol das meninas, raparigas e senhoras os Campeonatos são híbridos, uma espécie de nem carne nem peixe, ou, mais precisamente, de mercado aberto onde vale tudo para os mais poderosos e se desprotege completamente os mais fracos. Persistir em não perceber isso é, na minha fraca opinião, “martelar o vinho”: o que nunca fará dele uma boa colheita.
SL
21 Janeiro, 2019 at 21:56
Já agora, mais um pequeno pedido de esclarecimento: alguém me sabe dizer se a equipa sénior do Futebol Feminino do Braga, do Benfica, do Estoril, do Boavista, ou do Marítimo, estão inseridas nas SAd ou SDUQ dos respectivos clubes.
A do Sporting está afecta à Sporting SAD e, por isso, teve de comunicar à CMVM a saída da Raquel Sampaio e sua substituição por Felipe Vedor, ou a contratação da Sueca Nathalie Persson.
Como nunca vi notícia de qualquer comunicado à CMVM sobre movimentações de activos do Futebol Feminino por parte das SAD dos clubes elencados, gostaria de esclarecimento de alguém mais informado.
Obrigado e saudações leoninas
21 Janeiro, 2019 at 23:29
É assim em todas as modalidades, que não o futebol.
E mesmo no CNP, “amador”, muito profissional há.
Por isso mesmo a maior parte das ligas em Portugal são uma tanga, a fingirem-se profissionais.
22 Janeiro, 2019 at 0:07
Nuno, não estamos a falar das outras modalidades. Estamos a falar de Futebol, da FPF e de uma Liga BPI que deveria ser clarificada como profissional ou não. Porque como está é uma desigualdade gritante. Ao menos que:
– obriguem à definição como Clubes profissionais e afectos a SADs (ou SDUQs) a todos os que tenham equipas masculinas a competir nas Ligas Profissionais;
– imponham a essas equipas a afectação às SAD e SDUG dos seus Clubes e, consequentemente a obediência às mesmas regras de publicitação e auditoria de contas e de movimentações de activos do Futebol profissional masculino;
– obriguem essas equipas a estabelecer contractos de trabalho com as suas jogadoras;
– imponham uma moratória com prazo para todas as equipas na Liga BPI (ou campeonato principal) se tornarem profissionais e para a responsabilidade da organização da prova passar para LPFP;
– até lá, imponham taxas de compensação de formação sempre que esses clubes profissionais forem buscar jogadoras aos clubes não profissionais.
Pelo menos estas regras (além de regras para limitação de atletas estrangeiras ou não formadas localmente) deveriam estar em vigor. A bem da transparência e da lealdade concorrencial da competição.
E nem falo da 2ª Divisão, que o que se está a passar aí é uma VERGONHA que devia fazer corar todo e qualquer dirigente federativo.
Saudações leoninas
22 Janeiro, 2019 at 11:20
Os problemas apontados pelo Alvaro à liga de futebol feminina são exactamente os mesmos de outras modalidades, ditas “de alta competição”.
Andebol, basquete, voleibol.
A questão não está na FPF (podia ser a FPA ou FPB), ou em ser feminino, todas estas questões são transversais. E têm a mesma génese.
Temos uma competição formada essencialmente por “carolas”, e de repente caiem lá meia dúzia de clubes com estruturas profissionais e outro tipo de capacidade financeira. E de repente temos uma competição “profissional”, sem que a maior parte dos participantes tenha possibilidade de o ser.
Junte-se o facto da organização e planeamento serem coisas raras em Portugal, os legisladores reagem (e boa parte das vezes a reboque de interesses individuais) em vez de agir, e pronto.
22 Janeiro, 2019 at 10:47
Meu caro Álvaro, discordo de si, obviamente.
Não percebo esse foco nas contas… Existe isso no futebol masculino?
Os bancos não eram todos escrutinados? Não faziam um controle nas contas? E deu em quê?
As pessoas, ou são sérias, ou não são, e neste país a maioria não o é. É por isso que este país é um país de chicos-espertos, de cunhas, de tráfico de influências e de alta corrupção! É porque a maioria é assim.
Meteram o VAR para limpar a arbitragem e vemos TODAS AS SEMANAS lances escandalosos a passarem impunes na batota!
No meio deste contexto, esse foco nas contas é um fait-divers. É irrelevante se o dinheiro vem da SAD ou do Clube. Cada um sabe de onde prefere que venha o dinheiro. Se no Sporting vem da SAD, os outros clubes têm de fazer o mesmo? óbvio que não. É por isso que não entendo o seu foco neste assunto, que para mim é um não assunto. E, volto a referir, ninguém foi mais auditado que os Bancos e deu no que deu… Não que seja irrelevante. Só não tem a importância que lhe quer dar… Aliás, tem o exemplo de décadas do Vitória de Setúbal no que refere a contas auditadas e cumprimento dos requisitos para participar na 1ª Liga… É tudo um faz de conta! É este o contexto! Faz de conta que funciona…
O dinheiro que o Sporting tem para gastar é o que é. Seja auditado ou não. E isto é válido para Sporting, Benfic@, Braga, Valadares, Estoril ou lá que equipa seja.
A mim o que me interessa é o Sporting.
Isso está acima de tudo.
No Sporting, nós sócios, temos algum – pouco – poder para decidir e mexer, alterar… No futebol português, nem o Sporting, quanto mais nós sócios do Sporting!
Por isso, quando toca a estes assuntos, eu sou defensor de procurarmos outro quadro competitivo exactamente pela razão que apontei: aqui é tudo faz de conta! Tudo está feito para dois clubes ganharem. E agora até começa a estar feito para quando for outro a ganhar, esse outro seja o Braga – daí terem assinado 4 anos consecutivos com a final four em Braga, o que é absolutamente ridículo!
Eu tenho ideia de você ser ligeiramente mais velho do que eu, pelo que, no mínimo, tem tanta experiência com o que se tem passado no desporto em geral e no futebol em particular nos últimos 40 anos como eu. Pelo que escreve, eu até o acho muito bem informado. O que nos diferencia é que você ainda tem o romantismo de querer endireitar um país que é cada vez mais tordo e eu já perdi esse romantismo. A minha solução é irmos competir para outro lado, até porque tudo aponta para que o caminho acabe por ser competições a nível europeu e não a nível nacional. Portanto, indo para outro quadro competitivo JÁ ia-nos ajudar a subir patamares competitivos e a estar mais próximos do nível europeu!
Aqui só servimos para dar dinheiro e títulos a ganhar às duas nádegas, à FPF, e a uma série de apêndices que gravitam à volta deste sistema!
Como vimos no passado sábado, é com todo o à vontade que vêm a nossa casa roubar-nos descaradamente e não se passa nada! E perante um cenário destes, que praticamente se repete semana atrás de semana, ainda há gente preocupada se o dinheiro vem das SADs ou dos Clubes… 😉
22 Janeiro, 2019 at 12:42
Mais uma vez, conversa da treta!
Então como há bancos que enganam, não se auditam contas nem têm entidade reguladora. Como há quem aldrabe no VAR acaba-se com o VAR. Como há regras nas Ligas Profissionais Masculinas, mas há quem as fure , acabem-se com as regras , como há árbitros tendenciosos ou desonestos nem são precisos árbitros em campo.
Essa é a conversa dos pré-populistas: isto está tudo mal … não há volta a dar … não há que haver regulação porque não dá em nada … e depois vem o populismo com a conversa que é necessário meter tudo na ordem, porque são todos uma cambada de corruptos e têm que ser varridos nem que seja à metralhada.
O que está em causa é que o foco nas contas existe no futebol- masculino sim! A prova disso está que não conseguimos fazer o empréstimo obrigacionista em Junho. Quer melhor exemplo que esse? Ou que o FC Porto estev impedido de efectuar contratações devido ao fair play- financeiro da UEFA. Quer melhor exemplo que esse? Para já não falar do escrutínio dos próprios clubes, que têm associados e estes têm direitos e têm Órgãos Sociais e estes têm obrigações. Mas há ainda a questão da regulação específica para uma competição que tem CLARAMENTE um carácter transitório: Há que proteger aqueles que já estavam na competição há anos, competindo e organizando as suas estruturas (desde a formação) com regras que foram agora subvertidas. Não se trata de saber se Benfica gasta mais que Sporting e Braga ou se gasta menos; não é um concurso de comparação de pilinhas. Trata-se de garantir regras de maior equidade na competição por forma a proteger os mais fracos e, assim, proteger a competição.
Na 1ª Liga há disparidades de orçamentos. É a lei da vida. Ninguém contesta isso. Mas existem mecanismos de alguma protecção dos menos protegidos. Porquê? Porque todos se profissionalizaram e foram forçados a constituir-se em SADs ou SDUQs, obrigando-se a contractualizar com os seus jogadores, mas obtendo garantias negociais por via disso. Se é um mecanismo perfeito? Está longe disso! Continua a ser promovida a disparidade por meio dos contractos de direitos televisivos (porque furaram a auto-regulação pré-acordada da centralização de direitos e da sua distribuição) ou e de sponsoring e por via dos desequilíbrios causados por prémios UEFA. Mas, mesmo assim existe regulação. E, aquilo que está mal, é para ser evitado e não copiado. Repito que se se limitarem a transpor para o Feminino o que existe no Masculino (e ainda por cima, um hibrido do que aí existe), matam a competição porque os fracos não resistem e os fortes, depois disso desinteressam-se.
Nos comentários acima já referi o que acho que está mal e o que entendo que deveria ser feito para corrigir as deficiências nos Escalões de Formação, particularmente, nas condições estruturais e na organização de quadros competitivos.
É a base do edifício. Pensar que se desliga a Formação do Futebol sénior é que é um erro crasso. Particularmente num país com limitações estruturais de mercado. A formação é não só um investimento desportivo, mas deve ser também um investimento financeiro. Mas voltamos ao mesmo: como proteger esse investimento de clubes e agremiações que permanecem amadoras a competir com Clubes altamente profissionais. Hoje, se o Sporting ou o Braga ou o Benfica quiserem ir buscar no próximo defeso, uma jogadora ao Fófó, ou ao Valadares, ou ao Albergaria, ou ao A-dos- Francos basta-lhes apresentar o contracto profissional à jogadora e ela muda de ares. Os Clubes que as formaram ficam a chuchar no dedo, ou dependentes da “boa-vontade” desses grandes. E nem me venham com a história de que também podem receber os excedentes da Formação desses clubes, porque o facto é que nunca ganharão com a troca, além de que, na maior parte dos casos há que contar com a vontade das jogadoras. Uma coisa é ser aliciada para sair da sua zona de conforto para se profissionalizar tendo todas as condições naquilo que sempre fez por prazer; outra, absolutamente inversa, é sair da sua zona de conforto para um meio longe da família sem ter condições de profissionalização ou até de estudos.
Há toda uma série de factores e de questões que não foram devidamente estudados e preparados aquando dos convites aos Clubes das Ligas Profissionais Masculinas e parta os quais a Federação, as Associações e os Clube parecem continuar a meter a cabeça na areia.
É para isso que chamo a atenção. E é por isso que relevo o projecto do Sporting. O Benfica também está fazer uma boa aposta na formação, mas depois tenderá a “cortar as pernas” à maior parte do que forma; porque já conta com 14 estrangeiras no seu plantel senior.
SL
21 Janeiro, 2019 at 22:16
O futsal tem a ver com a especificidade da modalidade. Só equilibramos com estrangeiras, ou portuguesas que joguem fora e profissionais. Temos as melhores jogadoras disponíveis a sul fora benfica (por isso somos segundos com relativa vantagem) Mas das melhores fora SCP e slb, que as há, quem é que vai por em risco uma carreira laboral para jogar um ou dois anos?
22 Janeiro, 2019 at 10:51
Verdade!
Mas as pessoas não podem arranjar empregos noutros lados?
Com certeza os clubes ajudariam nisso… Não seria a primeira vez, nem a ultima!
21 Janeiro, 2019 at 21:00
O muito obrigado por este serviço que acabaram de prestar.
Continuamos a ser atacados e maltratados pla comunicado social….. Apenas o que mudou foi que deixaram de atacar o presidente.
Quem lê e ouve as notícias que saíram sobre o jogo feminino do Sporting b contra o boifica………..
21 Janeiro, 2019 at 22:13
Nem era preciso dar essa explicação. Os sportinguistas não comem merda às colheres como as Toupeiras.
Só mesmo adeptos de um clube de plástico vão para as redes sociais congratular-se por terem ganho nestas condições.
22 Janeiro, 2019 at 1:36
Tenho uma enorme fé num projeto que envolva estas miúdas e a Mariana Cabral na equipa senior.
Este resultado desnivelado não imputo às lamps. Investiram forte e feio, o objetivo é claro e este ano seria sempre um passeio.
Nós é que num campeonato senior apresentamos uma equipa demasiado jovem para um adversário destes. Nada contra, que isto não as desmoralize porque faz parte de um plano de crescimento.
E enquanto elas crescem, convém não esquecer que a equipa senior cujo título já era vai ter para o ano não um, mas dois adversários de peso.
Mexemos mal no plantel, veremos como vai ser o verão.
22 Janeiro, 2019 at 3:28
Mais uma vez vou dizer aqui (embora ache que o ultimo comentário, aquando do post sobre a entrevista da Mariana Cabral, não foi publicado) que, na minha opinião, esta equipa B do Sporting feminino tem o melhor modelo de jogo de todo o futebol do clube incluindo seniores profissionais.
Afirmo esta minha opinião sem qualquer pudor, mesmo depois desta pesada derrota contra uma equipa (benfic@) que, como se constata neste post, está numa realidade completamente diferente da nossa equipa secundária. Percam algum do vosso tempo e vão ver os jogos destas meninas, verão uma fluidez que não é normal de ver em muitas equipas que têm muito melhores condições de trabalho e qualidade individual.
Vão ter a oportunidade de ver uma ideia de jogo ambiciosa, com um numero significativo de jogadores à frente da linha da bola e também congruente, visto que exibem comportamentos defensivos de excelência que lhes permite serem eficazes nesse momento de jogo, mesmo quando defendem com poucas unidades, leia-se, jogadores (sendo este o principal defeito que aponto ao modelo/ideia de jogo do Keiser nos seniores, isto é, a falta de qualidade nos comportamentos defensivos exibidos o que leva à recente necessidade de baixar o bloco em vários dos últimos jogos).
Só possível através de muito trabalho, muita competência assente, seguramente, num processo sistémico que faz do todo melhor do que a soma das partes.
Muitos parabéns à equipa técnica pelo trabalho realizado e votos de que não se deixem abater por este resultado, a Big Picture é muito mas mesmo muito satisfatória e não sai minimamente beliscada.
SL
22 Janeiro, 2019 at 11:02
O que se tem feito na formação do futebol feminino é do melhor que o Sporting tem. Mas levará o seu tempo a dar frutos – eu apontei cerca de 5 anos pelo que faltaram uns 4, ou seja, lá a época 2022/23 ou 2023/24. Nessa altura as miúdas estarão com 20 a 23 anos e já com umas boas épocas de competição difícil em cima das pernas e dos ombros! No entanto continuará a faltar altura e capacidade física à equipa pois todas são baixas. Ou se faz alguma coisa aqui, ou estaremos sempre longe dum equilíbrio enquanto equipa, por muito evoluídas que sejam tecnicamente.
De qualquer maneira, uma parte significativa dos jogos que fazem é contra equipas que pouco mais fazem do que estar presentes em campo. Há que ter a noção disso também.
22 Janeiro, 2019 at 16:18
Caro Miguel, a avaliação do jogo e do rendimento das equipas em função da componente física/antropométrica dos seus jogadores constituintes é para mim demasiado redutora e tão distante da forma como eu vejo o jogo e analiso as equipas que não consigo opinar sobre a sua opinião/previsão.
Do meu ponto de vista, a excelência do trabalho desenvolvido não passa pela potenciação da qualidade técnica das jogadoras porque, mais uma vez, essa é uma análise demasiado redutora e distante de um entendimento global, que considero fazer mais sentido.
Entendo que por serem equipas com uma identidade de jogo extremamente ambiciosa (como todas as equipas do nosso Sporting devem de ter) congruente e fluída, o desenvolvimento das atletas vai ser gradual e visando dotá-las de argumentos que lhes permitam responder às exigências/dinâmicas/ comportamentos dessa modelação táctica. Isto de forma sistémica, ou seja, englobando de forma conjunta todos os aspectos/variáveis do rendimento desportivo (físico, técnico, estratégico, psicológico).
Concordo, no entanto, que tendo em conta as diferenças fisiológicas / anatómicas entre homens e mulheres (rapazes e raparigas) também o jogo sofre alterações na sua matriz e que dessa forma o modelo e o processo devem adaptar-se a essas variáveis, como acredito e sei que acontece.
O nível das equipas que competem contra esta equipa é de facto bastante variável mas se atender à diferença de idades que se verifica em muitos dos jogos e também, tendo em conta a sua opinião, à diferença física que existe entre as nossas atletas e algumas das suas oponentes, cai por terra a argumentação da analise do rendimento actual ou a previsão do futuro com base nesse aspecto. Não julgo ou avalio ideias ou modelos consoante o nível dos oponentes e acho, muito honestamente, um enorme disparate fazê-lo.
Modelos, métodos, comportamentos e dinâmicas, sejam elas quais forem (e existem inúmeras no mundo do futebol) possuem sempre virtudes e defeitos, pelo que baseio a minha opinião apenas e só no quanto as mesmas aproximam ou afastam a equipa do sucesso, repito que a análise é subjectiva visto derivar da minha opinião pessoal e eu não me considero arauto da verdade, nem hoje nem nunca. No entanto acho que o modelo preconizado pelas equipas em causa aumenta significativamente as possibilidades de sucesso e mesmo não conhecendo o processo e metodologia inerente a esta modelação, é para mim fácil denotar que o mesmo tem de ser bastante competente visto que a fluidez apresentava é extremamente satisfatória (mesmo nos jogos difíceis porque fluidez e sucesso são coisas diferentes, posso ter uma equipa com imensa fluidez nos comportamentos exibidos pelos jogadores e com um elevado nível de estabilidade de jogo para jogo, não querendo isso dizer que o rendimento/eficácia será igual em todos os jogos ou que se traduzam todos por vitórias)
Não conheço a fundo a estrutura do projecto, mas atendendo ao facto de estarmos a falar de um contexto formativo parece-me que a questão do recrutamento (visando suprimir carências detectadas na equipa) deve ser matéria para outro post e não faz grande sentido falar desse aspecto sem conhecer os recursos existentes e as possibilidades que dele derivam.
SL
22 Janeiro, 2019 at 12:49
Parabéns Mikeleo! Comentário bastante assertivo! E feito por quem vai ver os jogos das meninas! Eu infelizmente vejo poucos, muito menos do que gostaria, devido ao mar que nos separa (são 900 milhas náuticas, 2 viagens de avião), mas partilho exactamente a sua opinião.
Se puder, peça ao Cherba o meu mail e, caso o possa fazer, sempre que vá ver um jogo mande-me um mail com o “ficha e relatório do jogo” para ajudar nos posts.
Mais uma vez parabéns pelo seu discernimento e um obrigado antecipado. Saudações leoninas
22 Janeiro, 2019 at 16:26
Caro Álvaro, Infelizmente desde há algumas semanas a esta parte que voltei a emigrar (infelizmente a minha actividade profissional, ligada ao futebol, neste pais requer muitos euros de investimento e quase tantos anos de formação como a medicina ou as engenharias mas não se traduz numa verdadeira profissão nem paga contas a ninguém, pelo que passa mais por estar “lá fora” do que “cá dentro”), tive alguns meses em Portugal onde de facto pude conhecer e acompanhar (não tanto como gostaria certamente) estas senhoras que defendem com enorme brio o nosso Sporting, fiquei encantado.
Tenho pena de não poder ajudá-lo, mas de certeza que chegará a altura em que essa situação mude, quando assim for entrarei em contacto com o Cherba.
Sl e obrigado pelo post e pelo trabalho que dedica a esta secção do futebol feminino do nosso Clube. Grande abraço e bem haja!
22 Janeiro, 2019 at 16:27
mudará*
22 Janeiro, 2019 at 8:03
Após o que alguns dos nossos adeptos clamaram do jogo com o SL Benfica, que perdemos, senti que as nossas meninas precisavam de um reconhecimento.
Elas treinam ao lodo dos nossos Leões do rugby, e chamei uma delas, e fiz-lhes notar que há quem as siga, e que com elas se preocupe, mostrei-lhes alguns textos desta rubrica aqui da Tasca.
Ficaram sem palavras, e foram ver de mais textos.
Porque todos podemos fazer a diferença, e a Tasca faz… a espaços, mas faz.
O obrigado delas.
22 Janeiro, 2019 at 9:36
Escondidinho, bonito gesto
22 Janeiro, 2019 at 14:40
E o meu muito obrigado ao Escondidinho por esse importante gesto de incentivo às nossas leoas. Quando estiver de novo com elas diga-lhes que este autor dos posts, as segue da Ilha de Santa maria nos Açores, a quase 2000Km de distância. Com muito orgulho e uma profunda admiração por todas elas. Desde a Lara das Infantis à Ana Borges das Seniores.
Só por ter servido de exemplo e incentivo às nossas leoas, já dou por muito bem empregue todo o tempo dedicado à rubrica. Um enorme abraço (do tamanho da distância que nos separa) e saudações leoninas
22 Janeiro, 2019 at 15:34
Vai ser entregue, claro… na próxima segunda feira…
Abraço.