Antes de mais um agradecimento enorme ao Cherba e ao Sporting160! Não por eu ter estado no programa (interessa pouco o quem), mas por abordarem o tema do voleibol. É sempre um risco falar de um assunto fora do âmbito do futebol e eles quiseram corrê-lo em nome daquilo que acreditam ser uma identidade Sportinguista!
O que nos caracteriza, como sportinguistas, são as constantes guerras internas. No meio de tantas que vão existindo, algumas mais interessantes que outras, há uma que acho particularmente pertinente. O nosso treinador, Hugo Silva, depois de fazer história, entristeceu-se na conferência de imprensa após o jogo pela afluência de público. Estava tão incomodado que teve necessidade de mencionar este facto duas vezes. Se há algo que um dos nossos responsáveis mais importantes, a par do professor Rui Costa, está preocupado então eu sinto o dever de fazer eco disso mesmo.
As palavras do título do post não são dele, na verdade não são de ninguém, mas podiam bem ser. Dava uma metáfora perfeita porque os jogadores (eles e elas) jogam e ganham. Eles põem a música a tocar e ninguém quer dançar.
É um estudo antropológico este sentimento de culpabilização generalizado que existe. É transversal à vida pessoal (“tu é que começaste a gritar comigo”), às empresas (“a culpa é do Ricardo porque não leu o email direito), ao futebol (“a culpa é do Dost porque não joga nada”) ou ao Sporting (“a culpa é do presidente”). Quando isto se torna o centro da discussão, o passo seguinte são os insultos, ódios e preconceito. Claro que há causas que geram consequências, contudo, esta discussão devia gerar 5% das conversas, levando a 95% de argumentação construtiva.
Vamos a estes 5% para depois entrar nos 95%. Pela proximidade, falo apenas no voleibol, podendo ser extrapolado, se assim se quiser. Deste modo, inicio uma pequena reflexão impulsionada pelo comentário do treinador Hugo Silva sobre o público nos jogos de voleibol.
Dos 3 intervenientes (jogadores, estrutura Sporting e adeptos), todos têm uma responsabilidade proporcional? Não.
Jogadores: Nada a apontar! Sejam no voleibol feminino, seja no voleibol masculino as vitórias justificam o interesse. Numa análise muito simplista, todos são pagos para ganhar e têm correspondido com aquilo que é exigido. Ainda se adiciona o facto de muitos usarem as suas páginas pessoais no Instagram para publicitar treinos, jogos e alegrias. Obrigado Angel Denis, Beatriz Rodrigues, João Simões, José Pedro Monteiro, Dalliane Dias, treinador João Taveira… Se de alguma forma se sentem impulsionadores, então fazem bem o seu papel de divulgação e motivação para o voleibol do Sporting.
Estrutura: As marcas de clubes desportivos, onde o Sporting se inclui, têm uma vantagem enorme em relação a qualquer outra – a fidelização. Eu compro umas sapatilhas da Nike, mas amanhã compro umas da New Balance ou da Puma. Sem stress! No Sporting não é assim. Quem “compra Sporting”, amanhã não está com o benfica ou o Porto. Pode sim estar mais ou menos comprador, contudo é fiel. Isto introduz o resumo do papel da gestão (de marketing) a uma redutora criação de dois grandes objetivos: Motivação ou Agregação e Organização ou Fiabilidade ou Credibilização.
Estaria 2 horas a falar nestes dois temas. Se no primeiro, vamos pincelando a vida dos sportinguistas com algumas ações, no que respeita à organização estamos (sempre estivemos) a anos luz dos mínimos olímpicos. Em tempos fiz um post sobre este tema. O que mudou? Pouco ou nada. O site do Sporting trata mal o voleibol, sempre tive muitas reservas quanto ao Facebook-modalidades que se estão a concretizar e o Twitter do voleibol está num limbo e, a espaços, é a única lufada de ar fresco voleibolístico. Em conclusão, a estrutura tem obrigatoriamente de fazer muito mais e muito melhor. A criatividade é importante, mas de que serve eu comprar 2 ou 3 vezes por ano uma viagem à minha mulher, se nos outros dias lhe berro e a trato com distanciamento?
Adeptos: Um tema mais sensível porque tem a ver com cada um de nós que está a ler o post. Sim, nós temos culpa e vou recuperar uma discussão desta semana. A geografia conta? Sim, conta! Claro que conta. Não é por acaso que “jogamos sempre em casa” por todo este país. Vamos ser práticos, para quem estivemos a publicitar o último jogo contra o Ankara numa quarta-feira às 20h? Será para a Leonor de Monção ou para o João que mora em Torres Vedras? A geografia é importante, não para nos distanciar como sportinguistas, mas sim para perceber quem deve escutar melhor estes reptos. Perceber isto é ter discussões saudáveis e longe de cenas ridículas como a última acontecida no Expresso da Meia Noite por Maria João Avillez.
Evidentemente que não estou a falar para “ti” que tens a Gamebox modalidades e a Gamebox do futebol. Estou a falar para nós, todos, como parte do melhor adepto do mundo. Ontem, um domingo de manhã, no jogo da equipa feminina, diria que estavam umas 30 pessoas. Dá que pensar? Sim dá.
Este é um tema grande e importante e é visível que todos temos algo para melhorar como tentei introduzir anteriormente. Como é que podemos falar em estratégia se os fundamentos são tão frágeis? Depois sim, após perceber bem o papel de cada interveniente tem neste momento, organizar a informação, compreender até onde se consegue ir e quais os objetivos a atingir, estaremos preparados para pensar em “campanhas” para o PJR como: tornar os jogos num espetáculo, a ligação entre o futebol e o voleibol ou a ligação entre adeptos e jogadores.
Este é, para mim, uma das mais impactantes discussões neste momento porque vêm aí as fases decisivas da época. As finais já enchem o pavilhão “porque sim”, mas nos jogos para as atingir os jogadores precisam de apoio. As meninas querem (muito) subir de divisão e sonham com um pavilhão bonito de público! Os rapazes querem o triplete e sem apoio é mais complicado.
Há tempo para preparar um caminho nesta relação entre jogos de voleibol vs adeptos vs Estrutura Sporting. Há sinais! Há sinais! Quem é que não reparou na malta que estava em Santa Maria da Feira colada no telemóvel e a vibrar com o voleibol?
Aviso com megafone!
DIA 29 DE JANEIRO, TERÇA-FEIRA, ÀS 20H
SPORTING CLUBE DE PORTUGAL VS AJ FONTE BASTARDO
Fim-de-semana desportivo de vitórias:
Masculino
Vs Clube K 3-0 (25-12; 25-13; 25-6)
Vs VC Viana 3-0 (25-23; 25-12 e 25-17)
Feminino
Vs FC Infesta 3-0 (25-12; 25-12; 25-15)
Bê-a-bá voleibol: Minuto de silêncio
O minuto de silêncio é transversal no desporto e serve para lembrar alguém que merece ser respeitado. Hoje farei também memória do Tiago Silva, de 16 anos, jogador do Ginásio Clube de Santo Tirso. “Tiago Silva, jogador de voleibol do Ginásio Clube de Santo Tirso, de 16 anos, faleceu este domingo, anunciou o clube nas redes sociais.
Segundo a imprensa local, Tiago terá realizado o seu último treino no dia 11. Nessa noite, de sexta-feira para sábado, sofreu um AVC em casa, e esteve em coma induzido até ao dia de hoje. “É com grande consternação que informamos o falecimento do nosso Tiago. O sorriso contagiante do Tiago e o seu modo humilde de estar acompanhar-nos-ão para sempre!”, escreveu o Ginásio Clube de Santo Tirso no Facebook.”
*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)
22 Janeiro, 2019 at 12:17
Deve ser para os intervenientes no jogo, “uma sensação estranha” ter as bancadas quase vazias…
Não deve ser pela razão que vou apontar, mas a verdade é isso também não ajudará…
No passado sábado, alguns dos intervenientes no “Almoço da Tasca”, resolveram e bem ir até ao Pavilhão João Rocha…
“Para ajudar” à vitória…
Começámos por nos dirigirmos à Secretaria por cima da Loja Verde, no Pavilhão, para adquirirmos os bilhetes…
Não vendiam naquele local e indicaram que fossemos às bilheteiras (junto ao Lidl) o que fizemos…
Chegados lá…não vendiam e disseram-nos que devíamos ir ao quiosque à direita…no caminho para o Pavilhão…
Lá fomos…e finalmente, conseguimos os bilhetes…
Não tivemos que fazer nada de impossível (mas prático não foi…)
Ora se os bilhetes até podem ser comprados pela Internet…
Porque razão não nos atenderam logo no 1º local a que nos dirigimos…?
Se os computadores do Estádio estão com toda a certeza ligados em linha…seria assim tão difícil que nos tivessem atendido…em vez de termos de andar “de Herodes para Pilatos”…(e ainda por cima com o tempo chuvoso…?)…
São também “estas pequenas coisas, em minha opinião”…que nada ajudam a mobilizar os adeptos…
O Eterno Descanso para o Tiago Silva…
SL
22 Janeiro, 2019 at 12:54
Isso é verdade Max, aconteceu- me o mesmo e não é a primeira vez que compro bilhetes. Andei a dar voltas só para comprar bilhete para o hóquei e não compreendi a exclusividade da bilheteira.
22 Janeiro, 2019 at 12:35
A verdade é que todos falam nas modalidades mas o importante… importante é o futebol o resto é…. para encher.
22 Janeiro, 2019 at 12:37
Ou para ir esvaziando…!??
22 Janeiro, 2019 at 12:48
Modalidades é só para quem tem cultura desportiva e não quem vive de camarotes, corredores com tapetes avermelhados e croquetes.
22 Janeiro, 2019 at 12:53
Bem…
Talvez seja necessário “estar lá…para sentir as modalidades…”
O ambiente que esteve por exemplo no Pavilhão durante o jogo de hóquei…”diz tudo da maneira como se podem viver e sentir as modalidades…”
Pena tenho eu de não estar mais perto…
Onde “está o Sporting…está um coração de Leão” a bater…a sofrer…a sorrir…a gritar…a apoiar…a ficar feliz…!
SL
22 Janeiro, 2019 at 12:42
Smash na rede!
22 Janeiro, 2019 at 13:06
O Sporting foi e está dividido.
Enquanto não conseguirem unir novamente grande parte dos apoiantes e falo daqueles q realmente vivem para o Sporting……. Não os que vivem do Sporting……. O estádio e o pavilhão vão continuar a estar como há mto não estávamos habituados.
22 Janeiro, 2019 at 13:08
Uma das razões que encontro, é ser uma modalidade recente. Falta ganhar uma maior afinidade com os jogadores. Ruesga, Frankis, Asanin, Gil, Girão,J.Pinto, etc, são jogadores que fomos aprendendo a conhecer e a reconhecer o seu valor. No voleibol, não sei se pelas mudanças, a ligação a esta equipa está mais demorada. Maia é a grande referência, mas temos de ter mais alguns que sintam o clube. Claro que tudo se liga mais facilmente com mais apoio em todos os jogos. Da minha parte já decidi, é a próxima modalidade que vou ver.
22 Janeiro, 2019 at 13:46
Os sócios responsáveis pelo Sporting atual não querem saber das modalidades para nada, não frequentam o pavilhão, são analfabetos como o Vagandas.
Portanto, e como tal como eu, a maioria dos sócios (com ou sem quotas pagas) não têm paciência para aturar a palhaçada que o Sporting é atualmente, provavelmente tudo continuará na mesma.
Além disso, recuso-me a ver um canal de televisão que apenas serve para pouco mais do que promover os palhaços apoiantes do atual presidente (assim como os desertores que se faziam proximos da anterior direção e no fim, como ratazanas de esgoto que são, espetaram a faca nas costas), que em nada defendem o Sporting, com a liderança do lampião porco LPM.
22 Janeiro, 2019 at 14:21
Sou sportinguista “do Sporting “ e não de qualquer Presidente…
Por isso…sempre quis e quero saber… de tudo o que diga respeito ao Sporting…
E só não estou lá mais vezes…
Por impossibilidade…
Sporting Sempre e SÓ… !!!
SL
22 Janeiro, 2019 at 14:39
“Sou sportinguista “do Sporting “ e não de qualquer Presidente…”
Isso deve ser comum a todos os sportinguistas.
O problema Max, na minha opinião, é que ser do Sporting não se manifesta apenas no apoio aos atletas e às equipas, a gestão do património, garantia de solvabilidade do clube foi esquecida durante décadas e permitiu desbaratar mais de 120 milhões de contos e mais de 300 mil metros de terrenos, nºs de meados da década de 80.
Felizmente agora há muita mais gente com atenção a este pormaior, mas mesmo assim, permitiu-se correr com o único presidente, em mais de 40 anos, que acrescentou património e se preocupou com o futuro do clube. E não há malucos destes ao virar de cada esquina.
22 Janeiro, 2019 at 16:35
Malcolm…
Sempre apoiei BC no que de bom e bem fez pelo Clube…mas a verdade é que a determinada altura “ele passou-se” completamente e acabou por “destruir” o muito de bom que tinha feito…
Não podemos continuar indefinidamente “agarrados ao passado” seja el longínquo ou próximo…
Devemos sim tentar prender com os erros desse mesmo passado…
Neste momento o Presidente do Sporting é outro…tem o meu respeito…como tiveram outros (enquanto a “coisa não descambou”… )
O Sporting necessita de adeptos e sócios unidos…
Unidos e atentos…para “que não haja reversão…”
Para alguns pode ser difícil…mas o Sporting necessita de todos…
SL
22 Janeiro, 2019 at 16:45
S Melo,
eu considero-me responsável pelo Sporting. Sempre.
Por isso, como gajo que foi um dos 90% de burros que votaram ao contrário em Fevereiro, que não votou pela destituição, que não votou no Varandas, que comprou uma Gamebox para si e para a sua filha e que vai ao Pavilhão sempre que pode, gostaria de dizer-te que, no que depender de mim, esteja mais ou menos feliz com quem lidera, apoio não faltará ao meu clube.
22 Janeiro, 2019 at 16:48
É isto.
Só não comprei as boxes para os putos. Horários vergonhosos.
De resto…
22 Janeiro, 2019 at 13:59
Podem gritar que o sporting está vivo quantas vezes quiserem.
Podem insultar quem vos diz o contrário.
Poder, podem…
22 Janeiro, 2019 at 14:38
e vice-versa…
22 Janeiro, 2019 at 15:46
Exacto. Diga-se o que se disser, a realidade está à vista para quem a quiser ver.
22 Janeiro, 2019 at 15:40
Revejo-me e concordo com o que escreves, Adrien.
No voleibol feminino só não vou quando não posso mas só tenho esta postura para o futebol – masculino, e feminino em Alvalade.
Fiquei a pensar porquê e a principal razão que vejo são 2, basicamente: 1, são as 3 que mais gosto; 2, tenho companhia sempre em 2 delas – a minha filha no volei, os meus filhos e irmão no futebol masculino. Só no futebol feminino costumo ir sozinho, mas vou – e lamento que hajam tão poucos jogos em Alvalade!
Já fui ver jogos de volei masculino – acompanhado pela minha filha – mas nunca fui ao JR ver jogos de outras modalidades, ainda que tenha intenção de o fazer. Por isto ou por aquilo nunca fui – umas vezes sem razão aparente – mas também é verdade que poucas vezes realmente posso porque muitas vezes tenho trabalho, outras afazeres familiares – a maior parte das vezes levar a minha filha aos jogos dela – e às vezes é mesmo precisar de ficar a descansar – o que, provavelmente, até seria ultrapassado se alguém me puxasse para ir!
Mas, tenho de te dar razão, Adrien. Todos nós temos de fazer mais um pouco pelonosso clube, especialmente quem mora perto.
Vou tentar que este texto seja um alerta para mim e dar mais um pouco do meu tempo às modalidades!
Já não tenho pachorra para a conversa das viúvas, que somos todos uns bananas, que o outro é que era bom, que o “Vagandas” é uma merd@, etc… Aceito todas as opiniões, por mais descabidas que as ache, por mais estranhas ou estúpidas que possam parecer. Mas o Sporting deve estar acima disso. Não deixei de apoiar o Sporting porque o cretino aprendiz de mafioso Lopes era o Presidente. Não deixei de apoiar o Sporting quando o Guru mais inteligente e competente do mundo fritou os fusíveis e, irresponsavelmente, ia dando cabo de 5 anos de um trabalho quase sempre meritório.
Não deixarei de apoiar o Sporting se chegar à conclusão que o Varandas não é a solução que eu esperava.
Nunca vou entender o que certos sportinguistas – porque tenho a certeza que são tão sportinguistas quanto eu – fazem e dizem por aqui, e não só! Nunca vou entender que se minta descaradamente só para fundamentar uma ideia, nem que se digam as meias verdades que interessam para nos defendermos.
O Sporting devia estar acima de termos razão ou de não termos razão, porque ser do Sporting é um modo de estar na vida! Infelizmente, não para todos…
22 Janeiro, 2019 at 16:15
Muito bom.
23 Janeiro, 2019 at 0:38
Falta de cultura desportiva em Portugal, basicamente tudo se resume a isso e não é um problema exclusivo do Sporting.
Aposto que eu, vivendo fora, vou a mais jogos no pavilhão que muita gente que vive em Portugal.
Espero que com o tempo a coisa vai mudando, somos o clube ideal para isso e no que toca à minha pessoa, cada vez menos interesse pelo futebol (aí da terra) e mais pelas modalidades. Digo mais, se amanhã pudesse escolher entre ver o jogo da taça da carica ou um duma modalidade nem pensava 2 vezes