Braga foi palco daquilo que, nas últimas décadas, passou a surgir no dicionário como “uma vitória à Sporting”. Sofrida, capaz de enfurecer-nos, capaz de deixar-nos à beira do desespero, capaz de fazer-nos insultar tudo e todos, capaz de fazer-nos perder anos de vida enquanto nos sentimos de volta à dita. Sábado há mais e se quiserem repetir, estão à vontade!
Para nascer uma canção ê
Para entender e saber como é
É preciso abrir a oração
Do juízo haver libertação
Ainda estás a ajeitar-te e já estás a sofrer um golo. Nada de novo, infelizmente, que se há coisa que esta época 18-19 nos tem oferecido são jogos em que o Sporting entra a dormir e precisa de levar uma lambada para perceber que o árbitro já apitou para o começo da partida. Dois minutos, Dyego Sousa sozinho na área e um a zero para os capachos do Bom Jesus.
Um gajo respira fundo, fecha os olhos, tenta diminuir a tensão no pescoço com um daqueles movimentos cheios de estilo que envolvem os ombros e levanta a cabeça (toma!). O fod… perdão, o lixado é que, quando voltas a olhar para o campo, há uma bola em balão metida para dentro da área e o irmão do João Mário está sozinho na cara do Renan e só não levamos o 2-0 aos cinco minutos porque a bola é redonda e às vezes atrapalha.
O Ribeiro manda vir com toda a gente, a gente olha para a outra gente e assim se passam dez penosos minutos em que o Sporting não está em campo. Até que o Raphinha percebe que tem que tentar qualquer coisa sozinho, sai disparado da direita para dentro, prega uma cueca, passa no meio de dois e remata para defesa apertada do Matrafona. Depois, aos poucos, o Bruno Fernandes vai tendo mais bola, o Wendel multiplica-se para queimar as suas linhas e as do professor de mandarim e o Luiz Phellype, depois de ensaiar um remate de longe, vai arrastando os centrais para que o Nani ou o Raphinha tentem aparecer.
Mas o 17 aparece é no meio do campo e vê o 21 a fazer uma diagonal incrível; mete-lhe a bola e já só falta passar o guarda-redes, mas há qualquer coisa que bloqueia o cérebro de Raphinha quando tem que decidir a melhor forma de meter a bola na baliza. Valha-nos o Patrão Sebastião que, farto daquela merda toda, viu o Acuña bater o canto e saltou o mais alto que conseguiu para cabecear a bola com toda a força.
Golaço ou cabeçaço, como preferirem, o que importa é que estava lá dentro e o domínio do jogo estava do nosso lado e só não resultou em novo golo porque Acuña, mesmo em cima do intervalo, transformou a assistência açucarada de Nani numa sobremesa de hospital que, como está bom de ver, acabou nas rochas.
Acabávamos por cima, esperanças renovadas, crença de que na segunda parte era ir para cima deles e carimbar a ida à final. O problema é que voltámos a entrar a dormir (com André Pinto no lugar do lesionado Mathieu) e aos 50 segundos de jogo já estamos a sofrer novo golo. Agora já não há cá respirar fundo, nem fechar os olhos, nem tentar diminuir a tensão no pescoço com um daqueles movimentos cheios de estilo que envolvem os ombros. Esta complacência é intolerável e são todos considerados filhos da Mãe Kikas, num acesso de raiva e desespero que nem te permite perceber que o golo está a ser anulado por falta, clara, de Dyego sobre Acuña, no início da jogada.
Nem com este alarme a zumbir aos ouvidos a equipa acordou. E quando se espreguiça a sério, lá para os 87 minutos, o Coates é agarrado na área e o árbitro diz ao VAR “obrigadinho, mas vou mandar seguir”. Por esta altura, já o Jefferson estava em campo no lugar de um exausto Acuña, mas tudo não passava da preparação de um golpe perfeito por parte de Keizer, que só não deu frutos porque o cruzamento do lateral esquerdo não apanhou a emenda de Bas Dost por milímetros. Antes disso, a trave da nossa baliza tremeu com a cabeçada daquele central de ar esquisito, que esteve quase, quase a mandar-nos para casa.
Penaltis, coisa que não é de deitar fora quando o adversário é o Braga. “Vai, Dost!”… muito denunciado, para o meio e sem força, permitindo a defesa. Começa mal, mas o Renan emenda logo a seguir ao defender o remate do lampião Horta, com o extra de imitar o redes adversário no festejo. Avança o Coates e o disparo sai com força, mas tão colocado que acaba no poste! (foda…) Vem de lá o Paulinho, não o nosso, mas o deles, e atira à barra! Lotaria louca, com Bruno Fernandes a marcar à terceira e com Murilo a permitir bela defesa a Renan! Faltam dois penaltis para cada lado e se Nani marcar é meio caminho andado para ficar resolvido. Mas Nani falha e depois o Goiano marca e o Raphinha marca e o Dyego Sousa marca por um triz. 2-2 no final da série de cinco. Avança Ristovsky para a roleta russa e festejamos. Os gajos empatam. Vem de lá o Jefferson e mete à rasquinha, mas o suficiente para combinar as estrelas do universo e deixar o Ryller todo borrado no momento em que parte para a bola e sabe que ela vai acabar em mais uma defesa do incrível Renan, que nos dá o passaporte para a final de sábado!
Para fazer uma canção ê
É preciso o coração
Falar mais alto e reparar
Pequeno nada e alongar
Pôr fogo na casa
Ter peito e espaço pra morrer
E renascer…
Ter peito e espaço pra morrer
Morrer de abraços
24 Janeiro, 2019 at 13:05
Acho que o contentamento de muitos, eventualmente até da maioria, será mais pela reacção que o final do jogo provocou no servente e no trolha.
24 Janeiro, 2019 at 13:06
Era para ser resposta ao comentário do Paulo.
24 Janeiro, 2019 at 13:07
Não jogamos nada, mas soubemos sofrer e ainda bem que há VAR, senão aquele golo aos 50 segundos dá 2a parte matava-nos.
Esta equipa não saber defender, entrar a dormir e sofrer o primeiro golo a abrir já é crónico. Não vejo trabalho, nem capacidade de Keiser para mudar isso. Ainda por cima, uma equipa de rastos, com plantel curto, ter de andar sempre atrás do prejuízo ainda pior. Gostava de estar enganado.
Renan – Herói, sem sombra de dúvida. É como disseram aqui ontem, um Ricardo: Mediano entre postes, bom nos penaltis e o resto roça o medíocre. Golos e golos sofridos na pequena área são só a ponta do iceberg.
Mathieu – jogou condicionado, mas é o único que dá alguma saída de bola. Culpas repartidas com Renan no golo. Esperemos que recupere para sábado.
Coates – Patrão. Dá casas como todos os centrais do mundo, mas é um esteio. Não o obriguem é a jogar com a defesa tão subida como temos jogado nos outros jogos. Golaço e cortes importantes!
Risto – o pior da defesa neste jogo. Muito nervoso e trapalhão na primeira parte. Tremideira defensiva compensada com disponibilidade mas pouco acerto no apoio ao ataque. Entre ele e Gaspar é ela por ela.
Acuna – Mais um grande jogo! Um dos grandes jogadores do Sporting em futebol, fibra, mentalidade, disponibilidade e intensidade.
Gudelho – *%*@&#=@&#$× Sempre o pior em campo! Sempre! No primeiro golo vê Risto com 2 jogadores e não compensa. Joga a passo e em 100 passes faz 99 para o lado ou para trás, nem que esteja sozinho. Uma das principais razões de sermos um passador defensivamente e de não conseguirmos jogar no meio campo. Horrível!
Bruno Fernandes – ele e Keizer tem um problema para resolver: todas as equipas já perceberam que marcado em cima e sem espaço, o Sporting perde imenso. Ele nao se consegue desembaraçar dessa marcação e Keizer não arranja alternativas para o libertar. A disponibilidade do costume leva-o a fazer piscinas e a vir atrás buscar jogo, mas depois falta presença e pernas onde é realmente necessário: uns bons metros mais à frente. Além de que cada vez parece mais desgastado.
Wendel – joga muito este menino. Pena não ter ainda condições para fazer 90 minutos ao mais alto nível. Ontem foi dos poucos (ou o único) a segurar a bola no meio campo, a abdicar do chutão ou passe para trás. Transportou, segurou, pautou, mudou o jogo de flanco quando foi necessário, arrancou várias faltas contra 2 e 3 adversários. Sempre de olhos postos em progredir na direção da baliza. Aquela arrancada pela esquerda mostrou outra faceta, velocidade e poder de choque com bola controlada. O que lhe falta, (a ele e a BF) é ter alguém de confiança nas costas, um trinco a sério que equilibre a equipa e o liberte para outras tarefas.
Nani – Algumas decisões disparatadas, mas também muita qualidade a segurar e inteligência. Quando a decisão não foi disparatada executou algumas vezes mal. Não sabe jogar mal, mas já esteve muito melhor está época. Parece cansado.
Raphinha – o primeiro a dar sinais de vida na equipa. Grande lance individual. Mexido, técnico, com remate fácil mas deslumbrou-se com o chapéu a Matrafona. Na 2a parte foi algo precipitado e desapareceu, mas se a alternativa é Diaby e não Jovane, é titular de caras.
Luis Phellype – como Dost em outros jogos teve de andar perdido sem bola no meio dos centrais, entre ele e o resto da equipa haviam 40 metros de distância. Nenhum avançado sobrevive assim. Lutou até não dar mais. Pode vir a dar mais, mas a equipa tem de ajudar. Jogaria com ele no sábado.
André Pinto – Devia ter sido titular para dar descanso a Mathieu. É que mesmo com Mathieu não construímos de trás, por isso ele daria bem conta do recado, como deu na 2a parte. Fiável se jogarmos recuados.
Dost – Lento, apagado e sem confiança. Não entendo o que se passa. Tem de começar a treinar outra maneira de marcar penaltis. Os redes começam a apanhar a manha de esperar que se mexam e chutar a direito.
Jeff – entrou soltinho, teve 2 cruzas, uma delas quase deu golo. Defensivamente tranquilo, também por já estar a acabar o jogo. E marcou um penalti!
Valeu uma final, véu pelo stand up ridículo do Trolha e do seu servente Abelinho.
Sábado só com muita sorte e esforço. Não sofrer golos a abrir é meio caminho. O Porco com mais um dia de descanso, já 3a vez que vai à final e a lembrarem-se das eliminatórias do ano passado com o SCP vai entrar com tudo e dar tudo. Se não conseguirmos contrariar a velocidade e intensidade com que eles jogaram com as Toupeiras levamos um belo treino.
Opção realista é jogar como jogamos em Alvalade, da qual discordei completamente, por ser campeonato, por ser em Alvalade e por sermos nós os necessitados de ganhar. Mas sábado é uma final e Keizer tem de entender que não temos futebol para eles. Jogar recuados e apostar no contra ataque. Apostaria no mesmo 11 tirando Gudelho e jogando Petro. É um pouco melhor defensivamente, muito melhor por alto e tem mais cabedal para lutar com a força física dos avançados do Porco. Mesmo na saída de bola, acho que consegue dar minimamente mais qualquer coisa que o desgraçado do sérvio.
Ó Abelinho ainda tá a chorare? Chupa Trolha!!
24 Janeiro, 2019 at 13:36
E o Renan, ontem? https://www.youtube.com/watch?v=-1QjDvTJs6Y&feature=share&fbclid=IwAR2RC0b0qPkKEDKTxEW0cW0RhKtZvt6AQqJFsjB2tOsYlZ-tWvOTbDsJb4E
25 Janeiro, 2019 at 0:56
Loles
Isto é o Joe cartoon dos pobres
24 Janeiro, 2019 at 15:00
Ponto principal – Estamos na final!
O jogo… não ganhámos e jogámos pouco.
Quem oiça o Belinho, parece que foram superiores a nós.
Entrada-golo toupeirenseB-oportunidade toupeirenseBWilsonEduardo-oportunidade Raphinha-oportunidade Raphinha-goloSportingCoates-oportunidade Acuña-recomeço-oportunidadeRaulSilva-PenaltynãoassinaladosobreCoates-fim.
Se Wilson Eduardo tem feito o que quase só faz ao Sporting, quase que poderia ter acabado com o jogo. De resto…
Contente, sim porque estamos na final e porque eliminámos uma equipa que por acaso até está à nossa frente no campeonato e nos derrotou no jogo do campeonato.
Insatisfeito com o futebol praticado e com algumas opções, mas ponho-me a pensar e vejo que antes do jogo começar estamos todos com a fé a zeros, depois corre bem e estamos insatisfeitos. Olha, deixa-me disfrutar.
Ah, o Belinho disse que jogava e estudava. Se era para chamar inculto a alguns, deixe-me que lhe diga que há gajos com estudos que conseguem ser mais pacóvios que Homens com a 1ª classe.
E, já agora, já perguntou aos familiares se não tiveram vergonha daquela Comédia de Imprensa? Ele que lhes devolva o dinheiro da gasolina e das portagens. E reveja o jogo, porque se tem valores, como afirma, virá pedir desculpas pela triste figura que fez.
Venha a final.