O treinador português, diz-se por aí à boca cheia, é dos melhores do mundo. A afirmação, já de si bizarra ao relacionar a competência de alguém para ser bem sucedido em determinada área com a contingência de ter nascido em determinado território, é de um chauvinismo impressionante. De tão acostumados que estamos a ouvir falar elogiosamente dos portugueses sempre que algum compatriota se notabiliza no estrangeiro a descascar uma noz, nem prestamos a devida atenção a este tipo de coisas.
A verdade, porém, é que se tornou normal falar do treinador português como se fosse muito especial. E o que o torna especial, de acordo com os chauvinistas dos nossos tempos, é a sua competência estratégica. Por quaisquer razões insondáveis, só ao treinador português foi concedido o dom de saber preparar estrategicamente uma partida de futebol. Um treinador que tenha tido o azar astral de ter nascido em Badajoz pode pois queixar-se de má sorte; nunca na vida conseguirá perceber que pode ferir um adversário que se desequilibra quando ataca defendendo em bloco baixo e atacando em transição. O treinador estrangeiro é, para todos aqueles a quem a afirmação inicial comove e arrepia, pouco mais que um idiota. Se, em vez de treinador de futebol, tivesse sido pugilista, não saberia que uma boa altura para atacar é quando o adversário baixa a guarda. E, se tivesse sido calceteiro, não saberia que com uma pedra da calçada numa mão e um martelo na outra está pronto a calcetar. Sejamos frontais: o melhor que o treinador estrangeiro consegue fazer é babar-se.
O parágrafo anterior é injusto tanto para o treinador português como para o treinador estrangeiro. Assim como o último não tem culpa de ter nascido tantã, o primeiro não tem culpa de ser tão amado pelos deuses. Alguma coisa deve haver, contudo, que assim o faça tão apetecido, até porque além dos deuses há toda uma classe de comentadores, analistas e palermas em geral que lhe procura as partes com a língua de fora e os joelhos esfolados. Do Jorge da Cândida ao Hernâni dos números, o deboche é generalizado. Uma substituição banal de um extremo por outro, cujo fito seja apenas refrescar o corredor, não é menos decisiva para esta gente do que a descoberta da penicilina. O treinador português não faz nada ao acaso; todas as suas acções fazem parte de um grande plano que levou meses a elaborar e tornam visível a sua sabedoria estratégica. Mesmo que tenham ideias de jogo completamente diferentes, todos os treinadores portugueses são magníficos estrategas. Na verdade, pouco interessa que tenham ideias bem definidas acerca do que é jogar futebol; o importante é que tenham ideias estratégicas para cada jogo.
Em Inglaterra, as melhores equipas da actualidade têm todas uma ideia de jogo clara. No Manchester City de Guardiola, no Liverpool de Klopp, no Tottenham de Pochettino e no Chelsea de Sarri, o futebol é de autor: em todas estas equipas é possível fazer coincidir o modo de jogar com as ideias, as convicções e a personalidade do seu treinador. Há malucos que defendem que é precisamente por isso que são as melhores equipas da actualidade em Inglaterra. Para aqueles a quem nada desvaira como o aroma suave de uma virilha lusitana e o creme viscoso que nela se aloja, não há nada melhor, no entanto, do que um treinador que adapte semanalmente a sua equipa dando atenção exclusiva ao adversário particular que tiver intenção de derrotar. Só de pensar nisso, o quanto não se lamberão os grandes construtores de equipas campeãs, o Bonacheirão das Dialéticas, o Kaká de Gondomar, o Lunetas… E, quando um treinador assim não consegue ter sucesso contra equipas de valia idêntica, como foi o caso de José Mourinho nos últimos anos em Inglaterra, logo todos eles saem à rua, agitando com subserviência o ramo de palmeira para refrescar as faces ao amo rubicundo, a dizer que os rivais tinham melhores orçamentos, que o dono do clube não lhe deu o que pretendia ou que o plantel era fraco e os jogadores indisciplinados. Da qualidade do futebol apresentado não dizem nada, porque para isso precisavam de ter a boca desocupada.
Abel Ferreira diz que não gosta de falar de arbitragens, mas perdeu um jogo e logo subiu ao altar da sua moralidadezinha para gritar contra tudo e contra todos. Os seus olhos faiscavam, e proporcionou um espectáculo memorável. Savonarola não faria melhor. E, tal como o iracundo pregador florentino, também Abel apela a uma reforma. A acusação é tão original que não me parece que estivéssemos preparados para ela. É a seguinte: o que vai mal, segundo o treinador do Braga, é a arbitragem. A arbitragem não é séria, o futebol não é credível e as pessoas mais tarde ou mais cedo fartar-se-ão de ir aos estádios. O raciocínio não é mau, se acharmos que ir ao futebol é como ir ao casino. Mas as pessoas, quando vão ao futebol, não vão apenas ver se calhou vermelho ou preto. Para isso, apareciam apenas no período de descontos, para festejar a vitória ou para chorar a derrota, ou ficavam os 90 minutos especados a olhar para o placard electrónico do estádio.
A afirmação seguinte é capaz de ser uma surpresa para muita gente, mas durante os 90 minutos as pessoas querem ver futebol. E sobre o futebol que a sua equipa pratica, que pouco ou nada fica a dever à banalíssima generalidade das outras equipas em Portugal, Abel não diz muita coisa. Confessa-se orgulhoso, pelo que considerará que o Braga joga bem. É pena que não jogue. Aquilo que o Braga faz em campo é tão original como as desculpas de que o treinador dos minhotos se serve para justificar o fracasso.
Sérgio Conceição tem uma personalidade vincada e um estilo contundente, consegue passar a mensagem aos seus atletas e comprometê-los com a missão colectiva, e é sistematicamente frontal. Mas também acha que quem quiser ver um espectáculo fará melhor em ir ao teatro. E também acredita que, quando o adversário preenche o espaço central, a sua equipa deve circular por fora. A primeira ideia sugeriu-a há uns meses; a segunda proferiu-a há poucos dias, mais ou menos por estas palavras. É um pensamento estratégico típico, mas é também um sintoma de cobardia táctica e de preguiça mental. Achar que muitos jogadores adversários no centro do terreno obrigam a equipa em posse a circular por fora do bloco defensivo adversário é como achar que o caminho marítimo para a Índia é demasiado perigoso e mais vale ir por terra. O futebol do Porto é pobre, e só em Portugal é que tanta pobreza poderia traduzir-se em títulos.
Rui Vitória gostava muito de falar de honradez, só se exaltava quando lhe punham em causa os valores de pai de família, e não se sentia desconfortável com a fraquíssima qualidade colectiva da equipa que orientava. Falava jogo a jogo, e geralmente quando ganhava era porque tinha estudado bem o adversário e porque os jogadores tinham executado na perfeição a estratégia montada pela equipa técnica para aquele jogo em particular. Foram três anos e meio de agonia prolongada, e só as conquistas fortuitas e as vergonhas históricas ficarão para a posteridade. De José Peseiro talvez baste dizer que achava que Acuña podia ser médio-centro.
São estes, ou foram estes, num passado recente, os treinadores portugueses das principais equipas portuguesas. O que lhes é comum é a obsessão com o próximo jogo e a crença de que o treinador pode interferir em tudo o que se passa dentro das quatro linhas. Todos eles estão convencidos de que os jogadores são marionetas, e de que o treinador é um marionetista de muitas mãos puxando de longe os cordelinhos com habilidade suprema; todos eles estão convencidos de que aquilo que as equipas fazem em campo é pôr em prática as intenções do seu treinador, e de que uma equipa está mais perto do sucesso quanto mais próximos dos comportamentos imaginados pelo treinador no banco forem os comportamentos dos jogadores no terreno de jogo; e todos eles estão convencidos de que um treinador é sobretudo um estratega a quem não compete senão enganar o estratega adversário. De Bruno Lage talvez ainda seja cedo para falar, mas quer o discurso quer o que tem apresentado em campo parecem indiciar mais do mesmo.
Em termos gerais, o treinador português é medíocre. Mas não o é por comparação com o treinador estrangeiro. Guardiola é espanhol, Klopp é alemão, Pochettino é argentino, Sarri é italiano. Não é uma questão de nacionalidade. Há bons treinadores, há treinadores razoáveis e há maus treinadores. E, regra geral, os bons são uma minoria. Em Portugal não é diferente. Estrategas todos são, qualquer que seja a nacionalidade e desde o mais fraco ao mais forte. É aliás fácil sê-lo. Qual é o treinador que, sabendo por exemplo que o lateral esquerdo adversário é lento, não pense que pode explorar essa fragilidade colocando aí o seu extremo mais rápido? Há decerto chimpanzés capazes de chegar a essa conclusão. Mas que impacto é que essa estratégia terá se a equipa não souber fazer lá chegar a bola em condições? E que consequências terá essa estratégia no resto da arrumação da equipa? O que distingue os bons treinadores dos outros não são as ideias estratégicas, que mudam semanalmente, consoante o adversário que tiverem pela frente; são as ideias próprias, que não mudam como um cata-vento nem se arrumam na gaveta quando as dificuldades aumentam, e é também a forma como essas ideias são operacionalizadas e se reflectem em campo semana após semana, nos comportamentos regulares dos jogadores.
O treinador português em geral é muitíssimo admirado, por exemplo, naqueles lugares infectos onde até a mais solicitada das meretrizes pode contrair doenças que não tinha, e onde actualmente o cérebro só predomina sobre o físico na porta de entrada. O que, aliás, não é de admirar: há doenças venéreas que degeneram em meningites. Até meados do século XVIII, os marinheiros que ficavam muito tempo no mar geralmente adoeciam: começavam por sangrar das gengivas, depois caíam-lhes os dentes, apareciam chagas, febre, icterícia e perdiam o controlo dos membros. O escorbuto vitimava muita gente porque a dieta a bordo de um navio era pobre em vitamina C.
A causa da doença foi descoberta quando, em 1747, um cirurgião escocês chamado James Lind decidiu dividir em vários grupos os marinheiros afectados pela doença a bordo do HMS Salisbury, e instruiu um dos grupos para ingerir citrinos. A consequência notável da descoberta de James Lind, que surpreendentemente não era português, é que para evitar o escorbuto basta chupar limões. A receita é ainda hoje seguida por inúmeros portugueses, que se automedicam chupando todos os limões que puderem. Como mais vale prevenir do que remediar, quase todos os que em Portugal se dedicam ao comentário futebolístico procuram tratar preventivamente o “mal de Angola” (era assim que os marinheiros portugueses nos séculos XV e XVI chamavam ao escorbuto) chupando muitos limões.
E é por haver tanta gente a chupar limões, e não por qualquer razão intrínseca, que o treinador português hoje em dia goza de tão boa reputação na opinião pública. Sempre que o leitor ouvir entoar loas a um treinador português, ou ler num jornal, num blogue ou numa rede social qualquer um comentário lisonjeiro, desconfie. É bem possível que o único motivo para tal seja a nacionalidade portuguesa do treinador e que o louvaminheiro de serviço não esteja senão a chupar deliciado um limãozinho. É que isto é gente que receia em demasia o mal da Angola. Já viu o leitor o que era se esta gente começasse um dia a sangrar das gengivas e não tivesse a ampará-la qualquer amiguinho? Mal por mal, mais vale encher a boca de aftas a chupar limões.
Texto escrito por Nuno Amado, um dos fundadores do blogue www.entredez.blogspot.pt, no jornal Record
30 Janeiro, 2019 at 10:26
Concordo com a ideia geral da dissertação, mas é preciso ter mais sensatez em alguns dos exemplos.
O Abel, por muitos defeitos que possa ter, tem feito um trabalho notório no Braga, e tem uma identidade vincada, com um estilo de jogo que não oscila muito independentemente do adversário (ou até dos 11 que coloca em campo, visto que raramente os repete). Por outro lado, querer meter o Bruno Lage nesse saco, depois do excelente trabalho que realizou na equipa B do Benfica, e após ter apenas algumas semanas de trabalho com a equipa principal em que até já se começam a ver algumas coisas diferentes, também não me parece acertado (tal como acontece com o Keizer, é difícil implementar ideias a meio de uma época, com um plantel que nem sequer foi preparado por eles).
De resto, concordo. Mas essa pobreza de pensamento crítico deve-se também ao pouco que se debate futebol em Portugal e da incapacidade de isenção de quase todos os seguidores da modalidade. É sempre preferível falar do que rodeia o jogo, em vez do jogo em sim.
SL
30 Janeiro, 2019 at 10:52
O que é que dizes do modelo de jogo do Braga? Quais achas que são as características diferenciadoras? O que achas que o torna diferenciador e um treinador de modelo?
30 Janeiro, 2019 at 11:11
O Braga ganha jogos porque tem melhores jogadores do que os outros. Uma equipa defensivamente segura e com qualidade individual a atacar.
Não é uma equipa de autor, com um modelo de jogo bem definido e que sabe o que fazer colectivamente em todos os momentos do jogo…
30 Janeiro, 2019 at 13:35
“(…) O Abel, por muitos defeitos que possa ter, tem feito um trabalho notório no Braga, e tem uma identidade vincada, com um estilo de jogo que não oscila muito independentemente do adversário.(..)” (E.L. dixit)
Genial: “identidade vincada”, (excepto quando se dobra ao dono de Carnide e espuma contra o seu ódio de estimação; “um estilo de jogo que não oscila muito independentemente do adversário” ; excepto quando alinha a estratégia para ir à Luz ou para receber os toupeiras, que aí é levar aos 5 e aos 6, é perder com foras de jogo escamoteados na transmissão televisiva e come, cala e ainda esboça sorrisos “amarelos”.
SL
30 Janeiro, 2019 at 10:32
Vou sair do meu retiro so para dizer que este foi uma das melhores opinioes que li sobre a pequenez tuga… É tal e qual o que eu penso (uma pequena amostra do que é ser tuga)
30 Janeiro, 2019 at 10:37
Genial
A mentalidade portuguesa é tão pequenina que dá dó.
30 Janeiro, 2019 at 10:37
Texto fundamental de se ler. Nem conhecia este Nuno Amado… o homem pensa e escreve bem! Chupar Limões, está boa sim senhora!
30 Janeiro, 2019 at 10:38
Está entre os melhores a escrever sobre futebol. Muitas vezes é difícil interpretar o que escreve perceber onde quer chegar, mas quem já lê o EntreDez há alguns anos sabe perfeitamente familiarizado com os seus textos e a sua forma de ver o jogo.
30 Janeiro, 2019 at 10:44
Que texto! É exactamente isto que sinto há imenso tempo! Dizem à boca cheia que o treinador português é do melhor que há mas depois vamos a ver e no passado recente só dois tiveram sucesso lá fora: Mourinho e Leonardo Jardim. E sim, estar a colocar um título em França como sucesso no estrangeiro e não haver outros treinadores para colocar nesta lista, diz bem da real capacidade do treinador português.
O tratamento que deram ao Keizer desde que chegou é lamentável. Nunca vi tanta vontade em contrariar um sistema de jogo imposto por outro treinador. Parecia que o sistema que o Keizer queria implementar era o diabo e tinha de ser travado! Treinadores e comentadeiros deliciam-se a cada percalço do Sporting de Keizer porque esse percalço significa que o treinador português ganhou ao mauzão do estrangeiro! Mas bem que se foderam que à primeira oportunidade, o holandês ganhou um troféu contra 3 portugueses. Duvido que a azia tivesse sido tão grande se ainda tivéssemos o Peseiro como treinador.
30 Janeiro, 2019 at 10:45
eheh boa posta. bem escrita e que devia fazer corar de vergonha muito jornaleiro por essas redacções fora.
Em relação a nós, ao Sporting, por acaso acho que Keizer foi o melhor que Varandas fez. Fora do circuito, sem amarras ao futebol tuga, acabou por ser uma pedrada certeira no marasmo. Foi uma surpresa encontrar um treinador assim e faz-me ter esperança que tenha de facto uma visão própria do que quer.
E como não podia ser ateou todas as acendalhas xenófobas cá do burgo. Só por isso valeu a pena.
JJ, Sergio Conceição, Nuno E. Santo, Vitória, P0 etc, etc, etc … só são bons para consumo interno, são levados ao colo pela CS de acordo com as conveniências.
De todos os treinadores portugueses no estrangeiro só Leonardo Jardim e Mourinho (quando está para aí virado) são de facto bons. Mas tem dias.
30 Janeiro, 2019 at 10:48
Foda-se….
Eu li o titulo e pensei “vem aí um texto sobre o Ilori…”
E depois saí-me um texto absolutamente fantástico como este! Brutal. Está aqui tudo o que eu penso!
Treinadores portugueses vivem de manha e de atalhos. No dia em que eu vir um treinador português ter um modelo de jogo construído, que não procure atalhos mas sim uma forma de jogar e que consiga ganhar tendo isso como origem…nesse dia eu vou dizer “temos treinador!”. Até lá…o que temos são chicos espertos que se estão a cagar para o futebol, para os adeptos, para os espectadores ou para os sponsors e que querem única e exclusivamente entregar um resultado, seja como for. O mais perto que vejo disso é mesmo o Luís Castro. De resto está tudo a milhas. Incluindo Conceições e outros que tais.
Para mim o Keizer tem esse beneficio da duvida. O Keizer tem um modelo que tem de ser trabalhado, que tem de crescer e evoluir porque uma coisa é jogar num campeonato onde o espectáculo está acima do resultado, outra é jogar num campeonato onde o resultado está acima de tudo. E é isso que eu estou na expectativa. E é isso que eu quero. O modelo do Keizer trabalhado para o campeonato português. Não é que o Keizer se tuguize. Para isso sim…mais vale um tuga.
E há tantos por aí no mundo a fazê-lo…especialmente em Espanha e Alemanha. Os clubes fora do top 6 de Inglaterra começam a acordar para o fenómeno. Southampton ou Leeds podem dar o mote e acabar definitivamente com os Maks Hughes da vida…
Com sorte…um dia…Portugal poderá fazer esse caminho…ou não e continuar a achar que é melhor que os outros todos (que são de muito longe e de forma absolutamente evidente melhores).
Mesmo na PL…A crescente preponderância do Mendes deu alguns cargos a tugas. E nos últimos anos só mesmo o NES é que conseguiu algum impacto…impacto que morrerá no dia em que deixar de ter o motor da equipa (Rúben Neves).
30 Janeiro, 2019 at 11:18
Ainda este fim de semana o AJAX encaixou 7 do Feyenoord e foi a primeira ou segunda derrota da época mesmo tendo já jogado contra os tubarões da champions sem ter perdido nenhum jogo. Há dias que as coisas não correm bem e aí é preciso ter coragem de não mudar a mentalidade.
30 Janeiro, 2019 at 11:22
Pensei o mesmo e já vinha pronto para mandar o gajo para o crl outra vez 😛
30 Janeiro, 2019 at 10:52
Grande texto
30 Janeiro, 2019 at 10:54
eheh e nem de propósito chupem vocês tb este limão ….
https://www.sporting.pt/pt/noticias/futebol/equipa-principal/2019-01-29/foi-aqui-que-vivi-os-anos-mais-felizes-da-minha-0
tanta hiprocisia junta …
que ao menos corra bem e o Keizer seja capaz de o utilizar como deve ser.
30 Janeiro, 2019 at 18:24
Disse alguma mentira? Que outros momentos teve na carreira?
Não será elogio de maior, dada a carreira, mas não sendo mentira nenhuma, não vejo por que seja hipócrita!
SL
30 Janeiro, 2019 at 11:01
A meu ver a queda de qualidade que a liga portuguesa tem sofrido ao longo dos anos, e basta ver os resultados nas competições internacionais, tem sido pelo facto de não ter havido treinadores estrangeiros a treinar as principais equipas do nosso campeonato. Novas metodologias de treino, tácticas, mentalidades, preparação a nível físico e psicológico, etc. Temos caído no marasmo do treinador português que luta pelo pontinho. Depois vê-se a grande diferença de atitude das equipas portuguesas quando jogam nas competições internacionais e a grande dificuldade em ganhar mesmo contra equipas de campeonatos inferiores.
30 Janeiro, 2019 at 18:28
Até acho que a Liga deste ano tem mais equipas a jogar um futebol mais positivo: Guimarães, Moreirense, Rio Ave, Nacional, Portimonense, Santa Clara, alguns com resultados não muito positivos, mas a jogar mais aberto do que era hábito. O que também existe é uma gritante diferença e qualidade entre 4 plantéis e os restantes.
SL
30 Janeiro, 2019 at 11:06
Muito interessante. Talvez um pouco exagerado, mas muito bom de ler.
Há realmente características que são associadas aos portugueses, não necessariamente pela nacionalidade mas pelas rotinas que temos por cá. Em França dizia-se que os portugueses emigrantes (principalmente até anos 80) eram muito trabalhadores. O que eles estavam a dizer é que “aquela pessoa que passava fome, não tinha trabalho e não tinha liberdade em Portugal agarrou-se a esta oportunidade e deu tudo de si.” Como eram centenas, criou-se um padrão associado à nacionalidade.
No mundo empresarial ouve-se tantas vezes que o português é “desenrascado”. Isto também tem muitas vezes relação com o pouco(mau planeamento que fazemos. Novamente se cria um padrão e associa-se à nacionalidade.
Eu acho que há bons treinadores portugueses, se calhar numa percentagem maior que em outros países porque estes se preparam. Há uma lógica de estudo, preparação e formação que, se calhar em cada 10 treinadores portugueses, 4 ou 5 sejam acima da média mundial.
30 Janeiro, 2019 at 11:15
O treinador português é um mito.
Vivem à pala do jogador português, esse sim tem qualidade.
30 Janeiro, 2019 at 19:13
Isto…
30 Janeiro, 2019 at 11:16
Alguem já reparou nos olhos do Illori?
30 Janeiro, 2019 at 11:41
Andou a fumar umas cenas antes de chegar a Portugal
30 Janeiro, 2019 at 11:39
Texto muito interessante!
O Nuno do Entredez tem uma escrita muito “assertiva”, que não se preocupa a agradar a ninguém. Gosto bastante do o ler!
30 Janeiro, 2019 at 11:54
Eu tenho um pouco de Peseiro: acho que Acuña poderia dar um bom 8, até porque nunca será mais que um extremo decente e um lateral bom (ou razoável dependendo da inteligência do adversário a explorar espaço nas costas dele). 😐
De resto, grande texto.
30 Janeiro, 2019 at 12:09
Não serão a maioria dos treinadores portugueses a trabalhar no estrangeiro “avençados do patrão mor” …
o “mendilhões” que até consegue vender “trampa…como se fossem diamantes…?”
Não será isso que “tem ajudado a abrir tanta porta…?”
SL
30 Janeiro, 2019 at 12:46
Adorei.
30 Janeiro, 2019 at 13:26
O treinador tuga é mestre. Latino, manhoso… “a mim não me fodem”.
Mestre em desmontar sistemas dos adversários. O problema é quando precisa de ter um sistema próprio… São raros os casos onde se assumem e se afirmam.
30 Janeiro, 2019 at 13:30
Muito bom texto. Obrigado pela partilha, Cherba.
30 Janeiro, 2019 at 13:33
O treinador tuga não é melhor nem pior, pois cada um é competente ou incompetente, de acordo com os resultados alcancados.
Há uns anos havia uma batelada de treinadores estrangeiros, e de repente os grandes comecaram a usar a “prata da casa”. Sim, penso até que o Sporting liderou nisso ao apostar em Inacio, Paulo Bento, F.Santos, Jesualdo, Peseiro…. tirando o Boloni temos investido sempre no produto nacional (sim, o Vercauteren destoa mas foram uns meses).
Desde 99 que tem sido sempre isto.
Relativamente à qualidade, sim, são relativamente melhores que os estrangeiros a treinar em Portugal, mas lá fora valem o mesmo que qualquer um. Talvez seja por conhecerem o campeonato melhor, ou somente por falarem a lingua. Apenas isso.
Temos sim alguns casos com sucesso lá fora, como Leo Jardim, Mourinho, Manuel Jose nas arábias, Carlos Queirós nalgumas seleccões, etc… Mas em termos comparativos é um numero pequeno.
30 Janeiro, 2019 at 13:40
“O futebol do Porto é pobre, e só em Portugal é que tanta pobreza poderia traduzir-se em títulos.”
Este é o único trecho com o qual não concordo. Este ano, o Porto tem só a melhor pontuação das 8o equipas que estiveram nas fases de grupo europeias.
SL
30 Janeiro, 2019 at 14:12
A apanhar equipas de liga europa na Champions…
30 Janeiro, 2019 at 18:33
Toda a gente apanhou as equipas que apanhou! Umas melhores e outras piores! Mas as que o Porto apanhou devem-se a ser Pote 1 (campeões de um dos 7 países mais pontuados e equipa que tem dado mais pontos a esse país).
E a realidade é só uma 1º no ranking deste ano, 9º no ranking dos últimos 5 anos.
Não é por serem rivais que devemos ignorar os seus sucessos. Temos é que fazer tudo por os ultrapassas!
SL
30 Janeiro, 2019 at 14:11
boas malta, bom tópico, ontem descobri este artigo (link abaixo) de 2017 pk estava a a ler um outro da BBC sobre Mourinho e o atual momento,
Vitor Frade é basicamente o pai da escola de treinadores tuga, o responsável pelos mourinhos/jardins e por ai a fora..para mim era um total desconhecido…SL
https://www.nytimes.com/2017/04/26/sports/soccer/cybernetics-cesarean-sections-and-soccers-most-magnificent-mind.html
30 Janeiro, 2019 at 14:41
Bom texto, bem explanado.
Texto extenso que se podia resumir a o treinador tuga é uma bosta mas tem a mania que é a última coca cola .
Mas também não é tanto assim.
Há bons, há maus, há assim assim.
O problema é a bitola estar que são todos muito bons.
O problema também passa por jogarmos num campeonato merdoso medroso e, tal como muitos jogadores, não estão preparados para campeonatos com menos máfia, menos bastidores.
Mas o verdadeiro problema é a mentalidade de merda.
A mentalidade de jogar para o pontinho em vez de para o espectáculo.
Excelentes a amerdar (a la française) o jogo dos outros.
Mas aqui a culpa não é só dos treinadores, é também dos dirigentes dos clubes, da liga e federação e um pouco de todos os agentes desportivos, incluindo adeptos, os quais pagam bilhetes para ver espectáculos de merda.
30 Janeiro, 2019 at 16:44
Bom texto.
Eu vejo o treinador português muito mais como um líder do que propriamente um “expert” em futebol. Por vezes, processos simples e eficazes são melhores do que qualquer estratagema de um mestre da táctica qualquer. Gosto muito de dar o exemplo do Man City: futebol rápido, processos simples e liberdade criativa, mas sempre dentre do mesmo modelo de jogo que é sair em posse, sempre com 2/3 jogadores a oferecerem linha de passe aos colegas e muita coesão de equipa. O Liverpool é muito mais agressivo na recuperação da bola e lança muito o contra ataque, mas com motos gps como Mané, Salah e Firmino também facilita esse modelo de jogo.
Quando uma equipa está a formar a sua identidade como é o caso da nossa equipa neste momento, vão sempre existir jogos menos bons devido a essa adaptação ao adversário, mas se queremos atingir uma certa identidade, não deveríamos sempre ser fiéis à mesma? O Sporting tem, em todos os jogos, de ser ele a querer assumir as rédeas do jogo.
O pragmatismo é muito bonito e foi isso que no início do século deu ao mundo do futebol José Mourinho. Mas esse estilo de jogo está ultrapassado, os jogadores são melhores, têm outras condições de trabalho e os modelos de jogo evoluíram adaptando-se a jogadores mais rápidos e tecnicistas e jogadores muito mais mimados.
Eu nunca vi o Mourinho como um treinador de futebol simplesmente, ele é muito mais do que isso, é um líder. E existem jogadores que gostam do seu estilo de liderança, outros que vão fazer birra. Por isso é que o sergio conceição está a fazer o bom trabalho que está a fazer, assim como o abel. Não tem nada haver com futebol neste caso, mas sim com a maneira como gerem os seus recursos humanos.
Por isso, não interessa se és preto, cigano, chinês, branco, australiano ou uruguaio, tens de ser um bom líder da tua equipa e dar lhe uma identidade a qual terão de ser fiéis.
30 Janeiro, 2019 at 16:47
Esse é o primeiro passo para o sucesso *
O futebol e a qualidade individual sai por natureza quando estás dentro de um grupo coeso e inspirador.
30 Janeiro, 2019 at 19:15
Bom texto!
31 Janeiro, 2019 at 0:40
Excelente texto. Notável criatividade. É uma crítica mordaz ao papel dos treinadores, a maior parte deles.