Nada nos será oferecido, tudo terá de ser conquistado na raça. Este devia ser o título do post, mas o bom senso diz que ficaria demasiado comprido para um título. Parece uma frase que estejamos (nós sportinguistas) habituados a ouvir, não é? Irá também passar-se o mesmo em ambas as equipas seniores de voleibol, contudo com um pressuposto inicial diferente. Vamos ao post da semana, aquele que mais me custou a escrever até hoje, pela preocupação que esta minha paixão pelo Sporting (como um todo) me trás.
O título transmite, genuinamente, o que penso, neste momento, sobre o voleibol do Sporting, tanto feminino como masculino. Se quisermos vencer, vai sair do corpo.
Lembrei-me de uma metáfora que descreve os tempos decisivos que aí se aproximam. Quem já foi a uma praia fluvial onde, por vez da areia, temos pedras pequenas? Quando vamos ao banho, se formos descalços, vamos bem. Dói um pouco nos pés, mas aguenta-se com maior ou menor dificuldade. Verdade? Entretanto, vamos nadar e tudo é maravilhoso porque é fácil, tranquilo e indolor. Até que chega o momento de regressar à toalha e percorrer aquelas pedras todas descalços. Porra!! Aquilo custa! Custa mesmo! As pedras agora parecem pregos nos pés, porém só há uma ação a fazer: continuar, mesmo com dor, até à toalha.
Sempre considerei as nossas equipas as principais candidatas ao título. Sem presunção, apenas realismo. Nesta minha primeira análise os adversários não foram menosprezados, mas sempre acreditei que o nosso ponto de partida fosse melhor. Os homens eram os campeões em título, com reforços sonantes. As meninas, apesar de virem da 3ª divisão, também apresentavam reforços de qualidade inegável.
Começámos a caminhar para nos refrescarmos na água e fomos sentindo aos dores pelo caminho, como é normal. A Supertaça, a derrota com o CG Santo Tirso, a derrota no PJR com o benfica, derrota com o CD Aves fora de portas, são alguns exemplos. Nada que abale a vontade de mandar um bom mergulho no rio.
Nadámos, mergulhámos, jogámos um voleibol dentro de água e chegava o momento de regressar à toalha. Já um pouco cansados e sabendo da vontade em cumprir este objetivo importante, pusemos o primeiro pé nas pedras. Este passito passito, suave suavezito foi dado neste fim de semana com os jogos com o benfica e CD Aves, da equipa masculina e feminina respetivamente.
O primeiro era crítico dado ser o 4º jogo com os rivais este ano, tínhamos zero vitórias e decidia a vantagem em relação aos jogos em casa nas finais. O jogo com o CD Aves era importante porque medíamos força com elas pela 2ª vez e, como perdemos na Vila das Aves, seria uma demonstração inequívoca na nossa superioridade. Em termos práticos do campeonato, nada mudava porque as 4 primeiras classificadas vão a uma mini liga para apurar a campeã e nós já estamos classificadas.
Perdemos os dois jogos. Bem ou mal, difícil ou fácil, justo ou injusto, não interessa neste momento. Objetivamente, não vencemos nenhum dos jogos. Os factos, agora, dizem-me que não somos a equipa mais forte e não partimos na frente para ambos os objetivos de conquistarmos os campeonatos. Em confronto direto, não nos conseguimos impor e será neste contexto que serão decididos os títulos.
Então a pergunta que se impõe é: E agora?
Talvez por perfil, por personalidade, por sportinguismo ou simplesmente por ser inconsciente posso-vos dizer que ADORO. É, sem sombra de dúvidas, a posição que mais gosto. É todo um sentimento de raiva, vontade, entrega, ansiedade e motivação que tenho quando perco. Só me apetece voltar a jogar, para tentar ganhar! Nada é fácil. É mesmo assim. No que toca ao Sporting, nunca NADA NOS FOI OFERECIDO. Tudo o que este clube conquistou até hoje, TUDO, foi ganho na raça. A história dá-me razão e posso enumerar alguns exemplos:
– Na última final europeia de futebol que participámos, como foi a qualificação? Miguel Garcia!
– A última taça de Portugal vencida a penaltis com o Braga? Penaltis depois de empatarmos nos descontos, recuperando de um 2-0 com 10 jogadores!
– O jogo que nos deu a vitória no primeiro título do andebol? Que sofrimento!
– O jogo que nos deu o nosso campeonato de voleibol, no ano anterior? Denis e Maia!!
Curioso, é que quando achamos que estamos com alguma superioridade moral e de confiança, é quando o mundo fica ao contrário sem percebermos porquê. Aquele falhanço do Bryan Ruiz, as finais europeias do futsal, as derrotas no futebol de praia, apenas para dar alguns exemplos.
Posto isto, vamos começar a caminhar para a toalha e os pés doem. As pedras parecem agulhas e só uma enorme vontade de vencer pode contrariar o que os factos nos dizem. Já não somos os favoritos por isso temos de treinar o dobro, jogar o dobro e ter o dobro da confiança. Caros tasqueiros, o ponto de partida mudou, mas a ambição continua firme. Nós, sportinguistas, melhor que ninguém percebemos o que são dificuldades.
Na raça ainda vai saber melhor! O jogo mudou e, por isso, ainda vai saber melhor. O caminho perspetivava-se calmo e tranquilo, contudo somos o grande Sporting Clube de Portugal, aquele a quem nada é presenteado e que TUDO SERÁ CONQUISTADO!
Vai ser difícil? Vai!
E quê? (metam aqui um sotaque do Porto que vai soar melhor!)
Baixar a cabeça só para beijar o símbolo!
Jogos do fim-de-semana:
Vs CD Aves 2-3 (20-25; 25-23; 25-19; 19-25;10-15)
Vs equipa do treinador que berra o jogo todo e está sempre a pressionar o árbitro 0-3 (24-26, 15-25 e 21-25)
*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)
5 Fevereiro, 2019 at 17:00
Péssimo fim de semana. Começando pelas Leoas, que perderam a possibilidade de liderar a tabela e praticamente a promoção directa. Ainda faltam alguns jogos mas a defesa sob a rede esteve péssima. A nº 13 e a americana nova não estavam nos seus dias. O oculinhos azeiteiro foi pessoalmente mandado à merda por mim no fim do jogo.
Não vi os homens e não esperava uma diferença tão grande mas aqui ainda é possível: tratemos de passar à meia-final da Challenge, da TdP e de treinar, jogando, para o play off. Seremos outra vez underdogs, mas no ano passado correu bem…
5 Fevereiro, 2019 at 17:07
As meninas não teriam a promoção directa no imediato.. Haverá uma mini liga com 6 equipas: as 4 primeiras classificadas do campeonato e 2 equipas das ilhas.
Usando o comunicado da Federação:
“Participantes: no total de 6 equipas
As 4 equipas melhor classificadas da 1ª Fase
A equipa representante da RA Madeira
A equipa representante da RA Açores
Forma de disputa:
Todos contra todos a 2 voltas
Consequências:
O vencedor é Campeão Nacional da II Divisão e ascende à I Divisão.
A equipa classificada em 2º lugar disputará um Play-Off para subida à I Divisão com a equipa
classificada em penúltimo lugar, da I Divisão – Série dos últimos.
Este Play-Off será jogado, à melhor de 3 jogos.
http://www.fpvoleibol.pt/documentacao/circulares/17_18/11.pdf
6 Fevereiro, 2019 at 15:33
Obrigado pelo eslarecimento. Julgava que a liguilha fosse entre as 2as, as ilhéus e as penultimas da primeira. Sendo assim, tocar a jogar e a melhorar. SL
5 Fevereiro, 2019 at 17:21
Depois há uns engraçadinhos que saem da água com chinelos e nem lhes custa voltar à toalha 😉
5 Fevereiro, 2019 at 17:22
Espetáculo. Até dá vontade de ir lá para dentro e rasgar tudo o que aparecer à frente!
5 Fevereiro, 2019 at 17:51
Falo pelo que sinto diariamente…. O investimento a nível de futebol femenino quase q acabou.
A continuar assim em breve seremos a 3a potência a nível nacional.
E vou começar a ver colegas a sair do clube e quiçá eu tmb.
A nível global…. Sinto que existe uma enorme falta de exigência.
Apenas no hóquei e andebol temos ainda quem tenha essa cultura e consiga contagiar os colegas.
Quando as direcções ou treinadores não o conseguem. Fazer resta apelar para q exista algum atleta que consiga mobilizar quase todo o plantel.
5 Fevereiro, 2019 at 18:26
🙁
5 Fevereiro, 2019 at 18:39
É isso, é isso.
5 Fevereiro, 2019 at 18:47
O desinvestimento e a exigência são temas muito interessantes de serem discutidos. Não os coloco na mesma discussão porque, para mim, são assuntos distintos.
Penso que o investimento está relacionado com o dinheiro, mas a exigência tem a ver com os valores.
Se há falta de dinheiro, não é uma surpresa, mas conclui-se que está mal distribuído ou é um bem escasso.
Se há falta de exigência é porque há ausência de identidade, espírito vencedor, vontade de ganhar e isso já me preocupa mais.
Não colocaste o voleibol mas nesta modalidade, tenho a certeza absoluta, que há exigência. Logo pela personalidade e currículo dos treinadores leva-me a dizer isso. Ambos campeõeszíssimos e com fome de títulos.
Obrigado pelo topic no teu comentário porque acho mesmo um tema muito importante – a exigência. Exigir não é “obrigar a ganhar” mas sim obrigar a dar o melhor do outro em prol de um objetivo comum.
5 Fevereiro, 2019 at 20:18
Completamente de acordo com o Adrien.
Não vejo como a Marta pode falar em desinvestimento nas Modalidades excepto no Hóquei e no Andebol. O Vólei teve um investimento forte (no masculino e no feminino) e o mesmo se passou com o Futsal. Idêntico cenário com o Rugby Feminino (desconheço se se passou o mesmo com o Masculino). Forte investimento também no Ciclismo e no Atletismo. Bom Investimento no Judo e no Ténis de Mesa Feminino. No futebol Feminino o nível de investimento esteve igual ao do último ano (talvez com opções menos assertivas ou erros de scouting na equipa principal, mas se a Marta joga nos escalões de Formação SABE que o investimento aí foi maior e a exigência também: jogadoras a jogar em escalões acima do seu escalão etário – as mais pequenas a competir contra rapazes! – e criação da equipa B, oferecendo maior competitividade e adaptabilidade à integração nas As, pois as “juniores” na B jogam futebol de 11 e, no “seu” escalão, futebol de 9).
O nível de exigência também não me parece que tenha decaído em nenhuma destas Modalidades: afinal todas elas mantêm os treinadores e é reconhecido o seu rigor (além da sua qualidade).
Saudações leoninas
5 Fevereiro, 2019 at 20:27
Houve desinvestimento no hóquei e no andebol?
No hóquei a equipa não é a mesma, mais Marin e Romero?
No andebol qual foi o “desinvestimento”? Deixar sair o 3º GR (que o era) e trazer um PE internacional pela França? Renovar com skok e Ruesga?
5 Fevereiro, 2019 at 21:18
O Nuno não percebeu o que eu escrevi: apenas estava contestando a afirmação da Marta de que houve desinvestimento e falta de exigência nas Modalidades excepto no Hóquei e Andebol.
Ora se a própria Marta excluíu o Hóquei e o Andebol dessa sua crítica não vejo por que motivo eu deveria incluir na minha lista de “contestação”.
Aliás, estou ABSOLUTAMENTE de acordo consigo nestas duas Modalidades e, no Andebol até acrescentaria o Schiuffa , o Ghionea e o Frade, além do dinamarquês lateral-direito Jesper Meinby que acompanha o ponta-esquerdo francês (campeão do mundo de selecções e campeão europeu de clubes em título) Arnaud Bingo, nas contratações de Janeiro.
Saudações leoninas
5 Fevereiro, 2019 at 21:31
Correcto.
5 Fevereiro, 2019 at 17:52
É este o espírito, Adrien!
5 Fevereiro, 2019 at 22:25
Eles estão de facto mais fortes e os jogos connosco foram sem espinhas.
Mas se nos menosprezam podem ter uma surpresa. Não digo que o farão, mas o lampião não sua génese chega ao playoff a contar com 3-0.
Pode ser que se fodam.
5 Fevereiro, 2019 at 22:48
Não posso deixar de ficar espantado com a afirmação da Marta, sendo ela jogadora das nossas equipas femininas de formação.
Apenas conheço 3 Martas que jogam na nossa Formação: s
2 têm 14 anos e jogam nas sub17, futebol de 7!
outra tem 16 anos e joga nas sub19, futebol de 9 e no Sporting B seniores, Futebol de 11!
Haverá maior exigência competitiva?
A que chama de desinvestimento? E passar a 3ª “potência”? Queria que o Sporting investisse na equipa A como investiram Benfica na 2ª Divisão ou o Braga, pelo 3º ano consecutivo?
O Benfica tem 13 (!!!) estrangeiras e ainda só está na 2ª Divisão; o Braga tem, neste momento, 11 estrangeiras, mas já vai em 22 contratações de estrangeiras em 3 anos (e nos 2 primeiros anos, em que fez 13 contratações de estrangeiras, contra 3 do Sporting, ganhou zero).
Mas nem é isso o mais relevante.
O mais relevante é que:
– quanto a falta de exigência nenhuma das Martas se pode “queixar” e o mesmo diria das condições para o treino;
– quanto a “desinvestimento” e passar a 3ª potência, só espero que nenhuma das Martas venha a querer ver replicado no Sporting o modelo de investimento de Benfica e Braga, pois, enquanto jogadoras portuguesas, veriam o seu futuro profissional muito mais complicado.
Que me perdoe a Marta que aqui escreveu,) mas não posso concordar que, sendo jogadora do SCP, “assuma” de forma tão “pública” tal tipo de crítica a um Projecto que tanto as procura formar e valorizar.
Se, sendo frequentadora – como vejo que é – desta fantástica Tasca leonina, já leu as minhas crónicas semanais sobre o Futebol Feminino, sabe que sou um admirador confesso de TODAS as leoas do projecto e que as defendo “com garras e dentes”. Não apenas por serem atletas do Sporting, mas por demonstrarem um enorme compromisso com o Projecto idealizado pelo Clube no Futebol Feminino. Traduzido pelo lema: NÃO HÁ DESULPAS!!!
E é exactamente por isso que estranhei a crítica e ME SENTI NA OBRIGAÇÃO PEDAGÓGICA de a contestar.
Tenho a certeza que não terá passado de um desabafo.
E que, no próximo sábado, quando a redondinha começar a rolar, estará a lutar com denodo, ao lado das suas colegas pela defesa do leão rampante e da listada verde e branca!
Espero que não leve a mal este meu “reparo”. A finalidade é exclusivamente didática
Um abraço e saudações leoninas
5 Fevereiro, 2019 at 22:52
p.s. (tardio): Deponho a minha maior confiança no total compromisso de todas as Martas (e todos os outros nomes) do nosso Futebol das Meninas, Raparigas e Senhoras.
SL