Sim, é uma acumulação tremenda de tensões e peripécias. Sim, não é possível mudar o que aconteceu no passado quase presente do Sporting Clube de Portugal. Sim, é possível fazer das dificuldades forças.
Falar do actual estado do futebol do nosso Clube, traz inevitavelmente à baila os episódios recentes da crise diretiva e respectivo rebuliço no plantel. Presente e passado confundem-se sistematicamente, quase uma viajem no tempo reciclada a cada momento. Cada um conta espingardas. E everything counts in large amounts: Rescisões que sangraram o plantel da alto a baixo; transição diretiva com um Comissão de Gestão sem olho para o re-equilibrio do plantel e com decisões muito dúbias, contando ainda com decisões, talvez precipitadas, da antiga direcção que sabia estar por um fio; uma nova direcção com escolhas potencialmente desajustadas para reorganizar as forças leoninas.
Relativamente à transição directiva e sangria no plantel com as respectivas rescisões e má reorganização do plantel, muito pano tem a discussão, o facto é que é um facto e por isso não há solução por mais debate que haja. Fosse um problema e haveria solução, mas não. É apenas História, ou um conjunto de estórias.
Na “área desportiva”, digamos, assim de relance, não se compreende (ou eu não compreendo) a contratação de José Peseiro, não se compreende, por exemplo, o empréstimo de Demiral, que sabemos agora ser uma perda desportiva e financeira brutal. Não se compreende muita coisa… Gelson Dala, Domingos Duarte, Matheus Pereira, Francisco Geraldes, Viviano, as contratações de Gudelj, Diaby, Bruno Gaspar… Como as coisas poderiam ser diferentes, certamente, como o plantel podia ser mais valioso, mas é uma realidade imutável e não vai mudar por mais que os lamentos brotem da nossa imensa insatisfação e incredulidade.
Everything counts in large amounts, e chegados ao presente doloroso, depois de uma derrota que podia ter sido histórica em nossa própria casa, tudo gravita e pesa, numa tentação de tentar montar um puzzle que a ser concretizado deve parecer qualquer coisa parecido a um Grito de Munch ou a um retrato disforme de Bacon. ??Porra?? Keizer, tu que prometias tanto!? Que aconteceu? Que é feito do Keizerball? Queres ver que foi só fogo de vista? Keizer já não serve? Foi uma má escolha? O problema é o plantel? Não temos jogadores de qualidade? Os fantasmas do passado pesam demasiado?
Não tenho dúvidas que é um pouco isto que transborda de cada um dos nossos poros e que apesar do tempo frio de Inferno, nos faz suar mais ou menos em bica. Mas, objetivamente, o que é possível fazer no imediato?
Em psicologia existe um conceito chamado resiliência, e recorrendo à Wikipedia, resiliência é “a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse, algum tipo de evento traumático, etc. – sem entrar em surto psicológico, emocional ou físico, por encontrar soluções estratégicas para enfrentar e superar as adversidades. Nas organizações, a resiliência se trata de uma tomada de decisão quando alguém se depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Essas decisões propiciam forças estratégicas na pessoa para enfrentar a adversidade.
“Se há alguma coisa a pegar, é nesta estratégia, porque Keizer é o treinador que temos, e a realidade é o que é, e não pode ser outra. Everything counts, e a resiliência também conta muito. Keizer tem que se ajustar, tem que olhar para os sectores da equipa e procurar equilíbrio, tem que motivar os seus jogadores para manter alguma chama no que campeonato que falta, sabendo que até o 3º lugar pode ser já uma coisa complicada, tem lutar pela Taça de Portugal com unhas e dentes. E se prova não ter capacidade para fazer das tripas coração, não serve.
Como é que isso é possível? Talvez começar pelo sistema tático. Será que o Sporting tem plantel para jogar em 4-3-3?, Ou pelo menos jogar em 4-3-3 com a filosofia que Keiser quer? Quando se tem uma defesa onde os 3 centrais disponíveis não são velozes, e os laterais que os acompanham têm claros problemas em travar os opositores, não fará sentido ter um meio-campo mais compacto e mais disponível para ajudar nas dobras? E não parece óbvio quando o médio mais recuado, Gudelj, também ele não é rápido, nem tem talha para ser um destruidor de jogo? Não fará mais sentido ter uma linha de meio-campo de 4 homens, com os alas mais recuados, e mais disponíveis para ajudar os laterais, e compensar para que o opositor não consiga centrar? Não fará isso ainda mais sentido, quando Renan é fraco nos centros com bolas altas, e a gravidade lhe pesa? E ter um médio-centro disponível para estar atento ás dobras aos centrais ou fazer marcação ao homem, enquanto o outro fica na cobertura à zona e disponível para as transições? E no ataque? Porque não avançar Bruno Fernandes no apoio a Bas Dost, que só é um matador se a bola lhe chegar e não tem capacidade de rasgar defesas em velocidade ou técnica? E com isso, porque não tornar o jogo menos previsível? Tem que jogar Bas Dost sempre, sabendo que com ele o jogo em contra-ataque é nulo ou perto disso? E talhar a equipa para criar mais espaços para o pé canhão de Bruno Fernandes, e ser ele também uma referência no ataque? E porque não criar a dúvida permanente no adversário? Mais dinâmica, compensações, menos estática? Jà agora, porque tanta hesitação nas substituições? E porque estar a espremer tanto certos jogadores? Vá, e porque não um 4-4-2, menos vacas sagradas e mais rotação?
Everything counts in large amounts, e fazer das dificuldades forças é o mais importante agora. Venha dai essa resiliência!
ESTE POST É DA AUTORIA DE… Montenegro
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
6 Fevereiro, 2019 at 11:38
Hoje não espero nada. A qualidade, ou ausência dela, do futebol da nossa equipa não augura nada de bom, mas os resultados podem sempre acontecer. Podemos colocar o autocarro à frente da baliza e esperar por um golito caído do céu. O Peseiro quase conseguia na primeira volta do campeonato. Tirando isso, espero uma franca demonstração de inferioridade em relação ao adversário. Tenho a certeza que o Presidente está de acordo comigo, dada a assumida falta de qualidade do plantel. Só é pena não ter estendido a avaliação ao treinador. Mesmo na fase das 7 vitórias consecutivas e dos golos em catadupa, e quando andava para aí tudo com a passarinha aos saltos e Keizerball e mais não sei quê, eu escrevi aqui várias vezes que só tinha visto um jogo decente, um dos Rio Ave – Sporting. O resto foram vitórias sem convencer e algumas caídas do céu. Agora já não tenho qualquer dúvida. Keizer é um treinador vulgar sem categoria sequer para a liga portuguesa. Temos para aí Keizers aos pontapés. Assim como achei tardísimo o despedimento de Peseiro, espero que a incapacidade de reconhecer o erro não impeça a dispensa célere deste treinador. Ou o projecto desta direccao se torna rapidamente credível para os jogadores, ou voltamos a um passado recente em que permanecer ou uma transferência para o Sporting já era visto pelos jogadores como última opção.
6 Fevereiro, 2019 at 11:52
Caro Cherba Montenegro, obrigado por teres respondido ao meu repto. Mas não precisavas de um pseudónimo.
Quando eu falava de “resiliência” referindo-me aos comentários do nosso caro Max era justamente isso. Mas é justamente isso de que não precisamos agora, ou, pelo menos, não desta maneira.
Precisamos de resiliência para continuar a ser sócios e adeptos do Sporting, de acordo.
Agora, para este, momento, resiliência não basta, pois não se trata “apenas” de continuar a ser do Sporting!.
O que é preciso mesmo é Resistência e Revolução.
E poupo-vos à Wikipédia e às suas definições avulso.
E logo, que ganhe o melhor!
6 Fevereiro, 2019 at 12:03
Gosto da confiança demonstrada por alguns, deve ser mesmo problema meu que não tenha visto muitos jogos. Estou a contar com mais um encavanço e umas 2 ou 3 prendas mas se calhar sou eu que ando enganado.
6 Fevereiro, 2019 at 12:41
Isto só lá vai com eleições livres, justas, sem maquinações e com todos a poderem candidatar-se. O Sporting não é nem pode ser a Venezuela. Tudo o resto é adiar e empurrar o problema com a barriga.
6 Fevereiro, 2019 at 12:41
Não auguro nada de bom para logo, isto de nunca fazer alterações ao 11 de sempre e que todos viam como estava , isto para alem de que quererem fazer crer que jogadores da casa nunca estão preparados, mas depois com outros que ainda agora chegaram para dar comissões a alguem e que quase de certeza nem sabiam o que era o Sporting, jogam de caras! Depois de expremer a equipa e dar merda (alem do que coloca os jovens da academia com um sentimento de só quererem sair para ai sim terem oportunidades e valorizarem , pois claro!) lembram-se de repente de mudar muito antes de um jogo importantissimo quando já o deviam ter feito faseadamente…hummm….tem tudo para ser uma equipa com cabeça membro e pernas!
apesar disto tudo e mais alguma coisa que nos acontece smp a nós
só me apetece gritar….SSSPPPOOOORRRTTTIIINNNGGGGG!!!
6 Fevereiro, 2019 at 12:44
Para logo exige-se, no mínimo jogar para ganhar. Temos mais que plantel para isso. E sem desculpas de cansaços, pré-epocas que não foram feitas….isto e aquilo. E já agora vamos ver o reflexo da conversa no balneário do gago. Quando foi o gordo a ir ao balneario em chaves….uiiii…..crime de lesa pátria…com o gago até o record teve de fazer notícia a dizer que Keiser confirmou a conversa, não fossemos nós pensar que era carvão. Sign of the times.
6 Fevereiro, 2019 at 12:57
O jogo será diferente. O que importa é sairmos dali com a eliminatória em aberto. Empate com golos.
6 Fevereiro, 2019 at 13:00
Participar já é muito bom. Ganhar ou perder, é desporto.
6 Fevereiro, 2019 at 13:03
Não há “Cantinho” mas quero partilhar este texto:
https://castigomaximo.blogs.sapo.pt/a-ilogica-olimpica-19200
“Causa estranheza o Sporting ter deixado de contabilizar no seu palmarés a vitória obtida na Taça dos Campeões Europeus de Goalball. Tal omissão é visível no site, na SportingTV e na inscrição alusiva ao número de títulos europeus colocada na bancada norte do estádio. “
6 Fevereiro, 2019 at 14:01
Sim, já foi muito debatido por aqui. É uma vergonha.
Para nós será sempre contado como um titulo europeu conquistado, mas para os croquetes parece mal contabilizar um titulo ganho pelos “aleijadinhos”…. mas esses são leões, esses honram a camisola do nosso clube, já a direccão só nos envergonha.
6 Fevereiro, 2019 at 14:06
ORA AÍ ESTÁ!!!! COM TODAS AS LETRAS!!
Exactamente aquilo que insistentemente defendi no últomo post aqui dedicado ao debáte sobre esta “estranha” contabilização dos nossos títulos desportivos europeus.
O Miguel o jonascp e outros que assumiram “as dores” da direcção na defesa desta incompreensível decisão, deveria ler o artigo deste link providenciado pelo JHC.
SÃO 31 TÍTULOS! EM DEFESA DO DESPORTO PARA TODOS, DOS VALORES DA INCLUSÃO SOCIAL E DOS ATLETAS DO DESPORTO ADAPTADO E PARALÍMPICO!
Saudações leoninas
6 Fevereiro, 2019 at 14:47
Verdade! Exactamente aquilo que defendeu, caro Álvaro Antunes.
A dificuldade de alguns sportinguistas em aceitar estes argumentos tem mais a ver com a posição que assumiram em defesa da actual Direcção, na minha opinião. Esta decisão de separar títulos não faz sentido e não prestígia em nada o Sporting.
Saudações Leoninas
6 Fevereiro, 2019 at 13:05
Continuo a ficar espantado, com o que leio, de Sportiguistas (dizem eles), porque ser do Sporting é apoiar nos bons e nos maus momentos e não criticar, tudo e todos, só porque o “outro” é que era!!!!!Enquanto, continuarmos a “dar tiros nos pés”, não vamos a lado nenhum, temos que nos unir e puxar para o mesmo lado e sermos dignos competidores.
Obviamente, que não ando satisfeito com alguns jogos do nosso Clube, porque ganhar ou perder, faz parte do jogo, não entendo é a falta de atitude e de querer, demonstrada em alguns jogos e não só no Futebol, não gostei de ver a derrota no Futsal para a Taça da Liga (precisamos de reforços “urgentemente” porque se não este ano não vamos ganhar), não gostei da derrota do Hóquei com o Paço de Arcos (faltou muita, mas muita atitude) e continuo a não gostar da Atitude do Andebol, em todos os jogos, mas mesmo em todos, existem inúmeras falhas técnicas e falhanços inacreditáveis, só com o guarda-redes pela frente, o que em jogos equilibrados é a “morte do artista”.
Em relação ao Futebol, 3 coisas que faltam e é preciso que percebam isso (quem, de direito), o que está dificil, Atitude, Intensidade e Objetividade.
Mas continuo a apoiar o meu clube, Sporting Clube de Portugal e não pessoas que passam e trabalham para ele.
Viva o Sporting Clube de Portugal.
6 Fevereiro, 2019 at 13:55
Sim sr …
Bater palminhas, apoiar sempre e comprar muito merchandising …
6 Fevereiro, 2019 at 13:57
Tens razão, é mais importante bater palminhas do que apontar o que está mal.
Se não gostas de alguns jogos, não estás tu a criticar?
Quem não gosta da golpada tem direito a criticar, ou temos todos de andar calados como se fosse uma ditadura? Nós gostamos todos do Sporting, mas alguns não gostam do segundo clube, do novo sporting.
Viva o Sporting Clube de Portugal, o verdadeiro, o que ainda reina nas modalidades.
6 Fevereiro, 2019 at 16:51
ser do sporting é apoiar nos bons e nos maus momentos…mas não é ser cego!!
6 Fevereiro, 2019 at 13:56
A minha sugestão para mais logo:
FALTA DE COMPARÊNCIA!
Pelo menos assim percebia-se o porquÊ e não tinhamos que levar com mais um jogo de ENXOVALHO …
Os outros têm muitos mais dias de descanso … Não têm tido quase lesões … Jogam dopados, mas ninguém liga … Mesmo se forem apanhados é tudo anulado … Além disso, para ser ROUBADO, ESPOLIADO, por mais um grupo de ladrões de apito na boca … Mais vale a …
FALTA DE COMPARÊNCIA