O voleibol tem, quanto a mim, um problema sério em relação ao futebol. Se alguém for ver um jogo do Sporting (futebol) e ganhamos 3-0 eu imagino que fique satisfeita com o resultado e até se divirta à grande. Se for ver um jogo de voleibol e nós ganhamos 3-0, num jogo fácil, é muito possível que esse tempo seja até um pouco aborrecido. Nesta modalidade, a emoção está diretamente ligada ao equilíbrio entre as equipas.

Este fim-de-semana foi exatamente isso que aconteceu com a equipa masculina. A vitória foi espetacular de ver porque foi um jogo equilibrado. Contra o super histórico Sporting Clube de Espinho, tivemos de suar muito para vencer. É este tipo de jogos que cativam os sportinguistas e os aproximam da modalidade (remontada épica de 0-2 para 3-2, com parciais de 21-25; 13-25; 28-26; 25-18; 15-8).

Era um jogo complicado, tanto pelo adversário, como pelo facto de amanhã, dia 13 de fevereiro, jogarmos na ilha Terceira para a Taça Challenge às 21:30.

Iniciámos o jogo com o Maia e Denis na saída de rede, dando cada vez mais “minutos”, trabalhando no sentido de os colocar na melhor forma possível para os playoffs. De resto, tudo igual com Roberto, Marshall, Hélio, Nikolov e os líberos Fidalgo e Ribeiro.

Era necessário gerir o esforço, mas ganhar é sempre uma obrigação quando uma equipa do Sporting entra em campo. Os primeiros 84 pontos (!) do jogo foram muito abaixo do que era esperado. Se no primeiro set andámos colados no marcador, no segundo foi miserável. Então, o professor Hugo Silva mexeu na equipa e fê-lo muitíssimo bem. O plantel é bom e, quando as coisas não estão favoráveis, a rotação da equipa deve existir porque resulta.

O 3º set podia ter ditado uma derrota de 3-0 quando o Sporting de Espinho abriu um fosso de 24-21, ficando a um ponto de fechar. A partir daqui foi só curtir. O Maia faz uma jogada de levantar o pavilhão aos 27-26 e depois o bloco funcionou e terminámos com um 28-26. O 4º set foi o mais desequilibrado a nosso favor e empatamos o jogo. Entrávamos, depois, para o 5º e decisivo set com a moral em cima e muito mais confiantes. O João Simões foi para o serviço e descolamos logo. Deu-nos a vantagem que precisávamos para vencer.

Agora faço um parêntesis de fervor sportinguista. Aos nomes João Pinto e Girão (Hóquei), Ruesga (Andebol), João Matos (Futsal), junto João Simões do voleibol. Grande raça e entrega! Que sportinguismo! Este jogador, que já passou pela Tasca, foi, para mim, o MVP do jogo. Poucas vezes chamado ao 6 inicial, contudo é uma grande mais valia na equipa.

O Wallace também se destacou com a eficácia habitual de ataque. O jogo terminou com a vitória por 3-2, numa reviravolta de levantar o pavilhão (mais uma vez despido). Num jogo onde o esforço foi superior ao desejado, mas com o bónus motivacional que, todos queremos, seja usado para ultrapassar a AJ Fonte Bastardo e carimbar a passagem para as meias finais de mais uma competição europeia. Como eu adoro comer bem, obrigava o Sporting a oferecer um jantar no Restaurante Beira Mar São Mateus e comer lapas e cracas até não dar mais! (Eu não tenho comissão).

miudas-voleibol

Entretanto, a música desligou-se, o Twitter deixou de funcionar e o Speaker bazou e a equipa feminina entrou em campo. Pareço um disco riscado, e torno-me cansativo, mas tudo aquilo que eu não percebo ou não tem lógica, irrita-me. Se temos modalidades, no caso voleibol, mas não potenciamos em termos de comunicação, para que é que as queremos? Qual é o critério digital do voleibol do Sporting? Como é que se quer criar uma relação entre o voleibol e os adeptos, se o extrajogo não é um espetáculo? No Domingo quis saber qual o resultado da equipa feminina com o Vitória (de Guimarães) e tive de ir ver o resultado ao Facebook do adversário porque não consegui encontrar em nenhum espaço oficial do Sporting. Um dia voltarei a isto com uma argumentação válida, para já, fica o desabafo.

Vs CS Madeira 3-0 (25-19; 25-20; 25-19) – Sábado
Vs Vitória SC 3-0 (25-23; 25-19; 25-21) – Domingo

Estamos numa fase de preparação final para entrar na mini liga da subida de divisão. Sobre o jogo de Domingo não tenho nada a comentar porque não vi, o jogo de Sábado tem alguns pormenores a destacar.

Esta foi uma partida tranquila e sem história, onde a nossa superioridade ia sendo denunciada a cada ponto. Algumas notas de destaque:
· O professor Rui Costa deu tempo de jogo à capitã Sara Serrano, que tem sido suplente nos últimos jogos. Já não é a primeira vez que digo que gosto do toque de bola da Sara, contudo não foi suficiente para um bom jogo. O início do encontro não lhe correu bem, mas foi melhorando ao longo dos sets. Como o jogo não estava a pedir grande criatividade, podia ter jogado mais simples (até abusando da Fernanda e da Kate) até ter a confiança necessária para outras jogadas. Gostei de a ver de volta e, como já disse, vai ser importante nos próximos jogos.

· A Kate é um reforço. Fortíssima no ataque e passará por aqui muitos pontos da nossa tão ambicionada subida de divisão.

· A Bárbara continua a “mandar” na primeira bola do jogo. A valsa é um género musical dançado a 3 tempos e o primeiro ponto do jogo parece isso igual: Recepção (1º) – Passe (2º) – Bárbara (3º) = ponto.

· Destaque para a Maria Palma a líbero e a Luísa Vitorino como oposta. Espero que funcione a questão da Maria a líbero defensiva, ao jeito do João Fidalgo, porque nos dá mais uma opção. No caso da Luísa, pode ser interessante explorar. Esta jogadora tem um braço muito forte e tirá-la de obrigações de recepção pode ajudar à sua afirmação. Precisa também de subornar a distribuidora que entrar com ela, com um jantar por exemplo, para lhe passar mais bola.

· Por último, a defesa monstruosa da Dalliane aos 18-18. Fantástico!

Relembro que vem aí um jogo importante!
AMANHÃ, QUARTA-FEIRA, 21:30
Quartos de Final da Taça Challenge
AJ Fonte Bastardo – SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)