Não desistam do voleibol, não desistam das modalidades. Este pedido parece ridículo, até pode ser, porém, acho necessário. Tal como a mim, os resultados do futebol também influenciam o meu humor, mas não condicionam o meu sportinguismo. Deixo-vos este pedido, em jeito de alerta. Se não fizer sentido o que escrevi, melhor. Se fizer, melhor ainda. Vamos entrar na fase decisiva da época e há um mar de sonhos por concretizar. Mantenham-se alerta para o voleibol, com lentes de Sporting e não com lentes de futebol.

Posto isto, e repetindo-me, estamos a chegar à fase decisiva da época. Esta semana, vou tentar resumir o que “passou-se” até agora e lançar os próximos tempos. Servirá como um resumo do ponto de situação, quase ao jeito de uma prestação de contas (intermédias) aos acionistas. Para cada equipa sénior tratarei de dar a minha opinião sobre as melhores vitórias e piores derrotas, jogador mais consistente, jogador-revelação, jogador MVP das finais e quais serão os próximos jogos.

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SENIORES MASCULINOS
A equipa já leva 32 jogos oficiais, onde conseguimos vencer 26 jogos e perdemos os restantes 6. Metade (3) destes jogos que não vencemos foi contra o principal adversário à conquista do campeonato. Sempre em jogos equilibrados, o benfica não nos permitiu trazer a supertaça para o museu e venceu também os dois jogos para o campeonato. Reencontrar-nos-emos, novamente, se tudo correr bem, nas finais do campeonato nacional.
As outras 3 derrotas são todas europeias. Perdemos com o Stroitel Minsk, por 2-3, após termos conquistado os dois primeiros sets e garantido a passagem na eliminatória. A equipa relaxou e saiu vencida. O mesmo se passou na última eliminatória, nos Açores com a AJ Fonte Bastardo, onde também perdemos, depois de termos amealhado o lugar nas meias finais, dado que vencemos os 2 primeiros sets. A terceira derrota foi na Turquia, por 3-0, num jogo bem ganho pelo Maliye Piyango.

Vitória mais marcante:
A grandíssima vitória contra os turcos do Maliye Piyango, por 4-0, e consequente passagem à eliminatória seguinte da Taça Challenge. A passagem estava complicada porque tínhamos perdido a primeira mão de uma forma justa e esclarecedora. Os parciais dessa derrota foram aproximados, mas opinava-se que eles seriam mais fortes. Brilhantemente, derretemos o nosso adversário vencendo o jogo de forma categórica. Sem destaque para nenhum jogador nesse jogo porque a equipa emergiu-se como conjunto.

Derrotas mais dolorosa:
A Supertaça de Portugal correspondente ao primeiro jogo oficial da época. Os reforços com nome e história no voleibol permitiam que esperássemos a conquista desta taça. Apesar de terem sido sets decididos por detalhes, o facto de não termos conseguido vencer nenhum, perdemos 0-3, deixou-me um pouco dececionado. Foi uma derrota complicada de digerir.

Melhor jogador (consistência):
Roberto Reis é o jogador mais consistente. Não começou a época como titular, perdendo o lugar para o Alexsiev e Marshall. Rapidamente se percebeu que a sua qualidade técnica, raça, conhecimento do campeonato e experiência seriam mais úteis dentro de campo do que no banco de suplentes. Não há lugares cativos na equipa, contudo está a ser um pilar deste ano. Relembro que está a cerca de 15 dias de completar 39 anos e continua com o gás todo. Estejam atentos ao Roberto Reis nos jogos decisivos, ele transforma-se num leão. Adora os aplausos do seu público, adora os assobios dos adversários, motiva-se com os “picanços” dos adversários e delira efusivamente com as vitórias.

Jogador revelação:
André Brown é o jogador revelação. Eu não o conhecia e foi uma boa surpresa de assistir. Muito forte no bloco e no ataque. Sempre muito concentrado em cada ponto, o que permite ter uma regularidade quando está em campo. Nota-se que se diverte a jogar voleibol e está a curtir muito jogar no Sporting. Será engraçado observá-lo quando jogar num PJR a abarrotar pelas costuras. Bem sei que veio de um campeonato alemão que joga sempre com pavilhões cheios, mas o PJR a ferver é só comparável a um jogo do campeonato grego. É um grande jogador e é a minha grande surpresa da época.

Jogador MVP das finais:
O jogador das finais, tanto europeia como nacionais, será Wallace. Tenho esperança que seja e a responsabilidade está nele também. O Wallace é um campeão. Já pertenceu a uma das melhores seleções do mundo, onde foi várias vezes internacional pelo Brasil. A sua época está a ser em crescendo de influência, estando já entrosado com os dois distribuidores. Fortíssimo em todos os momentos do jogo, desde o serviço, bloco e ataque. No voleibol, a posição de oposto, é crítica pela quantidade de pontos que faz. Garanto-vos que, para vencer o campeonato e/ou a taça Challenge, o Wallace tem de ser decisivo. Quero isso e conto com isso.

Próximos jogos:
Estamos em 3 frentes que queremos conquistar: Campeonato, Taça de Portugal e Taça Challenge. Admito que a Taça de Portugal não é uma taça que me interesse particularmente. Já os outros dois canecos são um sonho a conquistar.
• Faltam 4 jogos para terminar a época regular do campeonato Honda, com o último a ser disputado a 9 de março. Nada se prevê que mude por isso manteremos o 2º lugar e consequentemente perdemos a vantagem do fator casa, caso atinjamos as finais;
• Vamos disputar, com o fortíssimo Monza, a passagem à final da Taça Challenge. Primeiro jogo, fora de portas, no dia 27 de fevereiro. E jogamos a segunda-mão, no PJR, dia 6 de março.
• Na Taça de Portugal jogamos, dia 10 de março, com o CG Esmoriz para a eliminatória dos quartos de final.

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SENIORES FEMININOS
A equipa feminina leva 27 jogos disputados com 5 derrotas e 22 vitórias. Um espelho da qualidade da equipa e da sua superioridade face aos opositores. As 5 derrotas têm histórias e conclusões diferentes. Dois desses insucessos foram contra o principal candidato à subida de divisão, o CD Aves. Ambos os jogos perdemos a 2-3. Na Taça de Portugal ficámos pelo caminho com a equipa do AA José Moreira, que disputa o campeonato da primeira divisão, ocupando nesta altura o 5º lugar da classificação. Uma derrota que se pode considerar natural, pela diferença lógica entre as equipas. Resta comentar duas derrotas para o campeonato. Uma delas à segunda jornada, com o CG Santo Tirso por 2-3. Recordo-me desse jogo e ainda estou para perceber como o fomos perder. Poderá ter sido, talvez, excesso de confiança ou falta de entrosamento por ser uma fase prematura da época. Concluo com o jogo em Espinho, contra o Sporting local, onde perdemos por 1-3. Curiosamente, foi no mesmo fim de semana que fomos eliminados da Taça de Portugal. Não foi o melhor fim de semana do mundo, mas que serviu para afinar dinâmicas e melhorar limitações identificadas.

Vitória mais marcante:
A vitória contra o Ala Nun´Álvares, em Gondomar. Num pavilhão tradicionalmente difícil, com uma adversária a revirar-se para nos vencer, conseguimos conquistar a vitória. A nossa melhor atacante, a Fernanda Silva, foi nesse jogo chamada à posição de líbero o que levou a uma adaptação da equipa a uma nova dinâmica. Uma grande exibição do coletivo, mais que de alguma jogadora em particular, que tenho a certeza que abriu a porta a uma união interna.

Derrotas mais dolorosa:
A derrota mais dolorosa foi contra o CG Santo Tirso. Não era esperada, não fez sentido, não era suposto ter acontecido, não foi por falta de qualidade, não foi por falta de rigor do treinador. Então foi porquê? Interessa pouco ou nada agora, no entanto foi custosa. Até posso admitir que, o que realmente me influenciou a dizer isto, foi o facto de ter sido o primeiro jogo que via da equipa (ou seja, uma escolha baseada no egoísmo? Sim, talvez). O último jogo com o CD Aves podia também estar aqui, mas, na verdade, não doeu assim tanto porque foi demasiado equilibrado. Mostrou que estamos (quase, quase) prontas para isto e na liga de apuramento de campeã vamos com outra força.

Melhor jogador (consistência):
Fernanda Silva. Se a continuo a elogiar em cada post, vai começar a ficar aborrecido. Vou recordar apenas que tem uma recepção de muita qualidade, dando segurança à equipa a cada serviço da adversária. Está afinada com a Beatriz e a Sara, as distribuidoras da equipa, e a sua experiência de estar nos grandes palcos tem-nos ajudado em marcar ritmos de jogo. Mais importante que isso é ter sido, ao longo da época, o ponto de segurança no ataque. Quando uma equipa está em dificuldade e precisa de um ponto, há sempre um jogador(a) que assume e resolve. No basquetebol ou andebol passa-se igual. Na nossa equipa é a Fernanda.

Jogador revelação:
A Beatriz é a revelação. Apenas 18 anos (ninguém tem 18 anos) de pura paixão ao voleibol, qualidade técnica e vontade de crescer. Cada semana evolui mais um pouco estando a atravessar a melhor fase da época. O seu passe em suspensão (a saltar) e com os braços bem esticados, torna o seu passe difícil de adivinhar pelo bloco. Ganhou o direito de sonhar em ser uma das melhores jogadoras de voleibol em Portugal. Ter um bom treinador também tem ajudado muito ao seu desenvolvimento. É um gosto acompanhar esta revelação.

Jogador MVP das finais:
Kate Yeazel será a MVP da mini liga que se aproxima. Esta norte americana chegou, viu e começou a distribuir porrada na bola. Tem no bloco e no ataque os principais pontos desequilibradores. Trouxe valências a esta equipa que não tínhamos e ganhou o lugar. A sua eficácia no ataque será determinante, logo que se mantenha neste nível de confiança e forma com que se apresenta neste momento.

Próximos jogos:
Estamos apenas numa frente para conquistar a ambicionada subida de divisão.
• Faltam 1 jogo, contra o CN Ginástica para terminar a fase regular.
• Já se conhecem as 6 equipas que vão disputar a subida de divisão, onde o vencedor sobe direto e o 2º classificado jogará uma eliminatória com a penúltima classificada da 1ª divisão. As equipas são: SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, CD Aves, SC Espinho, Vitória SC (Guimarães), AA São Mamede e ADREP (de Praia da Vitória – Açores).

Com o ponto de situação feito, resta-me recordar os resultados deste fim de semana:
Masculinos
Vs. Leixões 3-0 (29-27; 25-21; 25-18)
Feminino
Vs AA São Mamede 3-0 (25-13; 25-13; 25-14)

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)