Beijinho para a Madalena 😉

Mesmo que, do ponto de vista desportivo, Nani não representasse mais uma mais-valia para o futebol do clube, teria de sair pela porta grande. Uma conferência de imprensa que contasse com a presença dele e do Presidente do clube, que homenagearia o jogador agradecendo-lhe os valiosos serviços prestados ao clube e, não menos importante, a dedicação mais de uma vez evidenciada seria o mínimo. O mínimo dos mínimos.

Um comunicado lacónico de dois curtos parágrafos equivalendo o Nani desde logo ao Castaignos não é uma afronta ao próprio. É uma afronta ao Sporting. Transforma-o num pivot de um negócio – o futebol – e num espaço de relações laborais – entre empresa e funcionários – e comerciais – entre empresa e clientes, ou seja, todos nós.

Esta é uma história mal contada; ou melhor, cobardemente contada.

Que vão bardamerda todos os Fredericos Varandas desta vida!

O lugar do Nani era em Alvalade.

Não percebo como se perdem referências destas.
São jogadores como o Nani que alimentam o sonho de muitas crianças.

Dos poucos da formação que nunca cuspiram no prato que lhe deram a comer.

Obrigado Nani.

A Madalena tem razão. Os adultos estúpidos querem matar os sonhos das crianças.

Quando olhamos para as crianças e vemos neles aquilo que já fomos, quando queriamos ter dinheiro para comprar uma carteira de cromos, para ver se nos saía aquele jogador que mais gostavamos, podia ser o Hilario, o Peres, o José Carlos ou o Yasalde o Manuel Fernandes , o Jordão , ou o Balakov, o Damas podia ser o Pedro Barbosa, o Nani, o Cristiano Ronaldo, pensamos que sem idolos não há amor pelo clube, não se constrói desde menino aquilo que mais tarde se tornará parte integrante da nossa vida.

Se destruímos as referências, se não temos capacidade para criar imagens sólidas daquilo que é ser Sportinguista, se olhamos este desporto apenas como um negócio, destruimos a essência dos clubes de futebol, transformando-os em coisas sem sentido.

É por isso que sou contra a saída de Nani, em termos de rendimento versus custo pode ser racional, em termos de sportinguismo e de elevação do clube é só estupido.

Se Ronaldo é aquele que todos vemos como o grande futebolista de sempre, criado e feito jogador no Sporting, quase um deus no Olimpo inatingivel, Nani é o nosso Hércules, um humano que quis ser um deus, com os defeitos dos humanos, mas com aquela estrela que só os deuses podem ter e devia de estar ao nosso lado.

As crianças sabem, estão ainda muito perto desta utopia, ainda pouco contaminadas pela sociedade dos adultos, que não as deixam sonhar.

Dispensar o Nani, tristeza.

Qualquer Sportinguista é dispensado.

O Geraldes foi corrido para a Alemanha por dizer que só faz falta quem está.

Os outros tem referências nós damos a braçadeira a quem rescinde.

Sl

Caro Cherba,

Se pensas que o Zero Ídolos vem de uma vontade dos que passaram a defendê-lo, como eu, de retirar alma ao jogo ou de rebaixar os jogadores que envergam a nossa camisola, por alguma ideologia obscura ou simplesmente porque sim, pensa um pouco mais e desengana-te.

Se pensas que este que escreve não teve ídolos, não ficava com os olhos a brilhar ao ouvir que ia entrar o Silas na segunda parte, ou ouvia aos berros na rádio que o Bala arrancava do meio campo, ou via do canto do olho o Sá a aparecer desmarcado no flanco como um foguete, já a adivinhar uma revienga e a rede a abanar, ou recebia no coração o sorriso do mal-amado Iorda ao dizer “o Sporting é o maior do clube do mundo” depois de dar-nos um título ao fim de nove anos sem qualquer alegria, pensa um pouco mais e desengana-te.

Se pensas que não fui dando desconto atrás de benefício de dúvida, caso após caso, traição após traição, desprezo após desprezo, cadetes após figos, simões após moutinhos, patrícios após gelsons, humilhação após humilhação, magoado, desiludido, ao ver o nosso símbolo conspurcado pelos que tinham o privilégio de fazer aquilo que para todos nós é apenas uma fantasia de sonhos de menino, pensa mais um pouquinho ainda, e começa a entender que não é a camisola que deixou de ter alma mas os que a envergam que já não a sentem, essa alma.

Se pensas que um Leão não acaba por morrer depois de levar uma e outra e tantas facadas, pensa um pouco mais e lembra-te que mesmo o maior dos predadores expira quando se esvai do seu sangue.

Se pensas que sou eu que devo voltar a dar confiança aos jogadores e crer em ídolos, pensa só mais uma vez e diz-lhes que é deles o ónus da reabilitação e deles o trabalho de me reconquistar.

E talvez o brilho nos olhos volte ao ouvir um nome em particular.
Até lá, caro Patrão-do-Tasco, esse brilho reservo-o ao meu único Ídolo:
o Sporting Clube de Portugal.

ps: manda lá o contacto do Zandonaide que eu não mordo e o sol em Barcelona começa a convidar a uma bejecas entre Leões…

Eu sou um sujeito estranho…ao mesmo tempo que tenho uma desconfiança natural que me tira quase toda a capacidade de ter ídolos no futebol do Sporting, depois tenho estes casos como o do Nani em que me rendo completamente. O Nani é desses. Como foi o Sá Pinto ou o Beto. São jogadores que eu era capaz de jurar nunca vão trair o Sporting. Mas na verdade só os torno verdadeiramente ídolos nos fins da carreira, o que faz com que não desfrute devidamente ao longo das suas carreiras. Tirando o Sá Pinto…esse é desde sempre.

O Nani chega a esta galeria de ídolo numa altura em que honestamente achei que mais ninguém chegaria. O futebol hoje em dia não está para isso. Mas chegou.

Desejo-te toda a sorte do mundo Nani. E tenho a absoluta convicção que o Sporting não será dirigido muito mais tempo por bananas que não percebem o quão importante é preservar a identidade do clube, a ligação aos adeptos, o espírito do leão! Como se seres um dos 3 melhores jogadores do plantel (que o banana diz que não tem qualidade…). E por isso, sei que estarás de volta à academia em breve! E eu serei o primeiro a saudar esse regresso!

Que delícia de post.
A Madalena pensa assim, mas há uns quantos adultos que também.
Obrigado MadaDost! És o nosso presente e o nosso futuro.