1 – Como nasceu o teu Sportinguismo quais os momentos do Sporting com que mais vibraste, Álvaro? Descreve um deles.
O meu sportinguismo nasceu com o meu pai, também ele sportinguista, o único entre 7 irmãos (o resto era benfiquista). E lembro-me do 1º jogo a que assisti, em Junho de 1963, tinha eu pouco menos de 6 anos: a final da Taça de Portugal contra o Guimarães, que nos deu acesso à Taça das Taças que viríamos a conquistar. Ganhámos por 4-0 e recordo o penalti do Lúcio “pé de canhão” Soares (que contratámos nessa época, precisamente ao Guimarães) que causou uma polémica pois o árbitro demorou a assinalar. No fim do jogo viria a explicar (na altura os árbitros podiam falar no final dos jogos; curioso que era em pleno salazarismo mas a lei da rolha da FPF veio com a democracia): tinha a noção de a bola ter entrado, mas como foi parar aos placards de publicidade atrás da baliza ficou com dúvidas; ele e o fiscal de linha foram fiscalizar a rede e estava furada, tal a violência do remate. Nessa época, mesmo muito novo assistia a quase todos os jogos em casa do Sporting porque o meu pai, oficial do Exército, estava destacado na chefia da PVT (Polícia de Viação e Trânsito de Lisboa) e tinha lugares no camarote da PSP (que havia em todos os estádios com camarotes). Vi os 16-1 ao Apoel de Limassol (o maior score de sempre em provas europeias) e os 5-0 ao Manchester United (a pior derrota europeia da História do United (na altura com Nobby Stiles, Bobby Charlton, o mago norte-irlandês George Best, o goleador escocês Dennis Law e outros). Essa foi uma grande equipa do Sporting que misturava técnica (Osvaldo Silva, Géo, Pérides, Fernando Mendes, Hilário) e raça (Morais, Mascarenhas, Figueiredo). E os jogos eram sempre empolgantes.
2 – Como tens visto o Sporting desde que te lembras de ser Sportinguista, ou seja, qual a tua opinião sobre o passado e o presente do clube?
O desiderato dos fundadores, a História secular, o Lema do Clube e os seus Valores respondem a essa pergunta. O Sporting é um Clube destinado, desde o início a se tornar um dos maiores da Europa; e esse presságio de José de Alvalade é hoje confirmado por 33 títulos europeus conquistados em 6 Modalidades e por uma História de mais de 20.000 troféus patentes no Museu Sporting; títulos só possíveis porque várias gerações de atletas cumpriram o lema Esforço, Devoção Dedicação e Glória e porque sucessivas levas de dirigentes, atletas e adeptos transportam os Valores do Ecletismo, do Desporto para Todos, da Verdade e Lealdade Desportivas, da Solidariedade Social e da Cultura Leonina. Já levo mais de 55 anos de sportinguismo, mas recordo como marcantes momentos como o do épico jogo com o Manchester, as medalhas Olímpicas de Prata de Carlos Lopes (10.000 metros) e Armando Marques (Tiro), as primeiras portuguesas. A corrida da Maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, a volta triunfal de Lopes no Estádio Olímpico e o pranto que não contive quando ouvi o Hino Português a ser entoado pela 1ª vez na maior competição desportiva do Mundo. A equipa maravilha do Hóquei em Patins. A “caminhada” épica da última Taça UEFA particularmente a “remontada” em casa contra o Newcastle (nunca vivi um ambiente tão espectacular como o do público naquela noite de Alvalade; com direito a ser aplaudidos à saída do Estádio por quase 3 000 adeptos do Newcastle). E, mais recentemente, a 1ª conquista europeia do Goalball leonino em 1918, logo na sua 1ª participação oficial na Super European Goalball League.
3- Qual a tua perspectiva de futuro do clube? Como gostarias que fosse?
Aquilo que espero/desejo do Sporting é que cumpra a negociação com a banca da revisão daa reestruturação financeira da SAD e Clube e que continue o ritmo (ou mesmo que o aumente) de conquistas europeias dos últimos 3/4 anos. Claro, desejo que se cumpra o objectivo do projecto do Futebol Feminino do Sporting de se tornar dentro 5/6/7 anos um dos melhores 8 Clubes europeus. E que o Futebol Masculino se consiga organizar e congregar de modo idêntico ao Feminino e ao das Modalidades do Clube: sem desculpas e com compromisso de vitória.
4 – Se fosses candidato quais as principais medidas que aplicavas (Financeiras-Projecto Desportivo -Futebol e Modalidades)? O que achas do sistema eleitoral ? Quais seriam as tuas bandeiras como candidato?
Financeiramente apenas procurava dar cumprimento ao que já estava pré-acordado e combinado por Bruno de Carvalho e Carlos Vieira com os Bancos credores (BCI e Novo Banco) para rever e completar a reestruturação da dívida da SAD e Clube; nas Modalidades apenas teríamos de continuar o bom trabalho já feito, com o mesmo compromisso e a mesma exigência; no Futebol Feminino (que apliquem o que proponho neste meu post de 1 de Abril); mas onde entendo que é necessária uma verdadeira “revolução” é na Comunicação, no Marketing, nos Sponsoring e no Merchandising do Clube, estendendo-os a Todo o Universo Sporting (todas as Modalidades, todos s Escalões, Todo o território nacional, Todos os Núcleos espalhados pelo País e pelo Mundo. Quando operarmos essa revolução, seremos absolutamente imparáveis! Porque somos o Clube com maior expansão de implantação orgânica. Por mais que outros falem de 14 Milhões (contar com o Viriato, o Sertório e o D. Afonso Henriques não devia valer), a nossa expansão é expressa em mais de 240 Núcleos, 100 Filiais e 14 Delegações espalhadas por todo o Mundo.
Entendo que devia, também aqui ser operada outra revolução: Um Sócio, Um Voto seria meu lema de Campanha se fosse candidato. A antiguidade devia ser premiada com o respeito e com incentivos ou recompensas materiais e NUNCA com distorções da vontade maioritária dos sócios e da vida democrática da instituição. Quanto ao resto do “programa eleitoral”, na essência, já está expresso em muito do que defendi atrás.
5 – O que achas dos denominados notáveis ou ilustres e o que farias em relação às claques?
Para mim, o Sporting Clube de Portugal são mais de 3 Milhões de adeptos igualmente notáveis. Este é outro motivo para acabar com a descriminação no número de votos/sócio. Essa distorção também contribui para distorcer a forma como se perfilam muitos dos sócios perante a instituição. Outro “elemento” de descriminação é aquele que é induzido por um certo sentimento de “linhagem” que se instalou em alguns segmentos dos associados do Clube mais ligados a uma camada dirigente que adveio do Projecto Roquette e suas “sequelas”. E aqui remeto de novo à outra revolução de que falei atrás: a da Comunicação, do Marketing, do Merchandising que tem de se voltar e fazer apelo a TODO o Universo Sporting. Este não é apenas um imperativo de sustentabilidade económica e financeira do Clube. É também e sobretudo um imperativo de POPULARIZAÇÃO do Sporting (ou, dito mais correctamente, imperativo de reconhecimento e orgulho na popularidade do Sporting).
Quanto às Claques, acho que o Clube, institucionalmente, deve definir com clareza os limites e as condições do seu apoio às mesmas, no reconhecimento da sua importância como motoras do apoio às equipas do Clube e, simultaneamente, da sua responsabilidade em veicularem os Valores e a Cultura Sporting.
6 – Que medidas aplicarias em relação à melhoria do futebol nacional em todas as suas áreas (arbitragem -ligas -campeonato – mais ou menos clubes, no fundo organização do futebol nacional)?
Aquilo que defendo no post de Balanço e Perspectivas do Projecto de Futebol Feminino, naquilo que concerne ao caderno reivindicativo que o Sporting deveria assumir, pode ser replicado para o Futebol Masculino (exceptuando o que já está instituído, como o VAR, mas incluindo as alterações que também aí proponho – uma delas foi hoje aprovada pela Football Association para a Premiere League inglesa); mas, acima de tudo defenderia uma alteração radical do Quadro competitivo, reduzindo progressivamente o número de Clubes da Primeira Liga até esta vir a ser disputada por 10 Clubes a 4 voltas. Menos jogos por fim de semana = melhores horários=melhores receitas; menos clubes a competir= maiores direitos televisivos por clube (direitos teriam de ser centralizados e redistribuídos por “mérito” consoante a classificação em cada época); 4 voltas implica que clubes como Braga, Guimarães, Rio Ave, e outros recebam 2 vezes Sporting, Benfica e Porto o que contribui para aumentar as suas receitas e reduzir distâncias materiais para os maiores clubes; todos esses factores tendem para um maior equilíbrio por cima, para melhores espectáculos para um progressivo reforço do conjunto dos plantéis aproximando-os mais das realidades dos “tubarões europeus”. Maior qualidade da competição e melhores horários tornam a Liga mais “vendável” para os grandes mercados estrangeiros.
7 – Qual o teu jogo mais marcante como Sportinguista? E qual o teu onze ideal, incluindo um técnico?
O meu onze histórico do Sporting seria (porque a “minha” história do clube só foi vivida a partir de 1963): Vitor Damas, Artur Correia, Stan Valckx, Laranjeira, Hilário, Vidigal, Luis Figo, Osvaldo Silva, Cristiano Ronaldo, Hector Yazalde, Dinis. (Claro que no banco teria, Meszaros, Pedro Gomes, André Cruz, Fernando Peres, Manuel Fernandes, Jordão e Nani).
8 – Álvaro, supõe que estás a falar às massas Sportinguistas num momento importante. Qual seria a tua mensagem?
Não consigo me colocar nessa situação. Não me vejo a falar para as massas.
*às sextas, o Sonhador convida um tasqueiro para a mesa do canto e coloca-lhe uma mão cheia e meia de perguntas às quais não vale dizer talvez
12 Abril, 2019 at 15:00
Gostei de ler caro Álvaro!
Um verdadeiro mariense e açoreano de gema com escudo SCP em riste!
12 Abril, 2019 at 16:08
Gosto desta rúbrica.
Aprende-se Sporting.
SL.
12 Abril, 2019 at 16:08
Irei ler com mais atenção mas fico espantado com a ausência de Balakov 😉 Escolhia-o em vez do Figo todos os dias!
12 Abril, 2019 at 16:52
Não incluí o Balakov, mas não foi por causa do Figo (que, embora gostando menos do personagem, acho um jogador melhor e mais completo que Balakov). O que me fez preterir Balakov foi ter que incluir o enorme Osvaldo Silva (quem o tenha visto jogar saberá logo porquê) e, nos suplentes o Fernando Peres (que, em outra época, de treino mais intensivo e científico, teria sido igual ou superior ao Figo).
Mas claro, apenas estou a justificar a minha OPINIÃO. Compreendo e respeito a sua.
Um abraço e saudações leoninas
12 Abril, 2019 at 22:19
Sim, era apenas um comentário na brincadeira 🙂
12 Abril, 2019 at 16:14
Que maravilha. Obrigado Álvaro.
12 Abril, 2019 at 16:35
gostei alvaro parabéns
12 Abril, 2019 at 16:43
parabéns ALVARO .
12 Abril, 2019 at 17:05
Muito bem! nos onzes ideais, não me esqueceria de Fraguito…
12 Abril, 2019 at 17:28
Muito boa entrevista.
Sublinho novamente a pertinência desta rubrica já que humaniza os tasqueiros que, de outra forma, não passariam de apenas um mero nome na caixa de comentários.
SL
12 Abril, 2019 at 23:07
Obrigado Leao de Santa Engracia esta rubrica e mesmo para dar voz aos tasqueiros sobre como eles concebem e amam o Sporting e sobre a sua vivencia como Sportinguistas.
SL.
12 Abril, 2019 at 17:37
Excelente Álvaro. Uma das entrevistas que mais me interessava
12 Abril, 2019 at 17:43
Boa entrevista.
12 Abril, 2019 at 18:07
Muito boa esta entrevista.
Discordo de 2 coisas, o Álvaro(permita que o trate assim?) já “fala”para as massas.a outra é ter Vidigal no seu onze ideal,falando apenas dos que vi jogar.
12 Abril, 2019 at 18:10
Gosto disto!!! Menos bruto do que o Sr Robson mas a mostrar a pluralidade que existe na Tasca!!!
12 Abril, 2019 at 18:10
Não concordo com o modelo da Liga.
De resto nada a comentar, só agradecer.
12 Abril, 2019 at 18:15
Muito bem!
12 Abril, 2019 at 18:33
Excelente entrevista.
Diversos pontos importantes como a ideia de diminuir o numero de equipas na liga para aumentar receitas e competitividade. Concordo plenamente, com mais equilibrio e menos dependência dos grandes além da competitividade também a verdade desportiva aumentaria certamente
12 Abril, 2019 at 18:41
Parabéns… boa entrevista… gostei… mas não posso deixar de realçar que me causa impressão a ausência do melhor jogador que vi com a camisola do nosso Sporting, Balakov… mesmo depois de ter explicado o porquê dessas escolhas, e não só aceito como compreendo essas escolhas, dado que o caríssimo Álvaro tem memórias de um vasto leque de craques que viu jogar e eu não… mais uma vez muitos parabéns…
12 Abril, 2019 at 18:51
Também pensei nele, a formiga operária na equipa de Dinis e Yazalde, mas muito dotado tecnicamente também. Aqui o motivo que me levou a não o incluir foi a escolha de Vidigal, não porque lhe fosse superior (longe disso)mas pela importância decisiva na conquista do Campeonato Nacional mais festejado da História (o de 2000, após 17 anos de jejum).
Um abraço e saudações leoninas
12 Abril, 2019 at 18:57
Era resposta ao Leão da Estrela em Terras do Norte. Sorry!
SL
p.s.: mas aproveitando para comentar o Ayres, agradeço as suas palavras (e dos outros companheiros de Tasca) e tenho pena se não pôde assistir ao Osvaldo Silva a jogar, era de outra dimensão no nosso campeonato mesmo com a linha de meio-campo e ataque do Benfica de então. Além disso merece o destaque como símbolo do Clube. Sendo brasileiro permaneceu em Portugal e sempre em Alvalade tendo sido um dos mentores da “universidade” de Formação do Sporting (quando se fala – e bem – de Aurélio Pereira, não se deve esquecer Osvaldo Silva; o Aurélio NUNCA esquece!)
Saudações leoninas
12 Abril, 2019 at 22:06
Caro Álvaro
Dupla fabulosa no nosso campo pelado a ensinar miúdos (depois grandes jogadores) : Osvaldo Silva e César Nascimento … sem esquecer todo os outros: Marinho, Tomé, Bastos, Bernabé ….
12 Abril, 2019 at 23:10
O Fraguito orienta putos numa aldeia perto Vila Real. O meu sobrinho fez o estagio perto dele. 🙂 Um grande senhor que também merecia um justo reconhecimento por parte do clube a quem tudo deu, nomeadamente os joelhos que ficaram uma catástrofe.
12 Abril, 2019 at 19:08
Sim, Vidigal e Duscher fizeram uma dupla memorável… trabalhavam até à exaustão… não quis que soasse a crítica porque definitivamente não o é… respeito a ‘sua’ equipa e compreendo-a… eu sendo um pouco mais novo não vi muitos dos craques que o caríssimo teve o prazer de ver… óbvio que os nomes não me são de todo estranhos, sei que Osvaldo Silva era craque, que o Hilário ainda hoje ostenta o título de mais jogos com a camisola do Leão, que o Yazalde era ‘matador’ de top mundial etc… obrigado pela sua resposta e um abraçõ leonino….
12 Abril, 2019 at 18:49
Fantástico !
12 Abril, 2019 at 19:08
Boa entrevista do colega Álvaro!
Não tenho a menor duvida do seu enorme sportinguismo e de como (quase) tudo o que opina o faz de boa fé – e não fosse esse seu odiozinho bacoco que me tem que por vezes lhe tolda a visão e o impede de ler o que escrevo no melhor sentido, era mesmo sempre! 😉
Espero um dia poder conhece-lo pessoalmente!
SL
12 Abril, 2019 at 19:18
No onze ideal incluía também Samuel Fraguito e Marinho. Homens da formação acho que é bom não esquecer o sempre eterno esquecido César Nascimento!
12 Abril, 2019 at 19:44
Sem dúvida José! O César foi um dos pioneiros da Formação sistemática no futebol português; e, tal como o Aurélio, tinha um faro especial para a detecção de talento em ainda muito tenras idades.
Bem lembrado e justa homenagem.
Saudações leoninas
12 Abril, 2019 at 19:52
Abraço Álvaro!
Saudações Leoninas
12 Abril, 2019 at 22:14
Já acima referi, mas não é demais referir que César Nascimento foi o grande obreiro da nossa escola. Homem de grande entrega e digo-lhe para mim foi o treinador que mais me impressionou a leres jogos do banco, como ele Allison e António Oliveira …
Depois um grande Homem, humilde e que sendo duro, criava uma empatia com os miúdos … é no tempo dele que aparece a designação “escolas” e era um prazer vê-lo a ensinar os miúdos. Outra grande característica é que que foi o grande mestre do celebre “carrinho”, que ensinou a grandes defesas nossos.
Já agora referir o Carlos Pereira que acima me esqueci.
Enfim bons tempos ….
12 Abril, 2019 at 19:32
Sempre bom saber mais sobre as pessoas com quem partilhamos um bocado de vida.
Um abraço
12 Abril, 2019 at 20:15
Gostei muito do que li, muito mesmo.
12 Abril, 2019 at 20:18
Boa malha Álvaro!
12 Abril, 2019 at 21:06
Muito interessante, a entrevista, meu caro Álvaro! 🙂 Gostei de ler. Muito obrigado. Saudações Leoninas
12 Abril, 2019 at 21:22
Bem-haja Álvaro, gostei muito da entrevista! Concordo no que fala da liga, discordo só no número de equipas da liga, acho 10 equipas pouco, mas não fugiria muito disso, 12 a 14 equipas max. 10 equipas faz lembrar o campeonato dinamarquês ou ligas mais fracas.
Grande parte desses jogadores não tive o prazer de os ver jogar, portanto confio nas suas escolhas
12 Abril, 2019 at 21:23
No fim tinha colocado um emoji, mas não aparece. 😀
12 Abril, 2019 at 22:31
M Pinto, o modelo de 10 equipas a 4 voltas, foi durante muitos anos aplicado na Escócia no início com bons resultados. Agora Escócia e Dinamarca têm uma SuperLiga a 12 Clubes 3 voltas e play-offs de campeão e de despromoção. A Croácia é o único país (que eu saiba) que reduziu o seu campeonato para 10 Clubes a 4 voltas. O que antes era repartido entre Hajduk Split e Dinamo Zagreb, que tinha ganho 24 dos primeiros 25 campeonatos, começa já a ver a intromissão do Rijeka, campeão há 2 anos, 2ª lugar no ano passado, e a aproximação do Osijek. E ainda não têm a repartição e direitos televisivos que existem noutros países.
O que acho é que em Portugal, o que for acima de 12 é muito e 12 implica um sistema idêntico ao da Escócia e Dinamarca e eu entendo que os play-offs desvirtuam uma competição que deve premiar a regularidade.
Obrigado pelo comentário e saudações leoninas
13 Abril, 2019 at 0:54
Já vi fazerem algumas ligas o play-off funcionar com os pontos que tinham da classificação geral. Mas não vejo de todo um play off como algo mau, fazer uma espécie de mini liga com os 4 primeiros classificados ou os 6 primeiros. De certa forma acaba por premiar a regularidade das equipas e permitiria outras equipas menores terem possibilidades de ganhar a mini liga e serem campeões. Estilo; 14 equipas, as 6 primeiras fazem uma mini liga entre elas a 2 mãos, sendo que o primeiro classificado teria 3 pontos, o segundo 2 e o terceiro 1 ponto e os restantes 0. Algo deste género para premiar a classificação anterior e partir com alguma vantagem. As restantes equipas fazem algo do género, com mais pontos distribuídos para jogar a despromocão.
Algo dentro deste sistema
13 Abril, 2019 at 12:55
Só que o exemplo que o MPinto dá faria com que se disputassem 38 jogos, só para a Liga. O que acho muito. Neste momento temos 34. A 1ª Liga que proponho dá 36. Parecendo que não, já mete uma sobrecarga a 3 ou 4 equipas que dificulta o seu rendimento nas provas europeias (e leva à menorização das outra provas nacionais). E um dos principais objectivos seria reduzir o nº de jogos por fim de semana, para criar uma Super Liga onde os outros 7 clubes além dos 3 grandes acederiam a receitas 2, 3, 4 ou 5 vezes maiores que actualmente (menor divisão do bolo televisivo, duplicação das receitas com os grandes triplicação das receitas com os outros porque aumentaria o interesses dos jogos, horários mais apetecíveis sempre ao sábado e domingo de manhã e à tarde, malhor Liga dará melhores sponsors quer para a competição quer para os Clubes). A ideia é exactamente de proporcionar aumento de receitas e que estas se repartam (e mais equitativamente) entre 10 e não 18; o resto é garantido pela qualidade intrínseca do futebolista português complementada com bons estrangeiros.
Um abraço e saudações leoninas
12 Abril, 2019 at 22:08
Muito boa entrevista.
Na generalidade, identifico-me com as propostas apresentadas, com excepção das 4 voltas, embora compreenda a justificação apresentada pelo Álvaro e respeito.
Na minha opinião, numa competição como o campeonato, cada equipa joga (e bem) 1 vez em casa e outra fora com cada uma das outras equipas, tal como na maioria das provas de eliminação. Por isso sou contra a play-offs, fases de apuramento de campeão e outras designações que desvirtuam a essência de uma prova de regularidade.
O que vou escrever a seguir não é justificação para os 2 jogos entre equipas. A justificação está em cima. Mas… Há equipas que, em vez de 2 jogos oferecidos a um certo clube, passariam a oferecer 4 jogos. Multiplicando isto por várias equipas que se predispõem a fazer esse frete, então aí é que o Sporting nunca mais chegava lá…
12 Abril, 2019 at 22:39
Jaime , a questão é mesmo essa, a 10 equipas quase todas têm objectivos claros e, logo passa a ser mais difícil essas panelinhas. Além de que, com centralização dos direitos televisivos e sua distribuição em regime de premiação por classificação, ainda mais afastados ficam esses jogos de bastidores. Repare que as “compras” de jogos sucederam em fases muito adiantada da competição (vide Marítimo 2015/16) quando para o receptor da mala, ganhar ou perder já não aquecia nem arrefecia. A 10 Clubes, 5 ocupam lugares europeus e 2 descem; só sobram 3 e a malha pontual, até deve ser mais apertada do que agora.
Também não concordo com play-offs. Daí não ver como se poderia jogar a 12 ou a 14.
SL
12 Abril, 2019 at 23:11
Como escrevi, compreendo o seu ponto de vista, pois com menos equipas em competição, sobrava mais tempo e o mesmo tinha que ser preenchido.
Mas eu nem dou como principal justificação as “panelinhas”. Essas existem aqui como noutros campeonatos. E mesmo com menos equipas, elas não deixariam de existir.
A minha opinião é que isso desvirtua a essência de uma competição regular. Apenas faz sentido 2 jogos entre as equipas (1 em casa; 1 fora de casa). Aqui sou muito conservador.
13 Abril, 2019 at 0:17
Não percebi em que é que ser a 2 voltas ou 4 voltas altera a regularidade. Todos jogam o mesmo número de jogos conta todos e o mesmo número de jogos em casa e fora. Seriam é menos jogos por jornada, dando para jogar todos ao sábado e domingo, com horários muito mais atractivos par o público. Melhor repartição de receita também (quer televisivas quer de bilheteira). Acredito que num prazo de 4 ou 5 anos, Braga e Guimarães estariam muito mais próximas de Sporting, Benfica e Porto. E a qualidade competitiva aumentaria o que, dadas as qualidades dos nossos jogadores e treinadores potenciaria um aumento das nossas pontuações UEFA. Num prazo de 8 a 10 anos poderíamos ter 6 equipas a competir (e melhor) na UEFA e a também conseguirem mais receita, por aí. Isso daria mais visibilidade às equipas portuguesas e aumentaria o interesse n nossa Liga, tornando-a mais vendável para o estrangeiro (desde logo o mercado lusófono). O único problema que vejo é exactamente o oposto do que o Jaime apontou inicialmente: será difícil de implementar porque muitas equipezinhas veriam a mama a fugir e porque aqueles que gostam de as usar como suas marionetes sentiriam mais dificuldade em controlar o futebol “correndo por fora”.
É sempre um prazer debater com o Jaime.
Um abraço e saudações leoninas
12 Abril, 2019 at 22:24
Entretanto o JHC pôs a dele no post da crónica do jogo com o Rio Ave. Muito boa também
12 Abril, 2019 at 22:27
Também coloquei a minha num post lá para trás, não sabia que agora tinham rubrica.
12 Abril, 2019 at 22:32
Segundo percebi, vão aos poucos aparecendo por aqui à sexta-feira.
12 Abril, 2019 at 23:16
Em que post e pagina ta Malcolm ?
Para eu dizer ao Cherba para guardar ?
12 Abril, 2019 at 23:18
Nesta aqui:
https://atascadocherba.com/2019/04/08/cantinho-do-off-topic-8-abril-2019/comment-page-2/
12 Abril, 2019 at 23:38
Obrigado Malcolm avisarei o Cherba do local -Off Tipic de 8 de Abril -Pagina 2 para depois os tasqueiros lerem.
Como sabes nao me prenuncio sobre as entrevistas pois aqui o objectivo e cada qual expressar a sua opiniao de Sportinguista e de como vive o clube.
SL.
12 Abril, 2019 at 23:49
Nao encontrei Portugueezza no post do jogo com o Rio Ave ?
12 Abril, 2019 at 23:50
A entrevista com o JHC ?
13 Abril, 2019 at 0:17
Já está. Só hoje dei conta que o tempo passou e não cumpri o prazo.
As minhas desculpas.
13 Abril, 2019 at 0:27
JHC podes ainda responder por email ao Cherba envia as respostas a estas mesmas perguntas ele guardara e colocara numa proxima oportunidade das sextas feiras.
Das entrevistas aos tasqueieos.
SL.
13 Abril, 2019 at 8:59
Está na Crónica do cherba,não no bloco
12 Abril, 2019 at 22:28
Muito boa entrevista do Álvaro, como aliás seria de esperar.
Destaco a sua resposta ao número 6. Merece uma atenção especial, sem dúvida.
12 Abril, 2019 at 22:43
Obrigado pela opinião Sir. Sabes que a prezo.
Pelo que percebi estás longe (República Democrática do Congo, é isso?).
Deste cantinho do Atlântico Norte envio-te um abraço e saudações leoninas
13 Abril, 2019 at 0:39
Certo Álvaro. Bem embrenhado na floresta tropical de Mayombe.
Abraço Leonino
12 Abril, 2019 at 22:57
O comentário que posso deixar é que deveria mesmo ser fácil, fácil.
Lucidez do Álvaro, muita e bem precisamos dela aqui e no clube.
12 Abril, 2019 at 23:05
Impressiona-me o saber, a lucidez e o entusiasmo como fala e expõe os assuntos mais prementes, actuais e também os mais antigos do nosso Sporting deste post e comentários do Álvaro Antunes.
Daqui de Angra do Heroísmo um grande abraço e Saudações Leoninas
13 Abril, 2019 at 12:59
Esse é um abraço próximo Gomez. Retribuo da Ilha de Santa Maria. Somos, proporcionalmente, as 2 ilhas açorianas com mais leões.
Saudações leoninas
13 Abril, 2019 at 13:07
Sempre ouvi isso, sendo eu de São Miguel.
Um abraço especial a vós SCP açoreanos!
12 Abril, 2019 at 23:37
Foi um prazer ler a prosa. Obrigada.
Apenas discordo do modelo a aplicar ao futebol, com um campeonato de 10 equipas. Isso dos horários tem única e exclusivamente a ver com as transmissões televisivas. Quanto muito, que se comecem os jogos mais cedo. A partir das 11h, por exemplo, como, aliás, acontece com jogos da segunda liga. Porque não fazer o mesmo com os da primeira?
Concordo com a atribuição de prémios monetários aos clubes consoante a classificação alcançada. A começar na segunda liga.
Também gostava que houvesse a obrigação de as equipas jogarem com uma percentagem de jogadores da formação. De nacionalidade portuguesa. Juro que não sou xenófoba, mas nunca gostei desta coisa de naturalizar estrangeiros para representarem a nossa seleção, e adotando esta medida, o leque de escolhas de qualidade alargar-se-ia exponencialmente. Confesso que não acompanho com muita assiduidade os jogos da formação, mas até há bem pouco tempo tínhamos Sporting, FCP e Benfica a discutir o título, e de há uns anos para cá começaram a aparecer mais candidatos e os jogos a serem mais competitivos. Qualidade não falta. Houvesse mais aposta.
13 Abril, 2019 at 0:21
Mas Ana, os horários também tem que ver com o número de jogos por fim de semana, porque terá sempre de encaixar nove jogos em horas diferentes e, logo, usar as 6ªs, as2ªs e os Domingos à noite. Porque não dá para pensar em impor jogos à mesma hora a quem paga os direitos de transmissão. Eles também têm os seus interesses comerciais de rentabilizar o que compraram. É muito bonito criticarmos os horários das televisões e depois querermos os 515Me da NOS.
13 Abril, 2019 at 9:07
11h, 15h, 17h, 19h, 4 jogos por dia, 8 no fim de semana. Se algum ficasse por transmitir, não adviria daí mal ao mundo. Isto se se distribuísse o dinheiro das transmissões televisivas. E os clubes que ficassem sem transmissão nesse fim de semana com certeza teriam mais adeptos no estádio. Até sacavam uns “cobres” extra. 🙂
13 Abril, 2019 at 13:41
Mas o que acho é que não temos FUTEBOL para 18 equipas na 1ª Liga. A maior parte dos jogos são um verdadeiro martírio. Somos um país minúsculo com 18 Clubes na 1ª Liga + 18 na 2ª Liga(eram 22 , mas foram-se “extinguindo” algumas equipas B) + 13 na Liga Revelação + Campeonato de Portugal 18 x 4 séries + 1750 Clubes (Mil Setecentos e Cinquenta) divididos por 22 (vinte e duas) Associações Distritais + 8 competições de Ilha nos Açores. Dá, só em Seniores e sem contar com as competições do Inatel (que são outros Clubes), um total de 1919 equipas (se formos contar uma média -baixa – de 20 jogadores por plantel temos algo como 38.380 jogadores; diria que são mais de 45.000). Só nos seniores federados e um único desporto de um só género! É um consumo de recursos completamente acima das nossas possibilidades. Há equipas do Campeonato dos Açores (nível Distrital) que têm 2, 3 e 4 estrangeiros! Qualquer “mija na escada” contrata estrangeiros.
Na Ilha de Santa Maria, deixámos de ter futebol federado há quase 30 anos, começou a desenvolver-se o Andebol Masculino e o Basket e Vóley Femininos; o Andebol Masculino (apenas com 1 jogador semi-profissional, o bielorrusso Suharei Kavalenka, que erta pago mas também treinava os escalões de formação e a mulher prestava serviços de limpeza e lavandaria ao Clube) ascendeu, por direito 2 vezes à 1ª Divisão Nacional, por ter sido 2º lugar e campeã nacional da 2ª divisão, mas foi impedida de subir pela FPA sob o estapafúrdio argumento de que seria incomportável para os clube mais uma deslocação às ilhas (o G.D. Os Marienses teriam 11 deslocações ao continente muito menos recursos e não se queixavam).
Isto para dizer que a perda da megalomania futebolística, muitas vezes alimentadas por Clubes, leva a que não se invista em outros Desportos que até podem apresentar melhores resultados.
E, no Sporting, devíamos todos saber bem do que estou a falar (sem querer roubar direitos de autor ao Octávio Machado)
Bjs Ana e saudações leoninas
13 Abril, 2019 at 0:51
Antes de mais saudar esta iniciativa de um Sonhador.
Caro Álvaro, tal como os anteriores, que tenho lido com muito agrado, o teu contributo nesta rubrica da Tasca, fez-me acreditar que ainda é possível …
Só um pormenor , é, Esforço, Dedicação, Devoção e Glória ( por esta ordem ), Eis o Sporting Clube de Portugal.
Abraço
13 Abril, 2019 at 0:56
Óptima entrevista.
Uma das vantagens da velhice, como escreveu Shakespeare, é poder ser rezingão. Para mim, apesar de rezingão, foi ter visto jogar o enorme Osvaldo Silva.
Obrigado Álvaro pela referência a este fabuloso jogador.
13 Abril, 2019 at 0:56
Não esperava menos do que uma excelente entrevista.
Leio sempre com atenção os comentários do prezado Álvaro Antunes, tanto aqui como noutros espaços.
Comenta sempre com rigor e assertividade, complementa e enriquece a informação partilhada por outros tasqueiros. E a rubrica “O futebol não é para meninas” é excelente.
13 Abril, 2019 at 9:07
Belíssima entrevista.
Esta rubrica veio trazer uma lufada de ar fresco.
Muito interessante ir um pouco além dos nicks, essencialmente para quem não se conhece.