O Sporting foi à Choupana e igualou a melhor série da temporada, com 8 vitórias consecutivas. Um triunfo sem discussão, marcado por mais um tiro certeiro de Luiz Phellype e pelo desperdício de uma goleada e da oportunidade para dar reais minutos de jogo a alguns atletas

“A vitória podia e deveria ter sido maior. O nosso jogo foi bom, criámos oportunidades para marcar mais, mas o último passe não foi bom o suficiente. Foi uma vitória importante, mas era também importante ter marcado mais. Série de triunfos seguidos? Todas as equipas têm bons e maus períodos, nós não queremos os maus… Já expliquei que foi uma fase muito difícil para nós, com problemas físicos pelo meio; agora estamos bem e felizes a jogar futebol”.

Foi desta forma que Marcel Keizer resumiu a partida, na flash interview e se há coisa onde o treinador acertou foi no facto do Sporting ter criado oportunidades para marcar mais golos. Aliás, ao intervalo, era praticamente inexplicável que o resultado estivesse 0-0, face às 15 tentativas de remate, às 8 tentativas de remate na direção da baliza, aos 10 remates dentro da área e aos 61,8% de posse de bola. E se Daniel Guimarães, guardião do Nacional, era uma das figuras do encontro, com 8 defesas, não será menos verdade afirmar que o Sporting se podia queixar de si mesmo e da falta de qualidade na finalização.

Frente a um Nacional da Madeira acantonado no seu meio-campo, como se manter o 0-0 fosse o único pensamento na mente de uma equipa que garantia que não ia mudar a sua filosofia ofensiva de jogo, o Sporting, com Doumbia a fazer de Wendel e com Diaby no lugar de Raphinha, cedo tomou conta da partida e mostrou as fragilidades dos insulares. Mesmo com Bruno Fernandes em tarde de menor inspiração, acabou por ser através do número 8 que os Leões fariam o seu primeiro remate, antes de Acuña ter uma paragem cerebral e arriscar ver um cartão mais pesado do que o amarelo.

O jogo desenrolava-se no meio-campo madeirense, Bruno Fernandes desperdiçava na cara do redes, Jovane tentava um golaço em arco que seria defendido e Diaby mandava uma bufa quando se pedia um remate em força. O mesmo Diaby, lançado por Jovane, não mostrava classe para desviar para as redes à saída do que as guarda e, depois, seria o jovem camisola 77 a ensaiar um remate em jeito e sem força, para, a fechar o primeiro tempo, Daniel interceptar o cruzamento de Bruno Fernandes que ia direitinho para Luiz Phellype.

Penso-se (pensei), que Keizer ia alterar algo, lançando, por exemplo, Francisco Geraldes para o lugar de Gudelj, com Doumbia a baixar para a posição seis, mas o técnico não mexeu e tudo se manteve. Falhanço de Diaby depois de boa arrancada de Doumbia, com o maliano a ter azar ao ver a bola embater numa cabeça quando se dirigia direitinha para a baliza. Na sequência do canto, remate de ressaca de Mathieu, com Luiz Phellype e Diaby a não conseguirem emendar à boca da baliza.

Até que, aos 62 minutos, Luiz Phellype faria o que Rodrigo Fabri tinha sido o último a fazer: marcou o golo da vitória do Sporting num jogo disputado numa sexta-feira, na Madeira. O avançado tem aproveitado da melhor maneira a ausência de Bas Dost e marcou pela quarta jornada consecutiva, entrando para uma lista que, no séclo XXI, conta com os ilustres nomes de Jardel, Liedson, Fredy Montero, Islam Slimani, Bas Dost e Bruno Fernandes. E foi um belíssimo golo, respondendo de primeira a um livre batido por Acuña, rapaz que já leva dez assistências esta época.

Depois, estranhamente, o jogo acabou. O Nacional queria, mas não podia, o Sporting podia, mas já não queria. Enfadonho, enfadonho, enfadonho. E, depois do desperdício da primeira parte, o Sporting desperdiçava 30 minutos para dar jogo a alguns elementos do plantel, como Miguel Luís ou Francisco Geraldes, que entraria para jogar os descontos quando o treinador até afirmou como o via como opção para jogar a partir da esquerda. Mas quem entrou para essa ala foi Jefferson. Vá lá um gajo entender. As substituições, a falta delas e o não aproveitar a senda de vitórias e os jogos sem peso para dar sinais do que se pretende para a próxima época….