Terminou a época de 2018/2019 do voleibol do Sporting e vamos ao balanço. Esta semana trago-vos a minha opinião relativa à época das seniores femininas e para a próxima semana escreverei sobre os seniores masculinos.
Ainda não sei por onde me levará a escrita, mas intuo que será fácil escrever sobre esta equipa de voleibol feminino. O resumo é simples: Campeãs Nacionais de Voleibol Feminino da época 2018 – 2019. Este balanço pensei-o em 3 partes: Projecto, Jogadoras e Equipa.
PROJECTO
Esta equipa está a cumprir o trajeto sonhado. Todos os membros estão a seguir uma estratégia delineada na época passada que seria chegar, em 2 anos, à primeira divisão. Convidaram-se boas jogadoras em 2017 que, numa visão a curto prazo, fariam todo o percurso para cumprir o objetivo que referi. A estrutura base do plantel manteve-se nestes dois anos, tendo sido contratadas jogadoras que acrescentaram valor à equipa. A equipa técnica, liderada pelo professor Rui Costa, tinha a qualidade e exigência para levar a cabo esta tarefa. Cumpriram.
A minha expectativa para esta época era de que iríamos, tranquilamente, subir de divisão. Uma derrota em casa com o CG Santo Tirso fez soar os alarmes de que podiam não ser favas contadas. Ainda na primeira volta do campeonato nova derrota com um super motivado CD Aves. A qualidade da equipa não era sinónimo de derrotas, o que me fez assustar um pouco.
A época foi avançando e o final da fase regular trouxe-me a incerteza de que o projecto podia ter um revés. Apesar de termos jogos equilibrados com o CD Aves, tínhamos perdido sempre. Fiquei um pouco apreensivo. Na verdade, nunca o escrevi, mas pensei nisso uma vez durante 4 segundos. Por este pensamento injusto e desconfiado já me auto chicoteei 30 vezes. Desculpem meninas.
Começou a mini liga de apuramento de campeão e estávamos preparadas. A equipa estava em forma e o pensamento era fazer 10 jogos e 10 vitórias. Bastava circular pelas redes sociais e perceber que a comemoração de cada vitória era um count down até ao 10. Elas queriam o 10 em 10. E conseguiram. Há, porém, um “se” que eu não sei responder. A estratégia para o voleibol feminino era subir de divisão, sendo campeãs, culminando esta etapa de 3 anos com o campeonato nacional da 1ª divisão? Se eu quiser adivinhar, admitia que sim com base em 3 sinais simples:
– Somos o Sporting Clube de Portugal
– O professor Rui Costa é um campeão;
– Temos jogadoras de 1ª divisão.
Muito ao jeito do que se faz noutras modalidades, a estratégia delineada no voleibol feminino está a criar um carimbo de competência no universo leonino.
JOGADORAS
Durante o ano já fui falando individualmente de cada jogadora. O Cherba até conseguiu identificar uma música para cada uma. Como post final desta equipa, vou deixar mais uma frase simples. A alegria com que jogam, através dos sorrisos que vão fazendo, denuncia-as, a todas, como grandes atletas. É sempre injusto destacar jogadoras de uma forma individual porque o desporto é coletivo. Ainda assim, como adepto e fã desta equipa, gostava de destacar 3 jogadoras para fechar esta época. Não me alongo, apenas uma frase simples que tenta resumir o que foram, o que são e representam:
Fernanda Silva – A Fernanda é uma atleta. Parece redutor, bem sei, mas a palavra atleta tem muitas características intrínsecas. A sua qualidade técnica é só uma delas. O carisma, liderança, postura, identidade e perseverança são tudo adjetivos que a Fernanda carrega.
Maria Palma – Começou a época no banco, depois entrou a titular para jogar na entrada e termina a época a jogar a líbero. A isto eu chamo polivalência sportinguista. Claramente uma jogadora de equipa, uma daquelas que passa quase invisível aos olhos comuns. Nem sempre a melhor pontuadora é a jogadora mais importante da equipa. Grande época.
Rita Mira – A Rita não teve a minha atenção de início. Se no caso da Maria Palma, a Solange, comentadora da SportingTV ajudou, neste caso não. Com a Bárbara e a Dalliane em forma, a Rita foi tendo menos tempo de jogo. Desmotivou-se? Nem por um segundo. O empenho que leva para dentro de campo, ajuda ao compromisso da equipa com a vitória. Neste último jogo, em São Mamede de Infesta, reparei-lhe nos pormenores. Fiquei encantado. Denuncio dois: a alegria e a simpatia. Os outros guardo-os para a próxima época. Ótima surpresa.
Por fim, deixo-vos a lista que vai ser estar cravada na taça de campeã:
4 – Sarra Serrano (c)
20 – Beatriz Rodrigues
10 – Francisca Rodrigues
2 – Catarina Barbosa
18- Kate Yeazel
8 – Rita Mira
7 – Natalya Haramisiyv
6 – Dalliane Dias
14 – Bárbara Pereira
15 – Rachel Cox
3 – Fernanda Silva
19 – Luísa Vitorino
9 – Matilde Saraiva
11- Maria Palma
13 – Mariana Veiga
17 – Daniela Loureiro
EQUIPA
Quem já praticou um desporto coletivo sabe o significa a união de um grupo. A forma como os atletas estão em comunhão mostra bem o potencial de sucesso da equipa. Este Sporting era um corpo só. Claro que a forma como festejam já mostra a empatia das jogadoras, mas reparar na forma como se apoiavam depois de um ataque falhado, num serviço errado ou numa derrota é de uma dimensão leonina! Tive a felicidade de conseguir assistir, ao vivo, ao último jogo da equipa contra a AA São Mamede de Infesta. Era delicioso assistir à forma como as meninas se relacionavam.
A Dalliane estava lesionada e, ainda assim, estava convocada. O professor Rui Costa quis que também ela fizesse parte deste último jogo de consagração. Não consigo colocar em palavras a reação dela e das companheiras nesse momento. Digo-vos que gostava de descrever, mas seria incompetente ao fazê-lo. Foi mágico.
O sucesso, as conquistas são sempre uma consequência de uma ação premeditada nossa. Por isso, eu não agradeço as vitórias, normalmente eu celebro vitórias e agradeço o trabalho.
Obrigado pela atitude.
Obrigado pela entrega.
Obrigado pelo esforço.
Foi um prazer enorme acompanhar as campeãs nacionais da 2ª divisão de voleibol.
Há muitos anos, demasiados, quando fomos a última vez campeões nacionais de futebol, havia uma música que circulava nas bancadas com regularidade. Com pena minha, esta foi-se esquecendo das memórias. Gosto de pensar que é importante as equipas do Sporting a conheçam, porque, como alguém um dia me disse, “nunca somos só nós”. Nem de cá para aí, nem daí para este lado dos adeptos.
Se algum dia não vires as nossas bandeiras,
Se algum dia o tambor não tocar,
Se algum dia a nossa voz tu não ouvires,
Então Sporting o mundo vai acabar.
Se algum dia se apagar a nossa chama,
Se algum dia a força nos faltar,
Se algum dia não ouvires que te amo,
Então Sporting o mundo vai acabar.
*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)
30 Abril, 2019 at 20:00
sou fã desse cântico 🙂
conforme dizes, tudo o que está a passar-se no voleibol feminino parece pensado e planeado. E, sim, acredito que o objectivo seja estar na decisão final do principal escalão.
Tenho curiosidade é em perceber de que forma a formação está incluída nesta projecto
30 Abril, 2019 at 20:36
Este grupo (sem alterações, hipoteticamente) pode fazer o quê na 1ª divisão?
30 Abril, 2019 at 23:15
Sem contratações, admito que seria lutar por um meio da classificação. O campeonato era difícil.
30 Abril, 2019 at 21:38
Parabéns Leoas!
Parabéns ao prof.Rui Costa e a todos os profissionais que tornaram possível esta conquista e a subida ao principal escalão do voleibol nacional.
30 Abril, 2019 at 21:38
Se o voleibol feminino estivesse mais evoluído, ou seja, pudesse pagar salários engraçados, havia duas ou três internacionais portuguesas (que são enormes leoas) que podiam ingressar e reforçar esses intentos para a próxima época.
30 Abril, 2019 at 22:06
Alguém sabe se o Bruno Paz já foi operado aos ligamentos do joelho?
30 Abril, 2019 at 22:31
Mais um post cheio de sumo.
O que esperar desta malta para o ano? Se o “nome” basicamente obriga a lutar pelo título, será que nos reforçaremos nesse sentido? Em PT ou lá fora?
Formar para tirar partido disso… em qt tempo?
Desculpa as perguntas, é mesmo para saber a tua valiosa opinião sobre o tema.
30 Abril, 2019 at 23:13
Como tu dizes, o nome obriga a lutar pelo campeonato. Acredito que isso vá acontecer. Precisamos de reforços. Pelo histórico do projecto, devemos ficar por cá, por Portugal. O professor Rui Costa conhece bem as atletas, fará um grande trabalho de recrutamento.
Sou-te sincero, nao tenho duvidas que haverá muitas atletas disponíveis para jogar por nós (mesmo ganhando menos). Temos um estatuto que devemos jogar a nossa favor, na hora de convidar atletas.
Sobre a formação, não conheço o projecto a fundo. No entanto, em menos de 4 anos será muito difícil ter atletas formadas. Estou a assumir formação “a serio” e nao ir contratar atletas juniores, por exemplo.
30 Abril, 2019 at 23:40
Obg pela resposta.
Vamos “acompanhando”. A minha miuda diz que para o ano no colégio é a modalidade onde se vai inscrever e elas levam aquilo a sério.
Quem sabe um dia… 🙂
30 Abril, 2019 at 23:49
Fica ja reservada a primeira entrevista para a Tasca!
30 Abril, 2019 at 22:40
“nunca somos só nós”.
Tão bom.
E o cântico? Já nem me lembrava. 🙁 Directivo.
30 Abril, 2019 at 23:14
Do que me recordo, tambem a juve leo cantava. Mas posso estar enganado, claro.
É uma grande música!
1 Maio, 2019 at 0:09
Sim a juve cantava sim,e não quero afirmar mas tenho ideia que já se cantava isso antes de os diretivo existirem…creio que no ano que fomos campeões já havia esse cântico,é dos meus preferidos também. 😉
tenho uma prima leoa doente que joga aqui no ginásio vilacondense,espero um dia que ela jogue no Sporting.Ahaha
Já agora sabes como tá o ginásio em masculino?não vai muito tempo andava na 1 divisão também.Era mais uma oportunidade de ver o grande aqui em Vila do Conde.
30 Abril, 2019 at 23:06
Parabens Leoas pela subida de divisao e pelo titulo conquistado que seja o inicio de grandes feitos do volei leonino.
30 Abril, 2019 at 23:18
Belo post Adrien.
1 Maio, 2019 at 5:01
Excelente, obrigado pelo post
1 Maio, 2019 at 6:35
Belo post. Acho no entanto que a qualidade do nosso actual plantel esta longe de satisfazer para a 1. divisao. O nível eh outro e dei uma espreitadela a um dos jogos das finais e eh com cada torre que vai la vai. Temos que ganhar altura e bloco.
Finalmente, nao posso comemorar a vitoria das nossas lindas leoas porque sou um teletubie e os teletubies nao estao autorizados a comemorar as vitorias do Sporting. Soh os verdadeiros sportinguistas. Pelo menos foi o que li há uns posts atrás.
1 Maio, 2019 at 8:26
Leão Verde não ligues a 2 ou 3 que andam por aí. Eu faço de contas que eles nem existem. Talvez te recordes da “guerra” entre o Sampaio e o letão. O letão acabou por ser suspenso, voltou mais tarde e a pouco e pouco vem ofendendo quase todos aqui na Tasca!
1 Maio, 2019 at 9:05
Eu estava a gozar com a situação, obviamente. Não merece outra coisa senão gozo. Ou, como sugeres, desprezo. Hoje deu-me para o gozo. 😆
1 Maio, 2019 at 9:43
Fazes bem para começar o mês. Mês de Maria, do Coração, das Flores e do Sporting Club de Portugal!
Saudações Leoninas
1 Maio, 2019 at 8:19
Não sei se o campeonato brasuca já terminou ou não. No PFC davam bons jogos do campeonato feminino brasileiro.
Tenho que dar uma vista de olhos para ver se detecto algum talento por lá e informo aqui o Adrien!