Hugo Silva já não é o treinador do Sporting. Foi o próprio técnico que confirmou essa decisão, em declarações ao jornal A Bola, depois de vários rumores a intensificarem a saída do também selecionador nacional.
O técnico que comandou os leões nas duas últimas temporadas (as duas primeiras depois de um interregno de 24 anos na modalidade) sai assim do clube com quem tinha mais um ano de contrato. A decisão de Hugo Silva prende-se, essencialmente, pela mudança da casa mãe do Sporting no voleibol: de Fiães para Lisboa.
«Foi uma decisão difícil, estive até reunido com a Direção do Sporting, que tudo fez para que continuasse uma terceira temporada ao serviço do voleibol do clube, mas a proposta não reunia as condições para toda uma mudança de vida para Lisboa. Foram dois anos de muitas alegrias e fico muito feliz por ter sido comigo que a modalidade voltou ao clube passados 24 anos. Deu-me um prazer enorme»
«A decisão de não continuar foi minha. Tenho a minha vida toda no Porto. Tenho as minhas funções na Federação Portuguesa de Voleibol e uma instituição na qual dou aulas e que não queria abandonar assim. Basicamente não tenho espírito de emigrante. Daí esta dificuldade em afastar-me das minhas raízes, da minha família, amigos. Todos os anos tenho propostas de clubes, até de fora, e nunca aceitei. Foi uma rescisão amigável, mas tive de pesar vários fatores entre o lado profissional e o pessoal»
«Quanto ao meu sucessor, desejo o melhor, espero que seja um sportinguista, que é sempre importante para entender a dinâmica e grandiosidade deste clube. Espero que o Sporting siga um caminho que torne o voleibol ainda mais forte, consolide a modalidade com alguém apaixonado por ela»
Segundo o jornal Record, o Sporting já entrou em contacto com possíveis sucessores de Hugo Silva, entre os quais Filipe Vitó, antigo jogador do clube leonino. Porém, o técnico do Sporting de Espinho recusou a proposta devido à sua vida profissional.
Da minha parte, um sincero OBRIGADO a Hugo Silva. Confesso que não é um treinador que me passe uma imagem de força e garra, como acontece com Nuno Dias ou Paulo Freitas e foram várias as vezes que o apelidei de “soneca”, mas a verdade é que foi ele a dirigir a equipa que nos deu aquela incrível conquista, no ano passado, e ficará para sempre associado à nossa história.
E já que falamos de sucessores, não faria sentido pensar em Miguel Maia?
2 Maio, 2019 at 18:36
Obrigado por tudo e as melhores felicidades pessoais e profissionais.
Entendo perfeitamente a opção.
2 Maio, 2019 at 20:38
Eu não tenho nenhuma informação interna sobre a vida do voleibol do Sporting. Portanto, a minha opinião é só interpretação do que se vai sabendo publicamente. Posto isto, consigo abrir duas situações importantes com esta saída:
Hugo Silva, o treinador: O treinador Hugo Silva é dos melhores treinadores portugueses. As vitórias e o percurso que tem mostram isso mesmo. Por isso, perder um dos melhores treinadores de voleibol em Portugal nunca pode ser bom. Fica ligado à nossa história para sempre, vencendo o campeonato num ano onde não era favorito, vinha de uma equipa 100% nova, a jogar num pavilhão novo, num clube sem a modalidade há mais de 20 anos e com um orçamento muito menor que o rival. Isto é bom? Não, é ótimo! Um obrigado gigante pelo que fez ao serviço do nosso clube.
Voleibol, a estrutura: No que respeita ao projecto, esta saída marca o fim de um ciclo. Um ciclo muito curto, de 2 anos. Nenhum projecto recente, que se deseja sustentável no tempo, vive de projectos a 2 anos. O futebol tem-nos dito isso. Deixo as contratações e análise da época para terça-feira, mas falo da estratégia (aviso: eu discuto Sporting, não discuto presidentes). Quando a modalidade iniciou contratou-se um expert em voleibol e colocou-se um plano em prática. A sede foi em Fiães (descentralizado) e contrataram-se jogadores experientes, com credenciais no voleibol. Basicamente, veio uma estrutura ganhadora que andava pelo Sporting de Espinho. Fomos campeões e o plano seguiu. Tudo igual, tudo na mesma. Depois da segunda época, perdeu-se o campeonato e repensou-se tudo. Ao contrário do voleibol feminino. Esta mudança de 180º tem consequências e esta saída não tem a ver com competência, mas com mudança de plano. Não me alongo mais, contudo deixo perguntas que as respostas podem deixar perceber o que não se percebe:
– A descentralização do voleibol incomodou?
– A marca Sporting foi devidamente potenciada quando a equipa esteve em Fiães?
– A aposta em jogadores experientes foi errada?
– Mudar para Lisboa significa treinar sempre no PJR e diminui-se custos ou precisamos de arrendar outro pavilhão como outras modalidades?
Falar sobre a estratégia do voleibol masculino dava pano para mangas, estou curioso para perceber o que aí vem.
2 Maio, 2019 at 23:50
Caro Adrien, vou dar a minha opinião sobre as 4 questões.
-A mudança incomodou e incomoda. Tanto do ponto de vista psicológico, mas também do ponto de vista da logística, existem jogadores a ponderar não continuar no Sporting. Sei-o.
-Não tenho dados para afirmar se houve algum ganho para a marca Sporting com a equipa sediada em Fiaes. Sabemos que a proximidade dos sócios à equipa ajuda a promover a modalidade, mas as vitórias também o fazem.
-A aposta em jogadores experientes era a opção menos arriscada para uma modalidade regressada e sem formação para completar a equipa.
-Os maiores custos são as viagens e hotéis, segundo me disseram. Mas a sua questão é perfeita. Pela poupança gerada faz sentido sediar o Voleibol em Lisboa?
Neste momento é a modalidade onde se sente maior instabilidade.
2 Maio, 2019 at 21:08
Tenho pena … MAs é assim …
Tudo de bom para si Mister!!!
2 Maio, 2019 at 21:33
Tiro no pé….. ouchhhh !!!!
Andei eu no exercito…. e não percebo nada disto…
3 Maio, 2019 at 12:56
Obrigado, mister!
Que venha o proximo… e que o planeamento da epoca seja diferente do ultimo.
Reforços têm que acrescentar, ok? 🙂