Apenas alguns dias após o último post nesta rubrica (e os vários bons comentários na sua sequência) veio a público uma muito interessante entrevista de Nuno Cristóvão (NC) ao diário “desportivo” O JOGO, depois da sua saída do Sporting.
Para o que pretendo debater, destaco dois momentos dessa entrevista que contribuem para levantar um pouco o véu sobre o futuro próximo do Futebol Feminino (FF) em Portugal: “(…) sabendo que o próximo ano será de transição no modelo competitivo das mulheres e raparigas em Portugal. Na época 2020/21, a primeira divisão, hoje com 12 equipas, só terá 10, (…)” (NC dixit).
Ou seja, a federação já percebeu que o actual quadro competitivo da Liga BPI é uma aberração. E vai alterá-lo já daqui a 2 anos! Muito bem! É menos uma batalha no caderno de alterações para a melhoria do FF em Portugal. Mesmo assim, talvez 10 sejam ainda muitas equipas para integrar o quadro de uma competição que e pretenda integralmente profissional.
“(…) mas vai acontecer a médio prazo, porque o que acontece na América do Sul vai acontecer na UEFA e para poderem entrar em competições europeias, os clubes terão de ter equipas femininas. Vai ser mais rápido do que pensam. Uma competição que se reduz a três equipas, contando com o Benfica, é mais pobre. Nas duas últimas épocas, a liga decidiu-se em dois jogos e se queremos uma competição com mais qualidade, tem de haver mais equipas, apostando os clubes na formação. Quando estas jogadoras jovens chegarem aos seniores não vão caber todas nas equipas profissionais e como querem jogar, vão reforçar outras equipas do nível abaixo e também isto vai fazer com que o nível competitivo seja mais alto e equilibrado. Esta época já vimos 2/3 equipas fazerem campeonatos muito interessantes, mas é preciso mais. Com a entrada de mais equipas, o fosso vai diminuir e o nível será cada vez mais equilibrado (…)” (NC dixit).
Este momento é ainda mais esclarecedor! Nuno Cristóvão entende que: não há como fugir da profissionalização; competir a 2 ou 3 e o resto ficar a ver navios é que mata o Futebol; há que criar condições para serem mais a ter armas competitivas para almejar o topo; não se cria a competitividade baixando o nível dos 3 destacados, mas aumentando o nível dos outros ou criando mais equipas com capacidade de se destacar; a evolução internacional (particularmente europeia) do FF “obrigará” quase que “naturalmente” a que outros emblemas de projecção adiram ao FF em Portugal.
Vou só relembrar algo que respondi ao mui honorável tasqueiro Pavel Hörvat, num dos comentários do post da semana passada (ainda antes de conhecer a entrevista de NC): “(…) Pavel, a profissionalização é o caminho seguido em TODO O MUNDO. Ou acompanhas, ou esquece e perdes o combóio. Porque não podes ter 3 equipas profissionais e as outras amadoras. Não existe competição, assim. Tens apenas 4 ou 5 jogos que “puxam pelas atletas” por temporada e isso é extremamente pernicioso para os que investem. O pessoal tende a achar que é um problema para os “pequenos”, mas é exactamente o inverso. Os que não têm “pernas” para o andamento profissional ou “unhas para tocar esta guitarra”, santa paciência, desçam de divisão.O que não faz sentido é teres uma Liga BPI com 12 equipas!!! 12 equipas num paísinho de merda em que o FF está na pré-História!! Nos EUA a NWSL, a Liga Profissional americana tem 9 (NOVE!) equipas! 20 vezes mais população, o Futebol Feminino mais avançado do Mundo a sua Liga profissional joga-se com 9 equipas! (…)” (Álvaro Dias Antunes – 21 Maio, 2019 at 1:08).
Ou a resposta que dei ao também mui honorável tasqueiro leonidas, num outro comentário ao mesmo post: “(…) O Sporting, o Benfica e o Braga teriam a obrigação de exigir à FPF que seguisse as recomendações expressas no “Women’s Football Strategy” da FIFA: criar condições para profissionalizar o Campeonato principal. O mais rápido possível, e sempre antes do próximo ciclo de novo Mundial. Ao cumprir com essa recomendação, a selecção faz-se naturalmente: os clubes que não preencham as condições para obterem a certificação para competir na Liga Profissional são excluídos. Ponto! Descem para a 2ª Divisão e começam aí a sua adaptação à profissionalização. Garanto que, iniciando a profissionalização integral na época 2021/22, o difícil será garantir que hajam 8 equipas que preencham os requisitos para participar. Mas, acreditem que, após haver um Campeonato Profissional, bem organizado e bem promovido por todos os envolvidos, cedo o FF começará a impor-se como uma excelente oportunidade de negócio e a atrair Clubes como o Porto, a Académica de Coimbra e outros que podem também movimentar boas assistências e tornar ainda mais atractiva a Modalidade para públicos e investidores. (…)“.(Álvaro Dias Antunes – 21 Maio, 2019 at 23:19)
Como vêem, aquilo que penso e defendo para o FF em Portugal não difere muito daquilo que NC garante que vai suceder a curto/médio prazo. Ele ainda focou uma outra questão que é incontestável: a Formação dos actuais 2 grandes que aderiram ao FF não será totalmente absorvida pelos próprios. O que significa que a sua enorme qualidade (e estou a falar de Sporting e Benfica, que também está a trabalhar muito bem na Formação) vai beneficiar os clubes de média dimensão. Mas há ainda outras questões que deveriam decorrer desta vantagem competitiva, a médio/longo prazo, da boa Formação: porque razão só há quadro competitivo regular de Futebol feminino, nos escalões abaixo das sub 17 na AF de Braga? O que andam a (não) fazer as outras 21 Associações de Futebol? Como se explica a total ausência de uma estratégia nacional de formação de futebol feminino na Rede Escolar?
Regressando à questão da profissionalização integral da Liga Principal, convém que o Sporting assuma uma postura de acompanhamento activo do modelo de profissionalização que será adoptado. O que receio é que, à imagem do que aconteceu no Futebol Masculino há duas décadas atrás, se vá seguir o modelo bem português do “decreta e deixa andar”. Sai por decreto que, a partir do ano X, as equipas a competir no quadrto principal têm de ser “profissionais” e estar enquadradas numa SAD ou SDUQ; regras para a profissionalização da competição, para o fair-play financeiro, para o licenciamento dos clubes, etc., .. não é preciso! … os Clubes que se “desemerdem” (forgive my french).
O Sporting deveria pugnar pela adopção de regras de competição idênticas às da NWSL dos EUA ou de licenciamento idênticas às da FA WSL e da FAWC de Inglaterra. Nem é preciso re-inventar a roda. Existem modelos (que, aliás, a própria FIFA e UEFA reconhecem como exemplares).
Nota intercalar: [Para as regras de competição da NWSL (EUA) ver: www.nwslsoccer.com/rules-regulations e para as regras e regulamentos de composição dos planteis ver www.nwslsoccer.com/roster-rules . Para as regras das competições inglesas (FA WSL – 1º Divisão e FA WC -2ª Divisão) ver:
http://www.thefa.com/-/media/thefacom-new/files/womens/fawlc-comp-rules-2018-19.ashx. Façam copy do endereço, paste para a caixa de endereços URL do vosso browser internet e escolham “abrir” ou “guardar ” na caixa de diálogo que surgirá, uma vez que os docs são PDF.]
Assim, tudo ficaria mais claro e mais equilibrado. Além disso, questões como a co-responsabilização das Federações pelos salários de jogadoras convocadas, ou a definição de números máximos de jogadoras consideradas estrangeiras (ou mínimos de formadas localmente, com essa definição bem precisada), ou das janelas e regras de contratações, transferências e empréstimos seriam alvo de parâmetros mais justos e equilibrados, sempre tendo em primeira linha de conta o desenvolvimento da actividade, a defesa dos direitos laborais e a delimitação e regulação do negócio na salvaguarda da máxima liberdade possível do mesmo.
O caminho é, claramente esse, a meta da internacionalização da profissionalização das máximas competições do FF está cada vez mais próxima e isso só augura um ainda mais rápido crescimento da Modalidade e expansão das oportunidades de negócio a ela associadas.
Mas, não é só às questões regulamentares que o Sporting deve dedicar a sua máxima atenção e poder de influência; o Clube e a SAD têm que, DESDE JÁ, criar as condições de supremacia competitiva sustentável para melhor potenciar e aproveitar esse inevitável crescimento da Modalidade em todas as suas vertentes (desportiva, mediática, económica). E a melhor forma de conseguir essa supremacia é tirando partido das vantagens históricas, organizacionais, culturais e éticas que são apanágio do Sporting e caracterizam o Clube. Desde logo, do facto de sermos UM CLUBE DE DIMENSÃO NACIONAL E INTERNACIONAL, dimensão essa que se expressa e se sustenta de forma orgânica (Núcleos, Filiais, Delegações).
O lema “MAIS QUE UM CLUBE” a poucas outras organizações se aplicará com tanta verdade quanto ao Sporting Clube de Portugal. Envolver essa rede orgânica de sócios e adeptos na fidelização de um inigualável número de seguidores de uma equipa de FF, na capacidade de criação de eventos significantes e diferenciadores e na capacidade geração de receitas regulares e sustentadoras do necessário investimento para a competitividade é uma tarefa que deve começar … ONTEM!
Dou alguns exemplos. Imaginem a realização de 2 jogos de apresentação da equipa aos adeptos: um jogo em Alcochete com uma equipa estrangeira de menor dimensão mas com significado (por exemplo, o Lewes da FAWC, a 2ª divisão de Inglaterra, que ficou em 9º lugar mas se apresenta como o Clube mais Igualitário do Mundo no que respeita à igualdade de géneros); um outro jogo em Alvalade com uma equipa já de maior dimensão (o Atlético de Madrid, o Montpellier, ou, de preferência a Fiorentina). Para ambos os jogos se procurava, com a devida antecedência, uma boa promoção genérica na Sporting TV e no site do Sporting, nas Redes Sociais e no Jornal, desde logo incluindo-os nas vendas de Gamebox FF. Mas para ambos os jogos faziam-se também promoções adicionais internas e específicas, direccionadas a grupos de Núcleos: por exemplo, para o jogo de Alcochete, incentivava-se os Núcleos da Margem Sul (existem, pelo menos, emAlcochete, Barreiro, Montijo; Seixal, Almada, Costa da Caparica; Setúbal e Palmela) a organizarem uma deslocação conjunta com um pacote que incluiria, visita às instalações da Academia, convívio- repasto com espaços grill antes do jogo (ou com almoço buffet no refeitório da Academia), o bilhete para assistir ao jogo (ou aquisição promocional da gamebox) e a uma cerimónia conjunta dos dois clubes a anteceder o jogo;
para o jogo no Alvalade, uma semana depois fazia-se o mesmo tipo de incentivo mas para grupos de Núcleos de: Lisboa (Alcântara, Olivais); da Linha e Concelho de Sintra (Cacem, Queluz, Sintra, Magoito, Almoçageme) ; da Linha e Concelho de Cascais (Paço de Arcos, Oeiras, Tires, Cascais); da chamada região saloia e da Região Oeste (para o Max e o Tomás não perderem a oportunidade – Caneças, Loures, Mafra, Torres Vedras, Peniche, Óbidos, Caldas da Rainha, Benedita); da linha de vila Franca e do Ribatejo (Sacavém, Alverca, Vila franca de Xira, Torres Novas, Alcanena, Tramagal, Alferrarede, Santarém); se o jogo fosse com a Fiorentina, envolver também os Grupos Organizados de Adeptos; incluir para os Núcleos um “pacote” com visitas de manhã ao Museu (entre as 09h e as 13h), convívio repasto entre todos (núcleos G.O.A.s e adeptos/as da Fiorentina) na zona das roulottes, bilhete para a cerimónia de apresentação oficial das jogadoras (e, no caso da Fiorentina, de homenagem memorial a Marco Ficini) e para o jogo. Em ambos os eventos ter produtos de merchandising FF à venda. Em ambos os eventos, um representante da SAD, a team Manager, e um representante do CD, reuniam com os Presidentes (ou seus representantes) dos Núcleos envolvidos, para exporem e debaterem formas e modelos de apoio e envolvimento com a equipa (nos dois sentidos) durante a época.
Com apenas esses dois momentos poderiam já estar a iniciar a fidelização de várias dezenas de adeptos e associados ao FF. Mas, estariam, sobretudo a dar o mote sobre como fazer de cada jogo um momento de eperiência.um happening. Durante a época replicar este tipo de iniciativa (dimensionando as réplicas a Alcochete e a Alvalade), envolvendo diferentes grupos de Núcleos. Assim, estariam a criar uma rede de apoio não só aos jogos em casa mas também aos jogos fora, onde há sempre Núcleos presentes (aí até se poderia inverter o sentido do envolvimento: deslocar a equipa no dia anterior ao jogo e organizar com o Núcleo mais próximo – mas envolvendo os adjacentes – um jantar com a Team Manager, a treinadora e a capitã e uma acção de venda de merchandising com a intervenção de atletas que não estejam convocadas para o jogo mas que acompanhariam a equipa).
Se começarem já esta época, acreditem que tomarão uma boa dianteira no que respeitará às assistências médias aos jogos, à fidelização de adeptos e à criação de uma rede de apoio ao merchandising e às vendas de gameboxes, por exemplo. Estes exemplos referem-se a tirar partido da nossa dimensão orgânica nacional e ao envolvimento dos Núcleos, delegações e Filiais.
Eles poderiam até ser estendidos à realização de protocolos de apoio técnico para que conjuntos de Núcleos de proximidade pudessem criar equipas de Formação regionais, com a a marca Sporting (Academias Ladies com equipas a competir regionalmente e a estrutura central a acompanhar a sua evolução; e estaríamos ainda a contribuir para a expansão da Modalidade a nível nacional).
Mas há outras características que marcam muito da diferença do Clube: os Valores e a Ética, contam-se seguramente entre elas. E muito se poderá fazer para associar a actividade das atletas do FF a causas, trabalhando em conjunto com a Fundação Sporting, os Leões de Portugal e o Grupo Stromp em campanhas como: a Luta contra o Cancro (momeadamente o da Mama), a Luta pela Igualdade de Condições de Géneros, o Acolhimento e Integração de Refugiados, a luta contra o Racismo no Desporto e na Sociedade, a Luta contra a Violência no Desporto, a Luta pela Verdade Desportiva, a Luta pelo Desporto Inclusivo e Para Todos, a Promoção da Prática do desporto como Hábito Salutar de Vida.
E habituar o grande público a ver as caras das nossas atletas nessas campanhas, desempenhando assim um papel de Modelos Sociais. Muitas dessas campanhas até poderiam ser inciativa do departamento e associar outras atletas de outras Modalidades como as dos Desportos Adaptados, as do Rugby, as do Voleibol, agora até as do Hóquei em Patins para também promover a empatia de todas as atletas com os adeptos, tornado-as mais visíveis a estes.
Outra situação que nos distingue é o apoio dos adeptos independendo dos resultados do chamado “desporto-rei”; aí deveríamos ser criativos a gerar envolvimento, empatia e emoção dos adeptos e sócios, estabelecendo e divulgando metas de assistências aos jogos e de participação nos eventos ambiciosas, colocando-as como um “desafio” aos adeptos e associando-os SEMPRE ao cumprimento dessas metas, incentivando o seu orgulho leonino e fazendo-os sentir parte do sucesso.
Termino com alguns números que atestam o enorme crescimento do FF na Europa, nos último anos.
Em Espanha, a 17 de Março de 2019, bateu-se o record de assistências a um jogo de Clubes de FF (em Espanha, na Europa e no Mundo): 60.739 adeptos assistiram ao Atlético de Madrid- Barcelona, no Wanda Metropolitan. Já em Janeiro, o At. Bilbao-At. Madrid dos quartos de final da Taça da Rainha tinha registado 48.121 espectadores em San Mamés.
Uma semana depois, em 24 de Março, em Turim, o Juventus- Fiorentina bate o anterior record de assistências em Itália (que era de 14.000 espectadores, no ano anterior), ao ser presenciado por 39.027 adeptos.
A 23 de abril de 2019, também em França é batido o record de assistências na 20ª jornada da Divsion 1 Feminin, com o Olympique Lyonnais vs Paris Saint-Germain a levar ao Groupama Stadium de Décines 25 907 espectadores, batendo assim o anterior record de clubes de 22.050 espectadores para assistirem a um jogo entre as mesmas equipas mas para a Champions League de 2016 e ultrapassando mesmo o record de espectdores da selecção francesa que é de 24.385 assistentes contra a Grécia em Rennes para o Europeu de 2017. Este record será CERTAMENTE BATIDO NO MUNDIAL 2019, que terá lugar em França de 7 de Junho a 7 de Julho.
Em Portugal, o record de assistêmcias em jogos de Clubes deu-se na última final da Taça de Portugal (entre benfica e Valadares) com 12.632 espectadores, números que superaram o anterior máximo estabelecido na final de há 2 anos emtre Sporting e Braga (12.213 pessoas). Mas o jogo entre clubes que detém a maior assistência em Portugal foi o Benfica vs Sporting, um particular de solidariedade para com as vítimas em Moçambique do ciclone IDAI e que foi assistido por 15.204 pesssoas.
O Lewes, de que vos falei atrás, na 2ª Divisão inglesa, gerido por proprietários da Comunidade em que cada “owner” independente da sua doação (de 40£ a 1000£) apenas tem um voto, com um Estádio que dotou de 3.000 lugares sentados, teve uma assistência média de 2.976 espectadores o que significa um aumento de 100% relativamente ao ano anterior e de 1.000% (!!!) em relação há 3 anos apenas. Nos Estados Unidos, a NWSL de 2019, que ainda vai a menos de 1/3 da sua fase regular, já teve 4 jogos com mais de 10.000 espectadores, um deles (Utah Royals vs Washington Spirit) com a presença de 18.015 espectadores.
O Mundial que se seguirá ao de França, que decorrerá no ano 2023, já bateu o record de inscrição de candidatos à organização: Argentina, Austrália, Bolivia, Brazil, Colômbia, Japão, uma organização conjunta das duas Coreias, Nova Zelândia e África do Sul apresentaram candidatura.
São estes números e este crescimento que devem abrir os olhos aos dirigentes do Sporting para que percebam que É ESTA A ALTURA PARA INVESTIR, TÃO FORTE QUANTO PUDERMOS, NÃO APENAS FINANCEIRAMENTE, MAS TAMBÉM ESTRUTURALMENTE, ORG NICAMENTE, EMOCIONALMENTE, E ENVOLVENDO TODO O CLUBE (ADEPTOS E SÓCIOS), numa vertente do Futebol cujo ritmo de crescimento já visível, só tenderá a aumentar exponencialmente nos próximos 10 anos.
* às segundas, o Álvaro Antunes faz-se ao Atlântico e prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino
27 Maio, 2019 at 13:23
O post está fantástico. Muito bem!
Mas só queria salientar que essas ideias para fomentar o FF são excelentes, e seria fantástico que alguém no clube pegasse nelas.
Sinceramente, antes do clube ter a modalidade não ligava nenhuma a isto. Já tinha visto uns poucos jogos internacionais há muitos anos e a ideia que dava era que era apenas um jogo de “chuta para a frente e rezar para ver do que dá”. Não havia muita agressividade (no bom sentido), nem grande técnica. Pareciam matriquilhos no campo. Mas desde que o Sporting iniciou tenho visto jogos perfeitamente normais, super interessantes. A modalidade evoluiu imenso nos ultimos tempos e temos tudo para continuar na vanguarda da modalidade em Portugal.
No entanto vejo a modalidade a evoluir como o futsal. Quando entrámos elevou-se a qualidade internamente, mas lentamente. Com o carnide a entrar ajudou ainda mais. Mas no geral não vemos os clubes de futebol a apostar nisto (temos 3 de momento e chega bem). É perfeitamente possivel manter a modalidade com equipas locais dedicadas à modalidade, sem precisar envolver os restantes clubes de futebol masculino.
Tal como o ABC tem o seu andebol, o fundão tem o seu futsal, barcelos no hoquei, tb podemos ter clubes pequenos localmente a liderar esta modalidade e mantendo uma grande competitividade. Antes do Sporting entrar o fófó estava a ganhar balanco, e mesmo não sendo relevante para o fut. masculino, em termos femininos estavam a ganhar um bom nome.
Por mim quanto menos a FPF mexer nas coisas melhor.
Já bastou os titulos que eles deram ao carnide no futsal, para compensar por terem perdido o campeonato. Não podemos admitir que isto se transfira para o FF.
27 Maio, 2019 at 15:41
leonidas, antes de mais, muito obrigado pelo comentário. O que este post visa é exactamente que venhamos a internamente debater como criar condições de sucesso para o Futebol Feminino do SCP no contexto da evolução meteórica que a modalidade nesta vertente está e continuará a conhecer nos próximos anos.
E aqui começamos a discordar: O FF não tem nada que ver com o Futsal e as suas evoluções não são comparáveis. Em primeiro lugar porque teria que comparar com o Futsal feminino; mas depois porque, mesmo com este não é comparável. Isto porque um plantel de Futebol Feminino implica mais do que o dobro das atletas do Futsal. E ainda há muito poucas meninas, raparigas e mulheres a praticar desporto em Portugal. Para ter ideia da dificuldade em haver clubes que consigam formar equipas de formação de FF, basta dizer que apenas 1 em 22 associações de futebol do país tem competição para sub13 e sub15 (a de Braga). Por causa disso, as nossas meninas entre os 9 e os 12 anos competem em Futebol contra equipas de rapazes de 12 e 13 anos.
Depois, temos a questão da participação do grandes clubes. A questão será colocada como é para os jovens. Deixarão de poder competir com equipas seniores masculinas profissionais os Clubes que não criarem secções de futebol feminino (mesmo que não seniores e que não profissionais. Esta é já uma forte recomendação FIFA. Mas, mais que isso, é algo que os Clubes começam a descobrir por si mesmos. Em Inglaterra, na Divisão profissional estavam equipas como Manchester City, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Everton, West Ham, Brighton and Hove Albion e outros. O crescimento exponencial da Modalidade levou a que Manchester United e Tottenham Hotspurs solicitassem à FA (a Federação Inglesa) o licenciamento de equipas para participar na 2ª Divisão (a Championship, semi-profissional) como ambos os Clubes garantiram os 2 lugares de acesso à Divisão principa e integralmente profissional (a Women’s Super League) já submeteram a candidatura de licenciamento como equipas profissionais. Porque os grandes Clubes já perceberam o enorme filão que a modalidade vai proporcionar. Em 4 anos, o número de atletas mais do que duplicou em todo o Mundo! Em vários países estão a bater-se todos os recordes de assistências. É crescente o interesse dos media no FF e cada vez são mais as cadeias televisivas e as plataformas de streaming a disputar as transmissões de jogos! Tudo Isto traz mais e mais patrocínios e investidores para o FF. Os prémios do Campeonato do Mundo mais do quw duplicaram! Os investimentos desponsors e patrocinadores das principais Ligas europeia (Inglaterra, França, Espanha, Alemanha e Itália) cresceram em 2 anos mais de 1.00%.
Nós temos que apanhar rapidamente o comboio da profissionalização sob o risco de ficarmos para sempre como um país ultraperiférico no FF.
Um abraço e saudações leoninas
27 Maio, 2019 at 13:28
Que grande trabalho de casa, Álvaro!
27 Maio, 2019 at 14:07
Mais uma grande posta deste nosso especialista em FF !
As ideias estão aqui (e noutros posts) !
Caros senhores da federação e direção do Sporting, é só aplicar ! 🙂
27 Maio, 2019 at 14:48
Esta modalidade tem um potencial enorme de crescimento em numero de participantes e espectadores….mas suspeito que para a ff interesse pouco porque nao da £….o futsal chegou onde chegou por ter tido uma federacao autonoma que cresceu e muito….quando passou para a ff, a competitividade diminuiu e ha 2 clubes cronicos em que o do costume e sempre beneficiado…as propostas estao excelentes e poderiam fomentar a pratica do futebol no feminino mas tenho muitas duvidas que esta gente esteja interessada nisso…basta ver quanto lucra a ff e quanto desse dinheiro e gasto no apoio a formacao….ja nem o desporto escolar nos safa…a solucao passara na minha modesta opiniao na criacao de um campeonato autonomo organizacao por e para pessoas que sentem o desporto…o futebol feminino e o futsal sao os ultimos baluartes do futebol puro e merecem ser protegidos
27 Maio, 2019 at 15:53
nonomk, não deixa de ser curioso como os “factos” são analisados de forma “inversa” conforme o seu avaliador. “o futsal chegou onde chegou por ter tido uma federacao autonoma que cresceu e muito….quando passou para a ff, a competitividade diminuiu e ha 2 clubes cronicos em que o do costume e sempre beneficiado” (nunomk dixit). Meu caro esse é um ponto de vista que pode logo ser contestado ao contrário: quando entraram os dois tubarões na Modalidade a competitividade diminuiu. Terá sido essa a razão e não a organização. A organização levou a muitos maiores públicos e a uma muito maior qualidade. E os factos, embora manipuláveis, também podem ser “como o algodão”: nos últimos 3 anos os resultados de selecção e clubes em Portugal mostram que a qualidade subiu e muito! Temos uma das 3 Ligas mais competitivas e de maior qualidade da Europa (Espanha Rússia e Portugal).
Quanto à Federação inquinar aquilo em que toca, acho que essa é uma visão maniqueísta, determinista e derrotista. Desde logo porque até nem é verdade que uma organização autónoma garanta maior verdade desportiva: Temos o exemplo do Desporto mais corrompido em Portugal, o Futebol senior masculino cujas competições profissionais são geridas por um organismo autónomo pertencente aos Clubes. Depois e PRINCIPALMENTE porque a defesa do Desporto passa por defender medidas que o promovam e que lhe garantam verdade e equidade, exactamente junto de quem devia zelar por essas garantias.
Um abraço e saudades leoninas
27 Maio, 2019 at 14:58
Muito bom post. Boas ideias para poderem ser postas em pratica por que manda no clube e no FF.
27 Maio, 2019 at 15:34
Muito bem amigo Alvaro Antunes…
É isso tudo…
E obrigado por “se lembrar” de nós…(“…da chamada região saloia e da Região Oeste (para o Max e o Tomás não perderem a oportunidade …”)
Acho que os jogos do Sporting deveriam deixar de se realizar em Alcochete…
Fica absolutamente “fora de mão” para a maioria dos adeptos…
Quando não se pudessem realizar em Alvalade…devia realizar-se num campo que fosse mais acessível…
Todos ficaria, a ganhar…!
Sporting Sempre…!
SL
27 Maio, 2019 at 16:09
Max, é uma questão de números e bem simples.
Se houver vendas de Gameboxes FF e essas superarem as 1.000, Alcochete deixa de fazer sentido.
Quando se passar a vender bilhetes para os jogos em Alcochete e os lugares estiverem todos vendidos, Alcochete deixa de fazer sentido
Quando houver um Estádio, em Lisboa, que acolha 10.000 a 15.000 pessoas e com custos baixos de utilização e os públicos de FF forem suficientes para os ocupar a 75%, Alcochete deixa de fazer sentido.
De resto, faz tanto sentido Alcochete como faria qualquer outra localização que acolhesse a nossa Academia. Serve melhor a uns e pior a outros. Para mim, que estou nos Açores, a distância é a mesma que Alvalade.
Um abraço e saudações leoninas
27 Maio, 2019 at 16:12
Eu gostava muito de também ler a opinião de gente dos Núcleos, nomeadamente dos que aqui foram citados (e vários das mesmas regiões que terão ficado esquecidos). Porque acho, muito honestamente, que quando soubermos cativar, mobilizar e contar com os Núcleos para construir o nosso futuro este será SEGURAMENTE MUITO MELHOR!
SL
27 Maio, 2019 at 18:01
Já “descobri” a razão porque um post destes (escrito com tanto critério e objectividade…) tem tão poucos comentários…
É gente “do costume”…vá de aproveitar…para “dizer mal e se ofenderem ” uns aos outros…
Vamos lá …
O Sporting “precisa é disso…!”
SL
27 Maio, 2019 at 18:39
O problema da competitividade de uma Liga Feminina não é quem organiza ou quantos clubes participam. É dinheiro. Ponto.
A partir do momento em que clubes de maior dimensão entram em campo, o desnível orçamental aumenta, e portanto a competitividade diminui. Por outro lado, o profissionalismo aumenta, pois passam a haver (poucas) equipas que conseguem proporcionar às suas atletas condições de fazer do futebol profissão.
O que aconteceu no futsal foi exactamente isso, tínhamos um campeonato nivelado, com Freixeiro, Fundação, Miramar, etc, com equipas ao nível de um Sporting ou Benfica. A partir do momento em que estes decidem gastar, chapéu. Cava-se o fosso.
É assim em Portugal em todas as modalidades, e se antigamente alguma autarquias ainda “bancavam”, hoje tal não acontece. As excepções são os investidores/mecenas/o que seja tipo Oliveirense, ou projectos estilo Estrelas da Avenida, que a longo prazo estão condenados a desaparecer do panorama competitivo.
Claro que se podem colocar restrições, como tectos salariais, mas isso só iria nivelar por baixo a competição. Seria mais interessante enquanto prova, mas por outro lado iria baixar a evolução global.
É uma questão de decidirem prioridades.
27 Maio, 2019 at 19:43
Nuno, passei no post os links sobre os regulamentos nos EUA e na Inglaterra (os 2 países com Ligas profissionais mais evoluídas, a NWSL e a FA WSL respectivamente) ). Se for ler o referente a Roster Rules na NWSL verá que existem tectos salariais (mínimos e máximos), tectos orçamentais, regras de excepção (não contam para o tecto orçamental) de “jogadoras descoberta” (com varandas temporais e regras de observação e aquisição), regras de compromisso das federações pagando os salários referentes a jogadoras de selecção nos últimos 12 meses ( e referem-se a todas as Federações aderentes do CONCACAF (Canada, México, Costa Rica, Jamaica, Trinidad e Tobago e outras).
Também em Inglaterra existem regras de licenciamento das equipas profissionais (FA WSL ou 1st Tier) e semiprofissionais (FA Championship ou 2nd Tier, onde as jogadoras são profissionais em par-time). E , em nenhum dos casos, essas restrições implicaram um nivelamento por baixo, bem pelo contrário o Futebol feminino evoluiu e bastante.
É como digo no post: não têm que inventar a roda ou o fogo; basta seguir as boas práticas. Se o mercado nacional ditar poucas equipas com capacidade para competir profissionalmente, reduzam o quadro competitivo inicialmente e abram uma 2ª Divisão (em 3 zonas) para quem só tenha “unhas” para um semi-profissionalismo. Estas equipas iam competir o tempo necessário entre elas para adquirirem estrutura de se poderem vir a profissionalizar (porque entretanto também ganham com o aumento do público no FF, com a maior visibilidade da Modalidade, com a entrada de mais investidores, com os empréstimos de jogadoras das maiores equipas, com a entrada de jogadoras excedentes da Formação e podem ir “engrossando” as condições e o estatuto para aderir à Liga Profissional).
E, além disso, estamos a falar de uma Modalidade de um crescimento potencial enorme, que pode gerar uma Liga com forte visibilidade e boas assistências, se contar com Sporting, Braga , Benfica, Guimarães, Porto e Académica de Coimbra (que tem condições potenciais para criai uma excelente equipa semi-profissional oferecendo condições académicas a jogadoras, portuguesas e estrangeiras, e concentrando parte do trabalho que vem sendo feito no centro interior por algumas equipas como Albergaria ou Ouriense). Nem que começasse só com 8 equipas a 3 voltas e playoff final, mas com os direitos televisivos centralizados e distribuídos por classificação final (incluindo a última da 1ª Liga e as 3 primeiras, uma de cada zona, da Divisão 2 estas a receber mais). O Campeonato passaria a ter 10 Clubes, todos com acesso a receitas. Claro que não deixarão de uns ter mais capacidade de gerar recitas que outros, mas, como provou o Braga, essas diferentes serão muito mais esbatidas que no Masculino onde o Fosso já vem de longe.
Um abraço e saudações leoninas
27 Maio, 2019 at 19:52
Sou totalmente a favor de competições reguladas. Até a nível europeu a UEFA o devia fazer.
Mas isso vale nos países ricos.
Se pudessem em PT um “cap” de 1milhao, o que mudava? Nada. Se puserem valores acessíveis a um Albergaria, as melhores saíam.
27 Maio, 2019 at 20:14
O Nuno Cristóvão focou bem esse aspecto. No estadio da Modalidade, o aparecimento de 3,4, ou 5 equipas com capacidade (e obrigatoriedade) de investir também na Formação, acabará por, a cuto/médio prazo também aproveitar as equipas médias. Não há que ter receio! O que não podemos é querer competir com as estrangeiras e ter medo da profissionalização. Elas já o estão a fazer. E é com isso que vão buscar boa parte do dinheiro: Melhores Ligas = Melhores sponsors = melhores direitos televisivos= melhores equipas = melhor futebol = mais público= mais receitas = … melhores Ligas e por aí adiante. O efeito é de onda crescente. Resta saber se queremos ou não correr o risco de surfar nela, ou se nos limitamos a molhar os pés na última rebentação.
Um abraço e saudações leoninas
28 Maio, 2019 at 10:51
Isto está tudo muito certo e, obviamente, correcto, Álvaro.
Só que as realidades e contextos entre Inglaterra/USA e Portugal não têm nada a ver.
E basta ver o que se faz em Inglaterra a nível do FM e comparar isso com o que se faz em Portugal ao nível do FM para perceber que no FF é, será, igual, ou seja, não terá nada a ver!
Em Inglaterra, e nos USA, trabalha-se para um bem comum, que beneficia todos – depois cada um faz com isso o que quiser!
Cá trabalha-se para beneficiar um clube e as sobras vão para outro… É impossível esperar que se faça num contexto destes o que se faz em Inglaterra ou nos USA.
28 Maio, 2019 at 11:05
Para mim, pelo desculpa mas isso é conversa da treta que só serve de desculpa para mão se fazer o que deve e tem de ser feito. O exemplo do nosso FM não deve servir para dizer que não há nada a fazer com o FF porque será a mesma coisa . OFM foi há mais de 29 anos num ambiente até federativo e de liga COMPLETAMENTE DIFERENTE. . E por ter sido um péssimo processo SÓ nos deve levar a conduzir este processo de profissionalização de forma diferente.
27 Maio, 2019 at 19:11
Mais um tratado servido com a qualidade a que o prezado Álvaro Antunes já nos habituou. Um post que complementa o anterior e acrescenta mais excelentes sugestões para o desenvolvimento do FF. O potencial é tremendo!
27 Maio, 2019 at 20:05
JHC, obrigado por estar atento. De facto, este post, em boa parte, pretende complementar muito do que expus no anterior. O primeiro (no que concerne ao que temos que fazer) versou muito sobre medidas genéricas que criam receita: Gameboxes, Bilhética, Merchandising, Sponsoring e Vendas de Activos e de Direitos. Agora estou a lançar algumas ideias de COMO APROVEITAR AQUILO QUE JÁ SOMOS (O melhor Clube do Mundo) para operacionalizar da forma mais rentável e mais sustentada essas fontes de receita. A chave para nós deverá estar em:
1) Sócios e Adeptos – os mais fiéis, os mais organizados, os mais expandidos pelo país e pelo mundo e os mais disponíveis financeiramente.
2) Cultura – o Clube mais ecléctico do Mundo deve estar sempre a “vender” essa marca distintiva de forma criativa e como modelo de Orgulho.
3) Ética – Um Clube desde sempre associado a grandes causas deve saber tirar partido dessa sua disponibilidade social.
4) Emoção – Todos os actos de criação de receita devem estar associados a campanhas e a eventos com objectivos claros e onde se procure ligar os adeptos emocionalmente a esses objectivos (lembram-se da Operação Pavilhão? a sensação de ter o nome na parede do pavilhão é perene).
Se conseguirmos ser agressivos e criativos no aproveitamento destes 4 items temos TUIDO para sermos regularmente muito melhores que os outros.
Um abraço e saudações leoninas
27 Maio, 2019 at 22:15
Grande trabalho, Álvaro Antunes. Não sou especialista em FF, não quero, considerar-me, sequer, um assíduo “espectador de frincha”… quando as tvês me auxiliam.
Mas gostei, apreciei e olhei um pouco (?) para o futuro -e aprendi, em suma.
Permite-me, no entanto, um reparo (com um pedido de desculpas aos tasqueiros que por aqui passaram e ainda possam passar): este trabalho não deveria estar aqui publicamente exposto, ele pertence, sem sombra de dúvidas, “a quem de direito” e souber/puder aproveitá-lo, especialmente agora quando o FF passou para a esfera da SAD (se não estou enganado; mas, se estiver, serão os sócios pagantes a ter uma palavra a dizer… o que não me parece que fosse pior)
Uma nota (muito) pessoal: depois do fim de tarde de hoje na CML, soube muito bem ler este “complemento” -dia em cheio, portanto!
SL
28 Maio, 2019 at 2:09
Liondamaia, aceito seu reparo e compreendo o seu pensamento, mas tenho uma visão do Clube, nesta matéria, absolutamente inversa. Na minha opinião, os sócios e adeptos devem debater abertamente as suas ideias para o Clube. As Redes Sociais até podem ser (como é claramente o caso da Tasca) um óptimo espaço de debate (assim as pessoas as saibam aproveitar). Quanto a este “trabalho” ser aproveitado por “quem de direito” (para além dos sócios e adeptos, claro; e percebo que se refira aos responsáveis da SAD, do Clube e do Departamento de Futebol Feminino) julgo que essa é uma tarefa que esses mesmos responsáveis deveriam levar a cabo: acompanhar as Redes Sociais afectas ao Sporting, ficar a par do que debatem e sugerem adeptos e sócios, para analisarem e avaliarem se algumas dessas ideias e/ou sugestões serão proveitosas para o Clube. Devo dizer que, no caso da Tasca do Cherba, que dispõe de crónicas semanais “especializadas” (FF, Rugby, Voley), onde muitas vezes se apresentam boas ideias e sugestões, até seria quase obrigatório que os responsáveis do Clube dessem uma “olhadela” … mas com olhos de ver, como dizemos nos Açores.
SL
27 Maio, 2019 at 23:38
Parabens Alvaro mais um post soberbo, sera pena que muitas destas tuas sugestoes nao possam ser aproveitadas.
SL Abraco.
28 Maio, 2019 at 0:58
Ora viva,
Tantos arautos e profetas com múltiplas formações e capacidades na Tasca e poucos, muito pouco mesmo, vêm abordar o futebol na sua essência e tudo o que daí (o FF feminino de Portugal e do Sporting em particular) poderá advir.
Sim, tenho uma dificuldade tramada em deixar passar um post sobre FF, dá-me prazer ver e debater FF, assumir erros, apresentar alternativas, sempre com a máxima elevação e sem desrespeito pela prosa de outros.
Hoje trazes à baila as SAD´s, SDUQ´s. Sinceramente, não estou a ver o Futebol português na sua totalidade (Masculino e Feminino) a evoluir sem a aplicação de um destes modelo de gestão desde as bases. Não sei se por ser um romântico ou da velha guarda, mas estes modelos deixam-me sempre reticente, em boa verdade devido a este ser um país de chico-espertos e corruptos que gozam de uma impunidade nunca vista.
A redução do número de equipas é essencial para a competitividade e um reconhecimento da dimensão do nosso país. Agora não podemos correr o risco de ver equipas como o Ouriense, Fófó ou o Albergaria a desaparecer por não conseguirem acompanhar a evolução do FF. Estas formações têm um lugar de destaque no FF português e não podemos apagá-as ou forçar o seu desaparecimento em troca de outros valor€$.
Abordas muito bem a aposta da FPF e do papel do Estado no desporto escolar, mas estás a ver alguém interessado em fazer algo de relevo por modalidades que precisam mais de investimento e apoio do que aquele que podem dar a “mamar”? No contexto atual não reconheço idoneidade ou capacidade à atual dieção de fernando os lampiões gamaram-me o pc gomes, das associações de futbeol ou mesmo do governo chuchalista. Portanto, voltamos à carolice e à paixão de uns quantos como é o caso de Nuno Cristóvão, que tenta vencer (impor ideias) por insistência e crença.
Quanto à experiência nos dias de jogos e envolvimento de núcleos, adeptos e sponsors, concordo a 200% contigo.
Termino com este desabafo: era tão bom que este ruído que sai da cozinha da Tasca chegasse a quem de direito e contribuísse para evoluir positivamente o FF….
28 Maio, 2019 at 10:41
Excelente comentário que, na minha opinião, complementa muito bem o texto inicial do Álvaro.
O texto do Álvaro, digamos, aborda o que seria o caminho ideal e normal, se o interesse fosse realmente fazer bem.
Este comentário traz-nos à triste realidade portuguesa onde, na minha opinião, o que interessa não é fazer bem, não é ser justo, não é fazer o correcto, mas é criar condições para alimentar um sistema que vive de interesses, de chico-espertice, de corrupção, e, acrescento ainda, vive muito bem e à portuguesa!
“No contexto atual não reconheço idoneidade ou capacidade à actual Direcção de Fernando os lampiões gamaram-me o pc Gomes, das associações de futebol ou mesmo do governo chuchalista.”
Mais 1 aqui!
28 Maio, 2019 at 14:43
Infelizmente, é mesmo assim.
28 Maio, 2019 at 10:33
Caro Álvaro, tiro o chapéu a este grande post.
Parabéns!
Só acho que existe alguma utopia em relação à realidade portuguesa pois basta olhar para o que se passa no FM para perceber que o FF nunca irá tralhar o caminho da “perfeição” que se pede com esta facilidade toda. Isto é Portugal. Interessa que pareça que funciona e não que realmente funcione bem! Porque é assim que os poderes instalados tiram proveito da situação…
Entre o correcto para a modalidade e para a generalidade dos clubes, e o que se fará, irá, com certeza, uma grande distância!
Infelizmente!
28 Maio, 2019 at 11:14
Mas a nós não nos compete apontar o caminho que achamos correcto. Quando é que deixou de ser assim? Ou devemos cruzar os braços, comer e calar? Ou deve, os aceitar as manhas do nosso desporto para depois agirmos como calimeros.
O que estou a propor no post são questões para debate entre os sportinguistas. Ou concordam com elas pela sua correcção e justiça ou estão a discutir se acha, que vão ou não vingar por que existem forças de bloqueio. Se as ,medidas são certas, a existência de forças de bloqueio só impõem mais firmeza e dedicação ma defesa dessas medidas.
Um abraço e saudações leoninas
28 Maio, 2019 at 14:39
Peço desculpa pela enorme quantidade de erros ortográficos resultantes de “gralhas” por teclar ao lado. É o que dá “armar-me em novo” e achar que podia escrever os comentários sem os óculos.
Está “visto” que não posso!!
SL
28 Maio, 2019 at 14:47
Ora nem mais.
Devemos sempre defender o nosso ponto de vista e o caminho que achamos correcto,
mas sem descurar nunca que essas forças (de bloqueio, de vigarice, de imundice) existem e têm muito poder..
28 Maio, 2019 at 16:01
Claro que não as devemos descurar. Por isso é que as devemos combater comas melhores ideias, para as melhores medidas com vista às melhores práticas!
Um abraço Jaime e saudações leoninas