A história que conto abaixo, é sobre o meu irmão e a sua primeira vez no mar leonino do Jamor. Como esta história haverá muitas outras mas todos precisam de perceber a importância que este dia tem para os nossos jovens.
O Rodrigo tem 15 anos, vive o Sporting de forma intensa e apaixonada como muitos miúdos, sem nunca ser alimentado por títulos no futebol. Esta final foi a primeira e a primeira vez ninguém esquece.
Desde que garantimos a presença no Jamor que a pergunta mais frequente era “Diogo, vamos ao Jamor?”. Ninguém mais que eu queria dar-lhe esse privilégio e tentei de todas as formas garantir o ingresso mágico para aquele dia. Como todos sabem, não há jogo mais difícil para garantir bilhete que este e desta vez diria que foi até ao fim. Na quinta-feira recebo uma chamada a dizer que tinham dois bilhetes e aí a minha cabeça parou a pensar no miúdo que tinha o sonho de entrar no Jamor pintado de verde e branco.
Mas a equipa não estava completa, tínhamos dois bilhetes mas faltava uma pessoa chave nesta equação, a Inês, a pessoa que me acompanha em todos os jogos. A minha primeira frase foi “Vais tu e o miúdo e eu fico cá fora, o miúdo tem que ir e eu não importa”. A resposta dela foi pronta e imediata “Não, a primeira vez tem que ser contigo, ele não pode ir sem ti”. Após umas horas e luta para tentar convencê-la que não me importava de ficar de fora, eis que surge mais uma chamada, no qual tínhamos o terceiro bilhete. Quando pensamos que a equação está fechada, faltaria uma pessoa, a Joana (irmã da Inês) que nos acompanha todos os jogos. Entre tentativas de deixá-las ir ao jogo com o menino, fui sempre travado e acabou por ficar a Joana de fora.
Sexta feira quando cheguei a casa, esperei que o jantar terminasse e pedi-lhe que fosse aos documentos do carro trazer uns papéis, ao abrir deparou-se com aquilo que tanto ansiava, os bilhetes do Jamor. Programámos tudo e sábado era o grande dia.
O despertador tocou às 4:45 e depressa o menino saltou da cama para ultimar os últimos pormenores. A mítica verde e branca estava escolhida e lá fomos nós. Depois de apanhar dois amigos, às 6:50h estávamos a montar arraiais na Mata do Jamor. Daí para a frente seguiram-se 10 horas de pré-jogo do mais intenso que já vi, um verdadeiro mar de sportinguismo, uma forma diferente de viver um clube que nada ganhou nos últimos anos.
A ele, queria mostrar que aquilo era o Sporting, que era por aquilo que nós somos completamente apaixonados. Naquelas horas partilhámos experiências com pessoas vindas de todo o país, que têm uma paixão louca por este clube e que nos transmitem mais amor. Após tudo isto, chegou o momento de entrar no estádio, e aí mais um banho de sportinguismo, um topo norte repleto de verde e mais uns pozinhos no topo sul.
O jogo não começou famoso e quando sofremos o golo veio me à memória a final do ano passado, na qual eu tinha estado presente. Enrolando mais uns minutos naquele sofrimento todo e quando faltavam 5 minutos, decidi ir comprar águas. Quando peço as águas e coloco o dinheiro na mesa, eis que…. “GOLOOOO”. Uma explosão enorme no topo norte, voaram águas, cerveja, pessoas agarradas a mim sem as conhecer, uma loucura no seu ponto mais alto.
Quando cheguei ao lugar, as caras eram mais sorridentes e a Inês soltou no meu ouvido “O teu irmão estava a chorar no golo”. A primeira coisa que me veio à cabeça foi “Isto vai ser duro, seja qual for o resultado”. Após mais 45 minutos medonhos e entre muitos sofrimentos, entramos no prolongamento. Um prolongamento que pisámos o céu e o inferno, mas primeiro vamos ao céu.
Minuto 101, cruzamento da esquerda, corte falhado e Bas Dost a finalizar. Uma verdadeira explosão de alegria e os nossos olhares colocam se um no outro e ele corre na minha direção de lágrimas nos olhos. Aquele abraço é eterno, as palavras foram só “Obrigado Diogo”, repetidas vezes e vezes em contas. Olhei-o com as lágrimas nos olhos e pedi “Calma, não ainda não ganhámos nada mas vamos ganhar, nós merecemos isto!”.
Passados 19 minutos, tocámos passámos do céu ao inferno. Aquele golpe de cabeça surgiu como um soco no estômago que deixou o topo norte em silêncio durante uns segundos. Pensei “Não lhe podem fazer isto”. Naqueles minutos não tive reação mas os olhares tocaram se novamente e pedi “Calma”… Na lotaria dos penaltys, entrámos a bater no ferro e os corações tremiam a cada penalty. Quando Pepe partiu para a bola, a Inês deu me a mão e ali explodimos de alegria novamente, tinhamo-nos levantado novamente e estávamos na luta.
Os olhos dele brilhavam e eu voltei a pedir “Calma!!”. Tudo o que pedia era para ser feliz naquele dia, merecíamos isso, os olhos daquele menino mereciam isso até que….. Fernando Andrade parte para a bola e Renan voa para uma defesa épica. Mais uma explosão total, nesse momento já era difícil segurar as lágrimas. Nesse momento cada um permaneceu no seu lugar. Quando Luiz Phyllipe partiu para a bola só pedi “Façam este miúdo feliz”…. Quando entrou tocámos no céu novamente, ele voltou a correr para os meus braços e aí chorámos os dois, voltei a ouvir vezes sem conta as palavras “Obrigada Diogo”.
Não queria agradecimentos, queria apenas que ele desfrutasse tal como eu estava a desfrutar por perceber que a minha missão tinha sido concluída com sucesso. Após limparmos as lágrimas vivemos a festa intensamente. Após este momento, abracei a Inês e agradeci lhe por tudo, ela é parte da nossa vida e mais uma vez estávamos juntos num dia histórico, abracei o meu companheiro David que nunca falha nestes momentos e por fim um abraço ao pai da Inês que estava radiante.
Esta turma é incrível e este dia foi épico. Esta história termina aqui, mas não posso deixar de agradecer à Inês por tudo o que fez por nós. Ao David, o companheiro de sempre que não falha nestas alturas e que nunca me deixa a cantar sozinho. Ao pai da Inês pela paciência para aturar os doidos de sempre. À Joana por ter abdicado de um dos bilhetes para um de nós estar presente. Por fim, a todos os leões que me cruzei neste dia, foi memorável. Sporting Sempre!
ESTE POST É DA AUTORIA DE… Diogo Conceição
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
29 Maio, 2019 at 13:01
Espetacular !…e comovente…. 🙂
Essa o puto não esquece !
29 Maio, 2019 at 13:06
Genial. São estas histórias que nos fazem manter a esperança e que nos reforçam a certeza de que amar este clube não pode ser menos que uma honra. Estas histórias que nos deixam de lágrimas nos olhos e sorriso tosco, que nos fazem estar lá ao pé de vocês, entre festejos e abraços, entre silêncios e murros nos estômago, porque lá no fundo, independentemente das diferenças de cada um, o sentimento por este clube e pelos seus ideais é idêntico, é amor.
Como disse o Rodrigo: “Obrigado, Diogo!”
29 Maio, 2019 at 13:19
O puro significado de estória. Daqueles que vamos lendo e sorrindo.
E toda uma inveja de não ter sido ainda desta que consegui o tão desejado bilhete (apesar dos já 7 anos de GB).
Aiii como já só sonho com a SuperTaça (e o gostinho especial de uma vitória contra os lamps)
29 Maio, 2019 at 13:21
Muito bom. Sportinguismo a correr nas veias
29 Maio, 2019 at 13:25
Muito bom, é uma experiência única.
As minhas lágrimas também caíram por alegria e para libertar a frustração do ano passado.
Na cadeira por trás de mim, estava um senhor seguramente mais velho que eu.
Depois do último penaltie a única reação foi levar as mãos á cara e chorar compulsivamente.
29 Maio, 2019 at 13:32
Obrigado por todas as palavras e um agradecimento muito especial ao Cherba pela oportunidade de partilhar esta história! Espero um poder conhecer a malta da tasca e agradecer pessoalmente com umas rodadas nas roulotes!
Sporting Sempre!
29 Maio, 2019 at 13:36
Apesar de não estar no estádio Nacional. Revejo-me em todos estes momentos descritos no texto. Foi exactamente assim em cada em frente do ecrã televisão com o meu filho de 11 anos. Desespero no golo dos Andradas alegria no empate explosão no golo de Bas Dost, inferno no último minuto. Descrença no falhanço de Dost. Rejuvenescimento no falhanço de Pepe. Crença enorme no Renan para defender um pênalti. Finalmente estravazar de alegria no pênalti de Luiz Philippe.
Tudo isto a 300 km de Lisboa e no meio de portistas.
O puto nunca mais esquece e agora só pede para ir a Alvalade a primeira vez.
29 Maio, 2019 at 14:28
Tens que lhe fazer a vontade. Levá-lo “a casa”. 🙂
29 Maio, 2019 at 19:40
Vou tentar que seja em Agosto na apresentação.
29 Maio, 2019 at 13:56
Fantástico! É isto o Sporting.
Venham mais estórias destas. Alimentam a alma e esta paixão única.
29 Maio, 2019 at 14:08
Isto é o Sporting! Isto é a final da taça no Jamor!
Lindo!!
29 Maio, 2019 at 14:27
Tão, tão, tão, mas tããão bom.
29 Maio, 2019 at 14:30
https://oartistadodia.blogspot.com/2019/05/cortes-que-valem-ouro.html
É impressionante como o Ilori no video do Raphinha fica a pastar no meio e tem de vir o homem de santa cona fazer o corte e no segundo está a milhas da linha dos centrais, sendo que está de frente para ela, ou seja tinha mais que obrigação de esta em linha…
Não se livrem do gajo não…
29 Maio, 2019 at 14:31
Foda-se….desculpem! Não era aqui!!
29 Maio, 2019 at 14:33
Bolas, não é que choro ao ler a descrição…….Meus amigos isto é o amor ao Sporting no seu explendor……..Viva o Sporting Clube de Portugal.
P.S: Obrigado, Diogo!
29 Maio, 2019 at 15:39
À medida que ia lendo o texto ia-me arrepiando cada vez mais, fantástico!
Ainda bem que o teu irmão teve uma primeira vez que terminou em grande, já eu e a minha irmã não tivemos essa sorte o ano passado e também foi a primeira vez que fomos ao Jamor (tanto à festa como ao Estádio). Este ano tentei de tudo por tudo, às tantas já só queria um bilhete para ela ir sozinha, mas infelizmente nada consegui. Mas foi épico na mesma! A alegria dela compensa o cansaço e a frustração por não ter conseguido os bilhetes.
Isto são miúdos que nunca viram o Sporting ser campeão, façam atenção! São doentes pelo Clube, mais do que se calhar alguma vez nós seremos!
29 Maio, 2019 at 15:48
Epá… isto é muito bom!
29 Maio, 2019 at 16:36
Assumindo que a foto é do local onde estavam o Diogo e o Rodrigo eu estava perto no sector 39. Quero dar os parabéns pelo texto e estarei disponivel na Roulote das Bouas (Parybebe) para beber umas imperiais no futuro 😀
Ao meu lado quase todo o jogo esteve uma jovem de vinte e poucos que também acabou o jogo de lágrimas nos olhos mas o que me despertou a atenção foi outro pormenor. Terá sofrido uma intervenção cirúrgica recente e tinha tirado pontos da zona abdominal, ia tentando estar de pé, gritar, aplaudir mas de vez em quando as dores eram mais fortes e lá se sentava um pouco. Pela aparência jovem deve ser mais um daqueles casos de quem nunca viu o Sporting ser campeão mas nem isso nem as dores a desmotivavam. Até ao ultimo segundo a apoiar, fiquei orgulhoso daquele exemplo e só me arrependo de não lhe ter dado os parabéns no final por ser uma grande Sportinguista.
E O SPORTING É O NOSSO GRANDE AMOR
29 Maio, 2019 at 16:54
O prazer será todo nosso encontrarmo nos numa roulote. E sim este era exatamente o sítio onde ele estava, eu estava na fila acima. Atrás de mim também se deu uma situação curiosa, estava um senhor já com alguma idade com o filho e o senhor não podia estar muito tempo em pé e tinha algumas dificuldades de visão e com toda a gente em pé ele pouco via e ao longo do jogo o filho ia lhe relatando o jogo. Durante os penaltys era o filho que lhe dizia tudo. No fim, olhei e ele estava a limpar as lágrimas…
29 Maio, 2019 at 20:11
Emocionante! É isto o Sporting!
29 Maio, 2019 at 23:57
Quando chegar Agosto combinamos a roulote
SL
29 Maio, 2019 at 17:55
Parabéns ao autor pois este texto está muito bom.
Fantástico.
Até fez correr umas lágrimazinhas…
É uma pena este país ser a miséria que é porque este Clube merecia ser tratado nas palminhas pelo tanto mas tanto que tem feito pelo desporto em Portugal!
29 Maio, 2019 at 18:46
Primeiro que tudo muito obrigado!
Em relação à forma como o clube é tratado, é verdade que somos demasiadas vezes pisados por outros mas também nós não somos bons para nós mesmos e colocamo nos demasiadas vezes em posição que os próprios sócios/adeptos são um problema para o clube.
Grande abraço!
29 Maio, 2019 at 19:59
Muito bom texto.
O facto de termos o Sporting a vencer títulos atrás de títulos, nos últimos anos, tem feito muito pelo Sportinguismo dos nossos miúdos.
Digo títulos porque habituei os meus filhos a olharem para o futebol como mais um modalidade. E só desta forma temos verdadeiramente Sporting! O Sporting eclético, a Maior Potência Desportiva Nacional.
Não vencemos o campeonato de futebol a 17 anos mas os meus filhos nunca questionaram o porquê de ser do Sporting. É porque somos campeões!
No passado fim de semana vibramos com o futsal e comemoramos a Taça de Portugal. O meu filho aguarda com ansiedade o regresso do basquetebol ao Clube.
Na época passada os colegas de escola dos meus filhos sabiam que não valia a pena “entrarem” com a cartilha. Fomos Campeões em Voleibol… contra o rival, Tricampeoes em Futsal… contra o rival, Bicampeões em Andebol… contra os rivais, Fomos Campeões de Hóquei em Patins…contra os rivais. Até eu perdi os meus parceiros de Ténis de Mesa depois de termos mandado as toupeiras para a Segunda Divisão!
A obsessão pelo futebol (que ainda é a modalidade de que mais gosto) e a frustração da derrota, tem levado a que nenhum projecto dure tempo suficiente para dar frutos, arrastando o Clube para sucessivas crises e renascimentos.
Talvez seja altura de olharmos para o nosso Clube como um todo e não como “futebol + modalidades”. E quando digo olharmos refiro-me principalmente àqueles que menosprezam as modalidades, que as olham como custo e não como investimento, que pagam quotas e gamebox só a pensar no jogo de domingo em Alvalade. Que criticam o dinheiro gasto nas modalidades sem perceber o retorno.
Defendo que se deva aumentar o investimento nas modalidades e no Futfem, dar estatuto europeu às principais. É aqui que podemos crescer e temos mais a ganhar na valorização da marca Sporting (o Goalball é um exemplo a nível mundial), e continuar a alimentar o Sportinguismo das nossas crianças. Com que dinheiro? O Álvaro Antunes já encheu um caderno de sugestões para o Futfem. Se para o futebol, que apresentou centenas de milhões de prejuízo à poucos anos, houve sempre soluções, penso que não será por um meio Diaby que o Clube deverá deixar de apostar. Clube e SAD são coisas diferentes mas basta aumentar as rendas e alocar o merchandising às modalidades e já temos mais uns “tostões”. Haja vontade.
No futebol construir um verdadeiro projecto (não isso que hoje temos) de acordo com o nosso ADN e com aquilo que foi prometido aos sócios, com aquisições de qualidade complementado com produtos da nossa formação. Não é garantia de títulos mas é garantia de respeito por aquilo que é o Sporting. E os adeptos aceitarão mais facilmente um Jovane ou um Pedro Mendes a cometerem erros que um Castaignos ou um Markovic (para evitar cascar num dos actuais jogadores).
Sou uma pessoa optimista mas confesso que não acredito num Keizer diferente na próxima época. É ver para crer.
29 Maio, 2019 at 20:06
E desculpe, Diogo Conceição. Se calhar “estiquei-me”… 🙂
29 Maio, 2019 at 21:18
Primeiro, desculpe não, assim sinto me velho ahahahah
Agora a sério, subscrevo tudo o que disse.
Relativamente às modalidades e ao que nos dão, é isso que alimenta esta paixão aos miúdos porque o futebol pouco ou nada nos dá em títulos e foi esta cultura que tentei passar ao meu irmão. Sempre que posso estamos no JR a apoiar seja que modalidade for. O facto de ter a minha GB futebol e a dele não me permite ter mais e a distância de onde moro, não permite viagens constantes a Lisboa para ver todas as modalidades. Mas isso não me impede de lhe transmitir tudo o que é verdadeiramente o Sporting e as nossas modalidades devem ser mais valorizadas do que são porque aqueles atletas merecem sempre mais mais e mais.
Acabar com qualquer modalidade, é retirar a paixão que nos alimenta ano após ano.
Por tudo isto somos um clube especial com adeptos diferentes.
Saudações leoninas!
29 Maio, 2019 at 22:48
Subscrevo!
Saudações Leoninas
29 Maio, 2019 at 23:46
exactamente!!!
29 Maio, 2019 at 22:40
Há um momento que guardo na final,quando sofremos o golo no último segundo,levantou se um leão que estava bem lá atrás de onde eu estava e grita,deixem-os festejar que daqui a 20 minutos festejamos nós , nós mereciamos aquela vitória e sabíamos que não ia correr mal sempre,já bastou o ano passado.
Belíssimo texto e saudações leoninas
29 Maio, 2019 at 23:20
Por acaso tive uma situação idêntica mas quando falhámos o penalty houve um senhor que no meio daquele silêncio todo soltou um grito “NÓS VAMOS GANHAR ISTO, NAO SAÍMOS DAQUI SEM A TAÇA”… E ele tinha razão, não saímos!
SL
30 Maio, 2019 at 0:12
Mais uma estória para o rol das estórias “imortais” que todo o Sportinguista que ama o seu clube que sofre com ele, tem, alguns têm 2 ou 3, outros apenas uma, mas é uma estória “daquelas”
Muita gente pergunta como é possivel, não ganhar á tanto tempo o campeonato e os Sportinguistas continuam com esta fé, este amor inquebrantavel (ás vezes, até nos apetecia “desligar” tais as burradas sucessivas dos “notaveis” e “gestores de topo” mas depois vem mais um momento destes) eu explico, nós criamos lendas épicas pessoais com uma frequencia inacreditavel…
Não nos peçam o “normal” peçam-nos o extraordinário, o David contra Golias, o Dom Quixote (mas na versão de 1965) porque é disso que se fazem as lendas, as nossas “pequenas” lendas familiares e pessoais…
E é isso que nos alimenta, a nós não nos basta eliminar o Manchester, nós temos de ser goleados lá e depois fazer uma remontada épica, a nós não nos basta eliminar os lampiões da Taça, não, nós temos de ir a perder por 2 para o intervalo, para depois os desancarmos, é isto, é isto que nós somos, somos a raça que nunca verga, a raça que que está, com menos um, a perder por 2 numa final da taça, e no fim, bem no fim ganhamos, claro para criar a lenda…
Nós somos os que sonham com impossiveis…
“To dream the impossible dream
To fight the unbeatable foe
To bear with unbearable sorrow
To run where the brave dare not go
To right the unrightable wrong
To love pure and chaste from afar
To try when your arms are too weary
To reach the unreachable star
This is my quest
To follow that star
No matter how hopeless
No matter how far
To fight for the right
Without question or pause
To be willing to march into Hell
For a heavenly cause
And I know if I’ll only be true
To this glorious quest
That my heart will lie peaceful and calm
When I’m laid to my rest
And the world will be better for this
That one man, scorned and covered with scars
Still strove with his last ounce of courage
To reach the unreachable star”
SL