Na perspectiva dele, fez, pois jogou quase sempre!

Espero que isso ajude a vendê-lo, se possível rápido!

Mais importante acho que é limpar a casa, o que parece muito difícil. Temos muito dinheiro empatado nesses casos. Em termos de reforços, dava prioridade aos activos que temos emprestados.

“elo que o recurso serão as receitas extraordinários ou seja a venda de jogadores,”
Ou venda de património.

Provavelmente está mais por dentro dos meandros da contabilidade do que eu por isso eu tento ser mais linear na minha apreciação à coisa.
É o que faço aqui na minha empresa, deixando esses detalhes contabilísticos para quem me faz a contabilidade. O que realmente me interessa são 4 coisinhas: o que facturo, quando recebo, o que gasto, quando pago. É nisto que foco a minha preocupação e é com base nestes 4 factores que vou mantendo a empresa a funcionar sem grandes preocupações. No fundo como faço com o dinheiro pessoal e que serve para manter a casa a funcionar.

Sei que existem uma série de “truques” para que se tenham os resultados que desejamos, sejam positivos mesmo sendo na realidade negativos, sejam negativos mesmo que na realidade sejam positivos. Isso não me interessa e deixo para a contabilidade acertar na parte final do ano.

A minha grande preocupação é sempre gastar bem o dinheiro pois é isso que me ajuda a garantir que não me espalho. Gastar mal, mesmo que seja pouco, é sempre negativo do meu ponto de vista.
E eu trabalho num sector que fabrica, portanto transforma os vários produtos que compre num outro produto que vendo.

No caso dos clubes desportivos, em especialmente no futebol, compra-se e vende-se o mesmo produto: o atleta. Isto faz com que comprar mal tenha um peso muito maior do que no caso da minha actividade onde eu posso diluir um eventual produto mal comprado – acima do valor que devia pagar – no bolo total do produto que depois vendo – que é um conjunto de vários produtos trabalhados.

Num caso ou noutro, não se podem olhar só aos números, mas no caso onde se compra um produto e depois de vende o mesmo produto isso é muito mais relevante, na minha opinião. Por isso eu digo que o que importa e o que realmente faz toda a diferença é comprar bem. E no caso dos clubes formadores, formar bem, o que também obriga a adquirir bons produtos, ou o que parecem ser bons produtos, de base. E isto tudo para depois se poder vender bem e com lucro.

Quando se compra mal, a dificuldade em vender é muito grande e isso faz muitas vezes o clube acabar por não conseguir nem rentabilizar a compra, nem amenizar o custo que teve com a compra. É é aqui que está o grosso do problema.

É este o grande problema que o Sporting tem tido ao longo das várias décadas que já levo de acompanhamento do fenómeno – mais de 4 completas! São poucos os casos em que o Sporting compra bem e vende bem. Não me lembro de um caso, um único, em que tenha comprado mal e vendido bem – comprado um jogador acima do valor que valia mas depois vendendo acima disso, como aconteceu com o Porto no caso do Imbula e como aconteceu com o Benfic@ no caso do Jimenez. Dois exemplos de negócios que tinham tudo para serem desastrosos mas não foram. No Sporting são sempre desastrosos! E não é preciso estarmos a falar de compras de 10M€ ou 20M€. Em compras de 3, 4 ou 5 M€, ou menos ainda, também se perde muito dinheiro, se falarmos de 10 jogadores, por exemplo.

Por tudo isto eu digo que o nosso problema não foram os 60M€, ou mais, gastos em jogadores na época 2017/18, onde eu considero que, tirando o Matheus Oliveira, todos tinham condições para serem “mais valias desportivas” ou “mais valias desportivas e económicas”.
Nas épocas anteriores, e reportando somente ao mandato do Bruno de Carvalho para simplificar – até porque antes foi muito similar, se é que não foi pior ainda! – onde sempre se contratou cerca de meio plantel, a larga maioria dos jogadores contratados nem entravam na categoria das “mais valias desportivas” quanto mais entrarem no outra, que é a que realmente sustenta o clube. E este, 4 anos disto, é que foi o problema, apesar de nestes 4 anos se gastar muito menos em cada um do que se gastou no 5º ano.

O que hoje nos pode dar um bom “desempenho desportivo” ou um bom “desempenho desportivo e económico” tem como base as contratações de 2017/18 (Mathieu, Acuña, Bruno Fernandes, Battaglia, Wendel) e 2018/19 (Raphinha, Doumbia, Phellype). Dos 4 anos anteriores, onde mais de 40 futebolistas foram contratados, há de relevantes Coates (2015/16) e Dost (2016/17). Já vendidos destes 6 anos há a considerar o Rojo e o Slimani, dentro dos primeiros 4 anos e o Piccini dentro dos últimos 2. Isto dá 4 jogadores nos primeiros 4 anos e 9 jogadores nos últimos 2 anos. mais do dobro dos jogadores em metade do tempo!
Isto, que é factual, mostra bem o fraco desempenho do clube nos 4 primeiros anos e o porquê das dificuldades que atravessamos actualmente – a que se junta a rescisão de jogadores da casa como Patrício, William, Gelson e Leão!

Portanto, e é a minha opinião, o segredo e o caminho, está em contratar bem. Obviamente que não temos dinheiro para contratar 10/12 jogadores bons todos os anos e, na minha opinião, não acho que faça sentido contratar meio plantel na esperança que 2 ou 3 se revelem excelentes mais valias. Tendo pouco dinheiro, como é o nosso caso, o que faz sentido é contratar 4 ou 5 no máximo – já partindo do pressuposto que 1 ou 2 são vendidos – mas com qualidade para poderem dar logo algo à equipa – dos 4 ou 5 se 1 ou 2 forem talentos a pensar no ano seguinte, não vejo que venha mal ao mundo com isso!

O que eu tiro da tua exposição, que tem relevância, claro, e sendo tu defensor da anterior direcção e tão critico desta, é que esse problema que apontas tem muito mais base na anterior Direcção, ou na CG, do que nesta. Para mim, é óbvio que a equipa necessita de se reforçar porque há vários jogadores que não têm qualidade para o plantel do clube. Para mim, é óbvio que as equipas de sub19 e sub23 não têm jovens de qualidade suficientes para serem aposta e restam meia dúzia de jovens emprestados que, eventualmente, podem ter qualidade para entrar no plantel e dar alguma coisa de positivo à equipa principal.
Daqui eu tiro que é preciso algumas contratações, que terão de ser criteriosas, e que é preciso vender o entulho que lá está, o melhor possível. Não vejo que se consiga fazer isto com um saldo positivo, entre venda do entulho, e algumas compras criteriosas, pelo que será natural que se agrave esse problema que falas. A não ser que vendas um dos jogadores, para mim, nucleares na equipa – assumindo que desportivamente isso não será bom!

O que eu vejo, para acabar, é que o que é preciso fazer não é fácil de ser feito e, ou vai haver algum decréscimo competitivo, ou vamos ter de assumir um novo défice entre as vendas e as compras, o que é mau para as contas. Resta saber o que é que cada um de nós prefere, e especialmente, o que é que a Direcção vai optar por fazer!

Geraldes fez uma contra-proposta para renovar. Está nas mãos da SAD agora decidir.
Não vou fazer futurologia. Se sair que tenha muita sorte e faça pela vida. Merece ser feliz.

Conseguirem estas fotos com o Miguel Albuquerque de férias é notável… 🙂

Dos poucos tugas que gosto de ver jogar.
Boa contratação.
Espero que vingue.

Excelente discurso.

Que biolência!