E ao segundo jogo de preparação, já se viu Sporting. Durou apenas trinta minutos, mas a entrada da equipa leonina foi aquela que todos nós desejamos: ritmo, pressão alta, trocas de bola ao primeiro/segundo toque, circulação pelas laterais ou aposta no ponta como apoio para desequilíbrios centrais. E golos, claro. Dois. O primeiro numa recarga de Bruno Fernandes a um remate de Raphinha; o segundo numa bomba de Wendel à entrada da área.

Depois da inesperada derrota com o Rapperswill-Jona, o St. Gallen pedia outra exigência e outra concentração. Keizer manteve o 4-3-3, Eduardo foi 6, Ilori jogou à direita da defesa e a esquerda foi entregue a Abdu Conté, Vietto deu lugar a Rafael Camacho, Bas Dost viu avançar Luiz Phellype.

Logo a abrir, o golo de Bruno Fernandes. Depois, defesas do filho de Jürgen Klinsmann a evitar o avolumar do resultado. Nos entretantos, Eduardo a recuar para iniciar jogadas ou a tentar empurrar a equipa para pressão mais alta. Teria sido uma primeira parte muito interessante, se, em cima do intervalo e já depois da bomba de Wendel, não tivesse tido uma recepção de bola como se tivesse pés de madeira e deixasse um adversário em posição de marcar um belo golo e reduzir o marcador.

No segundo tempo, já com Doumbia, Vietto e Bas Dost, o Sporting sofreria o empate numa trivelada de se lhe tirar o chapéu (péssima pressão defensiva sobre o marcador do golo) e acabaria o jogo num amontoado de substituições e a agradecer a Max para conseguir segurar o empate.

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Esta é, aliás, uma das notas a retirar desta primeira parte da pré-época e deste estágio na Suíça: a incapacidade de segurar as vantagens. A outra, é a clara dependência de Bruno Fernandes. Obviamente que haverá sempre uma equipa com e sem o médio, mas não deixa de ser preocupante a ideia de que, caso saia ou esteja impossibilitado de jogar, não existe um plano B consistente para minimizar essa enorme ausência.

E se BF8 é um dos jogadores em destaque pela positiva, não podemos esquecer-nos de Raphinha, claramente numa frequência superior à maioria dos colegas. Pode dizer-se, inclusivamente, que o 21 foi o extremo que melhor conseguiu desempenhar o papel de desequilibrador. Seria muito interessante poder vê-lo jogar em simultâneo com Matheus Pereira, até porque Camacho vai mostrando ter muito que palmilhar e a ideia de colocar Vietto encostado à esquerda devia ser imediatamente abandonada.

A propósito de abandonos, não seria de todo descabido deixar Tiago Ilori num qualquer monte helvético. Nem a central, nem a lateral, um autêntico erro de casting o seu regresso e um disparate enorme caso venhamos a insistir na sua manutenção no plantel.

Num jogo onde Max vincou a sua posição e mostrou o porquê de tantos adeptos falarem nele, nota final para o facto de nem Daniel Bragança nem Joelson terem tido minutos de jogo. Inexplicável.